sexta-feira, 7 de agosto de 2015

redação: meu quarto

Eu tô perdida nos rascunhos e nem sei que dia é hoje, nem eu aguento mais falar de mim, vocês ainda aguentam ler?

Se não aguentarem, azar, não tenho outro assunto.

Hoje vou contar do meu quarto.

Por quê? Não faço a mínima ideia. Nada mais faz sentido depois de uma semana escrevendo sem parar. Que seja.

Três anos atrás eu morava numa casa que era meio pequena (ou a gente que tinha coisa demais) e um dia, por razões que não vêm ao caso, minha mãe resolveu morar com a minha vó. 

Minha vó morou temporariamente em Curitiba, mas a gente (eu e meus irmãos) não levou a sério a mudança, porque a coisa que minha mãe mais ama no mundo, a TV, não foi junto. Só que um dia a gente chegou em casa, obviamente interessadíssimos em usar a TV de mamai e... cadê? Sumiu.

Todo mundo se abraçou, porque agora era definitivo. Dos três filhos, dois pensaram "viva, tamo morando sozinhossss". A outra, minha irmã, muito mais inteligente que nós dois juntos, catou a mudança e foi pra casa da minha vó também. Além do quarto de mamai e vovó, tinha um quarto pros gatos (hoje em dia é meu, spoiler) e um quarto sobrando. Com armário e cama de casal. Comida pronta na hora, idas regulares à padaria, espaço e área verde, muito mais inteligente minha irmã.

Eu e meu irmão fizemos um acordo, inclusive, de como a gente ia dividir a conta e tal, a gente tava fazendo planos pro quarto da minha mãe, escala de limpeza e tudo mais. A gente tava felizzzzzzZZzzZzZZ.

Mas felicidade de pobre dura pouco e um dia eu acordei com a minha mãe enfiada no meu quarto, desmontando meu armário, me comunicando que eu estava de mudança pra casa da vovó, já que a vovó herself estava voltando de volta pra sua terra.

O armário que mamai estava desmontando tem a seguinte história: a gente era pobre, mas pobre, mas poooobre. E não tinha armário. A gente se mudou pra uma casa onde esqueceram um armário e tomamos posse, eu e minha irmã. O armário era tão jovem que apelidamos de Chiquinha Gonzaga, porque acreditamos que eram contemporâneos. A gente amava a Chiquinha, mas um dia ela DESABOU-SE. Na pressa de resolver a catástrofe, minha mãe foi (com meus dinheiros) comprar um armário pra gente. Eu falei "qualquer cor menos cerejeira ou marfim". Adivinha o que ela comprou? MARFIM. Pois eu não suporto a cor desse armário e não tinha o que fazer. Ficou.

A minha cama era um beliche gigante e desengonçado, que eu e minha irmã ganhamos de presente e MAS NEM MORTA que eu carregaria aquele trambolho comigo, de modos que na casa nova eu não teria cama. Eu tinha uma TV de tubo e fim, era tudo o que eu tinha. Me desesperei.

No meio do caminho, minha mãe teve a brilhante ideia de dar a cama dela pro meu irmão, já que ela ganhou uma da minha vó. Então o que aconteceu? Eu "ganhei" a cama do meu irmão. Tabaco. Tudo bem que essa é minha cor favorita de madeira, mas eu tava pensando na lindeza que o quarto ficaria. Mas não era só íssio!!! Minha mãe mudou o arranjo da casa e meu computador não poderia mais ficar na sala, OUSSEJE, vai ficar onde? Achei num canto nas coisas destinadas pra lixo ou doação a mesa de computador do meu vô. Sei lá que raio de madeira é essa, mas é escura, vai ver é um tabaco de outra marca, mas pode ser pinhão, não faço ideia. Meus livros também tinham que ficar em algum lugar, de modos que eu fui nas lojas Americanas comprar uma estante. Como eu acreditava que em breve teria lindos móveis brancos, já comprei a estante dessas madeira pobrinha revestida de branco e deu-se um quarto com um móvel de cada cor. AH É, desmontaram um pedaço do beliche, que era de uma madeira clara e rosada e tacaram aqui de apoio pra TV. Era lindo mesmo o quarto.

Pra ajudar, tendo sido pega de surpresa, não tive a oportunidade de pintar a parede do quarto, que é de um creme tristíssimo, não orna com nada. Eu sempre me desespero quando entro neste quarto.

Pior que a cor dos móveis é a disposição deles. Eu me sentia sufocada. O que foi que eu fiz? O que qualquer pessoa sensata faria: comprei uma poltrona.

Aí ficou bom, porque a impressão que dava é que não cabia nem oxigênio no quarto.

Uns 3 meses atrás eu surtei, porque 3 anos se passaram e meu armário ainda é marfim, minha cama ainda é ~de segunda mão~, minha mesa muito digna porém horrorosa do computador tem que escutar sempre que minha vó visita "mas minha filha, você ainda não jogou esse lixo fora?" e nada tem a ver com nada, então eu fiz o que qualquer pessoa sensata faria e comprei uma cômoda.

Vou deixar vocês sem a chatice da novela da cômoda, mas um dia ela chegou, foi montada e....... SURPRESA, não cabia no quarto. HAHAHHAHAHAHAHAHHAHAHA. Tirei o antigo suporte da TV (que a essa altura já suportava uma moderníssima TV sem tubo, daquelas que ficam com a tela preta se você não assiste no ângulo certo), mexi uma coisa aqui, outra coisa ali, tá a cômoda no lugar dela, desornando com o resto do quarto todo. 

Uma parte do armário horrível está inutilizada, porque eu estou me forçando a ir comprar um armário branco que preste loguinho. Aí só vai faltar ter uma mesinha de computador mais jovem (se eu tacar uma tinta branca nesta aqui, ninguém nem vai notar que não é novinha, porque ela tá ótima) e a cama de tabaco fica lá até eu criar vergonha na cara pra ter uma cama de casal assim que minha irmã fizer o favor de se mudar e eu puder pegar o quarto dela, que é bem maior que o meu.

Pra vocês entenderem essas abobrinhas todas que eu tô falando, o que eu fiz? ISSO MESMO, EU FIZ UM VÍDEO AHAHAHHAHAHAHAAHAHHAHAHAAAHHAHAHAHA. Migas, espero que vocês compreendam a piada. E espero que riam, porque foi um desespero gravar esse negócio.

Primeiramente eu descobri que minha bateria da câmera morreu e está neste momento num carregador de recuperação, pra ver se tem jeito. Aí fui gravar no celular e gravei vertical, porque sou muito inteligente. Fui regravar horizontal e acabou o espaço. Deletei metade dos aplicativos (que eu nunca tinha usado, pra ser sincera) e esqueci que precisava pentear o cabelo, por exemplo. E esconder a bagunça. Lá pela trigésima tentativa eu desisti e ficou essa bela porcaria que vocês poderão ver a seguir (mas eu não recomendo).

Não sei o que aconteceu com a minha voz em diversos pontos do vídeo, meu cachorro sapateou pelo quarto o tempo todo, latiu, a abertura de Caminho das Índias invade um pedaço, eu emito sons que não têm explicação e não sei filmar, não sei explicar e não sei fazer isso como um todo.

Só que eu coloquei no meu plano do mês fazer essa palhaçada e eu não consigo descumprir regras, nem as que eu mesma faço.

Então tá aí um belíssimo vídeo que não faz sentido e não tem utilidade.

Bgos mil e não precisa me avisar que minha voz é estranha, que eu tenho sotaque, que tô fanhosa, que a roupa tá feia e que dá pra ver o frizz do cabelo, porque eu já sei.

Fiquem agora com um grande ato de desprendimento.





Perdão.