sexta-feira, 29 de abril de 2016

falando em fama,



famoza fora da internet hahahahaha

~Fama~ na internet é uma coisa que teve várias fases (desde que eu cheguei e ainda era tudo mato). E de acordo com o meu próprio ponto de vista também, é claro.

No começo do século, todo mundo que era alguém no mundo dos blog, o único meio de interação social não baseado em chat (que eu me lembre), tinha um blog no blogger.br. Fiz uns 3 blogs bastante equivocados antes de """acertar""" a mão e ia vivendo minha vida de blogueira irrelevante, até começar a compreender o ambiente.

O blogger.br tinha algumas formas rudimentares de impulsionamento dos blogs.

- atualizações recentes

A coisa mais bocó que existia, porque tinha uns fidideus que passavam o dia colocando e tirando um ponto final e dando F5, só pros seus maleditos blogs ficarem ali naquela listinha. Funcionava com outros bocós. Porque assim: quando você atualizava seu blog, especialmente em horários ~não ortodoxos~ seu link ficava lá e era uma enxurrada de comentário ruim de gente que nem sabia o que tava fazendo por lá. Mas era um jeito de fazer seu blog subir em views, acho que não tem quem não tenha usado a técnica.

- blogs of note

Esse era um top 10 semanal que eu não sei se era em ordem de preferência ou se era aleatório. O importante é que seu bloguinho ficava ali numa lista na página inicial A SEMANA INTEIRA.

A parte boa era que se você alcançava essa glória, outros blogueiros "importantes" entravam no seu blog e, em alguns casos, respeitavam a sua pessoa dali em diante. Lembro que meu objetivo era ser amiga de um rapaz que atendia por ~tomate~ em um blog chamando ~abobra~ (vegetarianismo gone wrong), que vinha a ser o melhor blog daqueles tempos. E super funcionou. Não sei que fim tomate levou, foi minha primeira internet crush e até hoje eu não sei A CARA QUE ELE TINHA, porque foto digital era um troço raro e a taxa de transferência era precária, a ibagem das pessoas era bem pouco importante, eu acho.

Fui blogs of note duas ou três vezes, não sei. Era sempre um rebuliço quando acontecia, porque chovia comentário no blog e já naquele tempo o usuário padrão de internet não era exatamente a criatura mais bem versada no idioma vernáculo e a gente tinha que começar a aprender a lidar com interação idiota.

- what's up

A seção mais legal da página inicial, era uma recomendação personalizada, dizendo a razão pela qual seu blog era muito legal e deveria ser visitado. Era atualizada de 2 em 2 dias, mas ficava como uma timeline e acho que você aparecia uns bons 15 dias na página inicial.

Esse era o melhor de todos, porque envolvia LER, então dava aquelafiltrada na audiência e só trazia leitor legal. Também saí nesse umas duas ou três vezes? Não lembro. No conjunto total de coisas, era até bem pouco, mas eu não conheço muita gente que tenha figurado lá, então vou fingir que era importante.

*****

Nesse tempo, algumas pouquíssimas pessoas tinham blogs fora desse eixo. Tinha o pessoal legalzão do blogger.com (muito mais inteligentes que nós, obviamente, não tiveram que migrar quando ele se divorciou do .br, virou parte do grupo globo e eventualmente morreu), tinha o pessoal MAIS LEGALZÃO AINDA que tinha blogs em outros sistemas, vinculados a portais ou iniciativas de literatura, por exemplo, e tinha a galera do weblogger, que jamais entenderei. 

Desse pessoal de portal, sempre tinha as pessoa que conhecia pessoas. Por exemplo: um blog famoso no blogger.br, que eu sempre lia, linkava um outro blog cujo nome era o nome do dono. Um desses nomes tão singulares, que eu sabia que não podia ter outro no mundo. E era mesmo um coleguinha meu de infância. Esse coleguinha, parte de um site que tinha escritores blogueiros (veje o caminho inverso, como era bonito). Além disso, ele trabalhava na televisón e conhecia personalidades famosíssimas como Marcelo Tas. A quem acabei conhecendo numa palestra sobre mídias sociais, no começo de 2005.

Cê veje: o tema da palestra era um troço novíssimo que tava tomando conta do país, chamado ORCÚTE. Eu e ele já éramos ~amigos~ de rede social por conta do amigo em comum e por eu viver participando daquelas matérias do link do Estadão (socorro) e lembro de ele colocar um print da página de amigos no slide e minha foto estar bem no meio da ibagem. Marcelo Tas, uma pessoa CHEIA dos amigo, tinha um total de 50 pessoas em sua lista de amizade, você veje a fase inicial do orkut nessa altura. Aí ele perguntou "quem aqui nesta sala sabe o que é orkut e tem um perfil?" e TRÊS pessoas levantaram a mão. Era um auditório de mais de 300.

Eu, de minha parte, tinha sido convidada pro ORkut logo nos primórdios, porque sempre tive amigos innovators e bem conectados. Entrei na comunidade como ou não como quando eram menos de 100 membros e consegui fazer amigos que permanecem na minha vida até os dias atuais.

Nessa época, pessoas que hoje são grandes nomes do passado (mas naquele tempo eram os famosos blogueiros do momento) faziam parte de comunidades sobre blog e interagiam com as pessoas como se fossem mortais (ryzo). Gente que ganhou o título de pro-blogger por deixar o trabalho convencional pra se dedicar e ganhar dinheiro com blogs. Foi quando eu quase abandonei o meu, porque eu achava toda a vibe pro-blogger ridícula. 

Algumas pessoas se preocupavam em manter o público que conquistaram com a qualidade (qualquer que fosse) das suas postagens, mas teve o pessoal que descobriu como conseguir link de gente trouxa e passou a ganhar 6 mil real por mês. Se já é muito pra ganhar sem fazer nada hoje, cê leve pra economia de 10 anos atrás esse valor. E gente que tinha bons blog começou a ser ultrapassada em rendimento pelos caça-trouxa. Pessoas cujos nomes não direi, mas eram famosas pela qualidade das postagens, se transformaram em grandes babacas esnobes, que desfizeram amizade com todo mundo que não era relevante. Caças-trouxa seguiram dois caminhos: mantiveram seus blogs bosta OU se transformaram em ~portais de humor~, eu poderia dizer meia dúzia aqui de boboca com quem eu convivi de perto e eram realmente pessoas babacas. Tem desses infelizes que são """"""""famosos"""""""" até hoje, porque fã de babaca parece que se multiplica numa velocidade maior que o resto da população e eu me revolto quando vejo um amigo com condições intelectuais favoráveis dizendo "ô, cê já viu aquele blog/vlog/whatever?" que eu conheço desde 1820 e NÃO QUERO VER NEM DE GRAÇA. E faço campanha pro migo parar de se constranger na internet. Quer ver, vê. Mas não conta pra ninguém não.


Ali por 2008, quando já tinha mais gente na internet, o formato de blogs (famosos e profissionais) de hoje meique começou a nascer. Os famosos da época começaram a ameaçar abandonar seus blogs e seus perfis (era bem ridículo) e foram saindo das comunidades de discussão de blogs, onde sobraram os idiotas que se tornariam os xoxomídia dos anos 10. A gente passava o dia falando inutilidades, mas de vez em quando alguma coisa de útil acontecia e muita gente sabe o que sabe hoje sobre internet e relevância graças àquilo ali.

Eu conheci muita gente que hoje tem o nome conhecido na internet. Conheci grupos inteiros que eram clubinhos de que todo mundo queria fazer parte. Tem o pessoal cujo blog é profissão até hoje, tem o pessoal famoso no twitter, famoso nas redes sociais como um todo e coisa e tal. Tem MUITA gente que eu vejo postando e todo mundo compartilhando e eu sei a verdade por trás daquilo e tenho que aceitar que não posso convencer um por um de que cêis tão enganados.

Tipo: tem gente MUITO famosa (na internet) hoje, que já me deu a senha do blog nos primórdios, porque não conseguia trocar nem a fonte da postagem, nem a imagem do topo. Hoje ganha dinheiro "fazendo" montagem hahahahahahahah. É muito engraçado, eu me divirto muito enquanto ganho zero dinheiros por aqui. Mas não estamos aí ainda.

No começo desta década, as revistas - e toda a mídia escrita - começaram a perceber que estavam perdendo espaço para mídias digitais. A solução? Fazer parcerias com blogueiros ou personalidades virtuais. Isso foi evoluindo pra participação mais ampla de pessoas "comuns" da internet nas mídias escritas e foi aí que veio a fase blogueira capricho 1.0. 

Eu não sei como foi feita a primeira seleção, acho que entrei na terceira leva, quando a gente entrava por indicação. Fui indicada por uma das amigas de rede social e nem acreditei quando recebi a "convocação" (a gente já foi bem mais desconfiado, né?). Fiquei por 3 anos e indiquei duas pessoas que foram aceitas, nos anos seguintes. A graça era conseguir ser publicada na revista. Porque era quando a gente podia mostrar pra vó que todas aquelas horas na frente do computador tinham um propósito SIM e se eu quiser estudar letras eu tenho talento SIM e um dia eu vou ganhar dinheiro com a minha arte SIM (ahahhahahahahahahhahahahaha). Também porque trazia leitores legais pro blog, eu sei que tem alguns que estão aí até hoje.

Ironicamente, foi a pior fase do meu blog. Escrever com limite de caractere, tema, posicionamento, rigidez linguística e tudo mais ACABOU com a minha criatividade. Eu não conseguia mais dar vida pras minhas próprias histórias e, no fim, nem pras da revista. Mas I ain't no quitter e fui arrastando aquilo indefinidamente até que eu fiquei velha o suficiente pra revista me dispensar. Foi uma choradeira, mas foi melhor pra todo mundo. E foi nesse momento que o blog reviveu pro que é hoje e o caminho natural foi abandonar o blogger.br, vir pro blogspot e aceitar o fim sem dó dos arquivos do passado. Por um lado é bom, porque eu escrevia pior ainda na década passada.

Não sei dizer se o caminho que meu blog tomou foi o que dava pra tomar ou se foi o que eu escolhi. Eu vi muita tendência, eu conheci muita gente, tenho a impressão que podia viver de blog se eu quisesse. Será que eu não quis ou será que não tive competência? Provavelmente o segundo, mas eu me iludo pensando que foi o primeiro.

O problema é conhecer DEMAIS os bastidores. O cara que tem um blog "de humor", porém chatíssimo na vida real. A menina que tem um blog pra mostrar como homem não presta e trata as amigas de uma forma horrível, além de se pegar com cara comprometido e dá a desculpa de que "se ela não dá assistência, abre concorrência". Menina dando conselho sentimental e humilhando por causa de homem que não dá bola pra ela (tem uma fia aí que me mantem bloqueada ATÉ HOJE por causa de uma história que nem era o que ela imaginava, mas eu que não vou lá pegar na mãozinha pra contar. O que eu mais via era a pessoa pregando uma coisa na internet, ganhando admiradores e "fama" e fazendo o extremo oposto na vida. Fiquei com medo de me tornar essa criatura e mantive minha vida virtual essa babaquice desorganizada que cêis conhecem, que é a mesma da vida real. Qué dizê: 98% das pessoas que me conhecem dizem que eu sou 300% menos chata ao vivo. E é verdade. Mas eu prefiro surpreender positivamente, quando é possível.

Ainda hoje conheço muita gente que no bastidor é uma coisa e na internet é completamente outra, mas já tô mais treinada pra pensar: problema seus.

Por que estou postando isso? Nem eu sei mais. Lembro que achei engraçadas algumas reações das pessoas para comigo, dizendo que ficaram surpresas com a minha ~fama~ repentina ou aquelas que siacha famosas "ai, é assim mesmo, miga", mas o curioso mesmo é que praticamente toda a minha vida virtual (arhhggg) foi assim.

AH É, XÔ CONTAR.

Eu tenho um ou outro amigo famoso A NÍVEL DE BRASIL. Outro dia um deles estava fazendo uma aparição pública para interação com fãs e me falou que teria pouco tempo pra interação, mas que seria legal se eu pudesse passar pra dar um oi. Como eu sou gente fina PRA CARAMBA, eu peguei senha (pensa no ridículo que é pegar senha pra falar com seu amigo), mas eu não queria que ficasse feio pra ele parar a fila ou dar tratamento especial pra alguém. Afinal, ninguém sabe que ele é meu amigo, né? Fiquei bem feliz com a minha decisão quando vi um conhecido nosso tentando justamente furar a fila e sendo educadamente desencorajado pelo próprio famoso em questã. "Ah, então eu espero a fila acabar". A resposta foi: aqui não vai dar, cara, é um evento profissional e eu tô com a agenda fechada. FUÉN. Bom, tava eu lá bem linda na fila esperando, quando vejo uma pessoa me encarando de forma até um pouco desconfortável. Mas eu sempre uso roupas ridículas, meu cabelo tava bem azul, eu não questionei a pessoa. E foi tão insistente que o segurança meique veio vindo na minha direção e tudo. Aí a pessoa deu um tapinha no meu ombro e falou "ssaneva?".

Pra pessoa se referir a mim assim, tem 3 possibilidades:

- muito íntima
- veio do passado
- veio da internet

Respondi que era eu mema e ela "SSANEVA É VOCÊ MEMO? DA INTERNET? NOSSA, EU NÃO ACREDITO QUE TÔ VENDO A SSANEVA, GENTE".

E era eu a própria causadora de emoção na pessoa ali naquele momento, com tanta gente mais interessante à volta.

Então, sabe?

Se eu tivesse talento, pra fama eu já tava preparada.

(hahahahahahhahahahahahahahahahhahahaha)

quinta-feira, 21 de abril de 2016

[15 minutes of] fame's anatomy


Eu não sei quem de voscos faz parte da rede social facebook ou da minha rede, que seje, de modos que não sei quem tá familiarizado com o ocorrido.

Xô contar a história pelo lado de cá, então.

Eu e minha irmã temos o saudável hábito de ver novela juntas. A gente normalmente escolhe a novela das sete da grobo, porque é a hora que a gente chega em casa, come, lava a louça. A tv da cozinha só pega esse um canal mesmo, a gente não tem muito critério.

Quando começou Totalmente Demais, eu tinha um total de zero paciência pra ela. Detestava mesmo, não assistia. Mas é a bendita hora em que a gente senta, come, lava louça, num tinha muito como fugir. Em um certo momento eu já tava apegada à história bosta da novela.

Eu ODEIO o personagem do Jonatas. Odeio. Ele aparece em cena, eu quero morrer. Acho ele insistente, irritante, desrespeitoso e egoísta E NÃO VOU ESTAR EXPLICANDO, pois óbvio. Meu sonho é que ele desencarnasse e a novela prosseguisse. Infelizmente não acredito que estarei sendo agraciada com esse acontecimento, então me contento em colocar no mudo ou passar rapidamente quando vejo gravado e a cara dele aparece na minha tv.

Se você não assiste à novela, o que você precisa saber: esse imbecil é apaixonado por uma menina que sente síndrome de estocolmo por ele, mas namora outro cara, de quem ela parece gostar. O insuportável não apenas não deixa ela em paz, como começou a namorar outra menina, uma suposta feminista. Pois é o pior relacionamento já visto na tv, porque não tem o menor respeito nem, sei lá, satisfação. Eles só brigam porque ela tem ciúme da protagonista e ele lamenta ter perdido o relacionamento com ela. SÓ.ACONTECE.ISSO.

Aí eu me pergunto: quem escreve uma personagem feminista que

- namora com um cara que OBVIAMENTE não gosta dela;
- não aceita que esse cara precise de um tempo pra reconfigurar os sentimentos e pressiona o.tempo.todo;
- faça o papel da mocinha insegura?

Não que não aconteça, veja bem. Eu só fico desgraçada da cabeça com o retrato feminista. Ela poderia assumir que quer ficar com um cara que não gosta dela e seguir a vida, podia respeitar o sentimento do cara (tanto pela outra, como por ela), podia fazer menos a sofrida, sei lá. Ou podia fazer como uma mulher empoderada (embora eu odeie essa expressão) e NÃO. FICAR. COM. O. CARA. QUE. NÃO. GOSTA. DE. VOCÊ.


- ain, vaneça, não é fácil.

PUTA QUE PARIU, não apenas é fácil pa caraio, como extremamente recomendável.

No caso de você ter neurônios operantes, você sabe que não vai morrer com a ausência de ninguém na sua vida, correto? Pode ser EXTREMAMENTE CHATO viver sem alguém de quem a gente gosta, porém na configuração geral da sobrevivência, tem um total de nenhum impacto.

Aí, sei lá, cê lembra que é uma pessoa legal, divertida e sei lá o que mais você tem a oferecer enquanto cerumano, no que tange à convivência. PRONTO. O cara gosta pacaramba de você e tal, rola uma pegação maneira, vocês se divertem e tudo, mas não é amor, não é nada, não é nem uma boa amizade colorida, porque você se sente mal o tempo todo, porque você queria mais do que aquilo, porque você não tá na lista de prioridades do infeliz... O que seja. Se não tem aquela gostosa sensação de companheirismo e, por que não dizer CALMA, meu, lérigo.

Cê pode escolher manter a amizade, porque a pessoa é importante e seria maneiro não perder ou cê pode conhecer outras pessoas, aprender a língua portuguesa, a letra do hino nacional, dar uns rolê de bike, faxinar o banheiro como tá precisando há meses. Sabe? 

Eu tenho essa dificuldade de entender mendigamento de amor.

***** 01 experiência *****

Uma vez eu me submeti a um friends with benefits kind of relationship. Eu achava que a gente tava na mesma vibe: um apreço mútuo, tempo livre, nenhum sentimento amoroso e um acordo, no geral. Qué dizê, a gente não tinha nem prometido exclusividade até o dia em que ele me viu ~pelas ruas~ com um amigo, achou que a gente parecia estar também em um relacionamento e pediu pra que eu terminasse. Expliquei que não tinha benefícios nessa outra amizade, porém compreendi que isso significava um contrato de exclusividade. E só. Não éramos namorados, um não ligava pro outro diariamente, a gente tinha a vida e tinha os dias que a gente passava junto. Só.

Pois levou um tempinho pra eu abrir meus olhinhos e ver não apenas o ciúme doentio, como a necessidade de controle, a posse, a agressividade e essas coisas bonitas que homens acham que podem fazer com a gente. Precisou uma meia dúzia de acontecimentos pra eu ver que aquilo não era um teatrinho engraçado e piada interna nossa, que aquilo era bem sério e preocupante. Abuso emocional, verbal e, né?, físico. Eu achava que aquele era meu melhor amigo (naquele momento) e que se eu fosse muito rude, a amizade acabaria. Até a hora que eu entendi que não apenas ele nunca foi meu amigo, se aquilo era amizade, ela TINHA QUE acabar.

Na hora parecia bem horrível. Meldels, mas essa pessoa que sabe tudo da minha vida eu vou mandar pro quinto dos infernos assim? Sem reconsideração? Sem pensar direito? A gente é boboca assim, migas. O cara é O MAIOR IMBECIL DA REDONDEZA, tem que mandar pra casa do cacete sim.

Na hora doeu, mas agora eu mando agradecimentos pro meu eu do passado.


**** OTA experiência ****

Aí tem o cara por quem eu obcequei boa parte da minha vida. Sendo eu, no caso, a urubua que não larga o cara quieto. Mas como eu já cansei de falar, eu não sei interpretar sinais humanos e eu nunca sabia quando o cara tava dando abertura (ele ~confessou~ algumas) e quando ele tava só sendo gente boa. Pesei numa balancinha mental se valia a pena forçar uma situêixon e (a) correr o risco de dar errado e ele sumir, (b) correr o risco de dar certo, porém terminar em 6 meses e a amizade acabar, (c) deixar quieto e manter uma amizade importante pra mim, porque amor passa e amizade fica. Não, a ideia de happily ever after não costuma me ocorrer.

Fiquei ali sendo óbvia por um tempo, mas o rapaz uniu-se em relacionamento com uma moça que não podia ter menos a ver comigo, o que me dá uma dica importante de que ele JAMAIS se envolveria com a minha própria pessoa. Além de ter mantido uma discrição bastante contundente com relação ao relacionamento. Tipo, se a pessoa vira praticamente perfil de casal no facebook, foto de perfil a dois, declaração de amor de hora em hora, a gente sabe que esse relacionamento tá fadado ao naufrágio e é só esperar. Mas esses deixados para a intimidade e o conforto do lar tendem a durar uma eternidade. 

Um recado óbvio, né?

Pela primeira vez em anos, tirei meu time de campo. O que aconteceu? Encontrei um crush com quem tenho um relacionamento que HÁ ANOS eu não tinha e que me manda mensagem de madrugada com foto de comidas feia, porque ele sabe que eu vou ficar feliz. Ó que evolução que acontece na vida da pessoa quando ela não mendiga afeto.





CAHAM.


Bom, daí veio a motivação do post no facebook. Alguém falou em um grupo que queria ver o casal da novela junto e eu pensei MINHA SANTA RITA DO PASSAQUATRO, ó o que as pessoas classificam como romance, que bosta. E escrevi o post.

Nunca esperei o que veio em seguida.

Porque assim, era uma semana decisiva no mestrado. Faltava exatamente uma semana para a minha qualificação e eu estava estressadíssima, fazendo a única coisa que eu sei: tentando distrair minha mente cada vez que começava uma crise de ansiedade. Estando presa a um computador o dia inteiro no trabalho, eu frequentemente posto bobagens no facebook. Postei e fui pra um encontro com um dos meus 35 orientadores. Quando voltei ao computador, o número de compartilhamentos perto dos 50 já era muito maior que o normal pros meus posts. Na maioria, amigas. No fim da tarde, esse número já tinha multiplicado muitas vezes, começando a ser curtido e compartilhado pelos amigos dos amigos. Pensei "ok, depois eu reflito sobre isso".

Mas nada podia me preparar pro dia seguinte.

Acordei com mais de 100 solicitações de amizade (desconfio que as pessoas não sabem como o facebook funciona), mensagens privadas, mais notificações de que eu podia dar conta. Aquele alerta do chrome enlouquecido no computador, nada fazia sentido. Durante o dia, o facebook simplesmente parou de me mandar notificações que não fossem de pedidos de amizade ou de novos seguidores. Não tinha. Eu tinha que ir nos posts que eu escrevi depois pra poder interagir. Mas se eu me afastasse do computador, por meia hora que fosse, as notificações ficavam infinitas em tudo que era ícone. Eu nunca tinha acreditado naqueles prints cheios de notificações até esse momento. Foram dias de notificações confusas e loucura sem fim. Eu recebia mensagem no celular, mensagem no instagram, mensagem no twitter (onde aconteceu um print também, que trouxe seguidores loucamente), comentários aqui no blog, ao vivo, uma coisa bem perturbadora. Mas eu estava enlouquecida e ocupada com outra coisa, eu não sabia nem em que prestar atenção.

Deixei pra escrever esse post hoje, passados muitos dias, pra dizer "e, finalmente, um dia inteiro se passou sem uma notificação de pedido de amizade". Pois durante o escrevinhamento deste post foram dois. Três. QUATRO. CIN-CO.

Confesso que no começo eu ainda tava fazendo uma curadoria pra ver se alguém realmente queria contato e interação, aceitei umas 4 pessoas (que erro) no processo. Depois compreendi que deve ser o pessoal que não sabe como faz pra seguir uma pessoa ou tanto faz. No momento a contagem está em quase 500 pedidos de amizade que não tenho coragem de negar e nem morta vou aceitar.

Algumas pessoas vieram conversar comigo. Desde gente desesperada poque está presa em um relacionamento abusivo (!), até gente que tem o mesmo sobrenome e está montando árvore genealógica. Teve gente que disse ler o blog há anos e só agora tomou coragem de entrar em contato.

Eu sempre tive uma certa cota de pedidos de ajuda com problemas pessoais. Ao mesmo tempo que eu me sinto feliz que alguém que nunca me viu confie em mim pra pedir ajuda, eu acho uma pena que a pessoa não tenha ninguém perto dela com quem contar. Mas tamos aí, o que der pra ajudar, eu ajudo. Agoooora, a galera que tem medo de entrar em contato... Migas, chega mais! Eu sou uma cavala porque não tenho trava social, mas nem é por mal e a gente sempre se acerta. Teve gente que jurou que nunca mais ia falar comigo porque levou patada (que eu nem percebi que dei) e tamos aí sendo grandes migas hoje em dia. Não precisa ter meda.

Tá certo que 93,7% das pessoas que se tornam minhas amigas abandonam o blog, mas não abandonando da vida, tá tranquilo.

Bom, fora a interação de desconhecidos, o ~post da fama~ também teve efeito sobre as pessoas que eu conheço. Aquelas que têm o pensamento mais propenso ao da liberdade feminina, se aproximaram. As outras se afastaram. O que eu acho ótimo, pra dizer a verdade. 

A situação atual do post é a seguinte:



Nunca na minha vida imaginei cinco mil likes. Esse tanto de share eu já tinha sofrido no twitter na época das eleições, quando fui parar até no youpix com um dos tuítes mais idiotas da história.




Tenho fé que na terceira ocorrência eu fico famosa de vez.

Massss, voltando à ~problemática~ do post do facebook, eu fiquei pensando duas coisas:

1 - NUNCA LEIA OS BENDITOS COMENTÁRIOS

O que teve de gente me chamando de promíscua e analfabeta nos pouquíssimos comentários que eu li quase me desestabilizou. Tive um ataque de riso com o  "promíscua" porque não beijo nem resfriado na boca, imagina dar pra todo mundo, né? I wish. Mas quer chamar de dadeira, chama, acho ótimo, queria, MAS NÃO CHAMA DE ANALFABETA, CARA. 

Confesso que li pouquíssimos comentários, já que minha estrutura emocional não estava permitindo e agora o timing já passou. Mas pensa: eu perdi as contas de quantas vezes o post foi compartilhado nas páginas realmente relevantes, então é comentário DEMAIS até pro meu ego de 4 andares com sacada. Lia só aquela primeira meia dúzia de quando a gente vai conferir se tá linkado mesmo e seguia a vida. Comentários são um tiro na alma.

2 - VAMO MELHORAR ESSA AUTOESTIMA FEMININA PRA ONTEM

Não sei como que tá a interpretação de texto da galera, mas a mensagem do meu post era muito simples: vamos nos respeitar.

Só isso mesmo.

Tava mandando ninguém sair dando, tava mandando ninguém sair parando de dar, tava só falando "miga, ouça sua voz interior. se tá bom, segue. se tá ruim, para". Bem simples.

Chega a DOER ver uma ideia tão óbvia de amor próprio ser compartilhada um trilhão de vezes! Você entende que a coisa tá errada num nível bastante profundo, porque também tinha muito comentário dizendo "nunca pensei por esse ângulo". 

E, olha, eu sou a pessoa com a menor autoestima que eu conheço. Se eu consigo, TODO MUNDO consegue. (Um post metafísico sobre o assunto deve vir em breve, tô fazendo as tarefinhas de casa do mestrado de ler sobre física quântica, cêis se prepare pro rebosteio verbal).

Então assim. Foi bem loco. Fiquei pensando como que pessoas famosas sobrevivem em rede social, sendo que você nunca mais pode contar com suas notificações e todo o comportamento da coisa fica enlouquecido pela quantidade de interação. Não sei se eu seria capaz, era bem provável fazer a SIA e ficar um pouco biruta. Mas adoraria ter sido um bom exemplo nesses dias de visibilidade.

Claro que a afofadinha no ego dá aquelas coragens idiotas, tipo fazer uma página pro blog. Se você me perguntar o motivo, eu te digo: não sei. Tô loca. Já aviso que ninguém precisa curtir pela amizade, porque eu mesma nem sei o que fazer lá. A intenção é ser uma grande festa da uva, que todo mundo fala e posta o que der na telha, desde que não ofenda o amiguinho. Vamo vê se funciona, porque eu me arrependi assim que fiz, mas ainda não achei onde deleta.

É isso. Queria só dividir com vocês a experiência bizarra de ser assunto por um dia e do quanto reverbera esse negócio.

Pelo menos não foi falando merda que eu fui compartilhada, né? Já dá pra glorificar de pé :P

domingo, 10 de abril de 2016

amor própio kd

Olar, meninas, no vídeo de hoje eu vou ensinar como brilhar muito depois de uma crise alérgica que deixa sua cara parecendo um balão e todo mundo perguntando se você chorou :)

Já adianto que não desisti de fazer um post com os melhores momentos da seção de comentários do post passado, apenas não foi possível reunir neurônios, tempo e capacidade cognitiva em geral.

Enquanto isso, fiquem com mais um vídeo bosta.

Lembrando que quem assina o canal vê primeiHAHAHAHAHHAHAhahhaahhaHAAHHAAHhahahhahahahahahahHAHH

Minha cara está ainda mais brilhante e estufada neste momento, porém providências cabíveis já foram tomadas, não precisa ninguém me recomendar médicos, remédios, tratamentos. 

E tem glitter, né? MUITO GLITTER espalhado pela cara de quem não sabe se maquiar.




o_O

PS: usei o vocativo corretamente lá em cima, o que automaticamente já me desqualifica como blogueira, o que é uma pena :(((((((((((