quinta-feira, 24 de novembro de 2011

back to the fusca tales

01 sonho: fuscazul. só que não.

Alovose que acha que andar de carro e de taxi são coisas incompatíveis e muito curiosas: esse post pode ficar complicado pra você.

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Digo adeus à tão linda minivan, digo oi de novo ao fusca encantado. O.mesmo.bendito.fusca.encantado. Por um breve período de um ano, eu achei que nunca mais teria que ver aquele fusca novamente. Pois ele fez uma mitose e agora são dois fuscas beginhos na garagem, um deles sob meu domínio.

Até agora ele não me fez bullying. Qué dizê, ele não deixou de funcionar em nenhuma quinta (isso não é um desafio, hoje eu vou até o cafundó do judas de fusca, allah permita que ele se comporte), mas andar de fusca é um self-bullying que vôticontá.

Tipo parar em vaga paralela. Pelamordedeus, que coisa mais desagradável. Cê tem que calcular matematicamente todas as possibilidades de trocas de carros na sua frente e atrás, de modos que você não fique com tão pouco espaço na hora de sair que sejam necessárias 908 manobras. E não é que você seja mau motorista, mas o volante tem o tamanho de um cookie e você tem que rodar, rodar, rodar igual à Berenice pra fazer com que o movimento sëx aconteça.

Até lá, você já tem 8 torcicolos, uma escoliose e 12 nervos inflamados.

Hoje, por exemplo, eu parei numa vaga dessas.

Como eu sou muito inteligente, peguei a última vaga da rua, de modos que NINGUÉM possa parar atrás de mim e eu possa marlombrar tranquilamente. Tô eu lá trancando o automóvel, começo a ouvir uma buzina. Um psiu. Outra buzina, outro psiu.

Amigo. Se um dia você quiser dizer “morri de te chamar e você nem me viu” naquele dia que você não quer de fato me chamar nem me ver, trabalhe no fomfom-psiu. Nunca olho. Pode morrer fazendo, não vou olhar.

Aí o tio deu um grito: “ô, moça, empurra aí seu carro pra frente que eu quero parar atrás”.

AHHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHA

Não.

Beu abô, já ouviu falar de graus de liberdade? Nesse caso, já tava em menos um, eu já escolhi minha vaga e não.vou.mudar. Tá entendendo?

Até porque, veja bem. Tinha espaço na minha frente. Se ele não cabia na minha frente, não caberia atrás de mim se eu me movesse. Certo? Certo.

“Olha, tio. Não vou sair não. Depois você me prende pra caber aí atrás e eu nunca mais saio dessa vaga.”

O tio me olhou com lasers, mas olha minha cara de preocupada. Virei as costas e fui embora, ainda com tempo de ouvir uma pessoa dizer “se você não entra naquela vaga com direção hidráulica, ia querer que a moça saísse de lá de fusca?”. Hahaha fica a questã.

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O legal de andar de fusca é o respeito. Nego te respeita tanto quanto respeita uma velhinha, é impressionante. A pessoa acha que pode cortar sua frente, que pode furar o vermelho enquanto você cruza o verde (quase matando você e um amiguinho à sua escolha, desculpa aê o stress alcançado), que pode ficar dando luz alta atrás de você, que pode te pedir pra mudar de vaga. É uma alegria infinita.

Aí que outro dia minha mãe me pediu pra deixar o fusca em casa e eu deixei. Quando eu voltei, ela falou pra ligar e dar uma buzinadinha.

O FUSCA ESTÁ COM BUZINA DE CAMINHÃO ♥♥♥♥♥

É muito amor na minha vida. Já matei uns 3 cortadores de preferencial do coração, consigo nem explicar como é divertido.

Porque babãe é assim: dá um fusca pra zoar com a minha cara, mas dá uma buzina poderosa pra compensar. E um alternador novo, que é pra bateria agüentar a pressão.

Tá certo que cada dia é uma surpresa, que ficar presa no trânsito por uma hora e meia faz você desejar que seus músculos derretam pra parar tanta dor (alô, maratona de curitola!), que se o vidro sobe, não desce, se desce, não sobe, mas qualquer coisa com uma buzina paralisante já faz meu dia.

FOOOOOOOOOOOOOOOOOM.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

eu não quero mais escrever

Ultimamente só tenho vontade de reclamar, sabe? PRA QUÊ, não é mesmo? Nunca me conformo com aquela história de que uma vida cocô leva à inspiração. Minha vida tá um cocô e eu só tenho ficado inspirada a lavar roupa e passar aspirador.

Aí assim. Semana passada dois dos meus melhores amigos estavam se casando, um com o outro. Passamos semanas planejando mil coisas e uma semana antes do casamento, a noiva me avisa que eu vou fazer um discurso. Uma semana. U.ma.se.ma.na. Sete dias em que tinha o mundo pra resolver, nem meu vestido estava pronto ainda e eu tive que escrever um discurso.

Ficou um lixo.

Tanto no pessoal pessoa quanto no profissional ô loco eu só falo abobrinha o tempo todo, todos esperava um stand up comedy ali no momento. Só que:

- meu público não é a mãe e a família das pessoas;

- eu não gosto de falar quando o negócio parece de fato um público;

- eu não sei escrever sob pressão.

Sempre achei meio bocó esse povo do “ui, trabalho tão melhor na deadline, adoro pressãozzzzz” se mata, pfv?

Aliás, sabe uma coisa que me deixa mega revolts? A sociedade achar que pode mandar na hora que eu vou almoçar. HAHAHAHAHHA ME DEIXA? SAI? Eu almoço na hora que eu quiser. No dia em que existir a vanessalândia, não vai mais existir ~hora do almoço~ e os restaurantes vão ter que largar de palhaçada e abrir num horário mais amplo. Hora da comiiiidaaaaa. Quer bacon, macarrão, ovo frito? Vai num restaurante. Quer pão, café, requeijão? Vai na padaria.

POR QUE EU NÃO POSSO COMER QUANDO DÁ FOME, SOCIEDADE?

Eu não posso dormir quando dá sono, eu não posso acordar quando o sono acaba, eu não posso ter vida entre 8h e 18h, eu não posso almoçar às 3 da tarde.

Coisa chata.

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Voltando às minhas habilidades literárias inexistentes. Quem acompanhou os anos de colaboradora da capricho sabe: não há qualidade de escrita que sobreviva a prazos, limite de caracteres, tema definido e público específico.

Aí os noivos falaram “ah, eu jurava que ia morrer de rir no seu discurso” e POF. Eu não quero escrever nunca mais na vida.