domingo, 21 de fevereiro de 2016

domingos



Alguns dias são bons. Outro dias são aqueles em que você acorda e acha que tá com dengue.

Uns dias atrás levei uma picada no braço que se comportou de forma estranha e pensei "será que fui premiada com ædes ægípcia?". Mas segui em frente, tem outras alergia, né?

Hoje acordei e, literalmente, estava passando globo rural. Acho um pouco inconveniente isso da parte das pessoas que acham que a gente é obrigada a viver em fusos alterados, porém estava sentindo tanta dor que pensei que era mais tempo pra ficar na cama. Comi, tomei dorfréq, voltei pra cama. Lembrei de um pesadelinho (sim, eu tenho-lhos diariamente) que contarei mais pra frente, senti as dor doer tudo, levantei, chorei, fiz 8 sudokus (sério), dei banho no cachorro, comecei a passar mal no meio do banho, pendurei o cachorro no varal e fui tomar eu mesma um próprio banho, permaneci passando mal, saí de cabelo molhado e despenteado para as ruas, para o hospital, em modo desespero, porque, meldels, era eu, paciente de dengue, vika zírus, chico dunha.

Não era.

Pode ser uma estafa causada por motivos de estudo, mas tá excelente viver.

Desde a hora que saí do hospital estou contando os minutos, porque o remédio que deve me tirar dessa miséria só pode ser tomado INDO FAZER NANINHA. Lógico que tem que ser no dia de 25 horas, que a hora de dormir não chega NUNCA.

*****

Eu acho super suave acreditar que tá com dengue depois do dia que eu tive ontem.

Tava estudando alegremente (não), com muita dificuldade de compreender um conceito de navegação e tal, quando pensei que seria super ok dar play nos episódios da semana de American Idol. Afinal, é uns 80% de música, só ficar ouvindo sem compromisso enquanto a gente lê relatórios técnicos da agência nacional de transportes aquaviários, bem suave.

Só que foi a semana de dueto com antigos idols e meu marido da primeira leva, ♥David Cook♥, estaria lá alegrando minha vida. Então eu me dei de presente parar de ler durante as duas apresentações em que ele participaria, pra ver em tela cheia e no volume máximo.

Tudo ia bem até que, na segunda apresentação, eu.vi.uma.aliança.na.mão.esquerda.

NOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

Como assim? Quando foooooOoOooOOi? Como lhe dar com David Cook indisponível para relacionamento de amizade ou algo mais????

Eu tenho esse problema mental e me abalei psicologicamente com esse fato. Voltei a estudar pra esquecer, porque realmente muito relevante uma celebridade praticamente desconhecida, de outro país, estar casada.

Aí quando meu relógio me avisou que eram 23h, hora de parar de estudar, fui tomar um banhinho, fazer meia dúzia de sudokinhos, afofar meu cachorrinho e tal. Quando voltei pro quarto e eram, minha nossa, onze hora da noite AINDA, eu pensei "vou assistir um seriadinho com essa hora extra, não tem erro".

Inclusive as madame que curtiu a bizarrice de Stitchers, tejem avisadas: Second Chance. Mema ideia imbecil de trazer gente morta à vida, só que diferente. Tô curtindo +qd+, talvez, não sei, pelo ator principal.

*covíneas*

Tava pensando aqui que ele tem fortes chances de ser o topo da lista de maridos do ano que vem, fui no youtube olhar entrevistas da pessoa, pra ter certeza de que não vem a ser babaca e: britânico. Apashonei instantaneamente, tava tudo bem, aí ele diz que é muito apahonadíssimo pela namorada e eu CATAPLOF.

NUM VAI SOBRAR UM CELEBRIDADO SOLTEIRO, É ISSO?

E, obviamente, Rob aí em cima é o que? Isso mesmo, mais novo que eu. Todo mundo é, aparentemente. Vou ter que abrir um berçário. 

Bom, fui dormir, né? O que mais havia de dar errado?

Pois tava eu dormindo, quando me aparece o irmão do crush do momento, aquele que mal adquiriu o direito de comprar cerveja em países da América do norte. Ni qui eu fico muito chocada, pois, teoricamente, não devo reconhecerlho para não admitir o stalk. Só que ele me reconhece e avisa que o boy já tá chegando pra falar comigo e tal. Tô lá sentada na minha mesa do trabalho, que na verdade fica na casa da minha avó que já morreu há mais de 10 anos (e em cuja casa eu não vou há uns 15), aí me chega o boy com uma reluzente aliança na mão direita.

- fiquei noivo!!111 achei que já tava na hora depois de um ano de namoro.

Tenho um troço e derrubo o suco de uva todo no chão (eu não bebo suco de uva, sei lá de onde veio essa referência), ele vai me ajudar a limpar e eu não consigo explicar o motivo do meu desespero, porque né? Nem na vida real nem em sonho a gente tem condição de contar pra um boy 23 anos mais novo que tá amando e que quer viver essa loucura aí.

Passei o resto do sonho tentando compreender como minha vida chegou nesse ponto e o infeliz não saía do meu campo de visão, com sua reluzente aliança dourada de noivado.

SAI DAQUIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII.

Acordei com dengue imaginária e não sei qual das duas coisas dói mais.

(Dói saber que amanhã vou verlho e não poderei apertarlho para tirar essa imagem da minha mente, isso sim.)

*****

Hoje, enquanto convalescente, só me restou ver tv. Tava assistindo os TBBT atrasados, ni qui chego no episódio de valentine's day, em que a Penny não consegue seduzir um jovem e ele ainda dá a entender que ela é velha. Ela diz que acha que os dois têm praticamente a mesma idade e ele ri sarcasticamente. Ela então pergunta "quantozano cê tem, fi?" e ele responde VINTEUM.

Ela tem quantos? ISSO MESMO.

E aí eu acho que é o universo me mandando um sinal sutil: MÁ É NUNCA QUE VAI PARECER QUE CÊIS TEM A MESMA IDADE NUMA EVENTUALIDADE DE ANDAR DE MÃO DADA, MIGA. Ou outro sinal sutil: MÁ É NUNCA QUE UM BOY LINDO E JOVEM VAI QUERER UMA VÉIA CAPENGA QUANDO ESTÁ NA IDADE PERMITIDA DE PEGAR LINDAS BELAS JOVEM COM METADE DA SUA IDADE, KIRIDA.

Difícil colocar isso na cabeça, especialmente numa semana que várias pessoas vieram me falar que acham engraçado como ver o boy do meu lado me faz parecer mais nova ainda e incrusível uma pessoa chegou a achar que a gente tinha 2 anos de diferença.

Fico aqui nesse eterno sofrer, mas pode ser só febre.

Ou olho gordo, porque sexta eu peguei deliciosas piscininha e consequentes bronzeados.

ME AJUDA, DELS.

HEH





PS: analisando essa cadeia hereditária essa foto do ~Rob~, muito me parece com a cara que o crush terá quando for adulto. SEGURA NA MÃO DEDELS E VAI.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

trá trá trá trá trá

(as que comandam vão no trá, pega metralhadora)


I

Eu tenho pesadelos desde sempre. Minha mãe nunca deu bola, porque ela acha que pesadelo é sonhar com monstros e trevas. Eu, por minha vez, acho que sonhos angustiantes e ruins em geral são pesadelos. Se me incomoda, é pesadelo. 

E eu acho que tenho aquele terror noturno, mas não vou ler a respeito pra saber, né, mores. Eu acordo frequentemente sem saber onde estou e eu só durmo fora do meu quarto quando não estou na cidade onde eu moro. O que é: quase nunca. Também não é raro acordar com a sensação que tinha alguém dentro do meu quarto ou ~em cima~ de mim ou da minha cama, de forma não prazerosa.

Ousseje, por mais que eu ame dormir e faça isso muito bem, rola uma tensão existencial no rolê.

II

Eu tenho dores. Pessoas já acharam conveniente me dar apelidos por conta das dores, as pessoas acham que é engraçado, que estou competindo, sei lá. Mas dói a cabeça, dói cada órgão dentro da minha pança, doem minhas articulações.

DÓI.

Algumas vezes dói dormindo e a dor atravessa o sonho. Porque eu sinto tanta dor, tanto tempo, que meu cérebro já não me acorda mais pra eu tomar um remédio ou uma atitude. Ele aceita a dor e incorpora na coisa toda, que é pra ficar legal.

III

Aí eu tava lá dormindo, mas não tava ligada que tava dormindo, sacomé? Às vezes eu não me dou conta que estou pesadelando e aí, mermão, que delícia.

Pois eu estava trabalhando. As pessoas eram do trabalho atual, mas o escritório era de um trabalho de DEZESSEIS ANOS atrás. Tava lá de boa vivendo, entrou uma pessoa na minha sala e atirou algumas vezes na minha barriga.

Atirou de tiros mesmo. Bala. TRÁTRÁTRÁTRÁTRÁ.

Eu sentia a dor, mas não tinha coragem de olhar pra baixo. Só coloquei a mão esquerda sobre o buraco da bala, porque a dor era grande demais. Todo mundo saiu correndo e me deixou sozinha e o que eu pensei? PRECISO ARRUMAR ESSAS GAVETAS, pra não deixar nada pendente.

Na vida eu realmente sou a louca da arrumação, mas putaquelamerda? Você lá com seis bala no bucho e arrumando gaveta? Façavor. Também tem a claríssima referência que todo mundo ca-gou para o evento e eu fiquei lá sozinha na sala arrumando gavetas enquanto baleada. Plausível.

Só que nas gavetas tinha o que? Isso mesmo: roupas. Aí eu comecei a pensar "poxa, que pena essas roupas que nunca usei e agora vou morrer sem ter a oportunidade de usar".

AHAHAHHAAHAHAHAHA A COERÊNCIA DA MORIBUNDA.

Aí eu fiz o que qualquer pessoa sã faria. Separei a roupa pro meu próprio enterro e deixei um bilhetinho avisando que era pra não morrer sem usar e ri da própria impossibilidade da coisa. Muito bem humorada.

Então eu pensei "mas será que não seria conveniente, sei lá, chamar uma ambulância?". Pedi pra secretária que eu não vejo desde 2001 ligar pro 190, por gentileza. Peguei meu telefone pra ligar pra minha mãe, pra dar as boas novas, porém não foi possível, porque a essa altura eu estava tendo dificuldades pra respirar.

Também não é raro eu sonhar que não consigo respirar, porque meu nariz costuma entupir à noite e demora um pouco pro meu cérebro compreender que eu preciso acordar, levantar, tomar remédios, etc.

Mas eu estava lá, com uma dor excruciante na barriga, com falta de ar e chega o que? Chega gente pedindo informação. Mostro o rombo da bala, aviso que não estou conseguindo respirar e aponto onde estão as pessoas que podem ajudar, mas ninguém me deixa falar, você tem que ajudar sim, que má vontade. E eu morrendo de verdade a essa altura. Pensando bem suave: agora vou saber o que acontece depois que a gente morre. 

Nisso toca o alarme de incêndio e meu único pensamento vem a ser: FODEOOOO, porque nunca que eu vou conseguir descer 21 andares nessa situação miserável.

Alguém me pega pela cintura e sai me carregando. As escadas magicamente se transformam numa rampa em espiral. Policiais surgem do nada, armados, pra escoltar a mim e a quem quer que seja que está me carregando e, ao mesmo tempo, perseguem quem atirou em mim.

Chegamos no hall do prédio e bandidos são abatidos pela força do pensamento quando damos de cara com eles. As armas caem, eles caem, cai todo mundo, enquanto um carro espera por mim, no que parece ser um beco. Vou andando até lá com dificuldade, pensando "não vejo a hora de estar na maca da ambulância, com uma máscara de oxigênio na minha cara, ar entrando nos meus pulmões e eu podendo desmaiar em paz".

Acordo sem ar e com uma cólica lancinante.

Vou rindo até a cozinha, onde vou pegar 38 comprimidos antes de voltar a dormir porque, VOU FAZER O QUE?


(Chorar parece adequado.)

*********

IV

Em assunto absolutamente não relacionado, a menos que a gente considere pesadelar acordado como uma ponte nos assunto, tem a saga do underaged boy.

Pois eu tava morrendo de dor de cabeça (cê jura), de modos que tava impossível viver. Sentei no sofá da sala com os braços pra cima, pedindo pra jesus me levar, enquanto minha mãe estava assistindo Project Runway no E!, porque minha irmã tinha largado nesse canal depois de ver Kardashians D:, e eu fiquei ali, meio sem condição de existir, só contemplando a existência da tv.

Aí veio o intervalo e passou uma propaganda de uma série chamada younger, propaganda essa que não acho nem por um decreto. Mas o barato é o seguinte (do que eu pude entender): a pessoa tem 40 anos e mente que tem 26 pra conseguir um trabalho. Consegue também um boy, né? Boy JOVEM. Aí ela conta pra ele que tem 40 anos e rola todo um desespero, porque o infeliz acha conveniente começar com aquela conversa maravilhosa "quando você tinha 20 anos eu tava no prezinho". 

ACHEEEEEI CARAIOOOOOOOOOO!!11 Tem que ver a partir do segundo 42, porque o youtube não cola direito essa bagaça. Sério, pula pra 42 segundos agora.


- quando eu tinha 16 você tinha.......... TRINTAAAAAAAAA!!1111!!11
- é, é isso memo, a gente sempre teve CATORZE ANO DE DIFERENÇA.

hihihihihihihihihihihi

Achei profético? Porque, né? NÉ?

Inclusive essa semana tá recheada de lindas conversa.

- isso aconteceu faz tanto tempo que eu acho que cê tava na quarta série.
- que ano foi?
- 2002.
- então eu tava na segunda série.
- EU ESTAVA ME FORMANDO NA FACULDADE, MAS TÁ TRANQUILO, TÁ FAVORÁVEL.


E assim vamos nesse sofrimento chamado vida.


Eu juro que uma base de umas 38 vezes por dia eu me pego pensando "num viaja, fia, tem nem chance de isso acontecer fora do plano das ideias". Mas aí a pessoa vem com aquele sorrisinho de ladinho que JESUS AMADO ME PROTEJA E ME GUARDE QUE NÃO TÁ SENDO FÁCIL.

Posso inclusive garantir que o mini (MAXI) bofe é uma unanimidade, porque já tem genteS inventando desculpa pra aparecer casualmente apenas para ficar apreciando a beleza alheia. Num julgo, né? Sorte minha que num preciso de desculpa pra fazer a mesma coisa.

E é isso, gente.

Agradeçam que vocês não são eu ou que vocês não têm 95 anos.

:*

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

vaneça pessoa

Se as outras pessoas sequestram minha personalidade e escrevem como se fosse eu, pensei: por que não escrever como se fosse ozotro, não é mesmo?



Porque, gente, coerência pra escrever aqui: não está tendo. Estou gastando toda a capacidade mental de tirar palavras do nada pra transformar éter em dissertação.

Inclusive lembrei do tema do próximo vídeo. Veja bem, não é que eu QUEIRA fazer um vídeo (apesar de ninguém ter me chochado, o que foi ótimo, e pessoas terem realmente ASSINADO O BENDITO CANAL), mas é que o sangue italiano às vezes impede que eu fale sem usar as mãos. Pra isso o vídeo. Mas vamos ver, né? As pilhas da minha câmera tão de palhaçada, no meu celular não tem espaço suficiente, esses problemas característicos de primeiro mundo.

Inclusive em assunto não relacionado eu tô chocada que a palavra "chochar" existe e vem a ser escrita com CH.

*****

A vida melhorou bastante, num contexto geral, apesar de continuar sendo uma grande merda enquanto existência. A alegria de janeiro (todo ano) e do momento atual que estou vivendo é que se trata de um mês que a cota de babaca com quem sou obrigada a conviver reduz drasticamente. O inconveniente é que ainda existem prazos, doenças crônicas, provedores ruins de internet e barras de windows travadas. Dos males, o menor.

*****

Inclusive toda essa condição estranha de vida sempre traz uma palavra pro fundo do meu cérebro.

Não sei se já falei sobre isso aqui, mas eu tenho esse problema mental que funciona assim: sabe quando uma música gruda na sua cabeça (inclusive, VAI CAGAR WESLEN SAFADÃO)? Na minha, às vezes gruda uma palavra ou uma frase. Exemplo? Tinha uma comunidade no orkut chamada "maldade inata do ser inanimado". Não lembro o que caramelos aconteceu um dia e alguma das minhas tralhas se moveu sozinha, caiu e quebrou. De modos que meu cérebro imediatamente pensou: maldade inata do ser animadinho. GENTE, e pre tirar isso da cabeça? Até hoje, um vento bate e um catavento roda, tô lá eu com essa sentença pregada na cabeça.

Tem outro problema mental que consiste de ter aversão a algumas palavras. AVERSÃO. Não posso ler ou escutar e, definitivamente, pronunciar. É tipo azeitona enquanto comida. Não dá. Se alguém profere, eu escuto como ofensa pessoal e você pode saber que é meu íntimo se eu falar "cê tem apego a essa palavra? PODE NÃO USAR NA MINHA PRESENÇA?????" Entre a pessoa e a distância da palavra, sempre escolherei a distância da palavra.

É tipo quando alguém raspa a unha na lousa ou qualquer coisa que te dê vontade de virar do avesso e tal.

Eu tenho a maluquice das palavras.

*****

Então eu tava um dia na escola e ouvi pela primeira vez a palavra niilismo. Quando eu ouvi a explicação, só pensava "zuêra, cara, não pode se". Como que alguém cria a ode ao nada? Como que alguém sente esse nada?

Aí eu fui pra casa e deitei na minha cama e fiquei umas boas quatro horas olhando pro teto, pensando nessa palavra e nesse movimento (adoro a ideia de uma coisa ser um movimento pra exata falta de). De repente me dei conta que eu era um receptáculo do niilismo e que essa sensação zoada que eu sinto com uma certa frequência é uma vontade de reduzir ao nada ou de não-existir.

A maioria dos meus dias é um grande amontoado de vários nada, parece que eu tô sempre no dia da marmota e sempre tô de volta no despertador tocando, aquela tristeza de não estar mais dormindo, acorda, luta contra a cara feia, a figura feia, o cabelo feio, contra a ansiedade desgracenta que não me permite simplesmente sair de casa sem ter um princípio de infarto toda manhã, vai pro trabalho horrível, senta lá por horas, estuda, vai pra academia, passa no mercado, volta pra casa, come, limpa, estuda, sente nada, toma banho, dorme e repete. 

Então às vezes eu tô fazendo uma dessas tarefas automáticas e penso QUAL É O OBJETIVO? Não dá pra simplesmente deixar de existir e abreviar esse amontoado de nada?

Porque, além de tudo, tem 83 mil vozes na minha cabeça e nunca estou no absoluto silêncio (a não ser quando eu medito, leio por entretenimento ou lavo louça e só a última atividade está disponível no momento). Então eu oscilo entre amor e ódio pela música, porque às vezes só ela apaga a falação, mas outras vezes eu preciso ouvir.

E aí meu eu interior muda do completo nada pro significado número 3 para niilismo no houaiss: total e absoluto espírito destrutivo, em relação ao mundo circundante e ao próprio eu. Tipo pensar em quais seriam as consequências de tacar o carro no poste comigo dentro e me preocupar mais com o poste e o carro que comigo.

(Num precisa vir o bonde do psiquiatra, é uma coisa absolutamente normal pra quem tem probleminha pensar. Mas não passa do campo das ideias, pois DEVOTA DE SÃO PLATÃO.)

Falando em Platão, há males que vêm pra bem e uma pessoa cuja aparecência na minha vida causou o pensamento "lá veeeem o maaaaaaaarcos" "mas não é como se eu já não tivesse problema demais" e hoje a pessoa é meique a solução. Eu penso "mas que bosta de dia" e aí chega o cerumano e eu penso "ok, aceitando viver neste momento". Tá ali só de enfeite, mas pra quem não tem apego com a existência nesse momento, o negócio é considerar qualquer coisa.

*****

Faltou inserir aqui um filme pedante que ninguém com menos de 90 anos assistiu e falar deles como se fosse "uma linda mulher", que ABSOLUTAMENTE QUALQUER TERRÁQUEO pegaria a referência, mas eu realmente não estou tendo tempo nem pra fingir pedância. Se puder falar de american idol, aí já resolve o problema, porque dá pra deixar no segundo plano enquanto leio sobre o eloquentíssimo AGRONEGÓCIO BRASILEIRO. 

Mas, no caso, por enquanto é isso.

Não morri e não deixei o blog forevis.

Apenas temporariamente fazendo ode interna ao nada.

:)


desintegrando.jpg