terça-feira, 30 de dezembro de 2014

december again

Não que eu deva satisfação, mas eu odeio essa época do ano e é por isso que tô aqui recolhida na minha insignificância.

Odeio a vibe amor ao próximo que acende lá pelo dia 10 (e apaga completamente dia 26 ou na fila do supermercado ou no estacionamento do shopping). Não que eu odeie amor ao próximo, mas quem é assim é no ano inteiro, não precisa de mimimi de natal. Não suporto essa obrigação de com quem e de onde.  Eu vou estar passando sozinha, na minha casa, nas mesmas condições que eu passo a vida, ué. "Ai, gente, mas é natal". E O QUICO? Se não quer me ver dia 4 de maio, dia 12 de julho, dia 23 de novembro, que diferença faz, meus amigos? Nenhuma. Milarga.

Odeio o calor que está e a dificuldade que isso impõe ao processo de trocar de roupa, pentear o cabelo, locomover-se até qualquer lugar usando qualquer meio de transporte e, necessariamente, sair feia em todas as fotos porque eu fico mais feia ainda no calor.

Odeio a "ode ao ano novo", porque só passa um dia e você vai continuar bocó igual, preguiçoso igual, feio igual, encalhado igual. Essa necessidade de se enfiar num lugar onde tenha água, salgada especialmente, e infernizar todo mundo que não compartilha desse delírio coletivo, meu deus do céu, que insuportável.

Detesto a ideia de metas ou sei lá como vocês chamam esse negócio, resolução? Mas que caceta, faz hoje? Quer comer menos? Come menos hoje, ué. Quer ser uma pessoa melhor? SEJA HOJE. Quer botar um plano em prática? H.O.J.E. Não é segunda, não é mês que vem, ano que vem, amanhã. Acho de uma babaquice sem fim. Faz mas não me conta. Já serve.

Detesto balanço de fim de ano, caaaara. Em casa eu não consigo atender às expectativas das pessoas, nem do meu cachorro, que provavelmente me ama mais do que minha mãe. No trabalho, mesmo sendo o meu (pouparei adjetivos) é impossível atender às expectativas até das pessoas mais tapadas. As minhas próprias HAHAHAHHAHAHA, já diria Pink, I'm my own worst enemy. Vou botar mais pressão aí? Ai, tenho que ir pra academia, estudar, ganhar mais, arrumar um relacionamento significativo, adotar um animal, arrumar a cama todo dia (fora o relacionamento significativo, para o qual não dou um cocô mole, já tenho tudo isso aí, cara, vou parar onde?).

Eu tô só aqui eternamente grata porque não moro na praia, mas moro perto o suficiente pra todo mundo sumir. Minha família achou lugares mais interessantes pra passar essa época e minha maior dúvida de figurino pras "noites importantes de dezembro" é qual pijama tá limpo (todos) e qual temperatura tá a água do banho e se tá conectando o netflix no playstation e se não caiu o on demand da tv a cabo (todos dramas reais do natal e véspera).

Fora isso, os nuggets tão no forno, a roupa tá lavada, a casa tá limpa e silenciosa e eu só tenho que me preocupar com vida social de novo no meio de janeiro.

Feliz mais um dia pra vocês.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

the power of love

(este não é um post triste)

o mais ridículo foi essa ibagem pular
na minha cara quando eu cliquei na aba do
 tumblr por engano, em vez de clicar no flickr


Gente, de vez em quando vocês se assustam com o poder que uma pessoa exerce sobre você?

*****

Sinto a necessidade de explicar: não é como se você fosse tomada por um feitiço do réuri póter ou possuída pelo alexandre-d'a-viagem (donde deriva o adjetivo "alexandrado") nem nada disso, é aquele típico comportamento de imitar o que o objeto do amor faz, porque, sei lá, cê admira tanto a pessoa que quer que ela te admire de volta sendo igual a ela e etc.

Eu sei que bato na tecla dos meus amores platônicos aqui com tanta frequência que todo mundo já até perdeu a conta, mas são os mesmos cinco indivíduos sendo representados por uma ou outra característica, de modos que parece que eu tenho toda uma lista de homens interessantes e ó, só de refazer as contas aqui, já reparei que tem um que eu nem lembro mais que existe.

Pra ser bem sincera, daqueles que eu sei que nunca vai acontecer nada, tomei tanta distância que eu simplesmente nunca mais vi. Tem um que mora na mesma cidade, frequenta os mesmos lugares e nunca.mais.encontrei. É o poder do pensamento construtivo, né? Se não vai me levar a lugar nenhum, se não posso ter, se começa a fazer mal, melhor cortar.


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Mas tem um indivíduo que sempre me faz rir quando aparecem filósofos de internet compartilhando aquele vídeo do "você nunca amou". Amei sim, cara. Eu tentei muito me enfiar na vida de uma pessoa, tentei adaptar minha personalidade aqui, ali, virar uma pessoa melhor, de acordo com a filosofia alheia. Até que um dia eu entendi que não tinha o que eu fizesse pra SER essa pessoa (que eu nem sei se ele queria, sejemo franco), e que não tinha como eu fazer esse indivíduo feliz, então eu fui recuando meu time lentamente. Um dia eu entendi que tinha alguém que veio pronta de fábrica com tudo que eu estava querendo inventar e acho que percebi antes dele que ele estava amando. Peguei meus bonequinho tudo e tirei o time completamente do campo. Se isso não é amor, não sei mais o que é.

Apesar de que sempre me intriga um pouco esse limbo em que a gente fica quando uma pessoa querida (ou amada) encontra outra e tudo parece forçado e desrespeitoso, até que a única solução eficiente é sair de cena mesmo. 

O triste é saber que você não é assim tão indispensável pra felicidade do outro, que tem alguém ali num patamar bem mais alto que o seu, que vem primeiro e que provavelmente ficará pra sempre - ao contrário de você.

Triste também é sair de uma situação de amizade intensa (porque pra mim é assim que nasce o amor) pra uma situação de completa indiferença. E, nesse caso específico, uma montanha russa disso, já que a coisa se arrasta há anos e a cada namorada nova é um tombo no abismo de um tempo que vinha sendo um voo alto.

E eu fico lá esperando o dia em que eu vou poder voltar a ter um pedacinho da pessoa. Talvez não seja amor, seja idiotice, não descarto a possibilidade. Mas, veja bem, eu não espero migalhas de atenção ou sinais de que finalmente o amor dele será meu. Eu espero é pelas bobagens que fazem com que essa pessoa povoe meus pensamentos amorosos por essa quantidade de tempo que já parece infinita.

De vez em quando eu esqueço, porque eu não sou assim tão bocó. Não é como se eu ficasse aqui fazendo simpatias e sonhando com o amor que nunca vem. Aliás, se tem uma coisa que eu não suporto na ficção é a capacidade de as pessoas, especialmente mulheres, mendigarem amor de quem não sente nada por elas. De tramarem contra as amadas de seus amados, pra que eles caiam como patetas em seus braços. Pelamor, né? Eu quero alguém que me olhe como uma coxinha com catupiry recém frita na hora do almoço.

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Mas aí tem essa pessoa que não tem nada a ver comigo, por quem eu não consigo me desapaixonar. Me apaixono também diariamente pelo menino que vi na rua, pelo vendedor de camiseta que ficou tão interessado em mim que até agora não consigo entender (não entendo também porque não dei meu facebook pra ele, por exemplo), me apaixono pelo sueco que vem pro Brasil de 6 em 6 meses e pelo cara da academia que além de maaagro é mais feio que bater na mãe e me apaixono pelo cara que tem 34 anos, mas parece que tem 45 só porque ele tem um sotaque bonitinho. E me apaixono por personagens de ficção e por cantores e por gente que era jovem 8 décadas atrás (juro) e por gente que era jovem 20 anos atrás e por gente que é tão jovem que é quase ilegal (mentira). E me mantenho apaixonada pelo moço com quem eu teria 37 brigas por fim de semana, quando ele quisesse pular de paraquedas e eu quisesse fazer maratona de seriado no netflix.

E tem dias que eu acordo questionando coisas que nem me incomodam e me punindo por coisas que não me afetam, porque eu sei o que ele pensa a respeito. É como se alguns dias ele virasse a voz da minha consciência. E tem dias que eu planejo coisas que são muito legais mesmo, mas que eu nem pensaria em fazer se ele não tivesse despertado em mim o interesse, mas eu faço com pessoas que não são ele, porque ele não está disponível.

Dias em que ele fala comigo por cinco minutos, sobre a coisa mais boba do universo - mas que sempre me faz rir - e aí eu penso que se eu amolho é porque a gente consegue rir junto de bobagens que são realmente muito bobas e eu passo o dia com cara de pateta cada vez que eu penso nisso e me dou conta que não tem o que eu faça, não tem o que ele faça, não tem incompatibilidade no mundo que seja capaz de apagar esse menino do meu coração.

Fuén.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

eleanor, park e a maldição dos finais insatisfatórios

Já vou avisando as madame que esse post vai ter spoiler, muito spoiler, spoiler até da última página do livro, então não quero mimimi.

Então eu vou fazer uma das coisas que eu mas odeio no mundo, mas que sempre faço quando o spoiler vai comer solto, vou botar um ~leia mais~ aqui embaixo.

*****

Foi só depois de adulta (velha) que eu comecei a ter coragem de deixar livros no meio, filmes sem terminar, essas coisas. Mais recentemente eu parei de convidar as pessoas pra irem ao cinema comigo ou pra assistirem coisas que eu alugo na locadora (literalmente, não tô nem falando de downloads) e passei a DAR livros. Dar. eu nunca nem emprestei livros na vida, imagina dar, gente. Outro dia passei num café e dei uns 4 livros lá, porque as capas eram bonitinhas e combinariam com o ambiente, porque as histórias, mddc, uma pior que outra. 

Porque eu sou muito chata com finais. Se o negócio começa bem, tem um ótimo meio mas um fim ruim ou blé, eu acho que a coisa toda não valeu meu tempo despendido. 

Aí eu vi quinhentas mil blogueiras recomendando eleanor & park (eu mereço por ainda acreditar em blogueiras em 2014), amigos, sites, livrarias, capa bonita, etc, comprei. E tava lendo e achando tudo ótimo até que acabou.