sexta-feira, 11 de novembro de 2011

eu não quero mais escrever

Ultimamente só tenho vontade de reclamar, sabe? PRA QUÊ, não é mesmo? Nunca me conformo com aquela história de que uma vida cocô leva à inspiração. Minha vida tá um cocô e eu só tenho ficado inspirada a lavar roupa e passar aspirador.

Aí assim. Semana passada dois dos meus melhores amigos estavam se casando, um com o outro. Passamos semanas planejando mil coisas e uma semana antes do casamento, a noiva me avisa que eu vou fazer um discurso. Uma semana. U.ma.se.ma.na. Sete dias em que tinha o mundo pra resolver, nem meu vestido estava pronto ainda e eu tive que escrever um discurso.

Ficou um lixo.

Tanto no pessoal pessoa quanto no profissional ô loco eu só falo abobrinha o tempo todo, todos esperava um stand up comedy ali no momento. Só que:

- meu público não é a mãe e a família das pessoas;

- eu não gosto de falar quando o negócio parece de fato um público;

- eu não sei escrever sob pressão.

Sempre achei meio bocó esse povo do “ui, trabalho tão melhor na deadline, adoro pressãozzzzz” se mata, pfv?

Aliás, sabe uma coisa que me deixa mega revolts? A sociedade achar que pode mandar na hora que eu vou almoçar. HAHAHAHAHHA ME DEIXA? SAI? Eu almoço na hora que eu quiser. No dia em que existir a vanessalândia, não vai mais existir ~hora do almoço~ e os restaurantes vão ter que largar de palhaçada e abrir num horário mais amplo. Hora da comiiiidaaaaa. Quer bacon, macarrão, ovo frito? Vai num restaurante. Quer pão, café, requeijão? Vai na padaria.

POR QUE EU NÃO POSSO COMER QUANDO DÁ FOME, SOCIEDADE?

Eu não posso dormir quando dá sono, eu não posso acordar quando o sono acaba, eu não posso ter vida entre 8h e 18h, eu não posso almoçar às 3 da tarde.

Coisa chata.

*****

Voltando às minhas habilidades literárias inexistentes. Quem acompanhou os anos de colaboradora da capricho sabe: não há qualidade de escrita que sobreviva a prazos, limite de caracteres, tema definido e público específico.

Aí os noivos falaram “ah, eu jurava que ia morrer de rir no seu discurso” e POF. Eu não quero escrever nunca mais na vida.