quinta-feira, 18 de outubro de 2012

when it rains on the beach




Aí você está lá bradando contra o casamento (só pra variar, só quando já deveria ter parado de falar sobre isso, só quando deveria ter parado de falar at all) e lembra que tem que devolver um filme na locadora.

Vocês vão andando até lá e quando tira o filme da bolsa já prevê a catástrofe que será quando o interlocutor perceber que na capa se lê “CASA COMIGO?” em letras bem gigantes.

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Em evento totalmente não relacionado, que coisa cocô é tensão emocional nos nossos entretenimentos televisivos, totalmente não condizentes com a realidade, esta é uma obra de ficção e qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência, não é mesmo?

Não chega a ser um pouco decepcionante o tanto que as historinhas são repetidas nos filmes? Não é deprimente pensar que esse tipo de coisa nunca acontece na vida real?

Tipo a moça de princípios que está quieta, minding her own business, mas o roteirista maneiro foi lá e colocou um moço comprometido pelo sagrado matrimônio no seu caminho. E ela tenta ser uma alma boa, tenta evitar a catástrofe o máximo que pode, tenta prosseguir na missão de ir pro céu, mas o moço não está lá muito ligando pro estado civil, porque o roteirista deu-lhe razões para (quem nunca?), de modos que fica tudo assim meio nebuloso no universo.

Como em qualquer história de roliúde que se preze, a outra parte do consórcio vem a ser uma bruxa, o que facilita um pouco as coisas, mas não tem filme da sessão da tarde sem aquela enrolaçãozinha no último terço, pra fazer a moça de princípios se descabelar, o mocinho bocó repensar o que deve fazer da vida e a bruxa parecer que vai se safar na história.

E sempre tem aquela ceninha estúpida, em que a plateia inteira pensa “agoooooooora vai”, porque não é possívio, né? A cara dos dois está ali a míseros centímetros de distância, por que ninguém faz nada?! Se fosse no mundo real, NUNCA que essa oportunidade seria desperdiçada! Mas não vai e cada vez que você pensa no assunto você fecha ozolhinho e faz cara de constrangimento porque haja clichê nessas porcaria de filme que passam por aí.

Nesse momento, o mocinho vai pro aeroporto entrar num avião (cejura) e olha, vamo dar pause nesse filme porque eu tenho assim um pouco de pavor de saber o final.

(A mocinha não correu atrás de ninguém no aeroporto, só pode ser mau sinal.)

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E esse nem foi um spoiler do filme acima, brigada.

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Fim.


[Acontece no blog, fica no blog :)]