Aí você está lá bradando
contra o casamento (só pra variar, só quando já deveria ter parado de falar
sobre isso, só quando deveria ter parado de falar at all) e lembra que tem que devolver um filme na locadora.
Vocês vão andando até lá
e quando tira o filme da bolsa já prevê a catástrofe que será quando o
interlocutor perceber que na capa se lê “CASA COMIGO?” em letras bem gigantes.
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Em evento totalmente não
relacionado, que coisa cocô é tensão emocional nos nossos entretenimentos
televisivos, totalmente não condizentes com a realidade, esta é uma obra de
ficção e qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência, não é mesmo?
Não chega a ser um pouco
decepcionante o tanto que as historinhas são repetidas nos filmes? Não é
deprimente pensar que esse tipo de coisa nunca acontece na vida real?
Tipo a moça de
princípios que está quieta, minding her own business, mas o roteirista maneiro
foi lá e colocou um moço comprometido pelo sagrado matrimônio no seu caminho. E
ela tenta ser uma alma boa, tenta evitar a catástrofe o máximo que pode, tenta prosseguir
na missão de ir pro céu, mas o moço não está lá muito ligando pro estado civil,
porque o roteirista deu-lhe razões para (quem nunca?), de modos que fica tudo
assim meio nebuloso no universo.
Como em qualquer
história de roliúde que se preze, a outra parte do consórcio vem a ser uma
bruxa, o que facilita um pouco as coisas, mas não tem filme da sessão da tarde
sem aquela enrolaçãozinha no último terço, pra fazer a moça de princípios se
descabelar, o mocinho bocó repensar o que deve fazer da vida e a bruxa parecer
que vai se safar na história.
E sempre tem aquela
ceninha estúpida, em que a plateia inteira pensa “agoooooooora vai”, porque não
é possívio, né? A cara dos dois está ali a míseros centímetros de distância,
por que ninguém faz nada?! Se fosse no mundo real, NUNCA que essa oportunidade
seria desperdiçada! Mas não vai e
cada vez que você pensa no assunto você fecha ozolhinho e faz cara de
constrangimento porque haja clichê nessas porcaria de filme que passam por aí.
Nesse momento, o mocinho
vai pro aeroporto entrar num avião (cejura) e olha, vamo dar pause nesse filme porque eu tenho
assim um pouco de pavor de saber o final.
(A mocinha não correu
atrás de ninguém no aeroporto, só pode ser mau sinal.)
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E esse nem foi um
spoiler do filme acima, brigada.
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Fim.
[Acontece no blog, fica
no blog :)]