terça-feira, 16 de outubro de 2012

os passeio tudo




Os passeios do primeiro dia em Dublin cumpriram todas as etapas da checklist. De modos que o que viesse depois seria lucro. E foi lucro mesmo. Apesar do clima biruta da cidade: garoa, venta, esfria, some nuvens, esquenta, venta, esfria, garoa de novo... não choveu mais. E em tudo que foi lugar deu pra tirar fotos com céu azul.

Apesar de eu ter anotado, é bem provável que eu esqueça algum lugar.

Porque você está ali aproveitando as coisas lindas que tá vendo pela primeira vez na vida e, sinceramente, o interesse maior era guardar aquilo tudo na cabeça pra mim, muito mais que contar pros outros.

Mas tem bastante passeio que eu marquei na listinha hahaha.


Trinity College


Disk é lá que fica o livro mais antigo do mundo, the Book of Kells. Eu não fui ver. Pra ser sincera, quando passei lá, não sabia do livro, eu só queria ver a arquitetura mesmo. Aí resolveram cortar a grama do local e mesmo minha alergia estando muito mais amena, eu não queria morrer na Europa. Tive que ir embora.


Grafton Street



Cêis já assistiu aquele filme LINDO “Once”? Eu assisti e caí no amor. Provavelmente o único filme sem final feliz que eu gosto. (Não é trágico o final também, não é spoiler.) Pois eu sabia que o filme tinha acontecido em Dublin, só não sabia onde. E foi nessa rua. Que, meldels, é linda duns 30 jeitos diferentes. Tem lojinhas com chocolate delícia, tem lojas de rica, loja da Disney, peruanos tocando flauta, estátua viva, porteiros de loja super fofinhos, bandeirinhas e é tudo amor. Eu queria morar lá.


Stephen's Green Shopping Centre


No fim da Grafton Street tem esse shopping que Curitiba copiou descaradamente. Mais uma das coisas trabalhadas no control C da Irlanda. Lugar marlindo, acabei só vendo por dentro porque precisava ir ao banheiro hahahaha. Só procês saberem, pra ir na casinha tem que pagar. Achei deselegante, apesar de lindo.


St Stephen's Green


Atravessando a rua em frente ao shopping, tem o parque. Cuja entrada é ingoal à do Passeio Público em curitola. Sabe?

Gente, o que era esse parque? Todas as cores de flor, gazebos, animais com pena, caminhos, árvores, lagos, fontes... tudo lindo. LINDO.

Ficamos horas andando por ele, até chegar do lado oposto, pra dar voltinhas pela cidade. O melhor foi a hora em que encontramos o encantador de patos, que estava com um flango uma pomba no braço, vários patos em volta e passava a mão no pescoço de um cisne gigante. Depois de um tempo, o tio enjoou de ficar ali mexendo nos cabelos do cisne e foi fazer um movimento poético pra pomba voar do braço dele. Sabe um impulso pro troço voar? Pois a pomba nem tava a fim e se jogou no chão igual uma pedra e a gente riu meia hora porque foi muito engraçado, eu juro.

Tem outro filme que tem uma cena nesse parque, o Leap Year. Que eu assisti depois de ter voltado e derramei uma lágrima quando reconheci a paisagem. É um lugar que vale a pena ir com tempo, vos digo isso.


Saint Patrick’s Cathedral


Nada, nada que eu tenha visto nessa vida me prepararia pra esse momento. Eu amo igrejas, a história, a arquitetura, a vibe medieval. Uma igreja em Dublin tinha automaticamente todos os pré-requisitos pra me fazer feliz. Mas essa igreja era FENOMENAL.

Primeiro que chegamos no fim do dia. 01 dica: tudo que é passeio é pago, ingrejas incrusível. Tudo fecha cedo. MUITO CEDO. A senhorinha da recepção ficou muito sentida, porque teríamos que pagar, sei lá, seis euros por meia hora de visitação e cobrou só uma parte. Avisou mil e douze vezes que teríamos que sair até 17:30.

Só que o lugar era tão lindo e eu estava tão sofrida com a falta da minha mala, que eu não conseguia sair. Tava hipnotizada. Nesse momento, faltando 10 minutos pra gente ter que sair, um coral de menininhos começa a ensaiar um canto gregoriano e eu só sei que não quero nunca mais ir embora. Então vem o padre e me pergunta se eu quero ficar pra missa e é LÓGICO que eu quero. Vou te contar: melhor missa. Sem enrolação, ingoalzinho no braziu (só que ao contrário), mas as partes fixas eram iguais mesmo, de modos que era simples de acompanhar. Com o plus a mais do canto gregoriano com órgão de verdade, daqueles em que os tubos chegam no teto.

Melhor coisa que eu fiz.

Eu e Frederico então saímos da igreja quando a missa acabou e fomos pro jardim que fica na igreja, onde está a vista mais sensacional de toda a cidade (na minha opinião). Quiqui São Patrício faz pra se comunicar comigo? Um arco-íris. Lindo e incrível, passando por cima da igreja e do jardim.


Desculpa aí, pessoal. Mas a Irlanda foi super com a minha cara. Quero chorar só de lembrar.


Ha'penny bridge






Eu amo ponte. Não, sério, é MUITO AMOR por pontes. Fiquei enlouquecida na ha’penny, porque é a ponte em que os bocó tudo enche de cadeado do amor. Nos guias todos tem a historinha, que os vikings curtiam essa ponte porque levava do povoado até o pub e eu me pergunto em que ponto foi que nego viu o potencial macumbístico do local e passou a pregar cadeados ali e jogar as chaves no rio. É lindo, é sensacional, mas eu muito queria ir lá com um maçarico arrancar tudo, só pra ver a galera chorar HAHAHAHAHAH. Not.

                                 

Christ Church Cathedral




Outra igreja incrível. Logo na chegada você já vê um pedaço das ruínas de milhares de anos, sem cerca, sem nada, com um cartaz que diz “por favor não pise ali” e ninguém pisa e pronto. A igreja é linda por fora, tem uns vitrais maravilhosos, tem uma ponte que liga com o outro lado da rua (e eu achava que era alguma coisa muito secretíssima, mas nem era, era só o caminho de volta de Dublinia), tem calabouços, tem um café subterrâneo e um gato mumificado da depressão. Também tem figurinos de The Tudors, num é moderno? Eu teria aproveitado 98% mais as aulas de história na escola se alguém tivesse me levado na Europa antes, só digo isso.


Dublinia - Viking & Medieval



Na hora de comprar o ingresso pra última igreja, a gente podia comprar junto o do museu viking. 01 aviso: ninguém te diz que tem hora pra entrar no museu e a gente muito achou que tinha perdido o bonde. Provavelmente fomos os últimos a entrar, porque nem deu tempo de terminar de ver antes de fechar. Mas deu tempo de ver muita coisa e era tudo muito legal. Melhor parte: o viking no banheiro – gente, sério, só estando lá pra rir por duas horas desse momento – e a vila, onde a gente passeava, fingia que comia, gritava cas quiança de cera, tampava o rosto quando uma pobre tava tossindo a peste negra e coisa e tal. Tinha até roupinhas procê se vestir de pessoa do passado, vale muito a pena a brincadeira.


National Botanic Gardens




Ahhh, dona Curitiba. Então foi aqui que a senhora se inspirou pra fazer seu jardim botânico? Que coisa, né? FICOU IGUAL.

Mentira, o jardim botânico lá é moito maior e tem muitas instalações de arte PIMBA pra gente rir enquanto passeia. Melhor coisa foi ir lá com bastante tempo livre, porque deu pra ver tudo com calma, porque o negócio é grande. Das coisas da natureza que não tem por aqui às tralhas artísticas espalhadas, tudo era muito maneiro.

Vale procurar o lago e ficar milhões de anos sentado na beiradinha, tem uma ponte muito fofa lá também, tem cachoeira, a horta com girassóis gigantes e espantalho, o jardim das rosas ♥♥♥♥♥ (com vista pra outra igreja), a estufa, tudo. Veja tudo.

Se eu não me engano, até restaurante tinha lá.

De preferência, vá à pé. O caminho pra lá é lindo e tem um pub sensacional no caminho (a fachada, pelo menos hahahaha). Ali também tinha um correio, que facilita muito pra quem quer mandar postais e não quer ir na mega agência da O’Connell Street.


O’Connell Street


Um amor na minha vida. Lojas abertas até tarde, lojas abertas no domingo. Arvorezinhas bonitinhas, a escultura que eu chamei carinhosamente de ¯\_()_/¯, a agência do correio cuja arquitetura está impregnada na capital paranaense, onde tem o monumento à coisa nenhuma - Spire of Dublin, uma agulha gigante no meio da cidade -, onde tem a Penneys que me salvou a vida e que vem apenas a ser a Primark com outro nome. AHÁÁÁÁ, por essa ninguém esperava. A loja favorita das blogueiras rhycas brasileiras é nada mais que um lojão caíííído, mas europeu, não é mesmo, meu amor? Salvou minha vida siiiim, mas pagar de milionária usando calça de 8 euros é um pouco além da minha boa vontade. Fica aqui a dica pra amiga dona de casa que sofre quando vê as nega afortunada fazendo inveja.


The Brazen Head



O pub mais antigo da Irlanda, tenho pra mim que era lá que queriam chegar pela Ha’penny bridge. Não fiquei muito tempo lá dentro, mas gostaria de. Mas é que eram tantas horas andando, andando, andando que de noite tudo que eu não queria era ser feia num pub. (Sem roupas, sem chapinha, sem maquiagem, lembram?). Fora que as andanças todas deixavam o pé num estado de destruição, que depois de tomar banho, não agüentava nem andar pela casa. Pra ser bem sincera, tinha dias em que eu chegava em casa com o andar do QWOP. Teve um dia que o andar aconteceu literalmente, pra uma platéia na casinha ao lado, que assistia horrorizada.

*****



Obviamente aconteceram muitos outros passeios, tipo um que envolveu passar na frente do pub onde foi composta a música Hallelujah, mas eu não dei bola porque não sabia disso naquele momento. Lugares cujos nomes eu não lembro. Merchant’s Arch, lojinhas em Temple Bar. A Carroll’s pra todos os souvenirs e claddaghs do mundo aimeldels quero todos (acho que trouxe apenas uns 20 pra casa). The Church Bar, que é uma igreja que virou bar hahahaha. Tudo tá lá ainda, os vitrais, os tubos do órgão, não sei comé que pode. King's Inn, onde a árvore engoliu o banco da praça.

E o cemitério, que fica pro episódio final sobre essa linda cidade do hemisfério norte. Aguardem.