quinta-feira, 11 de outubro de 2012

interrompemos a programação de férias para fins de: mimimi

blue smile



Toda vez que eu me interesso por uma pessoa nova, eu sofro antecipadamente. Porque geralmente a coisa funciona de três formas.

a) eu entro em modo obsessão e de alguma forma arrasto a pessoa pro mesmo buraco negro, de modos que depois de um mês parece que a gente se conhece há duzentos anos, mas nada acontece de fato e vamos todos pra uma linda friendzone platônica forever and ever, onde morrerei pensando “e se?” e meu “““““amor””””” aumentará na proporção inversa de o negócio acontecer (alô, Fidel!);

b) meu interesse vai durar enquanto a impossibilidade durar. Dois minutos depois de o negócio desencantar eu vou pensar “ih, mudei de ideia”, mas pra não traumatizar ninguém, vou adiando o fim inevitável, a ponto de envolver família, amigos, animais de estimação e ouvir que eu sou uma bruxa quando finalmente tudo terminar (alô, 98% dos meus relacionamentos) e

c) A e B acontecem cronologicamente e a catástrofe é a mesma (alô, 2% restantes).

Nunca fui capaz de aproveitar um relacionamento, porque minha mente fica trabalhando sempre no pensamento “quando será que vai acabar?” hit combo com “qual será o tamanho do estrago quando isso acontecer?”.

Uma fofa.

*****

Da mesma forma que eu não consigo dedicar amor ao próximo, tenho sérios problemas em me convencer que o próximo está dedicando seu amor a mim.

Sabe aquela vibe “com tanta gente no mundo, why me?”? Eu não consigo superar esse pensamento.

Aí às vezes a pessoa tá lá, quase virando no avesso pra chamar minha atenção e eu acho que ela tá só vivendo e eu tô vendo coisas. Aí a pessoa perde a paciência 3 anos depois, que é quando geralmente minha ficha vem a cair. E então é taaaarde, taaaaarde demais [/Úrsula].

Sejemo franco, mesmo depois que a pessoa diz com todas as palavras necessárias, como se eu fosse (?) uma pessoa com problemas de compreensão, eu ainda não acredito.


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Mas às vezes eu acho que sou eu. Eu nem sei se eu quero que seja, mas eu acho que é. Aí eu vou olhar direito e não é. Nem hoje, nem amanhã, nem daqui dois meses, nem no dia do juízo final.

Fim.