vamos falar sobre mim. RISOS.
Vamos voltar a um tema recorrente: sônia.
Sônia, da minha definição, excesso de sono, antônimo de insônia, e não uma pessoa qualquer que pode até mesmo ter uma profissão exótica, como médica de áreas remotas do corpo humano, cujo nome da especialidade não vou dizer pra não correr o risco de o google me indexar na busca pelo nome da minha mais nova amiga. Q
Enquanto 87% da população mundial sofre pra pegar no sono, sente cansaço e não consegue dormir, perde o sono facilmente, posta no facebook às 4:39 da madrugs perguntando onde o sono foi parar (e eu sempre me pergunto que raios essa gente tá fazendo no computador ou celular se deveria estar dormindo), eu tenho problemas em permanecer acordada. Eu consigo dormir a qualquer hora, em qualquer lugar, em qualquer condição. Exemplo: eu posso ir dormir às 10 da noite, ininterruptamente até 9:30 da manhã, acordar, fazer um pipi, comer duas bisnaguinhas, escovar os dentes, ligar a tv no disney channel e estar confortavelmente dormindo de novo cinco minutos depois, até uma da tarde, quando acordarei com sono.
Tem gente que acorda parecendo o nyan cat, eu acordo mais nas vibe mumm-ra mesmo, independente da hora em que isso aconteça.
De modos que eu faço qualquer coisa que me garanta cinco minutos a mais de sono, porque eles são extremamente importantes para a manutenção da minha sanidade mental e para a segurança do mundo - ainda que apenas do que me cerca.
Por exemplo, eu vou trabalhar de carro, mesmo estando a apenas oito quadras do ambiente de trabalho.
*****
Minha família acreditou por muito tempo que meu defeitinho era apenas má vontade de fazer as vontades dos outros. Neste último fim de semana, minha mãe teve a oportunidade de relembrar que não, eu sou incapaz de acordar cedo, mesmo.que.eu.planeje.
Eu sou a loca da loja de departamento, todos sabe. Aí a CyA lança coleção assinada, quem vou correndo ver? Pois é. Aí tava eu lá na quinta feira bem tranquila enchendo os braço de cabide, dos quais eu levaria provavelmente apenas uma peça de roupa (o padrão), provei um vestido, achei maizomenos, não levei. Minha mãe, por sua vez, comprou 345 vestidos, um deles o que eu gostei. Um número menor. Provei em casa, surtei, quis um pra mim. A missão: levantar sábado até 9h da madrugada, para efeitos de estar no xópem até umas 10:15, para evitar a) araras zoneadas e muita coisa no provador e b) gente. Reflitam que eu planejava estar pronta a jato, com o intervalo de uma hora entre o despertar e o comparecer em público (nunca acontece).
Obviamente, não aconteceu.
Acordei 10h, super bem humorada só que não, cheguei quase 11h no shopping (fui descabelada e sem café da manhã), só tinha o vestido dois números menor que o meu, o sistema de cartão da C&A caiu e eu obviamente não tinha milhões de reais na bolsa. Mas o vestido dois números menor SERVIU LINDO e eu tive obrigação de comprar. Fui sair do shopping e o que acontece? Sim, meu carro desiste de viver. Sábado fucking à tarde. Estragar em horário comercial não pode, tem que ser quando não tem oficina aberta, que é pra dar o toque de cocô na vida da pessoa.
*****
Chorei todas as lágrimas que não chorei ou evitava chorar, enquanto dirigia pra casa esperando pelo milagre de chegar lá inteira. Cheguei. O carro ligava de novo? Não.
Expectativa: trabalhar a semana toda sem carro.
- Mas, Vanessammmmm, por que raios você anda uma distância tão pequena de carro, sua destruidora de pandas, sugadora de oxigênio, gastadora de carbono?
Porque pra andar, leva meia hora. Se você acha que meia hora é pouco, é porque você não tem sônia. Eu.não.consigo.acordar.nem.cinco.minutos.mais.cedo, MAGINA se é possível acordar meia hora antes. NÃO.É.
- Então porque você não vai de ônibus, sua bruxa?
Porque são apenas 3 pontos entre minha casa e o trabalho e eu tenho vergonha, porque a linha que faz esse trajeto é uma linha utilizada quase que totalmente por vovós e elas fazem isso e eu sempre ri da cara delas FUÉN.
- Mas, sério, não dá pra ir andando?
Daria, viu? SE
1 - eu não tivesse um pequeno problema de temperatura interna desregulada, que faz com que eu sinta os maiores calores nas menores temperaturas, tendo que obrigatoriamente tomar outro banho e domar outros cabelos na eventualidade de andar por meia hora. Eu não quero trabalhar o dia inteiro com cara de doida, ok?
2 - eu fosse pro trabalho e voltasse do trabalho.
Nunca.Acontece.
Eu vou pro trabalho, vou pra academia, vou pro mercado, compro ração, busco alguém no ponto de ônibus, levo sei lá o que sei lá pra quem, passo num sei onde, dou a volta ao mundo em 180 minutos e volto pra casa. TO.DO.DI.A.
Eu moro-trabalho-estudo-vivo num bairro bem abastado desta linda metrópole com cara de roça. Mas não daqueles bairros com prédios high-tech, cheio das ostentação e beleza. Um bairro tipo subúrbio americano, cheio dos casarão com famílias de dois filhos e três cachorros e velhinhos com 37 netos, sabe? De modos que a gente consegue a façanha de ser assaltada às cincoevinte da tarde, né? Cê vai andar à pé sozinha por aí? Eu não vou.
*****
Mas meu carro quebrou e fuén, se vira aí.
O plano no primeiro dia era acordar uns 15 minutos mais cedo, que era pra não correr o risco de perder o busão.
HAHAHAHAHAHAHAAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
Acordei milagrosamente na hora de sempre, me arrumei correndo, saí descabelada e mais mal humorada que o normal por motivos de café da manhã apressado.
Cheguei no ponto e vi o ônibus vindo na direção contrária, o que significa que ele ainda está indo pro freaking.ponto.final, ou seja: mais uns 20 minutos de espera e eu só tinha 10 pra chegar no trabalho na hora. Cê chegou na hora? Eu não. E andar de carro ainda te deixa imbecil, porque cê joga lá o casaco, uma sombrinha, a mala da academia, o tênis, sua vó e tal, e acaba tendo tudo que precisa. Pois eu saí de casa sem casaco, sem cachecol, com uma mala de academia pesando 200kg e morri de frio e de peso em menos de meia hora.
Passei apenas um pouco de vergonha depois de mais ou menos 1 minuto e 36 segundos, quando meu ponto finalmente chegou e eu desci. Só não fui vaiada pelo ônibus inteiro porque curitibanos, né?
Aí saí do trabalho correndo pra dar tempo de chegar na academia andando. Quiqui eu vejo na rua? Dois retardado de capuz na cabeça, bem nas vibe bandido (tô traumatizada, me deixa). Quiqui eu faço? Dou uma volta de 14 quarteirões correndo - seriam 4 pra chegar na academia - e chego já exercitada, quase desisto. Obviamente alguém tem que ir me buscar depois das 3 horas que eu passo enfiada lá, porque minha mãe me proibiu terminantemente de ir andando pra casa às 8 da noite. Se eu não morasse com a minha mãe, também teria me proibido. Se você acha ridículo a mãe de alguém de 32 anos proibindo alguma coisa, você lê este blog há tempo de menos.
No segundo dia o plano era ir de bicicleta. Aí eu lembrei que tinha que passar numa loja que não tem estacionamento de bicicleta, poste, nada na frente e eu não teria onde ~estacionar~. Então vamo andando, né? Coloquei os SEIS despertadores usuais (sério) pra meia hora mais cedo cada um, vamo acreditar, né?
Hora que eu deveria acordar 7:15.
Hora que eu acordei: 8:26.
AHHAAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHA
Saí descabelada de novo (o bom é que mesmo quando eu me penteio eu não obtenho sucesso, então as pessoas não sabem a diferença), sem comer, sem pegar tudo o que eu precisaria, peguei o ônibus (que chegou na hora nesse dia, ó que glória) e fui trabalhar. Saí mais cedo e fui levar o bendito carro no mecânico, porque eu não tinha mais estrutura emocional pra esse horror.
Claro que só ia ficar pronto no dia seguinte, de modos que eu teria que trabalhar sem carro ainda mais uma manhã.
Sem bicicleta também, porque num ia ter como levar pra casa.
Andando eu já sabia que não ia dar.
Então estava lá eu, pelo terceiro dia seguido, no ponto de ônibus, com uma blusa, um casaco, uma jaqueta, um cachecol, uma bolsa gigante, penteada, maquiada, alimentada, acordada e de posse de um exemplar de "a culpa é das estrelas", 8:50 da manhã.
*****
Só posso agradecer ao meu automóvel por ter quebrado apenas 3 peças facilmente trocáveis, minha mãe, meu pai, toda minha família e a xuxa por hoje, depois de ter ido dormir às 23h e acordado às 8h, ter pegado meu próprio carro consertado e com barulhinho de ferrari (i wish) para vir trabalhar linda e alimentada e de posse de todas as coisas que precisarei para chegar até o fim do dia, nessa cidade que tem o termostato que muda de geleira da sibéria pra lava vulcânica duas vezes no dia, de 12 em 12 horas.
São 15:30 e eu só caí com a cara na mesa de tanto sono duas vezes.
Oremos.
(Vamos ver quem vai ser o primeiro que vai reclamar do sofrimento da classe média.)
Tem gente que acorda parecendo o nyan cat, eu acordo mais nas vibe mumm-ra mesmo, independente da hora em que isso aconteça.
De modos que eu faço qualquer coisa que me garanta cinco minutos a mais de sono, porque eles são extremamente importantes para a manutenção da minha sanidade mental e para a segurança do mundo - ainda que apenas do que me cerca.
Por exemplo, eu vou trabalhar de carro, mesmo estando a apenas oito quadras do ambiente de trabalho.
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Minha família acreditou por muito tempo que meu defeitinho era apenas má vontade de fazer as vontades dos outros. Neste último fim de semana, minha mãe teve a oportunidade de relembrar que não, eu sou incapaz de acordar cedo, mesmo.que.eu.planeje.
Eu sou a loca da loja de departamento, todos sabe. Aí a CyA lança coleção assinada, quem vou correndo ver? Pois é. Aí tava eu lá na quinta feira bem tranquila enchendo os braço de cabide, dos quais eu levaria provavelmente apenas uma peça de roupa (o padrão), provei um vestido, achei maizomenos, não levei. Minha mãe, por sua vez, comprou 345 vestidos, um deles o que eu gostei. Um número menor. Provei em casa, surtei, quis um pra mim. A missão: levantar sábado até 9h da madrugada, para efeitos de estar no xópem até umas 10:15, para evitar a) araras zoneadas e muita coisa no provador e b) gente. Reflitam que eu planejava estar pronta a jato, com o intervalo de uma hora entre o despertar e o comparecer em público (nunca acontece).
Obviamente, não aconteceu.
Acordei 10h, super bem humorada só que não, cheguei quase 11h no shopping (fui descabelada e sem café da manhã), só tinha o vestido dois números menor que o meu, o sistema de cartão da C&A caiu e eu obviamente não tinha milhões de reais na bolsa. Mas o vestido dois números menor SERVIU LINDO e eu tive obrigação de comprar. Fui sair do shopping e o que acontece? Sim, meu carro desiste de viver. Sábado fucking à tarde. Estragar em horário comercial não pode, tem que ser quando não tem oficina aberta, que é pra dar o toque de cocô na vida da pessoa.
*****
Chorei todas as lágrimas que não chorei ou evitava chorar, enquanto dirigia pra casa esperando pelo milagre de chegar lá inteira. Cheguei. O carro ligava de novo? Não.
Expectativa: trabalhar a semana toda sem carro.
- Mas, Vanessammmmm, por que raios você anda uma distância tão pequena de carro, sua destruidora de pandas, sugadora de oxigênio, gastadora de carbono?
Porque pra andar, leva meia hora. Se você acha que meia hora é pouco, é porque você não tem sônia. Eu.não.consigo.acordar.nem.cinco.minutos.mais.cedo, MAGINA se é possível acordar meia hora antes. NÃO.É.
- Então porque você não vai de ônibus, sua bruxa?
Porque são apenas 3 pontos entre minha casa e o trabalho e eu tenho vergonha, porque a linha que faz esse trajeto é uma linha utilizada quase que totalmente por vovós e elas fazem isso e eu sempre ri da cara delas FUÉN.
- Mas, sério, não dá pra ir andando?
Daria, viu? SE
1 - eu não tivesse um pequeno problema de temperatura interna desregulada, que faz com que eu sinta os maiores calores nas menores temperaturas, tendo que obrigatoriamente tomar outro banho e domar outros cabelos na eventualidade de andar por meia hora. Eu não quero trabalhar o dia inteiro com cara de doida, ok?
2 - eu fosse pro trabalho e voltasse do trabalho.
Nunca.Acontece.
Eu vou pro trabalho, vou pra academia, vou pro mercado, compro ração, busco alguém no ponto de ônibus, levo sei lá o que sei lá pra quem, passo num sei onde, dou a volta ao mundo em 180 minutos e volto pra casa. TO.DO.DI.A.
Eu moro-trabalho-estudo-vivo num bairro bem abastado desta linda metrópole com cara de roça. Mas não daqueles bairros com prédios high-tech, cheio das ostentação e beleza. Um bairro tipo subúrbio americano, cheio dos casarão com famílias de dois filhos e três cachorros e velhinhos com 37 netos, sabe? De modos que a gente consegue a façanha de ser assaltada às cincoevinte da tarde, né? Cê vai andar à pé sozinha por aí? Eu não vou.
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Mas meu carro quebrou e fuén, se vira aí.
O plano no primeiro dia era acordar uns 15 minutos mais cedo, que era pra não correr o risco de perder o busão.
HAHAHAHAHAHAHAAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
Acordei milagrosamente na hora de sempre, me arrumei correndo, saí descabelada e mais mal humorada que o normal por motivos de café da manhã apressado.
Cheguei no ponto e vi o ônibus vindo na direção contrária, o que significa que ele ainda está indo pro freaking.ponto.final, ou seja: mais uns 20 minutos de espera e eu só tinha 10 pra chegar no trabalho na hora. Cê chegou na hora? Eu não. E andar de carro ainda te deixa imbecil, porque cê joga lá o casaco, uma sombrinha, a mala da academia, o tênis, sua vó e tal, e acaba tendo tudo que precisa. Pois eu saí de casa sem casaco, sem cachecol, com uma mala de academia pesando 200kg e morri de frio e de peso em menos de meia hora.
Passei apenas um pouco de vergonha depois de mais ou menos 1 minuto e 36 segundos, quando meu ponto finalmente chegou e eu desci. Só não fui vaiada pelo ônibus inteiro porque curitibanos, né?
Aí saí do trabalho correndo pra dar tempo de chegar na academia andando. Quiqui eu vejo na rua? Dois retardado de capuz na cabeça, bem nas vibe bandido (tô traumatizada, me deixa). Quiqui eu faço? Dou uma volta de 14 quarteirões correndo - seriam 4 pra chegar na academia - e chego já exercitada, quase desisto. Obviamente alguém tem que ir me buscar depois das 3 horas que eu passo enfiada lá, porque minha mãe me proibiu terminantemente de ir andando pra casa às 8 da noite. Se eu não morasse com a minha mãe, também teria me proibido. Se você acha ridículo a mãe de alguém de 32 anos proibindo alguma coisa, você lê este blog há tempo de menos.
No segundo dia o plano era ir de bicicleta. Aí eu lembrei que tinha que passar numa loja que não tem estacionamento de bicicleta, poste, nada na frente e eu não teria onde ~estacionar~. Então vamo andando, né? Coloquei os SEIS despertadores usuais (sério) pra meia hora mais cedo cada um, vamo acreditar, né?
Hora que eu deveria acordar 7:15.
Hora que eu acordei: 8:26.
AHHAAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHA
Saí descabelada de novo (o bom é que mesmo quando eu me penteio eu não obtenho sucesso, então as pessoas não sabem a diferença), sem comer, sem pegar tudo o que eu precisaria, peguei o ônibus (que chegou na hora nesse dia, ó que glória) e fui trabalhar. Saí mais cedo e fui levar o bendito carro no mecânico, porque eu não tinha mais estrutura emocional pra esse horror.
Claro que só ia ficar pronto no dia seguinte, de modos que eu teria que trabalhar sem carro ainda mais uma manhã.
Sem bicicleta também, porque num ia ter como levar pra casa.
Andando eu já sabia que não ia dar.
Então estava lá eu, pelo terceiro dia seguido, no ponto de ônibus, com uma blusa, um casaco, uma jaqueta, um cachecol, uma bolsa gigante, penteada, maquiada, alimentada, acordada e de posse de um exemplar de "a culpa é das estrelas", 8:50 da manhã.
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Só posso agradecer ao meu automóvel por ter quebrado apenas 3 peças facilmente trocáveis, minha mãe, meu pai, toda minha família e a xuxa por hoje, depois de ter ido dormir às 23h e acordado às 8h, ter pegado meu próprio carro consertado e com barulhinho de ferrari (i wish) para vir trabalhar linda e alimentada e de posse de todas as coisas que precisarei para chegar até o fim do dia, nessa cidade que tem o termostato que muda de geleira da sibéria pra lava vulcânica duas vezes no dia, de 12 em 12 horas.
São 15:30 e eu só caí com a cara na mesa de tanto sono duas vezes.
Oremos.
(Vamos ver quem vai ser o primeiro que vai reclamar do sofrimento da classe média.)