Eu tenho um problema com identidade, gente. Sei lá, não gosto de ser conhecida por algumas características. Eu sei que não parece, mas eu acho super desagradável ser conhecida por ser tão alérgica (tem gente que curte essas vibe coitadinho de hospital, eu não) e por saber pra que servem quase todos os remédios da indústria farmacêutica. Também não curto ser conhecida por odiar azeitona. As pessoas olham pra sua cara e te relacionam com coisas ruins, é um pouco chato.
Da mesma forma, alguns anos atrás resolvi suprimir minhas evidências de pra qual time de futebol eu torcia. Cada um com seus problemas, acho ótimo futebol, trato de igual pra igual, mas eu sou eu e não ~insira aqui um nome de torcedor~. Vai ver é coisa de gente muito trabalhada no ego, jamais saberei, nem ligo. Cêis não ´precisam saber qual é minha religião, em quem eu voto, minha orientação política. Então what's the point, né?
De modos que muita gente não sabe, mas eu também poderia ser conhecida como maromba girl (só que de jeito nenhum).
Tipos, eu vou na academia regularmente há 14 anos. Na mesma academia há 13. Obviamente nunca tive o biotipo de ~menina de academia~. Era muito magra e desprovida de músculos na época que eu comecei e sou muito balofa, provida de músculos que só podem ser vistos em Braille nos dias de hoje. (Sério, cê me aperta e eu sou toda definida, cê me olha e eu sou um marshmallow.) Felizmente também não tenho o hábito desconcertante de usar roupas de academia na rua. Jamais serei vista em leggins e top e tênis que podem induzir um ataque epilético, por exemplo. Na verdade, NEM na academia cê vai me ver em roupas medonhas. (Ou vai, né? Depende do ponto de vista). E eu passo TRÊS FUCKING HORAS por dia naquele lugar. Ousseje: sou muito linda mesmo, não infernizando as pessoas com a minha rotina. #maromba #fitness #projetoverão #vaimagrinha
Então assim. Se eu estou uma baleia é porque a) minha condição de saúde está um pouco precária e b) minha condição de saúde está um pouco precária.
Nego me per-tur-ba com hipotiroidismo, comida em excesso, pregs nos exercícios (teve um instrutor me seguindo pela academia, jurando que eu ficava batendo papo e me mexendo com má vontade!!!!!). NO HAY NADA DISSO. O que hay é uma pessoa com um karma muito pesado pra pagar nessa vida, carregando esse peso extra e respondendo pergunta de babaca.
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O causo é que eu nasci pra movimentar meu corpinho (ão). Pode me jogar em qualquer aula e eu vou me desenvolver com graça. É ioga, pilates, alongamento, jump, sh'bam, body combat, localizada, aeróbica, step (sim, eu faço todas elas), qualquer coisa. Não paro enquanto eu não for a melhor da sala, enquanto eu não for convidada pra dançar no palco com as professoras BURRRRRRN. Sou muito boa nisso MESMO. Nunca fui escolhida por último na educação física, isso nas raras vezes em que não era eu escolhendo. Nasci pro esporte, meus amor. E isso não muda porque seu peso aumentou, sabe? Adaptei meus movimentos pro meu novo centro de gravidade e tô aí bem linda, carregando anilhas, girando em coreografias, me equilibrando sobre bolas e fazendo a posição de lótus. Se não fosse apenas pela aptidão, pelos freaking anos de prática.
Teve até um dia muito engraçado (não), em que uma moça ~magra~ ficou visivelmente #chatiada e foi até reclamar com a profes, porque não se conformava com o modo com que eu pulava corda - de forma coordenada e na batida da música - e com o fato de ela não conseguir fazer igual. BITCH, PLS. Eu pulo corda por mais de uma hora seguida várias vezes na semana, vamos aí rever seus objetivos de vida.
Teve até um dia muito engraçado (não), em que uma moça ~magra~ ficou visivelmente #chatiada e foi até reclamar com a profes, porque não se conformava com o modo com que eu pulava corda - de forma coordenada e na batida da música - e com o fato de ela não conseguir fazer igual. BITCH, PLS. Eu pulo corda por mais de uma hora seguida várias vezes na semana, vamos aí rever seus objetivos de vida.
E durante anos da minha vida, meu principal meio de transporte foi a bicicleta, e eu tô tentando dividir meus dias entre ela e o carro. Se não por razões nobres, pra ficar saudável, pelo menos. Nem que seja pra parar de brigar com o véio folgado por causa de vaga no estacionamento ou de temer um ataque cardíaco no farol.
Resumindo: saudável, ainda que podre.
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Minha cadjmia foi vítima de uma urucubaca fortíssima, de modos que tá acontecendo uma alta rotatividade de professores no último ano. Cê nunca sabe quem vai estar lá dando aula (aiq exagero). Às vezes a pessoa do pilates tá dando alongamento, às vezes a pessoa do sh'bam tá dando pilates e por aí vai. A pessoa te conhece numa modalidade e não conhece na outra, cria expectativas e tal. Mas algumas vezes aparece uma pessoa completamente aleatória pra dar a aula e aí é engraçado.
Outro dia a gente tava fazendo alongamento. Não aquele de começo e fim de aula. Coarenta e cinco minutos esticando os muque. Aí vem a pessoa e fala - como TODOS sempre falam - "estiquem as pernas e, quem alcançar, segura os pés. Se encostar a cabeça no joelho ganha um prêmio". E fom, né? porque minha cabeça super encosta no joelho. A pessoa nova, ao ver esse horror, começou a se desesperar "gente, não precisa ultrapassar os limites! É só fazer o máximo e manter a posição!" e eu lá, bem tranquila, cantando a música com a testa no joelho. Deita no chão, pega as perninhas, passa por cima da barriga, segura o pé com a mão, encosta a cabeça no joelho kkk. Eu consigo e fim da risada.
Aí troca a posição. Afasta as perninhas, pega o pé direito com a mão direita, passa a mão esquerda por cima da cabeça. Pois eu faço isso e seguro o pé com as duas mãos, a testa no joelho, bem linda. E o profes desesperado, avisando pra galera não tentar se matar de tanto se esticar. Levantei meu cabeção e olhei em volta: quase ninguém alcançando o próprio pé nem com uma das mãos. Gente com o braço pendurado sobre a cabeça. Obviamente, nenhuma testa próxima de nenhum joelho.
Me dei conta de que era comigo que ele estava falando. Lembrei que foi justamente ele que me seguiu nas aulas, pra ver se eu tava fazendo mesmo ou se tava de sacanaji. Percebi que ele próprio não conseguia segurar o pé com as duas mãos, muito menos encostar a cabeça no joelho. E acho que entendi a razão de todo mundo viver me encarando nessas aulas: deve ser triste pras magra feat. malhada se conformarem em serem menos flexíveis que a gorda.
FIM.
(A incrível arte de testar fazer posts menores, que cêis ficam tudo com preguiça e não comentam nos gigantes.)