Falta de vergonha na cara level: extreme é eu ainda não ter terminado de contar dessa viagem um ano depois de ela ter acontecido.
Mas o blog é meu, a vida é minha, milarga. HAHAHAHAHAH.
Mentira, gente. Não milarga.
Ou larga, cêis que sabe.
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bons drink
Tudo que eu vi na Europa era realmente lindo. Dublin cheia de brasileiro, Londres com cara de filme épico e capital de país. Mas Cardiff... Gente, que lugar mais lindo. Também é capital, mas num tem quem diga? De acordo com meu mapa, era uma cidade super pequena. E no espaço dela que eu pude percorrer, pareceu pequena mesmo.
Eu fiquei hospedada perto da entrada da cidade, que vinha a ser MUITO perto do centro comercial, que ficava a 5 minutos de trem da baía. E se tinha mais que isso por lá, eu não vi.
Meu hotel era lindo. Um Ibis super pequenininho (quer dizer, pequeno pros padrões daqui, né? Lá tava parecendo super de bom tamanho), com uma cama gigantesca e um banheiro futurista (acho que já falei disso aqui :P). A vista era linda, mesmo sendo pro trilho do trem e tinha o shopping ali do ladinho. Mas como nem só de shopping vive a pessoa, mesmo ela sendo eu, peguei meu belíssimo mapa e acreditei nele. Fui desbravar a cidade. A intenção era achar a rua que parecia ser o ponto de referência de todo mundo, um restaurante onde não houvesse pimentas ou fish ou chips (a pessoa tem um limite, né?) e, de repente, umas lojinhas pra aproveitar os mínimos espaços que ainda sobravam na mala.
Considerando que eu cheguei em Dublin com as mão abanando, saí de lá pra Londres com duas malinhas de mão menores que minha mala da academia e saí de londres com quase 60kg de tralha... Era abusar muito da sorte. Mas quem nunca?
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Antes de eu viajar pra Europa, muita gente me assustou. OMG brasileiros sempre são seguidos nas lojas porque eles têm medo que você roube coisas. OMG brasileira sozinha vão pensar que é desfrutável (e se for, né? vão pastar). OMG tratam muito mal os brasileiros por causa da fama de má educação e blábláblábláblá.
Ó, não sei onde cêis foi criado, mas todo mundo me amou na Europa. Eu fui super bem tratada em tudo quanto foi lugar. Em Dublin eu não precisei andar sozinha, em Londres eu andei pouco sozinha, mas em Cardiff eu tava só na minha própria companhia. E se todo mundo me tratou bem em tudo quanto foi lugar, em Cardiff eu tava quase me sentindo celebridade.
Primeiro que durante o check-in no hotel as pessoas acharam curiosíssimo que alguém no Brasil soubesse que a cidade existia - vamo combinar, Gales é sempre aquele país que você esquece na prova que pergunta quem faz parte do Reino Unido, né? Aí, onde quer que eu fosse, meu sotaque era óbvio (seria em qualquer país, mas o de Cardiff é bem diferente do inglês do Harry Potter, impossível de imitar), então sempre depois de eu responder "de onde você veio?", as pessoas queriam muito me ajudar. Teve gente saindo do caminho pra andar comigo até onde eu precisava ir. Nunca conversei com tantos estranhos na vida.
Um dia eu tava no meio duma Primark, onde sempre tem oito mil mulheres ensandecidas, mas havia uma comoção especial do lado de um totem de acessórios pra cabelo. Pareciam umas buchinhas de banho, mas em forma de rosquinha. Eu reconheci imediatamente o original que as meninas brasileira copiavam fazia semanas com meias ou coisas do tipo, pra fazer aquele coque de princesa. Vi a mulherada lá tentando entender o que era, pra que servia, e fiz a louca: gritei "I knoooooooow" e vi juntar umas 30 mulheres em volta de mim, pra explicar como usava aquele troço no cabelo HAHAHHAHAHAHA.
Numa das últimas lojas em que eu passei, uma tia me viu enchendo uma cestinha com tudo que tinha de coruja na loja: camiseta, relógio, bolsa, porcelana... Veio me perguntar se eu fazia coleção, perguntou de onde eu era, saiu pela loja catando corujinhas comigo, me levou pro caixa e ainda me deu a linda dica, que NINGUÉM tinha dado até ali, de que a gente pode levar as notinha tudo das compras no aeroporto e pegar os dinheiros do imposto de volta. Ó que amor, gente. Todo mundo é amoroso em Cardiff. Não tô mentindo quando digo que vou largar esse lugar quente e estúpido aqui pra ir morar lá e viver de geléia e cabras e 10 meses de inverno no ano.
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Passei a última tarde na baía. Não sei se era por ser meio de semana ou porque é sempre assim, mas o lugar era tão tranquilo que não dava vontade de ir embora. Mesmo estando do lado de um monte de restaurantes, centros de lazer, brinquedos pra crianças e coisa e tal. Se eu morasse nessa cidade, tenho certeza que ia ser na beira da água, conversando com os pato tudo que eu ia gastar os dias.
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Só.falta.mais.uma.história.
Eu nem sei se vou lembrar dos detalhes que fariam ter alguma graça, mas né? Cheguei até aqui, não vou desistir agora.
Não desistam vocês também.
Pensem pelo lado positivo: neste ano vou apenas pra São Paulo, nem que aconteça uma coisa muito maravilhosa eu consigo produzir um ano de posts a respeito :P