terça-feira, 12 de março de 2013

hipocondressa

band-aid da rélou quit pode
ou
machuco mais o pé do que o coração kkk

Eu não sei como tudo começou, mas deve ter sido com uma daquelas caixas de toddynho nas ruas do condomínio. O primeiro retardado que encheu aquilo de ar, pisou em cima e estourou, acabou com a minha vida. Não posso ouvir um negócio estourando que já quero ter meu próprio dia de fúria, quebrar coisas, bater em pessoas, sair gritando com os braços pra cima.

Hoje em dia, é um desafio me alimentar em praças de shopping. É aparecer no meu campo de visão um indivíduo enchendo o saquinho em que vem o talher, pra eu hiperventilar, taquicardiar, perder a fome e querer morrer (e matar à garfadas) instantaneamente.

Ontem, por exemplo, eu estava almoçando num lugar tão tão distante, tentando minimizar o risco de stress durante o almoço. Depois de um ano de dieta, QUALQUER COISA perturba minha paz na hora de comer e piora muito a situação – que já está insustentável de tão difícil – e eu não posso me dar ao luxo de sofrer mais ainda nesse momento.

Então eu estava lá no lugar lotadíssimo, quando uma senhora muito educada me perguntou se eu me incomodava em dividir a mesa. Super não me incomodo, fique à vontade. A mesa tinha apenas dois lugares, de modos que ela teve que sentar na minha frente.

Eu.não.sei.de.onde.saiu.aquele.saquinho., porque no meu talher é que não estava. O caso foi que a mulher encontrou um desses e começou a encher e girar a ponta, como quem faz um balão, sabe? E eu comecei a tremer e suar frio, imanando que ela estouraria aquilo com ou sem intenção e eu viraria meu prato inteiro na cara dela sem ter nem tempo de avaliar a imbecilidade da situação. Pedi licença, larguei mais da metade da comida no prato e fui embora. Eu vi que ela percebeu que eu estava incomodada, mas coitadinha, nem tinha como saber o motivo. Minha mãe disse que eu deveria ter avisado, mas como é que a gente explica pra pessoa normal que vai ter um troço e morrer ali mesmo só porque ela está enchendo um saquinho de ar?

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Rewind.

Minha família sempre foi daquelas que tem casa na praia e se enfia lá todo fim de semana (credo). Babãe sempre conta a incrível história da criança que chorava naquela altura que aparece a vizinhança, o continente, o planeta, o sistema solar e o som continua propagando se alguém tentasse encostar a criança em questã na areia. Obviamente essa criança era eu. Como eu sou muito inteligente e meu cérebro é maior que o de vocês (HAHAHAHAHAH), eu tenho lembranças da minha própria pessoa com 3 anos na praia, usando um tamanco vermelho (sempre fui um espírito livre), que eu não tirava nem por um decreto e tinha um ataque de pânico se as areias invadissem meu espaço particular.

Não mudou meu sentimento em relação a isso nos últimos 30 anos.

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Sabe aquela aflição que 98% da população tem, quando alguém raspa as unhas numa lousa? Pois é, eu posso fazer isso o dia inteiro. Mas tem 3 outras coisas em que eu não posso encostar nem ver ninguém encostando, que não só eu tenho aflição e arrepio, mas eu tenho dor aguda e vontade de vomitar. Cêis acha mesmo que eu vou dizer que coisas são essas? Pois eu não vou. Tem ainda uma quarta coisa que eu tenho um relacionamento muito bonito, desde que as unhas de ninguém cheguem perto. E nego não consegue resistir a tacar as unhas nessa coisa que também não vou dizer qual é. Só vou dizer que eu tenho uma gata e eu tenho uma casa cheia dessas coisas que eu não posso encostar nem ver ninguém encostando e um dia minha gata SAMBOU numa dessas coisas e eu não sei como estou viva pra contar a história. Eu não conseguia tirar ela de lá, nem abrir os olhos, nem destampar os ouvidos nem parar de gritar LÁLÁLÁLÁLÁLÁLÁLÁ até que alguém foi me salvar, segurou nos meus cotovelos e gritou mais alto que eu “ela já saiuuuuuuuuuuuuuuuu”. Só dels sabe o que eu passo.

Além das texturas do mundo exterior, eu sempre tive problemas com comidas. Nunca vou esquecer as horas que o almoço durava, porque eu não.conseguia.mastigar carne ou feijão e tinha a sensação de que vomitaria a qualquer momento na próxima mordida. Grazadeus um dia a gente cresce e nunca mais precisa entrar em contato com essas coisas pavorosas.

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Eu não gosto que me encoste e eu acho que já falei isso neste blog e nesta vida mais vezes do que é considerado saudável. Eu pensei em fazer uma camiseta com esses dizeres, porque aquela que minha mãe me deu aos 8 anos não serve mais. Sim, eu usei até rasgar uma camiseta que dizia “look, but don’t touch”, o que era sensacional, porque todo mundo sempre me perguntava o que tava escrito e eu podia dizer que era sério.



Eu não gosto que NINGUÉM me encoste. Minha família é muito maneira e às vezes me faz emboscadas de montinhos e abraços e beijocas e eu quero morrer só um pouquinho, mas como é família, a gente agüenta. Outro dia meu pai estava sentado do meu lado e colocou a mão no meu ombro e eu tive que fazer um esforço hercúleo (vixe) pra manter o foco na conversa que estava acontecendo e não na mãozinha amorosa no ombro. E aí eu queria chorar porque era só meu pai sendo fofinho como ele sempre é e eu estava ali passando mal e pensando que talvez tivesse que tomar um calmante pro meu coração desacelerar e isso não pode estar certo. Meu cérebro entra em guerra dentro dele mesmo e aí eu acho que vou ter uma síncope e morrer a qualquer momento.

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Eu entro em pânico quando um alarme dispara e eu sei que não será desligado tão cedo, eu visualizo a minha própria pessoa destruindo um carro só pro alarme parar de tocar. Eu tenho um sonho de seduzir um engenheiro ou qualquer profissional capaz de inventar um troço que faça um alarme parar de disparar depois de 10 minutos. Se o imbecil não ouviu em DEZ FUCKING MINUTOS, já deu tempo de levar tudo do carro, da casa, do fiofó. Então deixa a sociedade viver em paz.

Mas a coisa começou a atingir níveis impossíveis de lidar quando eu passei a ter dificuldade de ficar perto de pessoas que respiram alto (por que vocês têm que fazer barulho pra respirar? CUSTA puxar o ar em silêncio? A não ser que você seja o Darth Vader, eu não vou estar aceitando.), pessoas que arrastam os freaking pezinhos pra andar, pessoas que fazem barulho pra comer, ainda que não seja ruffles, que tossem de forma ritmada e em espaços regulares de tempo (juro). IM.POS.SÍ.VEL.

Aí me perguntaram se eu não tinha misofonia e me mandaram o belíssimo link:

People who have misophonia are most commonly annoyed, or even enraged, by such ordinary sounds as other people eating, breathing, sniffing, talking, sneezing, yawning, walking, chewing gum, snoring or coughing; certain consonants; or repetitive sounds. Intense anxiety and avoidant behavior may develop, which can lead to decreased socialization. Some people may feel the compulsion to mimic what they hear.

MEODEOS, eu pensei. É isso. Enraged. Visualizar a minha própria pessoa pegando um teclado, um grampeador, uma bigorna e amassando a fuça do indivíduo que não.consegue.evitar.barulhos. E, como se isso não bastasse, tem aquela galera LINDA que agrega barulhos completamente desnecessários à sua vida. Um dia eu ainda vou martelar um carro inteiro com alarme disparado. Um dia ainda vou arrancar o fio que liga na tomada coisas que fazem barulho just because, um dia ainda espanco um usuário de inalador. VAI VENDO.

Meu sonho é apenas que misofonia seja uma condição válida no tribunal.

Mas aí eu achei que não era só isso, que era um nível maior de inaptidão social, uma coisa que meio que tá me impedindo de conviver com seres humanos que não estejam diretamente envolvidos no processo de me fazer ganhar dinheiro. E esses apenas porque eu não tenho alternativa, adoraria sumir com todo mundo e trabalhar num aquário isolada. Em.si.lên.ci.o.

Foi quando alguém - cujo nome não quero comprometer - enviou um teste de autismo para seus BFFs. Você sabe que está no grupo de amigos certo quando alguém envia um teste de autismo comentado e todo mundo vai fazer também e discutir a respeito. É muito amor.

Depois de todo mundo descobrir que nem era autista, era só bocó mesmo, meu teste deu 98% de chance de eu possuir uma coisa bonita chamada Transtorno de Processamento Sensorial. O que acomete esses indivíduos?

♥ É excessivamente seletivo com a comida (prefere uma textura específica ou sabores básicos)

♥ Cobre as orelhas quando há barulho (odeia aspirador, liquidificador, secador de cabelo)

♥ Não gosta de ser tocado

♥ Odeia etiquetas e costuras das roupas

♥ Não gosta de colocar sapatos (ou prefere somente um tipo de sapato)

♥ Evita atividades que sujam

♥ Odeia roupa molhada/suja

♥ Não gosta de ter as pessoas próximas demais

♥ Reclama de cheiros

♥ Reclama que a luz normal é brilhante demais

♥ Super sensível a dor (tudo machuca)

♥ Evita/recusa adesivos, band-aids, etc

Coloquei um coraçãozinho na frente, porque me senti amada pela pessoa que descobriu isso, porque eu sofro desde a minha primeira memória enquanto cerumano com todas essas coisas. Além de tudo que eu já contei, vou falar de um por um (hahahaha joke’s on you, que tá lendo ainda):

♥ É excessivamente seletivo com a comida (prefere uma textura específica ou sabores básicos)

Já sabemos que é só me manter longe de feijão, carne (sim, sociedade, eu parei de comer carne porque tem uma textura nojenta, and I’m not even sorry), coco, polenta, pinhão e afins. Se eu disser não pra qualquer coisa que você me ofereça pra comer, aceite o não e continue sua vida. Eu não quero ter que dizer que aquilo é nojento e você não vai entender.

♥ Cobre as orelhas quando há barulho (odeia aspirador, liquidificador, secador de cabelo)

Alguém podia fazer um estudo de caso sobre meus vizinhos porque, putaqueopariu, a Rapunzel deve morar do lado da minha casa. A quantidade de horas que nego passa secando o cabelo é a culpa de um possível apagão em Curitiba. Tem também o fofo torcedor de time porcaria que acha que todo mundo é obrigado a ouvir a transmissão de rádio com ele (eu ainda vou tacar meu próprio carro no poste só pra acabar com a luz do bairro no domingo à tarde e ele não poder emitir sons que vão além do muro da casa dele). Mas tem também a fia-vitamina. Não é possível alguém usar tanto assim o liquidificador. 01 sonho: motores sem som. Alguém inventa? Por favor? Urgente?

Fora isso, toda vez que alguém começa a falar bobagem, eu taco meu fone nos meuzovido e destruo um pouco mais da minha já prejudicada audição. Não posso com gente falando abobrinha, com gente ouvindo música, assistindo vídeos, não usando fone. Nem na minha própria casa. POR UM MUNDO ONDE TODO MUNDO USE FONES.

♥ Não gosta de ser tocado

Vamo reforçar a ideia: não.me.encoste. Eu e você sabemos que não é absolutamente necessário suas mãozinhas em mim, vamos evitar. Mãe, se você ler isso, você pode. Você e o Joca (meu cachorro). E a Mimi (minha gata). E cabô a lista.

♥ Odeia etiquetas e costuras das roupas

HAHAHAHAHAHAHAHHAHAHA alguém gosta? Sejem francos? Tem ainda um plus a mais nesse quesito: eu tenho uma cicatriz do meu rim perdido que corta todo meu flanco EXATAMÃ na área onde as etiquetas das camisetas costumam ser costuradas. E os fidumaporca costuram na costura principal, de modos que ou você abre um rombo na blusa, ou corta de modos que sobre aquela pontinha assassina, raspando na cicatriz. AHHHHHHHHRG. Brigada, mundo, pelas calças de cintura alta, que protegem minha pele suave desses pedaços minúsculos de tortura.

♥ Não gosta de colocar sapatos (ou prefere somente um tipo de sapato)

Tem um momento épico na minha vida, ocorrido lá por 1987 (jovem), em que eu passava férias na casa dos meus avós, como sempre, mas eles moravam num buraco em forma de cidade, onde não venta, não chove, não refresca e onde minha mãe me fez morar anos depois como punição por eu ser bocó. Aí um dia meu vôvis queria me levar pra passear, mas queria que eu fosse de sandália. EU NÃO USO SANDÁLIA, COMPREENDE? Não usava em 1987 também. Eu não possuo nenhum exemplar desse tipo de calçado. Mas minha vóvis comprou um e me fez usar, porque estava calor demais pra tênis e meia. Quiqui eu fiz? Coloquei uma meia junto com a sandália. Alguém foi lá e arrancou e me arrastou pro carro. Eu preguei meus braços e pernas no vão da porta e meu vôvis me empurrava pelas costas e eu gritava NÃÃÃÃÃÃÃO, EU NÃO ENTRO NESSE CARRO SEM MINHA MEIAAAAAAAAAA e foi uma das únicas duas vezes em que eu apanhei do meu vô na minha vida, fui socada no carro e tive o pior passeio de todos os tempos.

Me obrigaram a usar sandália só mais uma vez, numa festa de criança, que eu passei inteira no sofá. Eu não andei. Porque é impossível andar com uma porcaria dessa no pé. Depois disso todo mundo entendeu que ou é possível usar com meia, ou eu não vou usar. Eu tenho meia pra sapatilha, pra alpargata, pra scarpin. Eu não.uso.sapato.sem.meia. Eu vivo de tênis e sou feliz assim. Eu sonho com o dia em que serei rica o suficiente pra não precisar repetir meia e todo dia ter uma meia novinha. Eu só uso meia de algodão. É o pé de vocês? Foi o que eu pensei.

♥ Evita atividades que sujam / Odeia roupa molhada/suja

Gente, me digão se eu for doida, mas alguém PROCURA atividades que sujam? Eu acho que só se a pessoa for desequilibrada e veja que eu tenho uma grande envergadura pra falar de desequilíbrio. A mesma coisa a roupa molhada ou suja. Vou contarlhos um segredo: eu carrego roupas extra pra onde quer que eu vá. Se eu achar que já passei horas demais com uma camiseta, ela vai ser trocada sem cerimônia. Pelamordedeus, vocês são tudo porquinho demais. Aí parece que a doida sou eu.

♥ Não gosta de ter as pessoas próximas demais

Isso meique vai no tópico do toque, né? Eu compreendo que proximidade não vem a ser toque necessariamente, mas é um passo antes de. Nunca vou me esquecer do dia em que meu indivíduo favorito no universo foi reclamar com um desavisado que entrou na bolha particular dele (com essas palavras) e fez todos os presentes abrirem os dois bracinhos e girarem no próprio eixo. “Essa é sua bolha, seu espaço. Qualquer um que entrar aí sem sua autorização, pode ser enxotado.” HAHAHHAHAAHAHA. Muito amor pra todo o sempre. Nunca mais parei de repetir SAI DA MINHA BOLHA. Obviamente abrindo os bracinhos e girando no meu eixo.



♥ Reclama de cheiros

Não é minha culpa se vocês não tomam banho, não trocam de roupa e precisam se entupir de perfume doce ou desodorante spray, né? Mas ainda é melhor que aqueles de vocês que não têm higiene NENHUMA e acham que podem apenas tirar o pé do sapatinho e deixar os amiguinhos sofrerem com isso. JESUS TÁ VENDO. Só peço que não me abracem e não deixem seus cheirinhos no meu cabelo, não tirem seus sapatinhos perto de mim e enfiem o desodorante spray nos fiofós das suas mãezinhas, NUNCA no vestiário sem janela. :)

Também não tenho culpa se suas comidas são esquisitas, se o seu pão de queijo cheira pior que o rio pinheiros. Não tenho culpa se eu só consigo usar um tipo de shampoo, um tipo de sabão, um tipo de amaciante, um tipo sabonete e ligo chorando pra Unilever ou pro Boticário quando um deles sai de linha :~~~~~~~~

♥ Reclama que a luz normal é brilhante demais

E não é? Quem inventou o sol? ERA NECESSÁRIO? Essa porcaria tem mesmo que brilhar através da minha janela todo santo dia? E luz interior quando o sol já tá queimando as nossas retinas? Nego vai e acende quatrocentas lâmpadas fluorescentes, pra rasgar meu zóio de fora pra dentro. Cêis são cego? Suas pupilas não têm elasticidade? Porque eu acho muito impressionante quem tá diboua sob o sol e lâmpadas e nuvens brancas e cortinas abertas e ausência de óculos escuros (que não são apenas pro sol, são pra quando tá claro, que é sempre que é DE DIA.). Você só vai me ver sem óculos quando eu estiver tentando me torturar. De luz acesa em casos de extrema necessidade, inclusive à noite. Ando diboa pela casa toda com todas as luzes apagadas. Tenho problema nenhum com escuridão. A única coisa que precisa ser feita de luz acesa é assistir televisão. Aquela piscação colorida infernal toda. Aíííííí os bocó tudo quer apagar.

Sério, não sei como seus cérebros funcionam.

♥ Super sensível a dor (tudo machuca)

Meu apelidinho carinhoso na família quando eu era criança vinha a ser “pozinho”. Porque tudo machucava, tudo doía, tudo marcava, tudo eu chorava e reclamava. PODE TODO MUNDO PEDIR DESCULPA AGORA, TÔ ESPERANDO.

Nunca na minha vida eu brinquei com pedaços de madeira, porque a ideia de uma farpa sob as minhas carne era inadmissível. Eu não uso aquelas facas gigantes e adequadas pra culinária porque eu sei que vou aparecer na emergência com um dedo no gelo caso eu ceda. Eu só posso usar detergente especial, porque o comum destrói as minhas mãos. Eu odeio que penteiem meu cabelo, porque dói e eu só sinto vontade de chorar. Eu sinto dor 100% do tempo na minha vida, mas eu tô quieta e não tô reclamando, então você também não deveria me perguntar qual a razão da cara retorcida. Nem me encostar. Nem mexer no meu cabelo. E nunca, em nenhuma hipótese, nem que uma arma esteja apontada para a sua cabeça, me fazer cócegas. Eu vou te bater, quebrar seu dente, 3 dos seus dedos, uma costela, chamar sua mãe de gorda, derrubar você no chão e pular em cima, pisar no seu joelho, arrancar seu olho, chutar seu nariz e você vai pensar que teria doído muito menos levar um tiro. Eu odeio cócegas. Cócegas doem. Não é engraçado, é retardado.

♥ Evita/recusa adesivos, band-aids, etc

Hahahahha outro dia eu tive um breakdown na farmácia, porque meu pé estava machucado do sapato (CÊ JURA. Quantos tópicos acima isso engloba?) e eu queria um esparadrapo RÁPIDO. A fia muito lentamente me dava microporo from hell e eu dizendo que nããããão, era esparadrapo, do largo, e a fia me dando band-aid e eu tendo um troço e ela me dando esparadrapo estreito e QUAL É SEU PROBLEMA, MINHA FILHA? O esparadrapo largo é o único que cola e fica colado, porque se esse troço começar a descolar, eu vou implodir em ódio. E é o único que descola e não deixa vestígios na pele, não deixa uma marca vermelha por onde passou e é espesso o suficiente pra evitar que o sapato rale por cima de onde já machucou. Apenas me dê o que eu tô pedindo e não enche o saco. Só isso que eu peço.

Tem também o icônico episódio do reveilão no Guarujá, que quase deu morte por causa de machucados feitos com areia, bombeiros cheirando mal e me carregando no colo, sapatos mal diagramados e roupas molhadas. Mas essa história eu já contei e dá aflição demais, por marcar mais ou menos um milhão de pontos na escala mongolice sensorial então apenas vos digo: não sou eu, é meu cérebro que nasceu quebrado.

Não que eu queira exatamente perder minha tão adorável personalidade, mas se alguém souber quem trata esse tipo de maluquice e puder me indicar uma pessoa assim simpática e paciente, eu irei estar aceitando (HAHHAHAHAHAHAHA, essa foi pros fortes).

Beijos. De longe.