quinta-feira, 18 de setembro de 2014

15 filmes

Eu não uso maquiagem, eu posto foto do RG, todo mundo sabe que eu vejo 3643454 séries. Então pânico mesmo eu senti quando fui desafiada no feici pra fazer post sobre 15 filmes que eu goste. (By the way, Maely, cê tem blog pra eu linkar?) Eu só vejo bagaceira, gente. O negócio começa a ficar tenso e eu já quero morrer, tipo A Órfã. Tem necessidade aquele filme? Outro dia assisti um, acho que chamava Awake. PELAMORRRR. E eu posso assistir 10 horas seguidas de Game of Thrones, mas nada me segura vendo o Senhor dos AnzzzzzzzZZzzzzzZZZ, compreende?

Então vão aqui 15 filmes que todo mundo já viu e não tem orgulho nenhum, mas são aqueles que me fizeram sair de casa (mentira) e comprar o dvd (comprei tudo online). Não é que eu tenha só esses 15, mas os outros todos dão uma vergonhinha de postar.

Vou usar os nomes em inglês por uma razão bem simples: fica mais fácil pra quem quiser baixar. E porque tradução de nome de filme é um cocô mole mesmo, sou pedante, e você que é feio?

E vou deixar os Harry Potter tudo de fora mesmo, porque eu sou dessas que encara como livro e não como filme.

1 - 13 Going on 30 (De repente 30)

Eu posso ter que acordar cedo amanhã, eu posso ter visto ontem, eu posso estar ocupada com outras coisas. Mas quando esse filme reprisa na tv, eu tenho que parar e assistir. De vez em quando eu vejo pelo dvd também. Eu sempre me identifiquei muito com a pessoa que tem a vida cagada aos 13 e não vê a hora de ser adulta e ficar livre do desespero todo. Não acho que eu namoraria um babaca, pararia de falar com meus pais (até porque os 30 já foram faz tempo e nada disso aconteceu), mas eu consegui ficar presa no ~amor do passado~ e ver escapando da minha mão, ao contrário da Jenna. Ficção 10, realidade 0.

*xora*


2 - Big (Quero ser grande)

Se a pessoa foi criança nos anos 80, ela ama esse filme. Veja aí um padrão, né? 01 infância bem sucedida, só que nunca. Pelo menos eu sei que não estava só, já que todo mundo queria se livrar logo dessa fase medonha da vida. Vou te falar pra vocês, acho que ainda hoje, se eu visse uma máquina Zoltar, eu me borraria. Já pensou se acontece o contrário e eu tenho que ser criança de novo? Deus me livre.

maturidade

3 - Crazy, Stupid, Love (Amor a toda prova)

Eu realmente não consigo lembrar o que foi tão impactante nesse filme (parabéns), mas eu coloquei o nome na lista de espera pro lançamento assim que saí do cinema. Achei tudo maravilhoso, o jeito como tudo na vida parece ser uma grande falta de conversa, de timing e de amor, já que o personagem do Ryan Gosling vai de cafajeste a romântico em menos de duas horas, devolvendo a todos a fé no amor. Na época, o filme não saiu em dvd, só em blu-ray (hoje em dia não sei se já tem dvd) e eu comprei mesmo sem ter onde assistir (agora já tem), de tanto que eu amei.



4 - Easy A (A Mentira)

Assisti esse na mesma semana que assisti ao anterior, numa época em que as pessoas andavam me acusando de roubar maridos alheios e, vejam que loucura, nunca peguei homem casado na vida. Inclusive, recentemente tava amando e o fofo começou a namorar outra (sempre outra, nunca eu, obviamente) e nem oi eu falo mais, que é pra pessoa não vir me acusar de insinuante. Porque ela vai, viu? Ô SE VAI. Então o filme aí pode estar na faixa etária errada, mas tá na faixa catastrófica certa. Amo muito, sempre amarei e as cenas com os pais da Olive são as melhores em todo o universo. (Evitando spoiler caso alguém tenha cometido a façanha de chegar aos dias de hoje sem ver o filme.)



5 - Frida

Esse filme acabou com a minha vida por dias, por semanas. É claro que eu já tinha visto obras da Frida e também é claro que eu já fui mais bocó que hoje em dia, de modos que eu achava pesado demais, baixo astral demais e pensava "mas tem necessidade esses quadros?". POIS TINHA. Assisti o filme assim meio sem vontade, essas coisas de biografia me cansam um pouco. Mas a história foi acontecendo e eu fui sofrendo e fui entendendo e fui pensando que o mundo é mesmo muito injusto e que ainda bem que aquele Diego já morreu, senão eu iria pessoalmente esbofeteá-lo. Amo muito a Frida hoje em dia, se alguém fala o nome dela, eu já tô lá. Amei o dvd tanto que comprei dois. Um mês atrás finalmente dei o outro de presente, pra alguém que amaria a Frida tanto quanto eu. Dica: sijoga na trilha sonora.



6 - Intouchables (Intocáveis)

Aquele filme que todo pedante disse que amava em 2012? 2011? Sei lá que ano? Mimimi que história comovente e etc. Olha, eu resisti o quanto pude a esse filme, porque é verdade: eu odeio drama. Sei nem como assisti Frida até o fim. E tinha o maior pavor de esse filme ser miserável, ai meu deus, o cara não se mexe, como vamos proceder? Aí assisti e saí correndo pra comprar o dvd. Meu pai viu e ficou reclamando três dias "pelamor, pra quê comprar esse tipo de filme? A vida já não tem desgraça suficiente?" (veje os genes em ação). Aí eu falei pra ele que ele riria por duas horas vendo um filme de desgraça se desse a chance. E riu mesmo, eu escurava do meu quarto.



7 - Just Like Heaven (E se fosse verdade)

Eu nem curto muito o Hulk, mas magina se gostasse? Tá ele de novo na lista. Eu não sei a razão de amar tanto esse filme, mas amo. E olha que nem sou muito fã da Reese com sua colher, mas a história toda, da incredulidade a ele tentando salvar a vida dela, acho muito bonitinho. O final é a melhor parte de todas, MIM DÁ AQUELE TELHADO. Sei lá, sou apaixonada pela ideia do telhado.




8 - Kate & Leopold

O filme do elevador ♥. Hahaha esse é o comentário mais idiota sobre esse filme, eu sei, mas eu amo o filme do elevador. Esses filmes fora da casinha em que uma pessoa de uma época vai parar em outra têm meu coração já de início. Eu nem sabia quem era Rugue Jequiman, nem achava ele bonito, peguei o filme na locadora porque era o último filme na área de comédia romântica que eu não tinha assistido. Já assisti umas 498 vezes depois disso, amo em todas.



9 - Meet Joe Black (Encontro marcado)

Eu comecei a ver esse filme umas 200 vezes. Mas todas elas na tv a cabo, dublado. Gente, cêis já viram esse filme dublado? Não tem condição. Não tem emoção. E a cena do café (no começo) é muito longa, então eu não conseguia chegar no fim dela nenhuma vez, de tanto ódio. Um dia tava passando na Americanas e vi o dvd por déizão e pensei "se for ruim, pelo menos não foi tão caro. Eu não imaginei que demorasse 8 horas pra chegar no final, mas isso nem foi um problema, porque a história era boa demais. A atriz principal podia só parar de atuar pra sempre, porque é péssima, mas Brad Pittilson carregou esse filme nas costas e tornou-lho amor.



10 - Once (Apenas uma vez)

Não consigo explicar o motivo de ter gostado desse filme, porque ele é EXATAMENTE o tipo de filme que eu odeio quando acaba. Mas nesse caso, eu gostei. Eu não tinha ido pra Irlanda ainda, então não é isso. Também pode ser a trilha sonora, né? Se bem que nem a trilha sonora salvou um filme como Inside Llewyn Davis, que também é desses que vão do nada pra lugar nenhum. Não sei. Só sei que tenho o dvd.



11 - Serendipity (Escrito nas estrelas)

OMG Sara Thomas. Fosse possível buscar no endereço antigo do blog todas as histórias envolvendo a pessoa que chamei de Sara Thomas por causa desse filme, nossa. Sara imaginária (q) ainda está na minha vida, ano passado fez um estrago imenso com esse negócio de "o que o destino quiser" (Sara é um moço, no caso. Com o qual eu não me envolvi romanticamente, no caso. Mas a história é muito complexa e sempre que Sara macho aparece na minha vida (o impressionante é que nem o telefone desse infeliz eu tenho, nem amigos lugares em comum a gente frequenta e vira e mexe eu trombo nesse rapaz e sei que LÁ VEM A VIDA, DESCENDO O MORRO DA VÓ SALVELINA). 

Aaaaanyway, apesar de não suportar a vibe Sara Thomas na vida real, eu amo esse filme e como ele acontece de uma maneira muito maravilhosa, lembrando sempre que homem é tudo retardado e prefere casar com qualquer uma pra não ficar sozinho a esperar pra sentir amor de verdade. 01 lição de vida.



12 - The Curious Case of Benjamin Button (O curioso caso de Benjamin Button)

Eu amei esse filme nível sair lendo tudo a respeito, inclusive o conto original do qual a história foi adaptada. Dei aquela desidratadinha no cinema, especialmente porque além de mim, tinha apenas mais um velhinho na sala e o velhinho ficou comovidíssimo, aposto que pensando em como seria bom se a vida dele estivesse começando, em vez de terminando. Até hoje eu amo a história, mas não assisto com muita frequência. Não só porque demanda tempo demais de vida, mas também um equilíbrio emocional que é quase impossível atingir.


13 - The Emperor's New Groove (A nova onda do Imperador)

Pra evitar que a lista contivesse apenas filmes da Disney, escolhi só um e justamente um sem princesa. É só o desenho mais engraçado que você vai ver na vida. Kronk é o melhor personagem que já existiu e eu sou eternamente grata aos dois dubladores que eu conheço por terem feito com que ele fosse tão sensacional. A história toda é incrível, todos os personagens são maravilhosos e até o momento de tensão antes do fim é suportável, não é um irmão urso ou wall-e da vida, pra acabar com o nosso dia e com o estoque de lágrimas. Vejo 20 vezes por ano, se deixar.



14 - The Lakehouse (A casa do lago)

Um filme inteiro dedicado à falta de timing, amor à distância, um livro viajante de Jane Austen, sendo esse mesmo livro Persuasão (falta de timing na falta de timing, 01 belo inception) (PERSUÊI-CHÔN) (q), não tinha como não amar. Eu vi em casa, um dia que todo mundo viajou e foi ótimo, porque eu chorei umas três horas. Se você pensa que só foi ruim minha infância, pois a vida adulta foi também. Agora não é mais, porque não me relaciono amorosamente com ninguém. Mas se eu tentasse, seria falta de timing, de amor e de Jane Austen. Melhor não.



15 - The Losers  (Os perdedores)

Eu NÃO ACREDITO que essa é a única comédia bagaceira na lista. Provavelmente porque estou com a memória estragada. Mas esse filme é muito maravilhoso, apesar de não chegar nem perto de passar no bechdel test (e que filme passa, não é mesmo?). Mas esse filme tem Jeffrey Dean Morgan, Idris Elba e ♥Chris Evans♥ fazendo papel de bocó, não tinha como ser ruim. Passa toda semana na Warner e eu sempre pego na mesma parte, no don't stop believing. E, pelo menos essa cena eu tenho que ver até o final.

ai meu corassaum

É isso. Ficam as menções honrosas para The Decoy Bride e Austenland, MARAVILHOSOS, porque neste país não vendem os dvds. Mas mamai está indo pra Europa e em 2015 eu posso fazer outra lista com essas boas dicas pra vocês hahahaha.

O melhor é pensar que se alguém cogitou ler até o fim pra ver se salvava UM filme que fosse, perdeu tempo.

Bgs miu.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

birth day




Escrevi um post enorme e amargo, explicando como passei de uma pessoa que amava aniversários, pra uma pessoa que só pensa em se enfiar num buraco ou trocar de hemisfério nessa data. O mais ridículo foi apagar tudo, pensando no quanto seria injusto com uma pessoa ou outra, que acha que se esforça pra tornar meu dia especial. 

Porque, veja bem, eu só peço um dia no ano pra que as coisas deem certo. Um dia pra que meu nariz desentupa, meu cabelo aponte pra baixo, eu não pese duas toneladas, não falte água, eu não tenha que trabalhar, ver gente chata, ficar no trânsito, ter que ir pra academia. Eu só peço um dia no ano pra que ninguém regule minha comida, queira mudar minha programação, me faça chorar. Eu só peço um dia no ano pra ser o centro do universo, nem que seja de mentirinha. Pra que as pessoas finjam que gostam de mim (porque não faço a menor ideia da razão de me manterem em suas vidas caso não gostem, mas parece frequente). Só um dia pra que as pessoas finjam que não conhecem outras 27 pessoas nascidas no mesmo dia e não desejem feliz aniversário pra todas no mesmo post do facebook. Um diazinho só pras pessoas irem num bar que não gostam, ou numa casa onde não tem carne, ou fazerem uma refeição na minha presença.

Eu acho que nem é pedir demais.

Sendo sincera: me falta estrutura emocional pra lidar com a ideia de que eu não sou importante nem nesse dia, porque nem escolher onde eu quero almoçar as pessoas me deixam.

E é por isso que eu fujo.

Mas nesse ano não deu.

Então é só todo mundo se segurar aí 24 horas pra não estragar o que já não tá lá grandes coisas, não precisa piorar.

Fico agradecida desde já. Quando cêis vê, já é quinta, passou.






segunda-feira, 15 de setembro de 2014

stop the beauty madness

disclaimer: quem não convive comigo no dia a dia talvez não saiba, então eu vou explicar: eu tenho sérias dificuldades em enxergar beleza física nas pessoas. A coisa mais difícil de me ouvir dizer é que alguém é bonito. Não é por mal, é só como eu vejo. Quando as pessoas se dão conta disso, elas me perguntam "nem eu?" e eu nunca quero ser rude, mas nem você. "Nem a Megan Fox ou a Scarlett Johansson?" Especialmente essas duas. "Nem o Channing Tatum". Não, meu amor. Nem ele. Nem você mesma? De jeito nenhum. Poderíamos ficar aqui por horas dizendo nomes e eu provavelmente diria não pra todos eles. Mas isso é só pra ficar bem explicado aqui que eu geralmente não acho as pessoas especialmente bonitas.




*****

Eu confesso que dei muita risada quando começaram a tag #stopthebeautymadness, especialmente quando vi uma quantidade considerável de blogueiras postando fotos sem maquiagem em pouca luz e baixa qualidade. Minhas amigas também, tiraram uma foto pior que a outra. Eu, como qualquer idiota que não leva na a sério, tirei a seguinte foto:


E ainda coloquei a legenda: stop the beauty madness, seje feia.

Fui ficando cada vez mais indignada a cada vez que uma amiga indicava outras como uma forma de sacanagem e as indicadas se desesperavam, postavam fotos borradas, escuras, pavorosas, reclamando sem fim pela enrascada em que foram metidas. E eu fiquei pensando "mas gente, nem bonito esse povo é, como assim parar a loucura da beleza?".

Sério.

E peço desculpas agora.

Porque tem outros pensamentos que eu sempre tive, mesmo antes dessa campanha. Exemplo: "essa menina seria tão mais bonita se não rebocasse a cara desse jeito" ou "um pouquinho menos de maquiagem e um pouco de naturalidade fariam um bem enorme pra essa pessoa" ou "é tão sem gracinha, não vai ser com tanto produto que vai melhorar". E nunca, nunquinha me ocorreu que aquilo era o que fazia a pessoa se sentir melhor com a própria imagem, mais feliz, mais confiante ou o que quer que fosse. E eu não tenho nada a ver com isso.

Meu julgamento provavelmente nasceu da minha ~condição~ de eterna cara limpa. Muito cedo eu descobri alergias a cosméticos. Lembro de um casamento de uma das minhas tias, eu tinha uns 15 anos, passei a festa toda com o rosto coçando de base, rímel, lápis, blush. Com o couro cabeludo em brasa por causa de laquê. E de ter chegado tarde em casa e todo mundo ter proibido de me enfiar debaixo do chuveiro e lavar aquilo tudo. Passei a noite com esses produtos todos e foi uma catástrofe. Ali eu já sabia que não teria vontade de usar mais nada tão cedo. 

Foi uma luta de todas as mulheres da família pra me fazer aceitar lápis pro olho. Meus olhos são particularmente sensíveis (a tudo, até com luz elétrica ele lacrimeja), então a ideia de aproximar uma ponta colorida deles sempre foi assustadora. Curvex pros meus cílios que são suuuuper clarinhos e ralos e só ficam realçados pelo rímel se der uma senhora curvada antes. E por muito tempo na minha vida isso era o máximo de maquiagem que eu usava, muito contrariada. "Porque é um desperdício um olho dessa cor sem pintura nenhuma". Hoje em dia eu me maquio com facilidade nos raros dias em que acordo com essa motivação. Mas precisava essa pressão toda? 

Eu não sou uma menina bonita, mas nasci numa família em que todo mundo é lindo. Meus traços faciais são fortes, é tudo grande na minha cara. Se eu pinto o olho, fica exagerado. Se eu passo blush, fica exagerado. Se eu uso batom, parece que minha cara é composta apenas por: boca. E eu sempre tive problemas com pessoas olhando pra mim e me encarando, então eu sempre evitei maquiagem. Até porque, além de encarar, parece que a maquiagem libera uma porteira pras pessoas comentarem sobre suas fuças. 

E, veja bem, isso não é um julgamento, é uma opinião: eu acho que todo mundo que eu conheço, sem exceção, fica mais bonita sem maquiagem. Ou com menos maquiagem, tipo aquela clássica engana-bofe (um termo horroroso). De modo que eu acabo achando que eu não acentuo minha feiúra se não tentar cobrir.

Mas parar a loucura da beleza, pra mim, vai muito além disso. De métodos de se sentir melhor consigo mesma. Não gosta da textura da pele? Tem jeito. Não gosta da cor dos lábios? Tem jeito. Não gosta da cor do cabelo? Tem jeito. Dá pra mudar muita coisa nessa linha. A linha "dá um banho que some". Mas tem muita coisa que não dá pra mudar ou tirar com o banho.

Eu, por exemplo, fui uma criatura magra por, sei lá, uns 80% da minha vida. Magra mesmo, magra de ter pele, osso e joelho. As pessoas viviam querendo me convencer a comer carne, porque só podia ser essa a razão de tanta magreza: desnutrição. Mas, como eu passei também a maior parte da minha vida sem um rim, sempre tive exames pra provar que tava saudável. 

Depois, eu tive uma fase intermediária, no começo da vida adulta, em que um pouquinho de carne apareceu aqui, outro pouquinho ali e eu virei um magro ok. As pessoas ainda reclamavam da minha aparência, especialmente se eu usasse salto. "Nossa, você podia fazer o favor de não ficar tão alta e nem tão magra perto da gente, né?". Podia, claro que podia. 

Teve também a fase em que meu cabelo resolveu que dali em diante seria cacheado, bem no auge da moda da chapinha. E não passava um dia inteiro sem que alguém viesse me dar o precioso conselho de que eu ficaria mais bonita se alisasse. Tinha cabelo liso até um ano antes e ninguém reparou? E aí eu resolvi que deixaria o cabelo ficar enorme, mas um enorme até bem pequeno, não chegava nem no cós da calça. E todo mundo achava que podia dar opinião sobre o comprimento do cabelo.

Então a alergia chegou e com ela olheiras e peso extra. Então me recomendavam dietas e eu fazia. Mas veja bem, eu pesava 49kg antes da alergia e passei a pesar 55kg depois, durante os primeiros 4 anos. E era com 55kg que as pessoas me chamavam de gorda. Eu ia a nutricionistas, endocrinologista, nutrólogo. Academia eu já fazia, mas mesmo assim todo mundo me dava a dica de passar a frequentar. E todos os médicos restringiam mais ainda minha dieta "normal", que sempre foi super restrita por conta das coisas que eu não posso comer e das coisas que eu não gosto de comer. E muito do que eu não gosto de comer são coisas que meu organismo teria dificuldade em processar, por conta da perda traumática de um rim. Então eu não como feijão, não como embutidos, não como azeitona, não bebo álcool, não como alguns vegetais e frutas (tipo carambola, que nunca mais posso comer na vida), mas tudo de acordo com o que meu organismo manda. Além de tudo, sou alérgica a leite - o que é muito diferente de intolerância à lactose - então queijos conhecidos como mais fortes e calóricos, como o provolone, eu não posso nem sentir o cheiro. 

E cada nutricionista/endocrinologista/personal trainer que me conhece, nem me fala oi e me manda parar com leite, carne, embutidos, etc. MAS SERÁ QUE NÃO DÁ PRA PERGUNTAR ANTES SE EU CONSUMO ESSAS COISAS? E aí eu vou vivendo de batata e brócolis e as pessoas julgam porque tem batata. Aí eu como um quadradinho de chocolate com 70% de cacau e as pessoas julgam porque é doce. Eu tomo um copo de suco e as pessoas julgam o açúcar e eu DETESTO açúcar e não maltrato minhas bebidas com isso. E todo mundo quer me enfiar produtos light ou diet, que eu não posso consumir, porque têm mais que o dobro de sódio geralmente e eu.só.tenho.um.rim.

Hoje meu peso chegou no maior dígito em que já esteve. O personal tenta me acalmar, dizendo que eu sou muito pesada por causa da musculação intensa. Já me provou com 500 exames que a maior parte de mim é massa muscular, mesmo. Mas tem uma grande parte de água, que fica aqui porque eu tomo remédios demais e tenho rins de menos. E a única dieta que resolve, nesse caso, é diminuir o sódio. Só essa. Eu não vou emagrecer se comer menos doce. Porque eu raramente como doce. Eu não vou emagrecer se comer menos churrasco, porque eu não como churrasco. Eu não vou emagrecer nem se eu comer menos pão. A última dieta que eu fiz, acabou com meus músculos e não eliminou quase nada da retenção de líquido. E piorou minhas alergias, porque eu era obrigada a consumir leite numa quantidade muito maior do que meu organismo aguenta.

E ontem, numa festa de criança, dava pra ver os olhares reprovadores quando eu ia à mesa de doces, buscar brigadeiros pra minha mãe. 

Não é da conta de ninguém a razão do meu peso e da minha forma física, mas as pessoas assumem imediatamente que, se você está perto da comida, você vai comê-la toda. Não tem UMA pessoa que faça uma refeição comigo e não fale, em tom de espanto "mas é só isso que você come??!!1". Sim, sempre foi. E não deveria ser da sua conta.

Então parar com a loucura da beleza significa muito mais que tirar a maquiagem. Significa tirar a chibata de cima do corpo alheio. Do cabelo até o pé. Significa lembrar que a forma física de uma pessoa pertence exclusivamente a ela, independentemente da sua proximidade com ela. Ser mãe, irmã, amiga, conhecida de alguém não te dá o direito de opinar sobre o corpo dela. 

Se uma menina é gordinha porque adora comer e prefere o corpo mais cheio à dieta, isso é problema dela. Se a menina come até os cantos da mesa e permanece magra, também é problema dela. Se usa maquiagem, se não usa, se usa roupas da tendência, se tem um estilo mais largado, se fala palavrão, se parece uma santa, sabe? Todo mundo tem espelho. Todo mundo sabe as limitações da própria figura, se tem alguma coisa boa, que vale a pena realçar, se quer largar a mão e ser feliz de outro jeito. Não precisa de ninguém pra avisar.

Parar a loucura da beleza é parar de achar que as outras pessoas têm que seguir ao SEU padrão pra estarem bonitas. Tem gente que não está interessada.



sexta-feira, 12 de setembro de 2014

prendas domésticas com vaneça negão



Olar, amigues donos de casa, tudo bô?

Aparentemente muita gente ficou em dúvida sobre as maravilhas de não passar roupa, de modos que me pediram até video. Massss, como eu não tenho assim uma pessoa disposta a me filmar tacando roupa no varal AND eu geralmente faço isso de pijama e coque hipster - uma coisa que jamais deveria deixar os limites da própria casa ou aparecer em público - então eu vou tentar explicar por escrito. Seeee não funcionar, a gente tenta passar de fase, certo? 

(Nunca pensei que um dia na minha vida eu tivesse em condição de dar dicas do lar hahaha).

ALINHAIS, antes de prosseguir, deixa eu falar uma coisinha:

O post sobre independência, afazeres domésticos e coisa e tal não era uma cagação de regra, porque vocês pra mim é problema seus. Era apenas um relato de como eu sou e de como não me conformo quando cada um não consegue cuidar de si. Eu sei que tem gente que não gosta de cozinhar, da mesma forma que eu odeio lavar louça. Isso quer dizer que vou viver de descartáveis? Não. Isso quer dizer que vou fazer com má vontade? Sim. Mas quer dizer que em caso de haver pratos sujos, uma bucha e um pote de detergente, eu sei como fazer essas coisas magicamente se tornarem louça limpa no armário, compreende? O que eu não entendo é gente que olha um arroz, um pote de alho, uma panela e pensa "meu deus, é física quântica? será se eu peço uma pizza?". Só isso. Não querer cozinhar por opção, acho lindo, apoio muito. Não saber como liga o fogão e como transforma farinha em bolo numa tarde de chuva torrencial em que ir na padaria não é uma opção, eu não compreendo.

MASSSSSSSS, como não dependo de vocês para me alimentar, me vestir e manter minha casa limpa, cada um com sua vida.

Moving on: 

capítulo de hoje - jogando fora o ferro de passar roupa, economizando energia elétrica, se tornando sustentável (e revertendo a renda em presente pra mim, que mudei suas vida).

Na minha vasta experiência, você precisa de um varal que não deforme. Eu, que moro em casa com quintal, prefiro aqueles varais de plástico de chão, de armar, sabem qual? Primeiro porque dá pra guardar em qualquer vão, depois porque dá pra colocar a roupa no sol, tirar do sol, correr da chuva, enfiar na sala, proteger de intempéries em geral. Quem mora em apartamento geralmente tem daqueles que ficam no teto, né? Do mesmo tipo. Acho esse ideal. Não funciona em varal de cordinha mole, em varal de metal deformado (e varal de metal SUJA ROUPA, acho deselegante), em varal de quintal comum. Por quê? O da cordinha faz um U quando você coloca a roupa e ela enruga. O de metal marca e suja. E aqueles de quintal geralmente tão sujeitos ao vento e você precisaria de prendedor. O sucesso dessa prática depende de NÃO USAR prendedor de roupa.

Então assim, camiseta normal, blusa fechada, essas partes de cima básicas, você sacode quando tira da máquina e ajeita na costura, pendura pelo meio, não coloca prendedor. As blusas mais porcaria e que entortam, ajeita pelo ombro e deixa a costura desparelhada mesmo, pendura pelo meio, igualzinho. A dobra do meio da blusa do método de penduramento vai sumir quando tudo estiver pronto, SIACALME. Blusas de zíper e botão têm que ficar fechadas. Mas se elas forem de tecido molinho ou algodão (que marca), você fecha no cabide e coloca o cabide no varal. Camisas também vão no cabide, abotoadas, com a gola bem ajeitadinha. Se tiver sol, deixa no sol por uns 20 minutos, é magia. Casacos seguem a mesma regra: tudo no cabide, tudo abotoado, no sol, se possível (não sei se as madame sabem, mas sol esteriliza a roupa DE GRAÇA), com golas, gorros e punhos arrumadinhos ainda molhados, pra secar retinho. 

Importante: não deixa a roupa no sol o dia inteiro, especialmente se você morar em lugar quente. Uma horinha é suficiente. Secou, tira do sol. Senão, além de a roupa ficar toda dura, perde o cheirinho maravilhoso dos podruto. Se não tiver onde secar no sol, só deixar mais espaço entre as roupas e perto da janela pra ventilar bem e tudo dá certo.

Pra dobrar, aí você vai ter que aprender que tipo de dobra que te faz feliz, né? Mas quem passa roupa geralmente já sabe isso. Assim, você vai tirar a roupa do varal UMA.POR.UMA. Antes de reclamar, pense no tempo economizado debruçado na tábua de passar e entoe um mantra de agradecimento. Então você pega uma blusa e dobra com os vincos todos que dobraria depois de passada. Aí você pega a próxima e faz a mesma coisa e vai empilhando, do tecido mais grosso pro mais fino, das blusas maiores pra menores. O peso da pilha já vai marcar o vinco e pode tudo ir direto pra gaveta. Camisas e casacos você já guarda no cabide mesmo (eu tenho um pra cada peça de roupa e meu armário é minúsculo, você também pode). No caso de catástrofe em golas e punhos, ou aquele algodão super amassável, você tem duas alternativas que eu vou dar ali mais pra frente.

Calças eu penduro pela cintura, se forem de tecido que marca. Porque ali é mais grosso e desmarca mais fácil no quentinho das banha abdominal quando usa. Jeans, que não marca (ou desmarca rápido), eu penduro já do jeito que eu dobraria. De qualquer que seja o tecido skinny vai aberta pelas costuras e flares vão pelo vinco entre as costuras. Deu pra entender? Você encosta costura com costura e a dobra fica na coxa. Quando você for dobrar, não desmancha esse vinco e pronto. Funciona pra qualquer tecido também. E não se esqueça: uma ruguinha ou outra vai sumir nos primeiros cinco minutos de uso, don't go crazy que gente que tem mais o que fazer não tá reparando uma ruga na roupa dos outros.

Sobrou um amassadinho? Não tá contente com o resultado porque você é maníaco, não pegou prática ainda ou tem uma entrevista de emprego na Omo? A tia te dá duas dicas de ouro:

A primeira é o pobríssimo: deixa junto no banheiro enquanto toma banho. Isso no caso de você ter um banho programado pra antes de se vestir, né? Nem sempre acontece. Mas faz mesmo milagrinho instantâneo.

A outra é: jogue seu ferro fora e compre um steamer. Cê já viu em que condições as roupas chegam nas lojas? Cê já viu algum trabalhador do ramo de xópem com ferro na mão? MAS STEAMER CÊ JÁ VIU QUE EU SEI. Não precisa ser um gigante, o meu é menor que uma chaleira. Um tantinho de água, 2 minutos pra ferver (nem isso), 5 minutos pra você estar com a dignidade suficiente pra encarar os desafios da vida moderna. E vou falar uma coisa: eu tenho a quantidade exata de 01 camisa possuída que não desamassa nem pendurada pelo cabide, nem no sol, nem no banho. Mas é duas passadinha de steamer e tá linda, tá maravilhosa, tá são paulo fashion week. O resto, meu armário não vê nem a cor de eletrodomésticos na hora de ficar lisinho.

Pode vir todo mundo tirar a prova cos próprios olhos se não acreditar.

Se você é do tipo que passa langerrí e lençóis, eu não quero saber. Porque aí eu vou ficar aqui pensando que tenho que dividir o mundo com gente que gasta energia inutilmente enquanto eu tomo banho correndo, pra economizar água pros filhos de vocês, já que eu mesma não vou ter nenhum, apago todas as luzes do universo, separo lixo, ando de bicicleta e reduzo minha pegada no meio ambiente E NÃO É PRA VOCÊS GASTAR O QUE EU ECONOMIZO PASSANDO CALÇOLA. E lençol, gente. Vamos refletir a necessidade de passar lençol. (Favor não vir nos comentários justificar que você passa lençol, obrigada. Se entenda com a sua consciência.)

Fica aí então a dica número um pro indivíduo moderno feat. inteligente. Nos próximos episódios: como perder o medo da panela de pressão, como limpar vidros sem sofrimento e o produto magia pra tacar no fogão e parar de reclamar quando alguém faz fritura ou molho.




quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Mas eu fico chocada com o sucesso que posts sobre música fazem neste blog.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

karaokê

Se minha vida estivesse boa eu não estaria indo em psicólogo, né? Aceitando isso e o fato de que minha vida tem dois modos 

a) trabalha - odeia trabalho - vai pra academia - odeia academia - permanece gorda - vai pra casa, faz trabalhos domésticos - odeia trabalhos domésticos - dorme tarde - odeia dormir pouco - acorda cedo - trabalha - etc

b) trabalha - odeia trabalho - vai pro hospital - odeia hospital - permanece doente - vai pra casa, faz trabalhos domésticos e inalação - odeia trabalhos domésticos e tem reação ao remédio - dorme tarde - odeia dormir pouco - acorda cedo - se sente pior - trabalha - etc

vocês têm que há de convir (eu juro que conhecia uma pessoa que falava assim sério, não acredito que nunca usei por escrito) que no hay assunto na minha vida, já que ninguém quer ouvir falar de baixo astral feat. saúde inexistente. De modos que este mês deve ser dominado pelos temas do rotatoots. (É agora que as pessoas sentem saudade de quando eu passei UM ANO falando da mesma viagem?)

Acontece que esse é meme e não é blogagi coletiva, estou aqui refletindo se faço outro selo maravilhoso.

fiz

Nem eu acredito na minha habilidade com o corel draw. Parece a mesma pessoa que é capaz de fazer isso?:

não



Mas vamo vê se eu consigo pegar o foco que passou reto aqui.

Pois então, o desafio do meme (gente, vou perder o foco de novo, porque um dos 5 amores da minha vida atendia por esse apelido e não está sendo fácil?) era um top 7 músicas pra cantar no karaokê, tema com o qual eu senti um pouco de dificuldade.

Primeiro, porque não conseguia pensar em sete músicas pra cantar assim sem motivo. Depois porque não conseguia escolher só sete de quatro mil quinhentas e setenta e oito. Aí usei um critério de seleção imbecil, já que eu consegui reduzir pra nove: tirei a única voz masculina da lista. VEJE BEM, não confundais feminismo com isso, feminismo é outra coisa, eu só coincidentemente escolhi oito músicas com vozes femininas e uma masculina, fiz um joguinho ali de lógica pra eliminar quem não pertencia e fim. Certo? Certo.

Segundo, porque eu não costumo criar top nada que não seja maridos (a lista do ano que vem não para de crescer, tá fincando ♥linda♥) e isso me deixa meio nervosa, escolher a ordem, explicar motivos, EU NÃO DEVO SATISFAÇÃO PRA NINGUÉM OK.

Terceiro, porque a única vez na vida que eu tive oportunidade de ir num karaokê eu tive um compromisso de trabalho com estrangeiros que tentaram me embebedar com tequila e, quando todo mundo foi contar sobre a noitchy, descobri que o ambiente vinha a ser uma ex casa de tolerância (kkk), toda trabalhada no veludo vinho capitonê e eu jamais me perdoarei por ter perdido a oportunidade de estar nesse lugar.

E, como ninguém manda em mim e eu tive a brilhante ideia de colocar a lista no oito faxa, que tá de brinqueixon uit mi e não me deixa colar a capa bonitinha aqui, deixei oito mesmo e criei a belíssima menção honrosa. Lista sem menção honrosa não é lista heh.

Sem mais delongas:


Menção Honrosa : tears always win - alicia keys

Se vocês não forem capazes de perceber sozinhos, vou desenhar aqui: essa lista só tem gritaria, embora não tenha Queen B. Eu tenho um pouco de ódia de melisma e gritaria no geral, de modos que eu acho que tem que ser muito boa pra sair berrando. 

A própria alicia keys me dá um pouco de pregs às vezes, mas essa música veio morar no meu coração por alguma razón. Só sei que depois de um tempo ela virou trilha sonora do meu amor não correspondido de 2013, e num tem nem razão pra isso (apesar que tem sim), mas é que não tem como sentir falta de uma coisa que a gente nunca teve e eu nunca derrubei uma lágrima por causa disso, mas quem disse que música tem que fazer sentido, né? Meu sonho, na realidade, é aprender a tocar a introdução no piano e tudo. Nunca tentei, mas um dia eu vou. Pra ser sincera, quero aprender o pianinho de todas hahaha

Fica aí dona Alicia com a menção honrosa. 

Melhor trecho pra berrar:

Tell me when the hell this loneliness is gonna be over
When everything in this room reminds me of you
Everytime I think, I'm getting closer
Cause tears drown me out, once again I lose



7- it must have been love - roxette

♥Música♥véia♥

Me diga se não tem cara de cara-o-que aquela batidinha pavorosa dos anos 80 que ninguém merece? Depois aquela vozinha com um fofo interior? Os eco tudo? Aliás, não parei pra pensar nisso, mas sinto uma outra coisa em comum: a dor de cotovelo das canção. Gente, se tem coisa melhor pra cantar berrando de olhinho fechado e pagando mico que música de corno, eu não sei. Melhor coisa é quando você faz a primeira voz e emenda no coralzinho e volta pra primeira voz tudo sozinho. Melhor canção, gente. Gotta love Roxette.

Melhor trecho pra berrar:

Quando volta do solinho de piano e 


It must have been love but it's over now

It must have been good but I lost it somehow



6 - someone like you - adele

Muita preguiça eterna e infinita da Adele, gente. Ai, como sofre. Ai, como grita. Mas essa versão sem banda, só co pianinho, que o grito é diferente da versão de estúdio, eu gosto. A versão de estúdio eu O.DE.I.O. Sempre mudo a estação de rádio quando começa, porque não sou obrigada àquele falsete do "don't forget me, I beg". Mas essa aí, meu, não tem como não amar. Especialmente quando a gente muda a letra pra "guess she gave you things, eu não dou o *" FINESSE.

Mas eu realmente gosto de cantar essa música, embora odeie a letra. Eu não desejo nada bom pra quem me largou (nunca ninguém largou, mas vai que). Eu quero que exploda!!111 E, obviamente, não quero encontrar ninguém igual nenhum ex nunca mais na vida. Pelamor.

Melhor trecho pra berrar:

Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg, I remember you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead


5 - going under - evanescence

Outra bela canção que eu prefiro a versão unplugged. Tem música que faz barulho demais, cêis não acham? A moça já tá ali gastando o pulmão, precisa de mais? Guitarra miando e etc? Eu acho que não. 

No geral, eu gosto de Evanescence e de toda sua gritaria e barulho, dos feats, de tudo. Acho a Amy Lee afinadinha e curto a vibe os brutos também amam mais que o sofrimento normal do pop merdão. Cê vê, em vez de "find someone like you", é "don't want your hand, this time I'll save myself". YOU GO, GIRL. Vamo cantar juntinhas "I won't be broken again". Tá certíssima.

Melhor trecho pra berrar:

So I can't trust myself anymore
I'm dying again




4 - only teardrops

Essa musga é repetida da única outra lista que eu tenho no 8tracks, eu sei, mas é que não tem alegria maior que berrar essa canção e sua letra bocó pelas estradas da vida. Essa flautinha do começo que dá o tom da bagaceira que está por vir (♥eurovision♥). Mais um pianinho maravilhosíssimo, briguinha de casal, batidinha chiclete, choradeira. Não precisa mais nada pra fazer uma música maravilhosa pra cantar gritando. Curto muito que ninguém conheça, é melhor ainda no trânsito, a pessoa te olhando com aquela cara de "de onde saiu essa canção que nunca ouvi e a pessoa tá cantando nessa alegria?//". Aliás, o fato de parecer uma musiquinha alegre é a melhor parte das músicas de choradeira.

Também quero agradecer ao 8tracks, porque se ele não upar uma versão errada da música que ninguém sabe de onde saiu (eu coloquei a de estúdio e ele enfiou a ao vivo QUE EU NEM TENHO no lugar), não tá certo.

Melhor trecho pra berrar:

(Tell me now) what’s gone between us has come between us
Only teardrops
(Tell me now) what’s gone between us has come between us

e os ONLY TEARDROOOOOOPS do final tudo, claro.



3 - the story - brandi carlile

AI, BRANDI, MIABRAÇA. Brandi tava na outra lista? Não lembro. Em alguma devia estar, porque eu AMO.A.BRANDI.

Essa musga especialmente, que fala várias verdade na cara da sociedade, sabe? "You see the smile that's on my mouth, is hiding the words that don't come out". Brandi me entende, sabe? Um dia eu quero poder abraçarlha. Eu quero poder ir num show, em que ninguém vai ouvir minha voz e nem saber quem sou eu, pra cantar berrando sem nenhum vizinho chamar a polícia, sem minha mãe achar que eu tô morrendo, sem minha gata se esconder por 8 dias e ficar com medo de entrar no meu quarto. Especialmente quando chegar na última parte em que ela canta o mesmo verso do começo, que vem a ser o...

Melhor trecho pra berrar:

All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you
Oh yeah it's true... I was made for you



2 - cosmic love - florence and the machine

Florence, vamo ser amigas? Eu pareceria tão normal se andasse com a Florence, eu queria mesmo ser amiga dela. Alguém pode intermediar?

Tenho certeza que se Cosmic Love não apareceu em nenhuma das minhas listas de músicas, a Florence apareceu. Porque eu eu amo essa banda nível comprar cd, dvd, lp. ISSO MESMO, ELE PÊ. Eu tô há meses tentando comprar o disco de Lungs, mas não está sendo fácio. Não desistirei nunca.

Quanto à cançã, mais uma pessoa abandonada. Como tem gente cruel no mundo, né? A quantidade de música de sofrimento que existe não tá escrito (tá sim). A vantagem, nesse caso, é que parece que tudo acaba bem, né? Não sei, talvez eu tenha dificuldades de interpretação de texto, talvez "stayed in the darkness with you" não seja exatamente BOM. Mas é melhor que "you left me in the dark", né? Não sei. Amor, tá aí uma coisa que eu não entendo.

Melhor trecho pra gritar (e eu sei que todas grita):

The stars, the moon
They have all been blown out
You left me in the dark
No dawn, no day
I'm always in this twilight
In the shadow of your heart



1 - chandelier - sia

QUE TOP 1 MARAVILHOSO (sim, eu escolho e eu decido). Não consigo lembrar quando ouvi essa música pela primeira vez, mas eu lembro que foi amor à primeira vista e eu nunca mais parei com o AAAAAAAAAAAAAAAAI GONA SUINNNNNNNNNNNNN FROM DE CHANDELIIIIIiiIiiiIiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiR, de modos que minha família toda pediu pelo amor de deus pra ouvir a música, pra saber o que eu tava tentando por pra fora. Hoje em dia é todo mundo de tempos em tempos começando pelo AAAAAAAAAAI e matando todo mundo do coração. Eu e meu BFF Frede perdemos horas consideráveis de vida mandando mensagens um pro outro com trechos dessa cançã e, quando ele estava em barcelona, traduzindo com muita acurácia (oloco) (só que nunca) pro espanhol. Frases bonitas como VOUUUuuuUuuUuU ME pInDURaAAAaaR também acontecem bastante.

Além de ser excelente pra cantar berrando praticamente inteira, ainda tem uma letra sensacional, né? Espero que essa senhora não pare de cantar, já que até fazer um feat com David Guetta parecer bom ela consegue, né? Tem mesmo um talento infinito, essa mulher.


TODO MUNDO CANTANDO COMIGO!!1!

Melhotr trecho pra berrar:

I'm gonna swing from the chandelier, from the chandelier
I'm gonna live like tomorrow doesn't exist
Like it doesn't exist
I'm gonna fly like a bird through the night
Feel my tears as they dry
I'm gonna swing from the chandelier, from the chandelier

(Ai, péra, esqueci de colocar aqui esse link maravilhoso pra ouvir outra versão maravilhosa dessa música maravilhosa.)


epílogo - a música que não passou no corte

mr. brightside - the killers

Eu queria mesmo ter colocado essa música na lista. Eu não sei se já contei isso, vou contar de novo e problema seus, mas quando eu tava sofrendo na Irlanda (pedante) e pensando que eu tava fazendo tudo errado, por isso tava tudo tão errado, começou essa música no pub e eu percebi que eu estava conseguindo a incrível façanha de SOFRER.NA.IRLANDA., do lado de pessoas maravilhosas, num lugar maravilhoso, de férias, com saúde (um milagre quase inédito), com nada além de motivos pra ser feliz. Cantar "but it's just the price I pay | destiny is calling me | open up my eager eyes | 'cause I'm Mr. Brightside" foi catártico. Tá certo que serviu muito pouco, já que eu estava indo embora da Irlanda no dia seguinte, mas serviu pra levar o resto da viagem pela zoropa numa vibe muito mais maravilhosa ainda. Brigada, Brandon Flowers. Na próxima lista você fica em primeiro.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

morando sozinha...

... no meu quarto.

Nossa, se tem uma coisa que eu não admito me deixa nervosa é esse povo do: saí de casa, e agora?

Aí vem tutorial de como ser feliz morando sozinho ou com o namorado e eu quero arrancar  a minha cara de nervoso com as dicas super inéditas, tipo "a roupa não se lava sozinha".

é memo, é?

Essa semana vi uma tag rolando pelas ~blogueiras famosas~ sobre as coisas loucas de morar sozinho. E morri de odinho tudo de novo.

Ano passado uma conhecida minha casou e eu encontrei com ela uns dois meses depois. A menina dizendo que toda semana levava roupa pra casa da mãe pra lavar, que tava morrendo de fome porque não aguentava mais delivery, que a casa tava nojenta porque limpar é chato. Eu só sorrio e aceno, né?



*****

PARÊNTESE: esse post começou a ser escrito um pouco antes e terminou um pouco depois  do anúncio dos temas da...


de modos que estou encaixando-lo no tema: independência.


Tem muita gente que faz cara de horror quando descobre que eu moro com meus pais. Alguns tentam disfarçar, mas a maioria solta aquele "ahhhhh, por iiiiisso que sua vida é esse sossego. Cama arrumada, comida pronta, roupa limpa, assim até eu".

POIS É. EU NÃO.

Eu tinha uns 10 anos quando, num dia de chuva, eu resolvi sair de casa de blusa branca. Na frente do meu condomínio tem um parque com lago, pato, árvore, grama e coisa e tal, um relevo bem complexo, com uns morros altos que acabam na beira do lago. Pois eu fui lá de blusa branca num dia de chuva e fiquei andando na beiradinha do morro. Pisei num pedaço de terra sem grama, o tênis escorregou e eu SHUUUUUUUUFFFF morro abaixo. Voltei pra casa chorando, porque eu caí em cima do cotovelo e achei que tava quebrado. Minha mãe abriu a porta e viu o marrom predominando na minha blusa branca e me levou pra lavanderia, me mandou tirar a blusa, colocar no tanque e só sair de lá quando estivesse branca de novo.

- mas e se meu braço quebrou?
- lava com o outro.

O braço não tava quebrado e a blusa foi recuperada depois de muita esfregação. Quando a roupa ficou limpa de novo, eu recebi instruções sobre como usar a máquina de lavar roupa, ganhei meu próprio cesto de roupa suja e, dali em diante, essa tarefa era de minha responsabilidade. Pra aprender que não é mágica a roupa limpa dentro da gaveta.

Além disso, ninguém na minha casa é adepto do ferro de passar, de modos que tinha que aprender a pendurar, dobrar e guardar, que era pra não sair com cara de desleixo na rua (até o presente dia, se há um ferro de passar na minha casa, não fomos apresentados. E as pessoas só descobrem que eu não passo roupa quando aviso, porque eu nunca tô amassada, BGO, SOCIEDADE).

Essa história aí aconteceu quando eu não tinha mais que 10 anos.

Nessa época eu era responsável pelo meu próprio uniforme da escola, por ficar pronta na hora certa, essas coisas. Lembro que um dia eu estava uniformizada, penteada, lancheira pronta, mochila pronta, sentada na frente do sofá esperando o almoço e... minha mãe se atrasou pra chegar em casa. Acabei fazendo um sanduíche pra garantir e tudo mais, de modos que minha mãe chegou à seguinte conclusão: você precisa aprender a cozinhar.

Primeiro foi arroz, que um dia ficava duro, outro dia ficava salgado, outro dia ficava aguado. Depois macarrão. Quando eu fiz 12 anos, passei de fase e ganhei o direito de usar a panela de pressão. Na mesma época, minha mãe voltou a fazer faculdade, meu pai deixou de morar na mesma casa que a gente, eu virei a cozinheira oficial dos dias de semana.

Claro que teve momentos de pura delícia, como aquele em que eu abri a geladeira e tinha nada além de um pote de molho de tomate. Reflitam que em 1993 não tinha google e eu tinha arroz e molho, concluí "risoto" e fui lá tentar fazer acontecer. Cozinhei o arroz, coloquei o molho, refoguei mais um pouquinho e... MEO DEOS QUE COISA HORRÍVEL.

Nesse dia eu estava sozinha em casa, porque meus irmãos tinham aula em período integral em alguns dias da semana. E não tinha mais nada o que cozinhar e eu fui comendo com muito desespero, até lembrar que tinha um dinheirinho em algum lugar e decidir ir na padaria comprar pão e queijo pra acabar com aquele sofrimento. Pois nesse momento tocou o telefone de casa e era meu pai, preocupado com o almoço, lembrando que ninguém tinha conseguido abastecer a despensa no fim de semana.

- ai, pai, eu fui fazer risoto com aquele molho da geladeira, mas não deu certo.
- que molho?
- o do pote marrom na geladeira.
- VANESSA DO CÉU AQUILO É GOIABADA!111!!!!11



Eu tava comendo arroz com goiabada, gente. Nunca façam isso. Desde esse dia, eu nunca.mais.comi.goiabada.

Eventualmente eu fui aprendendo receitas e técnicas culinárias, consegui me livrar da desgraça da carne de vaca, a vida ficou linda e hoje em dia eu cozinho deliciosas delícias na hora que me der na telha. Sou a rainha da panela de pressão, cozinhando almoços completos com 4 ou 5 delas de cada vez. Comida simprona, até porque eu não gosto de comida com firula. Mas eu acredito que saber cozinhar é um dos maiores geradores de liberdade do cerumano. A capacidade de fazer acontecer o que você quer e não depender de ninguém nem de restaurantes. Brigada, mãe, por ter me tacado na cozinha.

*****

Ainda ali com 12, quando eu me vi sozinha em casa, eu me dei conta que alguém tinha que limpar. E num mundo com lições de casa que sempre ficariam por fazer (eu era contra, me deixa), com opções limitadas de tv, sem internet e sem poder sair de casa por motivos de babá de irmãos, uma hora o tédio se abatia sobre a pessoa e ela - no caso, eu - ia descobrir como funcionava o aspirador de pó, ia lavar louça, limpar banheiro, tirar pó, organizar armários da cozinha, cadeiras da sala de jantar, produtos de limpeza, etc etc etc.

Depois de um tempo, aprendi a organizar a lista de compras, desde a comida até o veja limpeza pesada. Sabia quando precisava pedir gás pra cozinha. Sabia desligar o disjuntor e armar a escada pra trocar a lâmpada do quarto. Tinha uma rotina pra regar plantas. Corria pra pegar a roupa do varal - de quem quer que fosse - em caso de chuva. Sabia até expulsar os sapos que invadiam a casa, matar barata, usar veneno de formiga. Tudo isso antes de completar 15 anos.

Eu sabia andar de bicicleta pelos lugares, sabia ir à pé. Ia sozinha pra escola, pro clube, pra casa dos amigos, pro grupo de jovens, pra balada. Meus pais raramente tinham que me carregar pra algum lugar. 

Talvez não tenha sido a infância mais feliz do mundo, mas eu sou eternamente grata a habilidade de saber fazer sozinha qualquer coisa que eu precise. E se eu não sei fazer, sei quem pode me ajudar.

*****

Aos 17 eu fugi de casa (pra estudar, ai que rebelde), acabei tendo que morar de favor por um ano. As habilidades que eu ainda não tinha, tive que aprender. Cozinhar no micro-ondas (meu deus do céu, como eu odeio o micro-ondas, odeio até essa palavra, grazadeus não preciso mais usar esse objeto estúpido PRA NADA além de estourar pipoca da yoki), andar de ônibus em grandes cidades, andar de táxi sozinha, ir em médico sozinha, comprar meus próprios remédios e produtos pessoais no supermercado, com o meu dinheiro. Administrar meu tempo, minhas horas de sono, minha rotina, como um todo.

Quando minha mãe veio morar comigo de novo (plot twist: eu SAÍ de casa, mas minha mãe foi atrás), eu tava a louca da organização. Acordava antes das 6h, ia pra faculdade de ônibus. Voltava andando, pra fazer exercício. Chegava em casa e começava o almoço antes de ~as crianças~ (meus irmãos) chegarem da escola. Servia o almoço, lavava louça, passava aspirador, lavava roupa, limpava quintal, trocava ração de gato e cachorro, fazia lista de supermercado, estudava, fazia trabalhos da faculdade, assistia tv, botava ordem na zona das crianças, da mãe, dos bichos, ia dormir pontualmente 22h, repetia. 

Os anos foram passando, cada um foi cuidando um pouco mais da própria zona, CRIANDO um pouco mais de zona, a casa foi ficando apertada, eu comecei a trabalhar, depois trabalhar mais, depois estudar mais, a vida virou um caos, mas nunca, NUNCA, ninguém arrumou minha cama por mim. E eu nunca deixo minha cama por arrumar. Nem domingo. 

Em algum momento, me obrigaram a aprender a dirigir, coisa que eu não queria de jeito nenhum, porque sabia que significaria apenas uma coisa: mais trabalho. IR ao mercado. Sozinha. Levar pessoas. Buscar pessoas. Sair do trabalho pra levar gente pro hospital. Buscar no aeroporto. Essas coisas super adultas, credo.

*****

Meus pais sempre viajaram muito e eu sempre detestei viajar (essas viagens tipo ir pra casa da tia), especialmente de carro. Então eu sempre fiquei muito sozinha em casa. Sem nenhum problema, muito pelo contrário. Sábados de solidão são aqueles em que eu abro as janelas todas da casa sem ninguém pra encher o saco que tá ventando, tá sol, tá chuva, blábláblá. Coloco a música que eu quiser, na altura que eu quiser e ninguém reclama que o aspirador tá atrapalhando a tv. O varal é todo meu pra lavar cobertor, toalha, botar o travesseiro no sol. Eu posso almoçar purê de batata e nuggets de vegetais às quatro da tarde, tomar banho, deitar na cama e ver 38 filmes em sequência, mesmo que o último acabe 4:38 da madrugada, na altura que meu ouvido precisar. 



*****

Cê vê, hoje mesmo, tava eu chegando em casa e o portão eletrônico não abriu. Como eu tenho a sorte de morar na região dos super postes (don't get me started) e de desligamentos programados de energia to.da.se.ma.na., pensei "era só o que faltava, esqueci samerda de dia sem energia", larguei o carro pra fora e entrei pra fazer meu almocinho. Cheguei na cozinha e a tv tava ligada, como eu esqueci de manhã, de modos que eu pensei UÉÉÉÉÉÉÉ??////

Fiz uma linda tapioca, misturei com uns arroz que eu deixei pronto onti, catei uns nhoque recheado do domingo, taquei cebola em cima e comi essa refeição balanceadíssima, fiz uma inalação com berotec e saí sambando involuntariamente, dei rações, troquei águas, me dirigi pra saída da minha própria casa e tentei abrir o portão de novo e... NADA. Comecei a fazer a agenda mental de quando poderia receber o técnico, tentei lembrar onde estaria a chave pra abrir manualmente, cadeado pra botar lá enquanto isso, essas coisas que gente que mora com a mãe não é obrigado. Fui pra minha linda aula e deixei pra pensar mais tarde. Quando eu voltei pra casa, um dilúvio se aproximando e eu pensando nos próximos a chegar morrendo encharcados até descobrirem que o portão morreu e acharem suas respectivas chaves e etc e lembrei de uma manobra radical de dar uma porradinha no portão enquanto aciona o controle que ele volta. Tentei, né? POIS NÃO É QUE FUNCIONOU? Quase perdi a mão no tranco, mas o portão abriu suavemente pra mim e pros 3 que chegaram depois. 

E é por causa disso que eu não compreendo gente com mais de 20 anos que não tomou o rumo da própria vida na mão.

Veja bem: eu não acho que sou melhor que ninguém por causa disso. Mas não consigo admitir uma pessoa adulta que não consegue escolher o que comer no café da manhã

Vejo gente falando que tem que pedir pra mãe comprar remédio, pasta de dente, escolher médico, fazer almoço. Vejo gente falando que ai meu deus, a comida não brota na mesa, a roupa não brota no armário, tem que limpar o banheiro, tem que gastar dinheiro no mercado, o chuveiro queima, aparece barata, você é responsável por si mesmo.

CÊ.JURA.

Eu tenho trinta e três anos, onze meses, 16 dias, moro com meus pais, às vezes acho que cuido mais deles que eles de mim e já sei essas coisas faz tempo.

Hoje em dia, morando numa casa grande, dessas que dá até alegria passar aquele ♥rodo mágico♥ pelo chão, cada um vivendo praticamente no seu quarto, uma pia maravilhosa pra organizar e lavar a louça, um fogão gigante pra cozinhar deliciosas delícias, carro próprio pra trazer milhões de sacolas do supermercado, da compra paga com ~recursos próprios~, milhões de dinheiros gastos em lojas como leroy merlin pra deixar tudo bonitinho, mesmo as partes da casa que TEORICAMENTE não estão sob meu domínio, eu tenho mais problema ainda em entender gente que não captou como uma casa funciona depois de passar a vida vivendo em uma. 

No dia em que eu sair de casa de novo, não tenho a menor dúvida de que serei feliz para sempre comigo mesma. Vou poder me alimentar, manter a higiene, decorar, ouvir música sem fone, fazer pequenos serviços de reparo e ainda me servir de companhia. É capaz até de nunca mais botar o pé pra fora e fazer tudo pela internet, até a compra do mês.

Se bem que deve dar até uma alegria sair de casa sabendo que o pote de nutella que você comprou com tanto amor e esqueceu em cima da mesa da cozinha estará lá, contendo a mesma quantidade de recheio que continha na hora em que você saiu.



NUM.VEJO.A.HORA.