sexta-feira, 24 de abril de 2015

you're gonna hear me roar

Da série: explicando minha vida com letras do cancioneiro do pop merdão.

the eye of the tiger

A única coisa que eu sinto que resolvi mesmo na psicóloga foi um aspecto da minha autoibagem. Quando ela mandou que eu me descrevesse com uma palavra, eu usei a mesma palavra com que eu sempre me descrevera (hahahahhahahahahhahahahhaha vish) até ali: egoísta.

Eu passei trinta e três anos da minha vida achando que eu era egoísta e sofrendo consideravelmente por causa disso. Ainda hoje eu não consigo, por exemplo, ~jantar na rua~, se eu sei que tem alguém em casa. Você não entendeu? Assim: eu preciso ir na papelaria e só posso fazer isso depois do trabalho. Eu moro na roça, então o único lugar com comércio aberto depois das 18h é o shopping. Então eu vou até o shopping e aproveito pra ir na farmácia, comprar roupa, essas coisas. Dá 20h e eu tô o que? Com fome. Eu tô onde? Na rua. Tem o que? Trinta e oito restaurantes diferentes. Que opções eu tenho de acordo com a minha cabeça?


a) permanecer com fome e ir pra casa, onde todo mundo já comeu e só sobrou meio pão seco e coca em gás ou


b) comprar comida pra todas as pessoas da casa, de acordo com suas preferências pessoais, pra poder comprar comida pra mim mesma de acordo com a minha preferência pessoal e ir comer fria em casa.


Se eu comer onde eu tô e não levar nada pra ninguém, chego em casa e minha mãe tá cozinhando e todo mundo me esperando pra jantar.


E aí eu choro por 4 horas, porque sou uma pessoa horrível.


É bem esse nível aí mesmo e eu tô suavizando pra vocês.


VINTE ANOS DE VIDA ADULTA NESSAS CONDIÇÕES PRECÁRIAS.


*****

Um parêntese desnecessário, shall we?

Péra, um parêntese do parêntese: eu tava relendo arquivos muito antigos do blog e de posts que eu nunca cheguei a publicar e, GENTE, eu tenho uma quantidade de ex namorados tão grande que meus neurônios não conseguem dar conta de lembrar de todos. Quando eu vejo, tô tentando achar informações mais detalhadas das pessoas que eu descrevo como namorados (ou afins), porque eu tenho absolutamente ZERO memórias dessas pessoas, às vezes com nome estampados nos posts. [/mulher rodada]

Aí tinha esse ex.

Meu deus, minha capacidade de escolher namorado é uma coisa que a ciência deveria estudar. E tem tantos pra analisar, daria um estudo incrível.

Esse um aí era praticamente um stalker. Eu terminei com ele umas 20 vezes diferentes e ele continuava aparecendo na minha casa e eu tava cansada demais pra discutir, então eu fingia que ele não estava lá e ele achava que o relacionamento ainda estava acontecendo.

Até que numa semana ele conseguiu me ligar 5 dias seguidos na mesma hora e num deles, gente, eu tava no banheiro, sabe? E eu não levo celular no banheiro, mas mesmo que levasse, não é como se eu fosse ATENDER uma ligação no meio ali das atividades. Não vou, não sou obrigada. E o indivíduo me ligou seis vezes nesse curtíssimo período de tempo, deu um chilique por eu não ter atendido, sendo que eu sabia que ele me ligaria cronometricamente naquele instante e ó minhas ruga? No dia seguinte, eu queria fazer uma coisa sem ele (eu queria fazer TODAS as coisas sem ele), então saí do trabalho correndo e fui pra onde eu queria ir com o celular no silencioso. Quem tá na porta do lugar onde eu tô indo? Isso mesmo. Um faro incrível. Pois eu fiquei escondida atrás de um pilar até o cuco me ligar no horário exato, eu dizer que estava em casa e ver ele bem lindo (não) indo em direção ao seu carrinho pra me stalkear no meu lar, enquanto eu fazia tranquilamente o que eu precisava fazer.

Claro que meia hora depois ele me liga de frente da minha casa me contando que eu não estava lá, eu digo que não sou obrigada a dar satisfação e saí, ele me diz que tá indo até mim, eu digo que estou voltando pra casa, porque ainda preciso passar no supermercado pra comprar comida e ele diz "então eu te levo".

O que vaneça pensa nesse momento? 

- posso comprar MAIS comida, se um carro for carregar as sacolas, viva!

Pois chega o encosto e dá a sugestão de tomar um lanchinho antes de ir ao mercado e eu digo que não. O que ele faz? Isso mesmo, dirige diretamente até um restaurante que eu não gosto.

Chegando lá, eu peço uma micro porção de qualquer coisa, enfatizando que, apesar de faminta, pessoas estão me esperando (e à comida) pra jantar, então tem que ser rápido. Ele pede meio menu. Minha porção chega antes, ele come 80% da minha pouca comida, come toda a comida dele e, quando eu vou até o banheiro por 10 segundos porque estou perdendo sangue pelo nariz, adivinha quem foi pedir a conta e pagou apenas metade e me avisou com muito amor que só faltava eu pagar a minha outra metade? Magina que a conta deu 100 reais. Eu comi o equivalente a 10 e paguei 50 :)

NÃO TEM COMO NÃO AMAR.

Pra completar, quando eu reclamei do absurdo que tinha acabado de acontecer, o que o equilibradíssimo fez? Me.deixou.em.casa. Eu gritei, eu pedi ajuda pras entidades superiores, eu avisei que tinha que comprar comida, mas o infeliz me deixou em casa e falou um romântico "se fode aê", porque eu sou muito grossa e não mereço ajuda.

De modos que eu entrei em casa chorando como se tivesse morrido alguém (além da minha dignidade), não sem antes planejar uma forma horrível e dolorosa de terminar esse relacionamento (eu venci, mas isso é assunto pra outro dia) e ainda fui muito mal tratada pelos envolvidos todos porque, NOSSA, QUE QUE CUSTA TRAZER COMIDA?

Fica assim uma vida de traumas nesse sentido.

E você me pergunta como eu sou gorda, se eu NÃO COMO devido à culpa. E eu te digo que é por causa dos remédios e de um rim faltando e você não acreditará em mim.

¯\_(ツ)_/¯


E foi assim com a minha vida toda. Eu compro uma blusa legal, eu compro TRÊS, porque é uma pra mim, outra pra minha mãe e outra pra minha irmã. Teve um tempo que eu comprava SETE, porque adicionava primas e tias na equação. Alguém falava que gostava de uma coisa minha, eu comprava igual pra pessoa. Fica aqui a dúvida: como será que empobreci? Não tenho ideia.

Eu gastei meus dinheiros, meus tempos, minha saúde, minha sanidade mental em favor dos outros e de noite eu ajoelhava no milho porque, meldels, quanto egoísmo, como que pode????

Aí minha pissy me contou que isso é o contrário de egoísmo e que eu estava sofrendo uma certa chantagem emocional do universo por motivos de bundona.

Levou ainda um tempo pra eu acreditar, mas num dia muito iluminado, kátia peres começou a cantar Roar no meu shuffle e eu tava parada no trânsito, comecei a cantar prestando atenção na letra e veja só você que epifania mais incrível: eu sou legal demaissssssss, mas esse tempo acabou e agora fique aqui cos meus rugido (vamos fingir que não errei e escrevi mugido antes).

I used to bite my tongue and hold my breath
Scared to rock the boat and make a mess
So I sat quietly, agree politely
I guess that I forgot I had a choice
I let you push me past the breaking point
I stood for nothing, so I fell for everything


Kátia provavelmente tem uma câmera escondida na minha casa, na minha vida. Stood for nothing, fell for everything era meu lema de vida. Sempre muito educada concordando, sorrindo e acenando, pensando "coitada dessa pessoa, ela já é feia, burra, chata e sem graça, vamo deixar essa vitória acontecer pra ela" e eu só me lascando. 

You held me down, but I got up
Already brushing off the dust
You hear my voice, you hear that sound
Like thunder, gonna shake the ground
You held me down, but I got up
Get ready, ‘cause I've had enough
I see it all, I see it now


Mas eu me dei conta do que tava acontecendo e foi muito difícil pras pessoas, porque "nossa, cê foi sempre tão legal, de onde veio essas grosseria agora?". UÉÉÉÉ, MAS EU NÃO ERA JÁ UMA GROSSA? Sivira, kiridinha, essa é a nova eu e falar grosso é meu novo way of life. 

I got the eye of the tiger, a fighter
Dancing through the fire
'Cause I am a champion
And you're gonna hear me roar
Louder, louder than a lion
‘Cause I am a champion
And you're gonna hear me roar


Talvez não seja assim pra taaaaaanto, baby steps, né? Mas o negócio é que agora eu não vou só mais me colocar em primeiro lugar: as madame vão saber que eu estou em primeiro lugar sim e que não gostar que deite na BR.

Now I'm floating like a butterfly
Stinging like a bee, I earned my stripes
I went from zero, to my own hero


Tamos trabalhando ainda nessa parte de voar como uma borboleta e ser o próprio herói, porque, veje bem, é muita coisa errada dentro da cabeça de uma pessoa só (no caso, eu), mas se você vai me tratar como uma abelha, pelo menos agora eu faço jus às minhas listrinha.

Que combinarei com bolíneas, pois Agostinho Carrara ÍDOLO.

E é assim, gente. Eu sou um amor, eu sou um doce, mas agora tamo aí rugindo rumual jantar romântico comigo mesma fora de casa, sem pedir o acompanhamento do pacotinho pra viagem, que todo mundo é grande o suficiente pra caçar sua própria comida e me deixar em paz.

:)

(Não sei se é conveniente deixar aqui o aviso de que talvez seja importante compreender a ideia de metáfora antes de ler c e r t o s p o s t)

sexta-feira, 17 de abril de 2015

the rise of the good twin



HAHAHAHHAHAAHAHHHAHAHAHAHAAHHAAHHAAH

Primeiro eu ri, que era pra tirar essa coisa engasgada do meu interior.

Cê declara publicamente que tá amando e as pessoas acham que você vai sair deletando tudo que já pensou ou disse ao longo da vida, porque vivemos uma grande novela e todas as pessoas encontram redenção no amoOOOOooOOOor.

Vão cagar?

Se vocês acham que eu reavaliei toda a minha existência por motivos de interesse por um homem, meu deus do céu, a coisa é pior do que eu pensava.

Milhares de cartas chegaram na caixa postal da redação com perguntas desesperadas "você não vai mais odiar nada?", "você não vai mais reclamar?", "você tá pensando em casar?"

AHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
AHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
AHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
AHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
AHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
AHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

Menas, migas.

Meu cérebro não foi atingido por uma paulada, eu não perdi a memória, eu não fiz transplante de personalidade.

O boy é lindo? É. Deve ter genes maravilhosos pra distribuir? Deve. Eu passei a magicamente querer filhos? De jeito nenhum.

Eu vejo o boy e quero ficar apertando ele? Sim. Já estou autorizada a fazer isso? Não. Eu passei a magicamente aceitar a ideia de dividir minha cama com alguém? Nem pensar.

Tô há anos enchendo o saco de todas as pessoas do mundo sobre querer fazer doutorado na Europa? Sim. Seria uma pena conquistar um boy dessa magnitude e deixar pra trás? Nossa, pra caramba. Desisti de ir? Não mesmo. Inclusivemente já botei a semente da ideia no cabeção do rapaz, quem sabe não vamos juntos.

O boy é lindo, inteligente, engraçado, divertido e muitos etc? Sim. Apagou o universo e não lembro que existem outros boy no mundo? Infelizmente, não. Pretendo deixar de ter amigos do sexo oposto? Não. Mesmo entre aqueles insuportáveis que vivem tentando alguma coisa comigo, mesmo que eu canse de dizer que nem morta? Mesmo esses. 

A simples ideia de que quando tudo estiver meio chato eu posso lembrar que boy magya estará na minha presença de uma a seis vezes por semana dá uma acalmadinha no coração? . Mas isso quer dizer que eu ache que de repente o mundo ficou colorido, tudo é legal, bonito e simples? Hahhaahahhahaha. Bitches, pls. 

Como cêis são otimista, tô chocada.

Eu não consigo parar de falar desse boy, de modos que praticamente todo mundo que eu conheço sabe que ele existe (e só, que eu não vou ficar fazendo propaganda, não conto nem o nome :P). Aí outro dia tava lá uma miga dessas que lê casamento brindado reclamando da vida do piriguetismo e eu tava nem dando opinião, tava só ouvindo e acenando. Um xarope que pegou a conversa no meio começou a falar que meninas têm que ser femininas. E por femininas, ele queria dizer: lavar a louça, limpar a casa, fazer comida HAHAHAHAHAHHAHAHA.

No meio da discussão, eu falei "fio, por que cê não casou com uma diarista ou até mesmo com a sua mãe?". Nossa senhora, a pessoa desestabilizou completamente, falando das obrigações da mulher e eu só comecei a rir e falei "não me explica não, não tem necessidade", ni qui minha miga fala "uééééé, mas você não tá amando agora?".

SIM.

E que que tem?

Passou pela cabeça de alguém que, NOSSA, AGORA SIM, dá essas roupa suja aqui que eu vou lavar? 

Queria aqui deixar registrado que não há amor no mundo que eu sinta por alguém que supere o amor infinito que eu sinto por mim mesma. Eu posso me tratar mal, mas é igual mãe, sabe? Só você pode falar mal da sua e não quer dizer que você goste menos dela por causa disso. Eu me amo DEMAIS pra virar cozinheira-lavadeira-passadeira de alguém, minha gente. Eu quero uma pessoa pra ir tomar sorvete e ficar numa fila de 40 minutos sob o sol pra comprar coca-cola quente (e achando graça). Eu quero planejar viagens por razões estúpidas, tipo conhecer a ilha em formato de mapa, SÓ PORQUE SIM. Eu quero alguém pra rir dos outros junto. Eu quero alguém que me motive a passar uma conversa mole numa tia, pra ganhar um livro extra, só pra dividir com quem perdeu o passeio. Eu quero alguém pra ficar rindo em lados opostos da sala de uma coisa que ninguém que tava ali no meio viu. Eu quero alguém pra ter segredinhos sem importância e rir em cumplicidade quando alguém der um fora que nem sabe que tá dando. Eu quero alguém pra mostrar um ninho de coruja. Quero alguém pra torrar a paciência porque fala baixo demais e eu não consigo escutar. Porque a mão tá gelada demais e não para de me cutucar.

Uma casa, uma pia de louça, uma lavanderia e uma cama pra dois: não quero. 

*****

Infelizmente, permaneço acreditando muito pouco em amor eterno e fico pensando aqui se vale a pena me apegar tanto assim a outro cerumano pra daqui um tempo ter que desapegar. Também continuo vendo o mundo assim bem normal, do jeito que eu sempre vi. Continua sendo um saco acordar cedo, ter tanta prova que mal consigo dar conta de pentear o cabelo e arrumar a cama, continuo desenvolvendo crushes por celebridades que não fazem o menor sentido (tanto a crush quando a celebridade) e odiando as coisas em geral. 

Em resumo, continuo reclamando mais do que respirando.

Quem curte meu jeitinho pode ficar tran-qui-lo, que eu não vou deixar de ser bocó só porque descobri que meu corazón tem função sentimental, que eu achava que tava desativada. Até porque, apesar de eu estar captando sinais que o boy está emanando na minha direção de que É POSSÍVEL, também existe 120% de chance de eu quebrar a cara bem linda, dada a quantidade de variáveis desfavoráveis no nosso cenário do amor. E vocês que vão ter que guentar vaneça on the fossa (acho melhor torcer pra dar certo, que eu sou mais legal de bem com a vida).

E quem não curte segue em frente que tem outras 7 bilhão pessoa no mundo pra gostar.


domingo, 12 de abril de 2015

and jupiter aligns with mars

(só que não)



Prosseguindo nas mentalizações da era de aquário e etc, deixa eu contar uma coisa aqui pra vocês.

É um PELIGRO essa coisa de mentalização.

Faz meia hora que tô procurando aqui um post de uns 4 anos atrás, de um dia que eu tava com baixos níveis de amor no coração e acreditei que fiz uma pessoa desmaiar e AIMELDELS ACHEI porque esses dias aconteceu um negocinho parecido (só que nada a ver).

Assim.

Trocaram minhas profe na academia DE NOVO. E, gente, eu sou HSP, isso sempre me deixa nervosa. É muita coisa a que eu tenho que me adaptar. No caso da aula de alongamento, tem os movimentos, as músicas, o jeito como a pessoa fala (sim, levante as mãos pro céu se a forma como as pessoas falam não te tira a concentração na vida). Mas nada poderia me preparar pro horror que seria essa nova professora. A pessoa tem UMA playlist, que ela repete TODA aula, NA MESMA ordem. Eu não sei, mas acho que se o purgatório tem uma ante-sala, ela é assim. Como se não bastasse, ela dá os mesmos movimentos na mesma ordem. Então você sabe que estará esticando a perna quando tocar uma música insuportável da Ivete, que estará de cabeça pra baixo quando tocar Lenine, que estará toda torcida quando Alicia Keys gritar que está on fire. Além disso, rola um sotaque mineiro sibilado que olha. Não é culpa dela, mas eu vou ter um troço em breve.

Dois.meses.desse.desespero.

E, quando cê pensa que a aula não pode piorar, ela manda formar duplas, com gente que não conheço, em quem não quero encostar nem morta. Eu tenho vontade de catar minhas meinhas, meu tapetinho e ir embora sem nem dizer adeus.

Não sei se me desespera mais a música repetida (eu não aguento mais, gente. não aguento. NÃO AGOENTOOOOO), os movimentos ou encostar em pessoas.

Aí você me pergunta: o que você ainda tá fazendo lá? Eu te respondo: tão horrível as aula mas tão bom pras saúde.

Meus probleminha alérgico arrebentaram minhas articulações e só isso tá salvando. Eu acho que seria muito triste ter que parar.

De modos que essa semana eu passei inteira reclamando, inclusivemente com pessoas que nem sabem do que eu tô falando. Eu só dizia "ai, que pesadelo, tenho alongamento hoje e tenho que escutar ivete, ivete, engenheiros, nando reis, nando reis, lenine, robin tique, djavan, this girl is on fire", não vou aguentar. 

De manhã eu falei com uma amiga da academia que a situação tava insustentável, na hora do almoço estava explicando pra minha mãe algumas coisas do HSP (eu tenho que ir devagar na hora de ensinar minha família a viver com uma pessoa HSP-INFJ-Introspective Thinking (juro) (uma hora faço um post sobre essa desgraça), e falei que era praticamente impossível eu acabar o mês de abril fazendo essas aulas.

Repeti mil vezes nesse dia, quase que pra mim mesma, que eu teria que deixar de fazer essa atividade. Porque dentro de toda loucura da minha mente ainda tem isso: se eu paro de fazer uma coisa que eu mesma me dispus a fazer, eu acho que falhei na vida. Toda uma facilidade em morar na minha cabeça.

No fim da tarde, me arrumei com a maior má vontade do mundo, fui andando pra academia carregando um ouvidor de música e pensando se seria muita falta de educação permanecer ouvindo minha própria música enquanto fazia a aula.

Cheguei lá e procrastinei infinitamente até entrar na sala e acabei perdendo uns 3 minutos de aula. Ouvia ivetão cantando à distância, respirei fundo, botei o pé dentro da sala e 

ZUIOUUOUOUNNNNNNNNN

Fez-se silêncio.

Todo mundo se olhou, a profes levantou e foi olhar a mesa de som e... nada. Eu peguei meu tapetinho, minha meia, sentei confortavelmente, ela mandou ir fazendo uns movimentos no silêncio, mexia no celular e... nada. Não saía música do alto falante. Depois de uns cinco minutos, ela vira chocadíssima pra nós e diz "GENTE, APAGOU A PLAYLIST AQUI". 

Poxa, que pena?

AHHAAAAAAAAAAAAAAAAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHA

A aula foi acontecendo no silêncio (oremos) e as velha tudo reclamando, porque "musiquinha é tão bom, né?". Em que planeta essas pessoas vivem, que não sentem os efeitos da música repetida? Não sei. Mas naquele momento eu estava muito contente com a situação.

De 10 em 10 minutos a fia dava uma olhada no celular, que acabou desmaterializando a bateria e foi piorando sem parar. Não desejo o mal das pessoas, nem que ela tenha gastos inesperados, mas se um celular estragado é o que precisa pra eu poder ter paz, QUE ESTRAGUE.

Ela ficou trabalhando na reanimação até o último minuto e eu entoando o mantra "silêncio silêncio silêncio silêncio silêncio silêncio silêncio silêncio silêncio silêncio" e o celular não voltou à vida até minha aula acabar.

:)

Aparentemente, nas aulas seguintes, alguma mágica aconteceu e ela conseguiu usar outras playlists e a bateria inclusive funcionou, mas a listinha de músicas insuportáveis do alongamento SE FUÉ.

Provavelmente ela pegou as mesmas músicas horrorosas e botou tudo de volta no celular, na mesma ordem, ainda no mesmo dia. Provavelmente na próxima vez que eu for na aula dela passarei pelo mesmo desespero novamente. Eu sei.

Mas se depender dos meus raios mentais, esse celular derrete e essas músicas nunca mais tocarão naquela sala. Ou eu vou de uma vez na secretaria da academia reclamar da menina, porque entre ela e mim, eu escolho sempre eu.

Bgos e não me irritem que eu tô trabalhada no poder.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

a call from beyond



Gente.

Não sei quantos posts existem neste blog sobre meus problemas com a energia elétrica. Entre eles, tem o da maldição do micro-ondas, porque alguma coisa muito errada acontece naquele lar com relação à eletricidade.

Contei faz pouquinho tempo o dia que o freezer virou forno, que explodiu a lâmpada da cozinha, essas coisas bonitas e suaves, né? O que não lembro (e não vou procurar) foi se contei que minha geladeira pirou de vez.

A gente tem uma daquelas com painel cheio de luzinhas azuis, pra controlar temperatura e condições especiais de funcionamento. Pois esse painel queimou numa das milhares quedas de energia. Numa delas, queimou um tanto de luzinhas. Depois queimaram algumas funções. Agora tá tudo meio capenga, porém bastante creize: ela escolhe como quer funcionar SOZINHA. Tipo, cê tá lá vendo tv e escuta o bip do botão. Só que não tem ninguém na cozinha, ok? Ela tipo se auto aperta e decide que tá na hora de ligar o turbo. Aí cê vai lá, ajeita o painel tudo de novo (leva meia hora pra ela aceitar o comando), você quase enlouquece com o pi pi pi pi pi pi de cada aperto de botão, mas cê deixa ali na temperatura média, no programa geralzão. 

Aí cê vai tocar um pianinho e PIIIIIII, ela entrou em modo ~gelando garrafas~. Obviamente, ninguém na cozinha. Mas ela não fica contente e troca pro modo ~gelando latinhas~. Mas não tá bom ainda, aí ela troca pra ~gelando latinhas por 40 minutos~. E tem dias que ela não consegue decidir e troca pra TODOS os programas possíveis, sozinha, acendendo e apagando botões, pi pi pi pi pi pi pi pi pi pi pi pi pi, até que, sei lá, entra na programação "férias". Sinto que é minha geladeira falando MILARGA.

Tá assim faz um tempo. Nos primeiros dias, a gente quase morria do coração. Porque ela não escolhe horário e de vez em quando tem crise existencial na madrugada. Agora ninguém tá dando muita bola, a gente só se dá ao trabalho de reprogramar pro "normal" quando ela entra no turbo por 120 minutos, porque QUEM tem dinheiro pra pagar energia hoje em dia, não é mesmo? Mas praticamente só eu levanto a bunda da cadeira pra ir lá chacoalhar a geladeira e mandar parar de drama.

Só que semana passada ela mudou o padrão. Ficava no médio normal o dia inteiro (ela SÓ fica no médio se a gente coloca, então sabemos que não foi pra lá sozinha) e apitava só se tivesse gente em casa. Pior, só se tivesse gente na cozinha. Você pode argumentar que é porque nessas horas a gente abre e fecha a geladeira muitas vezes, mas eu te digo que na minha casa a gente só faz isso quando vai comer, mesmo. No geral ela fica lá quieta sem interação humana. 

De posse dessas informações, já que todo mundo reparou o padrão da geladeira, tava eu e minhas muié tomando café da tarde quando eu filosofei:

- acho que é alguém do além tentando entrar em contato.

Todo mundo ri, claro, mas quando faz-se o silêncio, a geladeira desanda num pipipipipipipipipipipipipipipipipipipipi que nunca mais acabava. 

- se tem alguém aí precisando entrar em contato, eu não tô entendendo!!11

Minha irmã me manda calar a boca, minha mãe me manda parar de falar bobagem e eu fico prestando atenção se existem pis longos e curtos, porque vai que é morse? Não obtive sucesso.

Deve fazer uma semana que tá rolando a teoria de tentativa de comunicação do além e eu tenho rido na mesma proporção que tenho ficado com um leve cagaço, por motivos de: VAI QUE É? Porque tá bem assim mesmo: eu chego em casa e vou me arrumar pra academia, ela apita. Eu passo 3 horas fora, volto pra casa, ela apita. Aí vai apitando enquanto eu como ou se eu viro de costas pra ela. Fica quieta até a hora que vou dormir, aí apita loucamente quando eu apago as luzes todas e de novo se eu levando no meio da noite pra tomar água ou fazer um pipi (heh). 

Só que agora passou dos limites, sabe?

Duas noites atrás eu apaguei as luzes todas, virei as costas e PIPIPIPIPIPIPIPIPIPI. Esperei ela acabar de dar o chilique e botei no médio. Dei 10 passos e quase morri do coração, porque rolou uns barulhos de coisa despencando e só 20 minutos depois eu me toquei que eram os potes de tempero da janela da cozinha. O que derruboulhos? Jamais saberemos. A gata estava dormindo e a janela estava fechada. 

Não fiquei muito presa nesse pensamento e tava vivendo bem, até que ontem à noite eu apaguei a casa inteira, a cozinha por último. Encarei a geladeira por uns 15 segundos. Nada. Virei de costas, PIPIPIPIPIPIPIPIPIPIPIPIPIPI. Esperei parar e resolvi estabelecer comunicação:

- se tem alguém aí precisando de contato, vai ter que tentar uma coisa mais simples, porque eu não tô entendendo!!11

NI QUE CAI MEIA DÚZIA DE TRALHA DO ESCORREDOR SEM NENHUMA EXPLICAÇÃO.

Por alguns segundos, pensei em ter um siricutico, logo substituído pela sensação de "por que razão?". Prossegui explicando pra qualquer que fosse a entidade ali necessitante de atenção que fosse melhorando a forma de comunicação, porque mexer na minhas lôça também não resolveu.

Ainda sem acender nenhuma luz, fui calmamente até meu quarto, onde Caco Barcellos falava na chamada do Profissão Repórter da semana sobre pessoas tentando se comunicar com pessoas no além.

Se isso não é um sinal, não sei mais o que é.

Uma pena eu não ser adepta desses negózdi ouija board. A pessoa no além precisando entrar em contato comigo vai ter que se esforçar um pouco mais pra explicar como eu posso ajudar.

Fuén.

*****

Deve ser compensação kármica depois que semana passada eu tentei seduzir o boy magia dizendo que eu ~adoro cemitérios~. Gótica suave, tão suave que não  uso preto.


segunda-feira, 6 de abril de 2015

what is love

(baby, don't hurt me)






Gente, que coisa horrível é estar apaishonado. Como as pessoas vivem dessa maneira? Eu provavelmente vou emagrecer 80kg (o que seria excelente), porque eu não consigo mais comer. Sei que vou encontrar a pessoa e minha bochecha começa a arder de um jeito esquisito, aí fico com 40 graus de febre queima pra valer enquanto o entrevero ocorre e a bochecha permanece queimando por mais meia hora depois que cada um vai pro seu lado. Meu cérebro opera em modo de segurança o tempo todo e a ibagem do infeliz parece hao123, porque eu não consigo nem desinstalar, nem fazer parar de rodar. É UM BUG SEM FIM. Quando não estou falando do bendito mestrado, estou falando desse boy. Desculpa, gente. 

Porque assim, tamo aqui numa timeline útil de 4 semanas, que evoluiu de um "te conheço?" pra "vem cá, vamo fazer planos pro futuro". Massss, nada aconteceu de verdade, obviamente, senão eu não estaria aqui me descabelando.

A frase que eu mais falo pros meus amigos é: que medo de dar tudo errado e não sobrar caquinho pra catar. Quando vi a ceninha ali do print, entendi exatamente como Amelia estava se sentindo (menos as drogas, os vício e o bebê perdido, é claro).

Porque assim, eu já me encantei por ~rapazes~ antes, é claro. 

Tipo, de vez em quando cêis desenterram uns posts (eu vejo tudo da minha sala de controle) e meia dúzia de gentes desenterraram esse aqui, de mais ou menos um ano atrás, em que eu tinha acabado de ser ignorada pelo moço que hoje me tira o sono e de compreender que o ~amor da vida número 4~ estava em um relacionamento sério (que ainda perdura). Mas o que eu quero dizer é que já estive em situação de amor anteriormente.

Só que todas elas aconteceram antes dos 20 anos (inclusive esse moço do outro post, que eu conheci com 14, shhhhiu) e sempre tiveram uma dinâmica do tipo 

- será que esse moço tá interessado em mim?
- não pode ser, mas acho que tá interessado sim.
- minha nossa, ele super tá interessado.
- CACILDIS, EU TAMBÉM TÔ!!111
- perdi o timing e o moço se fué.

Nunca antes na história deste país eu me interessei por alguém que nem tinha muita noção de que eu existia, não esboçou nenhuma faísca de interesse por mim. E também a coisa de curtir a inteligência alheia sempre dificultou um pouco eu achar meus namorados ou amores platônicos lindos e o moço em questã é tipo de uma ordem de lindeza que ultrapassa a barreira da realidade. Eu digo "ele é lindo" e as pessoas acham que tô enfeitiçada. Eu mostro ibagens e vejo o choque na cara das pessoas, que respondem com muita suavidade "putaquopariu é lindo mesmo". 

É um pesadelo.

Que medo horrível é esse de ter o corazón esmigalhado, não sei como a humanidade aceitou essa realidade até hoje. Você fica com aquela sensação de que, sei lá, vai abrir um buraco nas carne das suas coxa e rolar no chão que é pra infecção acontecer POR VONTADE PRÓPRIA. Sei lá, tô me sentindo meio perdida, nem metáfora inteligente eu consigo fazer.

(Inclusive: inteligência, pra onde foi?)

Mas tem duas coisas que muito me apavoram predominantemente:

- perder minha personalidade e
- desrespeitar o próximo.

Nunca vi as pessoas se apressarem tanto pra dar conselho na vida como quando eu falei que tava amando. Acho ótimo, sinto o amor e as good vibes emanando, mas vamo deixar aqui bem claro: tô nem escutando? Nunca na minha vida eu pedi opinião pra nada, não vai ser agora. É um festival de "fala com ele", "ignora ele, "pede o telefone dele", "manda mensagem pra ele", "arranja assunto pra falar com ele", "descobre onde ele mora", "adiciona no feice", "chama pra sair", ô, gente!!!1111 primeiro que: kd novidades aí? Poção do amor nº9 ninguém oferece. Ninguém conhece a dinâmica entre mim e o menino, ninguém sabe o que a gente passa, a lerdeza com que as coisas se movem e tantas outras particularidades, num tem muito o que aconselhar, sério mesmo. Eu não vou fazer a surtada desequilibrada que vai olhar pra cara dele no meio de uma terça à tarde e falar "qual seu whatssss?". Mas não vou merrrrmo. Não tem clima pra pedir celular, não peço e fim. Duas semanas atrás não tinha clima pra inventar assunto e sentar do lado, agora já tem, vamo com calma que a vida leva.

Inclusive curto muito essa vibe de ir vendo qualé. Eu não sou muito paciente, é verdade. Por mim, já tinha ido lá falar "mino, cê é lindo demais, meldels, vamo se beijar?", mas se não assim que a sociedade se sustenta em pé, eu aceito. 


De modos que eu tento encontrar diversão nessas de ir analisando cientificamente as possibilidades do negócio ir ou não ir pra frente. Como vocês podem reparar, ainda tô acreditando que é possível. Apesar de as coisas estarem andando numa lentidão que OLHA. Como eu digo pras amigue: é uma maratona. 

Vai ver essa coisa de sentir paishón também sirva pra transformar a pessoa num indivíduo maduro? Vamos ver.

Só sei que eu vou agindo conforme a possibilidade. Deu pra falar um oizinho? Eu falo oi. Deu pra almoçar junto (heh), almoço junto. Deu pra passar a tarde conversando sobre as alegrias de morar na europa, OPA, VAMO CONVERSAR A TARDE INTEIRA. E, se mesmo assim eu não obtiver um número de celular, eu não vou forçar nada.

Se daqui um ano vou me arrepender DE NOVO, é responsabilidade exclusivamente minha, não das dicas furadas que cêis me dão.

Até porque isso tudo aí era o medo número 1, o de ficar louca. O medo número dois é o que causa isso tudo aí: desrespeitar o amiguinho.

Porque se tem uma coisa que anos de coração gelado me ensinaram, foi que você não é obrigado a gostar de ninguém, só porque essa pessoa gosta de você. Que exploda uma corda vocal de cada idiota que falar "eu amo por nós dois", "você tem que entender que ninguém te amaria mais que eu", "você tem que aceitar o amor que eu te dou". 

TEU. CU.

Então não é porque eu tô, pela primeira vez na vida, disposta a ser um cerumano melhor e amoroso e devotado e etc que o rapaz vai olhar pra mim e pensar "é isso aí, vou namorar essa fia, ó como ela olha pra mim como se eu fosse uma coxinha recém frita!". Não é obrigado.

A única coisa que eu posso fazer é ficar 120% feliz, porque a primeira coisa elogiosa que ele disse a meu respeito foi que eu sou inteligente ♥. Pode ser porque não sou bonita e dificulta falar "nossa, cêé linda"? Pode. Mas ninguém é obrigado a chamar ninguém de inteligente e nenhum homem se sente obrigado pela sociedade a avisar que ele fez o favor de te achar inteligente (como acontece com linda, gostosa e adjetivos ligados ao visual que a gente tem que levantar as mãos pro céu quando o moço vê, né, mores? ¬¬), então achei muito maravilhoso.

E daí pra frente é continuar sendo a pessoa mais legal do mundo, o que de fato eu sou (kkk), ser engraçada e divertida e, sei lá, meus pontos fortes do eu interior. Porque mesmo que eu fosse a Gisele Binsh, não quereria dizer que estaria automaticamente entre as pessoas que o moço acharia gatínea, né? Tem gente que curte muito mais a Carol Castro, por exemplo. 

*****

Ousseje, é isso. Não sei o que fazer, não sei como lhedar,  não conheço limites, não sei brincar disso aí, não sei esperar, não tenho paciência e não quero ofender ninguém. Bem simples esse negózdi ~cortejar~.

Se eu não enlouquecer até junho (sei lá, dia dos namorados? aniversário do bofe anterior? meio do ano? festa junina? fim do primeiro trimestre do mestrado?), quem sabe até o fim de 2015 eu não tenho um namorado lindo, inteligente e de quem eu gosto - uma trindade que nunca aconteceu na minha vida.

Vamos todos MENTALIZAR POSITIVO na era de aquário da minha vida.

(ainda não teve emoji nenhum, então não tamo namorando, 
de acordo com a internet. mas já teve emelho e quem manda 
emelho nos dias de hoje se não for amor?)

quarta-feira, 1 de abril de 2015

updates

- as mentalização da era de aquário da positividade funcionam mesmo, gente? mentalizei com força uns negócio tão besta quanto improvável de acontecer e não deu 24 horas, PÁ.

- respondi algumas coisas que tavam no limbo do ask. sobrou um pouco lá ainda, porque tempo quem tem? não sei se é o caso de reviver o aplicativo, veremos.

- se você miadd no feice e não obteve um sim, faltou aquela mensagem esperta ou ela não chegou. chegando, todo mundo ganha sim.

bgos e até breve.