sábado, 28 de março de 2015

darth vader, era de aquário e minha mãe



Primeiramente bom dia eu queria estar avisando que:

a) minha mãe às vezes lembra deste blog e lho lê, de modos que eu peço encarecidamente que não leia este post ou leia com a mente aberrrrta;

b) eu já fui ALOCA dos star wars num outro momento da minha vida, que eu também era loca do futebol, do bon jovi, essas coisas. Aí quando fiz o desapego, fiz com força. Talvez eu fale grandes bobagens relacionadas a esse universo, calm your inner nerd e segue em frente, tem outras franquia, MAS NÃO ME CORRIGE;

c) se você realmente acha que sei alguma coisa sobre o que vem a ser era de aquário, cê lê esse blog de menos. Eu não sei nada de astrologia, não acredito nela (sóri scdd), uso para fins de entretenimento quando me convém. 

Tejem avisados.

Pois minha mãe é uma pessoa religiosa. Estou aqui usando religiosa num sentido amplo, já que não é aquele negócio de se enfiar na igreja. Eu sou uma pessoa cristã e espiritualizada e com pouca paciência pra rituais e paredes, minha mãe é uma pessoa religiosa. Compreenderam onde eu quero chegar? 

Pois ela vive VINTEQUATRO HORA DO DIA na vibe ~o que Jesus faria~, o que eu acho muito incrível e gostaria que fosse aplicado no mundo todo enquanto comportamento, porque faz com que você pense "hum, olha essa merda que eu tô fazendo, que horrível" e você pára e faz certinho. De atravessar a rua a falar mal do amiguinho, funciona pra tudo. Não tô falando de culpa cristã ou de moral pelo pecado. Tô falando só de gente mais legal que eu e você.

Masssssssssss, mamai também deixa a gente um pouco atordoado com esse ETERNO "omg, o mundo, gente". Tem dia que ela chora porque deu enchente e pessoas morreram. É a natureza, é Deus, é a lei da vida, é o acaso, é Darwin. O que quer que seja, não foi a gente que foi lá abrir uma torneira pra afogar os outros, compreende? NÃO DÁ pra ficar sentido. Dá pra se sensibilizar, solidarizar, mas se responsabilizar não dá.

Ok, isso era pra vocês entenderem minha mãe.

E eu, né? Porque eu choro no meio do Jornal Nacional quando pessoas levam bomba na cara na revolta do vinagre, choro quando o copiloto derruba o avião, choro quando o cara é tragado pelo buraco de drenagem, eu choro o dia inteiro e ninguém pode me julgar.

Então minha mãe, que já é toda das evolução espiritual, começou a ir num psicólogo que segue a mema vibe. E eu sei porque eu tentei usufruir dos seus silviços de psicologia e não obtive sucesso. Quando começou aquelas vibe de pessoa índigo, meu deus do céu, eu saí correndo e tô correndo até agora. Eu não consigo misturar as coisas, sabe? Psicologia holístico-espiritual me deixa nervosa, porque tudo que eu não quero é ser responsável pelos equilíbrio energético do mundo, meu problema já é carregar o bendito mundo nas costas, ME DEIXA PENSAR EM MIM SÓ UM POUQUINHO, nem que seja nessa uma hora semanal.

Pois minha mãe compreende o universo, o eu e tudo mais, acho excelente, porém temos discussões contendo argumentos como "é a era de peixes, né, gente?". E todo mundo faz cara de que entendeu como se aplica no contexto.

Ela não fica muito nesse negózdi signo - grazadeus, porque quem guenta "sou escorpião, vocês têm que entender"? eu não - então eu tento acompanhar. E aí ela fala de ciclos, explica tragédias, meio que tenta dar sentido pro que é horrível no mundo e a gente não aceita com facilidade. Eu cresci assim e acho reconfortante, até.

E, finalmente, minha mãe tem uma certa tendência nerd. Eu sempre morro de rir quando ela conta que meu pai convidou pra ir no cinema assistir "o retorno de jé-di" porque ninguém fazia a mínima do que caramelos vinha a ser um jedi, né? E ela curte esses negócio tudo, assiste com o meu irmão um trilhão de vezes, vê Doctor Who, os filmes da Marvel, etc. Sempre foi de ler quadrinhos, de ler em geral, mas com as limitações que os anos 70/80 tinham e tal. Ela teve computador antes de todo mundo, internet antes de todo mundo, email antes de todo undo, celular antes de todo mundo. Uma mãe que vive na atualidade e não precisa gritar "como quiusa esses feice?". Uma mãe tecnologicamente independente.

*****

Mas minha mãe não sente medo. Não tô falando daquela visão infantil que adultos são onipotentes e corajosos. Tô falando que minha.mãe.não.sente.medo. Não é que ela não demonstra, cara. Escuta aqui: ela não sente medo. O inconveniente disso é que nós, os filhos, também não estamos autorizados a sentir medo :)

BEM SIMPLES ASSIM.

Mais simples ainda se você pensar que eu sou tipo a terceira pessoa mais cagona da face da terra.

Eu tive que ter ajuda psicológica bem cedo na vida por motivos de pavor. Eu tinha pavor de dormir, porque eu achava que ia morrer. Eu tinha pavor de cachorro e me joguei de uma janela porque um pinscher monstro estava me seguindo. Eu tinha pavor de gato. Eu tinha pavor de cair, de tomar um raio na cabeça, de me perder, de descobrir que eu era burra, de ninguém gostar de mim. Mas num era assim uma dificuldade, um receio. ERA. PA.VOR. Até hoje eu sou extremamente bundona e tenho metade desses medos ainda em larga escala. Tem outros maravilhosos que foram adicionados ao longo do tempo, tipo levar um tiro (muitos assaltos, será? gente invadindo minha casa durante a noite, talvez?), morrer afogada (eu sei nadar), ter um choque anafilático (alergia eterna de um sistema imunológico sem controle), perder coisas (de modos que elas ficam em casa ETERNAMENTE e eu nunca uso, pra não perder [?]) e medos que não tenho coragem nem de escrever, porque acho que ficam reais.

E num é um medinho assim normal, que a humanidade tem. É um medo incapacitante, que às vezes me impede de ultrapassar os limites do meu lar.

Tenho pesadelo desde criança, viver dentro da minha cabeça é uma tortura.

E sou filha de uma pessoa que não sente medo.

Como eu vivo falando justificando coisas com a frase "mas eu tenho medo", um dia, no meio de uma conversa, minha mãe me solta "foi o medo que criou o Darth Vader". Eu e minha irmã paramos por um segundo, depois passamos 4 horas gargalhando sem fim. Foi só aí que eu reparei que ela fala isso o tempo todo. Num pode escutar alguém falando a palavra medo, que vem ela e o Darth Vader. Quando eu e minha irmã estamos sozinhas e uma diz que tá com medo de qualquer coisa, a outra já responde com "ó o lado negro da forçaaaaa" e a gente ri. Porque qual seria a alternativa?

*****

Eu sou uma pessoa ansiosa. Não sei se o medo vem da ansiedade ou a ansiedade do medo ou se é tudo frescura. Mas as coisa tão aí, acontecendo, sem que eu tenha muito controle a respeito.

Aí tava tendo uma semana especialmente merdona. Cheguei um dia em casa pra almoçar já gritando, chutando tudo e minha mãe fechando a casa com medo de os vizinhos chamarem a polícia, de tanto que eu berrava. Porque quando eu chego no limite o negócio fica feio. Eu sou um doce, muito educada, muito controlada. Mas se a coisa for atravessada demais, eu sou uma bomba QUE EXPLODE e fim. As vibe que eu emanei foram tão errada que estragou a comida tudo, estragou panela, estragou dia, estragou. Precisei de muita meditação e abstração pra voltar pro eixo naquela semana. Mas eventualmente voltou.

Tava tendo um dia até que bem mais ou menos, quando comecei a contar alguma coisa horrível que aconteceu (meu trabalho é horrível, não falta esse tipo de relato) e minha mãe me solta uma frase deliciosa pra uma pessoa ansiosa feat. cagona: POIS ONTEM COMEÇOU A ERA DE AQUÁRIO FINALMENTE, não pode mais bad vibes. 

Mãe, cê vai ter que desenvolver aí o raciocínio.

Ela disse que a era de aquário é a da transformação e tal, essa parte que todo mundo (?) já sabe. Mas aí ela me veio com umas ideia que ó, ACABOU COM A MINHA VIDA. "Na era de aquário rola uma potencialização da força do pensamento."

AH É, esqueci de contar que rola também uma neurolinguística ou sei lá o que raios, aquele negócio que diz que o cérebro não processa o ~não~. Se você pensa "não quero ser gorda", o cérebro ouve "quero ser gorda". Então você tem sempre que pensar no positivo "quero ser magra", "quero ser rica", "quero amor" e por aí vai. Minha família inteira é devota dessa chatice e putamerda, é difícil manter uma conversa sã com a pessoa se você não pode dizer "não quero feijão", sabe? Porque não pode usar nada negativo "quero sem feijão" também não serve. Cara, sério, que viaAAaAAaAAgem. Mas é assim que a banda toca aqui.

De modos que, dando continuidade ao raciocínio da potencialização do pensamento, a gente não apenas tem que pensar nas coisas com cuidado, a gente tem que pensar com cuidado E NO POSITIVO. Porque pensou, o universo convergiu no pensamento E PÁ. Tipo ontem que eu pensei um negócio que eu queria, mas esqueci de avisar o universo que era PRA MIM e vi acontecendo com outra pessoa, enquanto eu tomava no fiofó de forma não prazerosa, concomitantemente. Tem que ter cuidado aí com esses sms pro universo, que ele visualiza LITERALMENTE.

Então, naquele momento, mamai ficou umas meia hora filosofando sobre a era de aquário e pensamentos, dizendo que tinha que mentalizar os desejos, tinha que mentalizar positivo, tinha que mentalizar coisas boas, porque quando a gente mentaliza coisa ruim ou idiotices ("queria estar morta") o universo não consegue separar o pensamento de você, então respinga pra tudo que é lado, inclusive o seu. Vamos aqui fingir por um momento que eu não estivesse emanando extrema negatividade pra c e r t a s p e s s o a bem antes de essa conversa começar e talecoisa.

Daí, quando eu já tava com 38 tipos de desespero mentalizatório, ela conclui: E NÃO PODE SENTIR MEDO, porque o universo não entende o que é medo e o que é desejo (tudo é dor e toda dor vem do desejo de não sentirmos dor, já copiou Renato Russo de alguém que não sei quem era) e, se você sente medo, ADIVINHA: é igual desejo e vem dirrrrlizando a desgraça na sua cabeça.

JÓIA, NÉ?

Pega aí então uma pessoa ansiosa, mistura com uma vibe de cagona, lembra que ela sente culpa até por estar gastando oxigênio e diz pra ela que não pode pensar negativo NEM ter medo e nossa, fica bem simples de viver, fica firmeza, fica MA.NEI.RO.

"Preciso avisar pro seu irmão e pra sua irmã, porque é importante todo mundo mentalizando positivo e wah wah wah wah" eu já não tava ouvindo mais nada. E, serião, ela ligou pro meu irmão lá do outro lado do oceano pra avisar. Avisou minha irmã assim que botou os pé em casa. ERA DE AQUÁRIO, GALERO. Sivira.

Só quero dizer pra vocês que esta última semana, que foi a semana que eu conscientemente vivi na era de aquário, meldels, essa semana foi uma merda. Eu tive só umas 8 crises de ansiedade e aí quando dava medo de, sei lá, tirar zero na prova de estatística, eu pensava PUTAMERDA ZERO COM UM NA ESQUERDA ZERO COM UM NA ESQUERDA ZERO COM UM NA ESQUERDAAAAAA. Agora cê reflita se a pessoa que passou 52 horas estuando tá em condição de se apegar a detalhes técnicos de mentalização pra não estragar a nota? E as fórmula tudo que eu tinha que decorar? E lembrar como calcula a ESPERANÇA? SOS. E eu tô usando o exemplo mais bocó que eu consegui encontrar, que é pra não assustar ninguém.

Aí é isso. Eu tô no looping do desespero, porque eu penso na vida como um todo (e ela não está sendo fácio), aí eu fico nervosa porque eu não posso ficar com medo, daí eu fico com medo de ficar com medo, aí eu fico com medo que aconteça o que me deu medo e esse post todo aqui deve estar canalizando um alto nível de bad vibes NOOOOOOOOO, eu preciso de alegria na minha vida, eu tenho um boy magia e 9inho pra conquistar.

*Mentaliza boy magia ME AMANDO POSITIVAMENTE, ATIVAMENTE E VEEMENTEMENTE*

Senão, gente, já pensou eu tendo que daqui um tempo, com a cara enfiada no meu inalador ou sei lá, num capacete preto, ter que encarar meu cachorro no olho e dizer "Joca, I'm your father"? 

Não considero uma opção válida.

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PS: no post anterior teve gentes falando que queria minha linda mizade no feici. Pois é só estar adicionando aqui. A única coisa que eu peço é um "oi, milarga", pra eu saber de onde vocês vieram, pra eu não deixar a amizade pendente forever hahahaha. 

quinta-feira, 26 de março de 2015

domingo, 22 de março de 2015

this friend ship has sailed

Vamo aproveitar aqui essas meia horinha de descanso que meu cérebro pediu depois de calcular um milhão de integrais pra filosofar.

Às vezes eu pego algum documento de identificação da minha própria pessoa e confiro a idade que marca lá, porque não é possível. Cê vê, eu não sou a mais madura das cerumanas do universo, mas eu me considero uma pessoa razoavelmente equilibrada, de modos que acho que passo por adulta, se não me mexer demais.

Porque tem uma coisa que acontece com uma frequência desconcertante na minha vida: as pessoas vivem me dizendo que "fulano te detesta, mas detesta muito!11".

Primeiro: dá uma olhadinha aqui na minha cara de preocupada com a opinião do fulano. Segundo: 98,7% dos fulanos que me detestam são pessoas que eu vejo, sei lá, 3 vezes no ano? Pessoas que eu não lembro que existem? Que será que acontece de tão intenso que a pessoa me vê em maio e tá sofrendo a respeito até outubro? Não sei e não me importa.

Agooora, o que cê tá fazendo mantendo amizade com esse fulano, eu muito me pergunto.

Eu, de minha parte, divido as pessoas em duas categorias principais, com suas respectivas sub-categorias.

- pessoas de quem eu gosto e
- pessoas para cuja existência eu cago.

Só tem esses dois tipos mesmo, num tem mais nenhum, que eu tenho coisa DEMAIS pra fazer na minha vida, pra gastar tempo sequer PENSANDO em gente que eu não gosto, então elas não ecsistem.

Falemos primeiro do grupo das pessoas de quem eu gosto.

- as pessoas por quem eu OBCECO. 

Eu tenho que controlar impulsos de entrar em contato quinhentas vezes por dia. A internet me transformou num indivíduo inconveniente, porque antes a gente precisava ir até o encontro da pessoa pra isso. Mas agora tem feici, tem uáts, tem email... nem as pessoas que moram um oceano inteiro pra lá estão livres do meu grude. Incrusível, as pessoas por quem eu obceco geralmente moram longe ou têm mais o que fazer, de modos que são as pessoas que eu menos vejo. Não sei se é a desgraça do universo ou se eu amolhas tanto porque vejo pouco. Ó que imbecilidade.

Vai ter gente nesse grupo achando que não tá nesse grupo, porque eu cheguei no nirvana do auto-controle e espero a pessoa estar disponível pra mim antes de despejar meus amor tudo. Porque eu sou assim, educada.

- as pessoas com quem estou em eterno contato. 

Por um tempo eram os grupos de apoio por email, depois pelo facebook e hoje em dia é mais pelo whatsapp mesmo. Gente que mora do lado e gente que mora na Irlanda, com quem eu falo praticamente todos os dias da vida. Engraçado que meus grupos de apoio mais próximos têm sempre um membro morando muito longe (ou na Europa). Esses são meus amigos mesmo, sabem das coisas mais idiotas que eu penso e normalmente apoiam em caso de necessidade. De vez em quando rola uma grosseria não solicitada, mas é tudo cerumano, né? Se for grosso demais, mando à merda e tá tudo bem.

- as pessoas que frequentam minha casa.

Nem sempre a gente tá em contato ou elas moram em outra cidade e nunca foram literalmente na minha casa, mas são pessoas que eu convidaria pra ir à minha casa. Isso raramente acontece, porque eu não gosto de receber pessoas, então se eu te convido pra minha casa, saiba que é extremo apreço. São as pessoas que eu gosto de ter por perto, que eu gosto de ver em caso de aniversário e que eu considero amigas, no geral. Tem pessoas que eu conheço só ~nas internet~ por questãs logísticas, mas se eu falo com elas quando estou no conforto do meu lar por qualquer meio social, elas estão na minha casa e neste grupo.

- as pessoas do círculo de amizades expandido.

Sabe aquelas pessoas que você convida se faz aniversário no bar? Se vai numa feira de rua? Que bota na lista de pessoas pra eventos de maior porte? Que você encontra na casa dos amigos em comum? Essas pessoas geralmente são pessoas que me agradam, mas num nível que num fede nem cheira. Acho divertido quando elas estão e não reparo quando não estão. É triste, eu sei. Mais ainda quando penso que sou círculo expandido dozotro. Mas é a lei da vida, tem gente que serve só pra fazer figuração. Pelo menos nesse caso é positiva.

- as pessoas que tão ali existindo.

Tem essas pessoas neutras, né? Sei lá, namorado de amigo do amigo, essa gente que a gente vê, sabe a cara, mas se largam os dois numa sala durante um evento, acontece um grande silêncio ou um diálogo sobre o clima. Se eu não lembro que essa pessoa existe ou não sofro por ficar sozinha com ela numa sala, então é sucesso, pode levar sempre.

Nesse grupo estão 90% das pessoas do trabalho. Eu acho divertido gente que consegue fazer AMIZADES no trabalho. Assim, como uma constante. Eu tive ali um total, sei lá, de 10 pessoas (em onze anos, se considerar só o de agora) com quem gostei de conviver, hoje esse número é bem pequeno, pessoas que eu autorizo ali no grupo do "frequenta minha casa". O resto é figuração mesmo. Gente que eu tenho que ver porque não tenho alternativa, mas caso dê-se o milagre de eu ir trabalhar com alguma coisa realmente satisfatória, JAMAIS LEMBRAREI O NOME. O problema é quando eles param de fazer figuração pra entrarem no grupo do ódio. As únicas pessoas que eu odeio no mundo são aquelas insignificantes com quem eu sou obrigada a conviver e isso só acontece quando alguém tá me pagando (quem começa na amizade, permanece na amizade, quase sempre).

*****

Aí tem aquele grupo de pessoas que nem tchuns, compreende? Aquela pessoa que alguém menciona e cê pensa "nossa, verdade, essa pessoa existe, que coisa".

Esse grupo tem apenas dois subgrupos.

- as pessoas que eu realmente não sei que existem.

Outro dia eu tava conversando com alguém no facebook e de repente a pessoa parecia estar usando tóchico, porque tava respondendo pro além. Eu falava, a pessoa respondia pra mim e pra imaginação dela. Mandei uma mensagem: "que raio que tá acontecendo aí, beibe? kd sentido nessa conversa?" e botei um print. A fia me manda o print de volta com toda uma pessoa extra na conversa, que não aparecia pra mim. Me perguntei que macumba era aquela e ninguém sabia e tal. Até que a amiga em comum descobriu que a fia - que eu nem sabia que existia - ME BLOQUEOU. Isso memo, algum dia na minha vida, a menina se sentiu ofendida pela minha existência a ponto de me bloquear no feici. Eu achei muito divertido pensar que tem gente que nem sei que existe que não me suporta assim +qd+. Fica à vontade.

- as pessoas que eu sei que existem, cuja existência tem absolutamente nenhum efeito na minha vida.

Tem esse cara que eu conheci um dia aí e me tratou muito mal, gratuitamente. Perdi meu tempo com essa pessoa? Não. Tava lá no meio do bolo de pessoas e eu preocupadíssima, só que ao contrário. A pessoa insistindo em me dizer que não ia com a minha cara e eu pensando "aimeldels, E O KIKO????" e prosseguindo com a minha vida e tal. Até que um dia, no meio de uma festa que tava acontecendo TANTO BAFÃO envolvendo minha pessoa que não gosto nem de lembrar, me vira esse idiota e se declara pra mim. Mas não podia ser dum jeito normal, tinha que ser aos berros, justamente quando todas as quinhentas pessoas da festa pararam de falar ao mesmo tempo e a música deu pausa. Todo mundo viu, certo? Eu caguei pra declaração, certo? "Sivira aí com esse seu amor". Pois até hoje, mil e vinte anos depois, o infeliz faz questão de dizer que eu minto sobre essa história (que nunca contei pra ninguém, pois todos estavam presentes) e que ele me odeia. Migo, eu não ligo, ninguém liga, guarda pra você. Eu não vou deixar de ir aos lugares porque ele estará lá, ele que se vire pra escolher se quer ou não lidar com a minha presença. Por que eu me importo? Eu não me importo: o que me incomoda é TO-DO evento com a presença dessa pessoa eu ter que escutar "nossa, mas ele te odeia mesmo, hein?". CÊ JURA? E QUE CÊ QUER QUE EU FAÇA? Eu realmente não sei, já que nem cumprimentar essa pessoa eu cumprimento. Parem de falar que ele não vai com a minha cara, gente. Não me interessa nem um pouco.

Outro dia rolou uns bafão quinta-série entre meus amigos (nenhum com menos de 30 anos) e começou o maior movimento de fofoca dois a dois em mensagens privadas do facebook. Cada pessoa que vinha reclamar pra mim de outra, eu dizia "resolve seus problema com a pessoa que te incomoda, parça" e seguia com meu dia. Mas tomou uma proporção sem fim de gente reclamando e mandei todos catar coquinho. Ni qui as pessoas, chatiadíssimas, começaram a me mandar prints do mesmo tipo de conversa em que os OUTROS reclamavam de MIM - que tava bem quieta, pra ser sincera. 

Agora cê veja se sou obrigada.

Chegar ao ponto de ter que intervir em briguinha besta AND ainda sair como a bitch da história. Sério, eu não sou obrigada.

Aí os infeliz me chamando de mimada, de grossa, de mal educada, quando usavam palavras educadas. O que eu acho mais bonito é que quem ofendia raramente me vê, então não tem nem razão pra se incomodar. E quem recebia era meu amigo de verdade e não gastou nem um "calma, cara" pra me defender. O que resultou numa coisa bem simples: extermínio existencial de quem não vai com a minha cara e rebaixamento de categorias pra quem não se importa. Eu acho uma coisa bem razoável.

*****

Teve um acontecimento social depois disso com todo tipo de gente, dos amigos do corassaum aos who cares. O povo que foi realocado achando muito esquisitíssima minha atitude enquanto cerumano para com eles. O fofo que me chamou de insuportável e o fofo que concordou, tudo tentando fazer os amiguinhos. Foram reclamar do meu comportamento indiferente. AH, GENTE. 

De modos que eu tomei uma decisão na minha vida de ficar bem quieta na minha casa. Estudando eu tenho muito menos tempo pra sair daqui mesmo, então tá tudo certo. Mas, de vez em quando, se eu caio na besteira de quebrar essa regrinha simples que estabeleci pra mim mesma, eu sou relembrada pelas circunstâncias de que eu não devo desistir.

Porque olha, fora a galera que eu admiro ou com quem estou em eterno contato, cada vez mais me dou conta que a essa altura da vida as pessoas vão filtrando entre amigos e coadjuvantes. E eu não tenho nenhum interesse em ficar ensinando pros coadjuvantes como o negócio funciona comigo. Se você já foi muito próximo a mim um dia e deixou de ser, eu tô aqui neste momento colocando a responsabilidade em você por isso. 

Inclusive, outro dia eu tava verbalizando uma coisa que eu acredito muito e fui repreendida, MAS NÃO ME CALAREI: se você faz questão da amizade de uma pessoa que eu sei que não me suporta, então você fica com essa pessoa e... MILARGA. Eu acho incompatível. Não faço questão nenhuma que você desfaça a amizade com a outra pessoa, mas a minha com relação a você tornar-se-á (ui, mesóclise) meramente figurativa. Se você consegue ouvir alguém descendo a lenha em mim e pensar "meh", você comprova que eu tô certa. Só num vem encher meus pacová com "cê não me liga mais, cê não me conta mais nada, nunca mais fui na sua casa comer bolo". NUM VEM MESMO, que eu num costumo botar x-9 aqui dentro. Ou cê é meu amigo, ou cê é amigo de gente ridícula, your decision.

E praqueles que eu curto pra caramba (não sei até quando), ainda que insistam em andar com babaca, um apelo: alguém te disse que não vai com a minha cara? Migo, guarda pra você.

*****

Ah é. E tem aquelas pessoas que acham que odeio elas. Assim, com o português sofrido mesmo.

Olha, cara, vou ser bem sincera aqui neste momento. Tem umas 3 pessoas no mundo que eu odeio sim e, como eu já disse, são pessoas com quem tenho que conviver porque recebo dinheiros em troca disso. Então se você não trabalha comigo, tem um total de 0% de chance de eu te odiar. Sério, cara. Se você acha que qualquer comportamento meu em relação a você é por motivos de ódio, repense. Eu provavelmente estou ignorando sua existência com tamanho vigor que cê acha que tô fazendo de propósito, mas nem é. Da mesma forma que eu sou incapaz de ser fã (de verdade) de alguém, porque não acho possível enxergar outro cerumano sem defeitos, eu sou incapaz de odiar pessoas aleatórias, porque pra isso precisa LEMBRAR que elas existem e eu tenho uma certa dificuldade. O mundo tá cheio de cachorro, gato, bexiga, estampa de coraçãozinho, livros, perfumes, paisagens, bicicletas, coxinha, chocolate, gente linda, capim-limão, sabe? É muita coisa boa pra gastar em tempos limitados, cê acha que vou compartimentalizar a ponto de ocupar com gente insignificante? Mesmo? Num vou, cara. Se parece que eu te odeio, foi mal, eu te ignoro.

E é isso. Eu sou muito da filosofia de se cercar de gente legal e coisas legais e pensamentos legais, sabe? Se você me acha emburrada, reclamona e pessimista, pode crer que eu tô reagindo a você. Porque eu sou um doce, um amor e super fácil de lidar.

E não tem um pingo de ironia nisso.


Bgos miu e escolham melhor suas amizades.


PS: em breve, o manual de COMOLHEDAR comigo, em caso de amizade. Porque meldelsdocéu, como cêis são difícil. Então eu deixo as regrinha básica do lado de cá e cêis se vira dos seus lado daí.

quarta-feira, 11 de março de 2015

SEGURA

q

Neste exato momento eu tenho:

- oito posts pela metade nos rascunhos, porque além disso eu tenho:

- um programa que nunca vi na vida em uma linguagem que nunca vi na vida pra entender o funcionamento e programar fórmulas estatísticas, até segunda;

- uma tradução técnica do inglês pro português pra fazer em poucas horas;

- uma apresentação pra fazer em português desse texto em inglês, em uma semana;

- um artigo pra fazer com uma velha burra (outra hora explico como fui amaldiçoada com essa velha na minha vida), que quer fazer em 8 semanas um questionamento de axioma (putaquelosparmito), porque ela SE NEGA a aceitar um dos princípios da administração e da vida e da sanidade mental;

- descobrir onde caramelos adquiro um livro que não existe, para montar uma AULA de um capítulo específico, com uma pessoa que nunca vi na vida, apenas porque nossos nomes estão próximos na chamada, pra daqui umas 4 semanas, talvez? não sei mais;

- uma lista de 80 exercícios de estatística que precisa do programinha lá em cima funcionando pra ser factível;

- DUAS PROVAS na próxima semana.

Ousseje, jamais postarei textão novamente.

Todas vaneça shora.



domingo, 1 de março de 2015

forevis young

Sentada no chão do SESC belenzinho, 
onde momentos depois DEITEI com a minha roupinha linda, 
limpa e de grife pedante. Cheia de anticorpo pra viver saudável.
Até o sabão em pó diz que se sujar faz bem.


Vamo falar de coisa boa, vamo falar de juventude.

Ou vamo falar de coisa que eu não entendo, vamo falar de véias.


Pra quem não lê frequentemente, fica já especificado que véias podem ter qualquer idade e qualquer gênero, véia é uma condição espiritual. Eu prefiro um filho pedreiro que um filho véia.


Eu sempre tive problema com véias, mas não sabia identificar exatamente o que era. No post passado eu finalmente me dei conta que véias estão EVERYWHERE. Migas, como vocês aguentam viver nessa prisão?

*****


Quando eu era criança, minha vó morava numa chácara. Mato, terra, água, VAI PLANETA, e eu, obviamente, andava descalça. Alinhais, eu andava descalça todos os dias da minha vida, sei nem como meu pé é tão macio. Felizmente, meus pais nunca foram véias e só me proibiram de andar descalça na época que tava tentando corrigir a rotação do joelhinho (não deu), mas depois de fazer o possível, ADEUS BOTA ORTOPÉDICA, rélou pé no chão. Fica aqui também o questionamento cósmico: por que pessoas acham que a palavra "descalço" não flexiona no gênero? Meninas falando que tavam descalço e eu comendo meu cotovelo de desespero. QUER ERRAR NO PORTUGUEIS ERRA DIREITO. ok. Foco.


Então num precisa dizer que sou alérgica porque cresci em são paulo em casa desinfetada. Eu pisei no chão, eu brinquei na areia do parquinho com cocô de gato, eu lambia o dedo que passava no asfalto pra saber qual mão do amiguinho estava comprometida no esconde-esconde. Eu fui uma criança nojenta. Neste momento, agradeço pela mente moderna dos meus pais.


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Eu trabalho no mesmo lugar há onze anos morte horrível e por um tempo minha sala era escondida atrás de outra sala (minha atual sala - q), de modos que as poucas pessoas que sabiam que eu existia raramente me viam. Aí fui obrigada a ir pra um lugar um pouco mais exposto e me mudei com minha mesa, meu computador, meus armários e meu ventilador. Se tem uma coisa neste mundo sem a qual eu não vivo é meu ventilador. 


Como sou uma pessoa alérgica, tenho dificuldades em manter o vento vindo de frente pra mim, na direção do meu rosto, porque o ar fica mais seco e meu nariz começa a sangrar sem fim (todo verão eu acredito que vou morrer de ensanguinação, inventei), então onde eu ligo o ventilador? Isso mesmo, nas minhas costas. Mas é todo dezembro/janeiro/fevereiro as véia enlouquecendo ao entrar na minha sala "minha filha, você vai morrer". Tia, no primeiro ano eu entendi seu desespero. No segundo eu achei que você tava de zuêra. No décimo primeiro eu esperava que você já tivesse compreendido que não vou morrer merda nenhuma, me deixa?


Aí, eu que curto muito chocar a sociedade com esse meu jeito rebelde, digo "cê nem sabe: em casa eu lavo o cabelo, não seco e fico sentada de costas pro ventilador até a hora de dormir, com o cabelo ainda molhado". As véia pira. E a sentença entre aspas é a mais pura verdade. Eu sinto calor, eu não seco o cabelo quando saio do banho. Nem um pouco. Sai pingando pra molhar a blusa tudo, é isso aí. AND, como eu acho porquinho quem não toma banho antes de dormir, adivinha quando eu tomo banho? ISSO MESMO, quando resolvo que tá na hora de nanar. De modos que eu saio do banho com o cabelo pingando, sento na frente do computador e de costas pro ventilador SIM, termino o que tiver que terminar e depois vou dormir bem linda de cabelo molhado.


E eu sou tão maravilhosa que meu cabelo não mofa, não quebra, não estraga. Viro o ventilador pra mim enquanto estou dormindo de cabelo molhado e não pego gripe (gente, eu juro, é  científico: o ventilador não transmite o vírus da gripe! É incrível!!!!111 Chuva também não transmite o vírus da gripe, nem o vento natural das ruas da cidade. Eu sei que é uma informação chocante, portanto REPASSEM). Acordo linda e maravilhosa, precisando apenas de uma chapinha pra franja apontar pra terra e não pro céu e um saco na cabeça porque não nasci bonita. O resto acorda em ótimo estado.


O arco-de-sonado também não transmite gripe, é incrível, cara. E, como alérgica, eu vivo escutando que não devo entrar em ambientes com esse tipo de aparelho maligno, mas adivinha só: ele FILTRA o ar, de modos que fica MELHOR pro alérgico, uma vez que frio não mata ninguém só ensina a viver, nem mesmo pessoas com sistema imunológico hiperativo, como eu.

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No post passado eu fiquei 01 pouco chocada porque em pleno 2015 ainda tem gente que não vai no quintal das próprias casas de noite porque "tá lá fora". Gente, mas eu sou tão feliz de não ser suas filha, suas parente, suas nada... Cêis nem sabe. Minha casa funciona num esquema assim: tacamo um portão gigante blindado super safe sbrubbles, de modos que da porta da sala pra trás, NINGUÉM ENTRA NINGUÉM SAI. Compreende? Tem um jardim na frente, que eu estrago com os pneus do meu carrinho (na verdade tem sempre uns 4 carros estragando o jardim), onde a gente vai com menas frequência, porque é um saco de abrir o portão gigante e não tem nada pra fazer lá. Mas do portão pra dentro, tudo é casa, ué. Ninguém nem fecha a porta da cozinha, por exemplo, porque toda hora tem alguém lá fora. Pode ser indo buscar a toalha pra tomar banho, pode ser indo ver o céu à noite, já que não tem poste de luz ali e fica legal de observar, pode ser porque tá mais fresco e você não deve satisfação pra ninguém, pode ser pra deixar roupas na lavanderia, buscar roupas na lavanderia, catar uma bolsa que cê enfiou numa caixa em 2007 e esqueceu que tinha, tentar assassinar um grilo que acha que é a madonna e não cala a boca, botar água nas plantinhas, essas coisas normal da vida da pessoa. E pode ser em qualquer uma das 24 horas do dia, não vejo uma razão pra que não seja. 

Essa área é toda protegida anti fuga de gato e cachorro, inclusive. Porque configura DENTRO de casa. Alguém comentou por aí que a família fecha a casa 22h e meu óculos ninguém sai. Magina o desespero se você lembra que esqueceu de buscar qualquer trem lá fora? Não vejo como viver dessa forma.

Alinhais, outro dia veio uns pessoal aqui em casa, pra passar a noite. Minha casa tem ZERO estrutura pra receber visitas. Não temos quarto extra, nosso sofá não presta (ninguém usa essa área da casa, ninguém se importa), não tem o que fazer. A gente tem uns corchón véio amontoado na churrasqueira que colocamos na sala mesmo, é o que dá pra fazer. Eram 4 pessoas, dois colchões de casal, pfv, sintam-se bem vindos (juro que a gente tenta, mas somos horríveis). Aí tava lá os pessoal se ajeitando pra dormir e eu achando ótimo, porque eu sou tipo a poliça mais maligna do setor, eu que fecho tudo, tranco tudo, apago luz, faço a contagem dos gato/cachorro e etc. Massss, naquelas de falta de contato humano, eu não sabia que pessoas de fato assistem samerda de UFC no conforto dos seus lares, QUE DIRÁ NO LAR ALHEIO. Eu achava que isso era background noise de bar ruim, mas não, tem na tv das nossas casas também essa morte horrível.

Só que como eu disse, somos péssimos anfitriões e, olha só que coisa, não temos tv na sala hahahahaha. Cada tonto tem sua própria tv, no seu próprio aposento. A política de visitação varia. NO MEU QUARTO NINGUÉM ENTRA. Num tem acordo, meu bem. Na minha cama e no meu sofá, só encosta bunda de banho tomado e roupa limpa, saída do varal. Num entra sapato, num entra pezinho sujo, NUM ENCOSTA PEZINHO NA MINHA CAMA EM NENHUMA HIPÓTESE, melhor deixe, né? O resto da família sei lá. Mas tinha uma peçoa muito interessadíssima na luta daquele overrated da canela do avesso, sabe qual é? O que fala fino? Naonde que a pessoa foi ver? Na tv da cozinha, que é de tubo e com antena de bombril. Tá bom, né? Eu tentei ficar acordada, eu juro. Mas num sou obrigada. Aí fiz a ronda que tinha que fazer e fui de muito mau humor na direção do meu quartinho, não sem antes avisar que era pra deixar a porta da cozinha ABERTA, isso era obrigatório. Aberta as in o vão de dentro pra fora da casa visível, num era destrancada, era ABERTA. Livre pro oxigênio entrar e pra gata e o cachorro saírem.

O que eu encontrei quando acordei? Isso mesmo, a cozinha trancada com chave. Eu não sabia nem que a cozinha da minha casa TINHA chave. 

Num sei que faniquito é esse que dá nos indivíduo de trancar a porta que tá por dentro de outras 3 porta trancada, gente. Se um meliante tiver chegado ali na cozinha, meu, num vai ser aquela portinha que vai segurar, né? Fico nervosa com essas coisas. Aí cê me pergunta por que evito visitas e taí a resposta.

(Inclusive são 22:23h e eu lembrei que tem uma revista muito importante na participação deste post lá na churrasqueira e, SISSIGURA VÉIAS, tô indo lá no sereno [hahahahah] buscar.)

(Tava garoando, ventando gelado e eu tô de short, camiseta e descalça. BU)

Porém importantíssimo mostrar que:


- frio não dá gripe
- resfriado não é gripe
- gripe não propaga pelo ar

PAREM.DE.FALAR.BESTEIRA.

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Uma vez eu trabalhei na roça região metropolitana e tinha um cara que me dava nos nervos, porque era o louco do "manga com leite não pode". Me pergunto se a vó dele nunca fez sorvete de manga em casa. Mas esse cara era in.su.por.tá.vel. Era o dia inteiro o infeliz vindo encher o saco pelas coisas mais idiotas. Ele almoçava com a gente e saía correndo sempre que alguém dizia que ia pedir café. Eu só achava biruta, mas um dia uma das pessoas perguntou qual era a razão pra essa maluquice. Pois vejem: a gente almoçava num shopping semi-abandonado, cheio de espelho por todos os lados e o doente mental achava que se uma pessoa tomasse café e visse seu reflexo no espelho, PÁÁÁÁ, morria imediatamente. Paramos os 4 na frente do espelho com um copo de café na mão, sobrevivemos e não foi prova suficiente pro doido. Que que eu posso fazer? Nada. O que ele pode fazer? NÃO.TORRAR.MEU.SACO.
Um dia eu tava ocupadíssima e peguei um cortador de unha e comecei a cortar minhas garra de gavião na minha salinha. Ele entrou como se quisesse salvar uma pessoa de um desastre e tentou me impedir. Aparentemente alguma desgraça dermatológica acontece com a pessoa que apara suas unhas em dias de semana. CÊ VEJA O QUE EU TENHO QUE PASSAR NESSA VIDA. Não contente com o ~SAI DAQUIIIIIIIIIIIIIII~ que levou nas idéia, veio um tempo depois desesperado reclamar que tava se arranhando todo, já que teve dois fins de semana ocupadíssimos e não pode cortar a unha e não queria morrer sei lá de quê se fizesse isso no meio da semana.

Façavor.

Quantas vezes meu pai mandou a gente parar de fazer careta? Até hoje eu faço barulho de galo cantando quando minha irmã fica vesga. Às vezes a gente pede pra outra cantar como galo pra ver se fica vesga pra sempre. Quantos chinelos tivemos que desvirar? Quantas vassouras atrás de portas? Quantas bisavós me mandaram não lavar o cabelo enquanto estivesse menstruada? Ou não sentar no chão nesse mesmo período? Me mandar repousar e não lavar a louça ninguém manda. Mandar me servir uvas rosa sem caroço, ninguém vai. 

Então pra quê viver nessa prisão de bobagens que cêis enfiam nas suas próprias cabeças de crendices sem base científica, de teoria de vó, de simpatia, de "melhor não, né?". Ai, gente, já não é fácil viver com ansiedade e overthinking, eu não posso me dar ao luxo de ser doida com coisas que não fazem sentido.

De modos que se você acredita que vento e chuva dão gripe ou que a pessoa num pode respirar oxigênio fresco se passou das 10 da noite, cêis fiquem à vontade, só num torra minha paciência quando eu for viver MINHA LIBERDADE.

:)