domingo, 2 de janeiro de 2011

evil tweety on drugs


Não sei que horas são, só sei que é de madrugada.

Não sei porque estou escrevendo, só sei que não deveria.

Porque, sei lá, nas últimas 72 horas eu devo ter dormido umas 4, de modo que meu tão precário raciocínio não funciona mais.

E eu peguei aproximadamente um milhão de táxis nesse período. Peguei o mesmo duas vezes seguidas. Numa delas, não estava sozinha, mas parei no meio do caminho. Na outra, tinha meique cruzar a cidade, o cara se lembrou de mim e me contou toda a conversa que teve com a pessoa que estava comigo antes. Achei fino.

Algumas horas depois (hahaha ok, horas de táxi em curitiba é só na minha cabeça), ele se lembrou de uma terceira vez em que me rebocou até em casa e foi muito engraçado, porque meu comentário a respeito daquela corrida foi “teria sido melhor ir pra casa de jegue”.

Mas agora me afeiçoei.

Aí que hoje eu peguei o taxista mais imbecil de todo o universo e eu não quero falar sobre isso. Mas eu achei que ia morrer.

Que derrota morrer no dia primeiro de janeiro. (Porque pra mim só é amanhã depois que dorme ou que amanhece. Se ficasse nessa do depois que dorme, ainda estaria mais ou menos no dia 30 de dezembro.)

O interessante de virar dois dias é pular uma noite de pesadelos, né? Ou de sonhos com macarrão. Porque sonhos com macarrão só têm graça se forem concretizados com molhos empelotados ao acordar.

Nada disso faz sentido porque faz umas duzentas e trinta e dez horas que eu não durmo e tive incontáveis chiliques no meio do caminho. Mas também brinquei de videokê no preisteixon e destruí todos os pop merdão existentes, principalmente nas *musgas* de dona Britney. Sou muito boa nisso.

Aí fica aquela pergunta de sempre: por que raios não estou dormindo?

Porque o taxista me irritou e já não tenho mais horários disponíveis na agenda pro encaixe de calmantes. Sabe, esta semana pensei que ia morrer, pensei que tinha levado um fora, pensei que queria exterminar um cerumano folgado da face da terra, pensei que devo estar pagando um karma muito pesado nesta vida pra ouvir o tanto de coisa que eu não quero.

Mas se o primeiro dia do ano foi assim, cerebralmente esquisito, o último foi muito do bonitinho.

(Porque uma pessoa sendo extremamente estúpida com a gente lá pelas 4 horas da manhã, apesar de não ter amanhecido, a gente conta como hoje, né? Ou ontem, porque foi dia primeiro e hoje é tecnicamente dia 2. Apesar de que hoje não amanheceu ainda [qué dizê, eu nunca mais vou parar de escrever, então pode ser que já tenha amanhecido sim.], né?)

Uma pena só os pacotes de presente mais camuflados e amassados da galáxia ainda estarem na minha bolsa do animob.

Tô aqui pensando que não há nada como um banhinho da madrugs pra aliviar os pensamentos mongolóids, mas não quero acordar ninguém nem me arriscar a encontrar um flango na minha janela.

Eu pensando em banhinho da madrugs enquanto tem gente que provavelmente está se divertindo na balada, por que quem é que fica sábado à noite (tecnicamente domingo de manhã) em casa, não é mesmo, minha gente? Não aprecio.

Só sei que estou aqui linda na minha blusa de corujinhas que eu tenho pavor que encolha depois de lavada e encarando uma lata de guaraná jesus vencida. E pensando que preciso de um videokê pra cantar britney spears quando eu bem entender. E que preciso de um carro, pra parar de andar de táxi.

E que preciso, sei lá, dormir por 9385702345 horas.

Preciso de colo também, porque eu sempre preciso. E acho muito indigno que seu colo não estivesse disponível hoje, ontem e antes de ontem, whenever those days are. Porque na minha cabeça eles são todos um hoje muito longo.

Em que eu acordei do seu lado, tive que comprar um all star vermelho de tanta dor no pé por andar com o salto que me deixa horrorosa (eu ouvi isso, apesar do eufemismo), pintei as unhas de cinza, comi 14 potes de iogurte das mais variadas iogurterias, peguei 138 táxis, usei um vestido de coraçõezinhos, tentei fugir pra cozinha sem sucesso, contei uma mentirinha pra me livrar de um encostão, lavei os cabelos de manhã, brinquei de adivinhar bobagens de um lugar chamado notting hill, comi 909853 tomates, arrasei cantando britney spears, vi o filme nacional mais nojento e sem pé nem cabeça já feito, fui irritada por um taxista e passei por um milhão de horas de saudade, medo e pensamentos desconexos. Agora vou ali dormir, pra ver, finalmente, amanhã chegar.

Boa noite.