quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

center of the universe


Eu tenho lá minhas razões pra ser paranóica. Acho que não foi na tentativa de seqüestro, quando eu tinha uns 9 anos, que a paranóia começou. Mas acho que serviu bem pra que eu não acreditasse na conversa cheia de informações dos malvados e esteja hoje sã (maizomenos, né?) e salva.

Também não sei se dá pra culpar aquele namorado biruta que mantinha uma pessoa na minha cola em grande parte dos meus dias, monitorando todos os meus movimentos, ligando na minha casa pra perguntar por que eu levei 23 minutos pra chegar, em vez de os 21 habituais – pra quem eu respondia “se seu funcionário já te contou que eu passei na padaria, por que você pergunta?” e ele nem se dava ao trabalho de negar.

E tem essa porcaria de internet, né? Onde qualquer um pode ser qualquer pessoa e eu desconfio até da sombra.

Nunca esqueço de um momentinho meigo no ano passado, em que um indivíduo passou a me seguir no twitter e, quando eu fui olhar o perfil dele, depois de mim, saiu seguindo todos os meus amigos em série, interagindo com um por um. Mandei alerta de perigo pra todos que não me achariam biruta e só suspendi as sirenes quando o cerumano em questã apareceu num encontrinho da galera.

Não me julguem, só eu sei o que eu passo.

Eu daria mais detalhes se não fosse a- dar muita moral pra maluco e b- parecer que quem é maluca sou eu.

Mas o caso é que quando as pessoas surgem do nada na minha vida e forçam uma intimidadezinha, podescrê que todos meus alertas estarão ligados.

E se a pessoa surgir aos poucos, como manda o figurino, tudo friamente calculado, eu vou estar com o radar ligado também. Just in case.

Meua migo, você nem imagina a minha lista toda trabalhada no excel, com gráficos pizza e tudo de nomes suspeitos. Sérião. Sabe aquelas tabelinhas de lógica, que você tem que descobrir a quem pertencem os 5 itens? João é quem bebe cerveja. O moço que tem um cachorro fuma Free. Adalberto é vizinho de Gustavo. Quem bebe café pinta a casa de azul. E por aí vai. Tenho uma tabela dessas hahahahha. Nego tá lá levando a vida na inocência e passa a me seguir no twitter? Boto o FBI, o CSI e a PQP atrás dele. Cêis nem imaginam.

E pra sair dessa lista precisa de muito esforço. A sorte é que a pessoa nem percebe que faz.

*****

Agora dei pra uma paranóia mais benloca ainda. Porque assim: o twitter eu meique abandonei. Qué dizê, eu até vou lá e posto de vez em quando, mas é tudo friamente calculado. Tudo tem um propósito. Se você não vê é porque o alvo não era você. Bem simples. De vez em quando vou olhar os replies e ignoro a maioria, DM eu vejo porque vem email. E só. Vou falar mais da minha vida ali inocentemente não.

Porque assim, eu tenho uns amigos, conhecidos, seguidores que têm problema. Eu só lembro informações sobre as pessoas que eu realmente gosto e quando acho muito relevantes. Tô nei aí pra alguns pequenos detalhes (desculpa, gente. Eu sou egoísta, os pequenos detalhes de mim ocupam espaço demais e não sobra pros dos outros). A pessoa vai me dizer 15 mil vezes que gosta de cheetos bola e eu não vou nem ligar, porque eu só me interessaria se fosse cheetos requeijão, entende?

Mas as pessoas parecem guardar every single detail a meu respeito. Sabem que meu chocolate favorito era Supresa de 1988 a 1997, que depois disso foi twix até 2004 e passou a ser reeses cups. Tipo, NEM EU SEI DISSO, sabe? A pessoa sabe que eu gosto de toddy, em vez de nescau. Sabe que eu não como carne vermelha e só como frango se for o peito. Sabe que meu sanduíche favorito do burger king é aquele de criança e que eu roubo batata frita dos outros. Sabe que eu gosto mais de ice tea de pêssego que de coca cola e que minha bebida alcoólica favorita (se é que dá pra dizer um absurdo desses) é malibu o que é tudo mentira, porque é cerveja stout. E eu acho muito importante que tenha gente catalogando e me mandando relatórios periódicos, facilita muito minhas compras no supermercado.

Alguém anota aí que eu acho papel higiênico colorido meio ridículo e que o chá verde com limão do carrefour é feito pela empresa da minha marca favorita, mas é mais barato e fácil de achar? Brigada.

Ok, eliminei a desgraça do twitter da minha vida. As pessoas sabem menos do que eu gosto e não sabem onde eu estou (não é incrível?). O orkut é um troço que eu lembro quando tenho que baixar séries e tenho um perfil todo especial pra isso, de modo que meu perfil original tá lá só pra assombrar os favelados virtuais meus irmãos, que se recusam a usar facebook. Facebook, esse lindo, onde eu acho que minhas preciosa informação tão meique travada, mas não sei. E onde eu tenho 98,37% de certeza que tenho “amigos” infiltrados. Né, cê não achou que eu era tão inocente de acreditar que aquilo foi pelo farmville. Gente que te adiciona pelo farmville não interage no seu mural. FICADICA.

Não deleto essas pessoas porque tenho certeza, né? Mas também, como grande causador de desgostos no meu passado recente, acho melhor não usar essa porcaria também. Tô diboua.

Agooooora, o que tá tirando meu sono (né? Acordada essazora, numa noite anterior a um dia cheide coisa pra fazer), é o tumblr. Gente, que instrumento do mal é esse negócio, não?

Primeiro que eu descobri que tem gente que assina o feed e eu super não compreendo o conceito. Eu sou da opiniã que o tumblr só faz sentido se visto por dentro. Que que a pessoa vai fazer com um post meu do forever alone se ela não tá no tumblr? Acreditar que eu estou de fato solitária e me mandar votos de união social? Sejemo franco, não aceito gente assinando feed do tumblr. Isso leva meus paranoid levels pro extremo.

Aí tem vem a pessoa me reblogando tanto, mas tanto, que meu dashboard vira um mar de notificações. Quando elas param, eu vou dar uma conferidinha e a pessoa começou a ir um passo antes do meu. Sabe como? Em vez de pegar o post de mim, ela vai e pega de quem eu peguei. Hahaha. Amadores.

Tem também a pessoa que escreve coisas deveras estranhas e segue só a mim. Ai, gente. Não é possível. Vamo ser mais discretos pra trabalhar no recadismo? Eu acho super válido e tal, mas todo mundo tem que superar as coisas um dia na vida. Seu psicólogo tá certo. (Só não tá mais certo porque não te prendeu numa instituição especializada. Mas aí come que fica o ganha pão, né?)

E tem a assombração máxima do tumblr, a ask box. Acho lindo, tenho um trilhão de mensagens fofoquísticas, sedutorísticas, brincadeirísticas. Só que mesmo quando tá todo mundo devidamente identificado, a gente não sabe nada de ninguém. Eu, por exemplo, não deixo lá pistas sobre nada de fora. As pessoas não sabem meu nome, quantos anos eu tenho, qual é meu blog (este lixo aqui), qual é meu twitter, qual é meu facebook. Então eu tenho todo o direito de achar estranho quando aparece alguém falando algo na linha “tá sabendo demais”, né?

E nos últimos dias, tá impressionante: todo dia são pelo menos 5 pessoas diferentes (e mais uns outro 5 anônimos) me fazendo perguntas pessoais. Gente querendo saber meu nome, onde eu moro, onde eu trabalho, minha pergunta secreta no gmail. Uns vêm assim, no seco e eu só deleto ou dou risada. Outros acham que tão sendo discretos, misteriosos ou só going with the flow.

De repente é até só isso mesmo. Mas eu não nasci ontem.

(E não tenho certificado de sanidade mental também, mas quando foi a última vez que vocês me viram errar alguma coisa?)

Pretensão é uma qualidade para poucos.

:)