quinta-feira, 10 de maio de 2012

mas que falta de abuso ca família brasileira!

(Alovose que chegou aqui pelo """"""sucesso""""" desse post: desista de ler se você não entende humor por analfabetismo voluntário. Um beigo no corassaum.)



Gente, já pode embrulhar o mundo e tacar na lixeira que não tem mais jeito não.

Aqui no meu campus tem um menino deficiente visual. A gente pode chamar de cego? É ofensa? Eu não sei mais. Como diz meu BFF, and I quote, “Kátia Portadora de Baixa Visão ou Visão Subnormal [ela não faria sucesso com este nome em dois mil e politicamente correto]”.

Eu já namorei um moço cego, sabe? É uma coisa bem simples, ao contrário do que a sociedade pensa. Conviver com uma pessoa que não enxerga, I mean. Aliás, como todos os meus amigos já ouviram e já quiseram me bater por isso eu sempre digo: melhor que ele não via que eu era feia. Mas divago.

Então, tem esse menino cego aqui. Acho que todo mundo já viu esse menino. Não porque uma pessoa com necessidades especiais chame a atenção por si só, mas é que o menino tem um quilômetro de cabelos lisos, sedosos e brilhantes e uma vibe roqueirinho que é meio difícil não notar. Tinha também a bengala branca, super ok, mas hoje em dia ele tem o labrador guia mais fofo da galáxia e meique não tem quem não note um menino de cabelos esvoaçantes e um cachorro maravilhoso guiando seus passos por aí.

Eu, enquanto pessoa mongol e dog lover, morro de dó involuntário do cachorro, vivo lendo o blog do menino pra saber da parte em que ele tem vida normal de cão RISOS, senão fico nervosa. Mas acho ótimo que ele possa ter essa ajuda na vida.

OK, AINDA TÔ DIVAGANDO (devagar).

Acontece que tem dias em que o menino vem sem o cão. Acontece que o menino tem os amigos mais legais do universo, porque sempre tem um deles guiando, naquela vibe braço dado. Agora visualiza a cena: dois meninos inteiros vestidos de preto, cabelón, camisetas das bandas de rock mais barulhentas que todos já ouviu, de braços dados, andando pelas ruas, indo ao restaurante, ajudando escolher comida, resolver a vida em geral. Acho lindo. Sério.

Aí, ontionti eu tava no ponto de ônibus, sendo rica só que ao contrário, quando chegou uma outra habitante do campus com sua mamãe. As duas mantinham conversas bocós, mas né? 98% da humanidade é issaê. Num certo momento, passa o menino que não vê de braço dado com o menino que vê, bem normal, bem coisa de todo dia.

Quiqui a véia faz, você me pergunta?

Sai BRADANDO sobre o desrespeito com a família brasileira. Sério.

Não sei o que é mais mongol. Não sei se é em pleno ano de 2012 a pessoa achar necessário expressar opinião homofóbica ou não notar que não era uma posição romântica, mas sim, de guia.

"PRECISA andar de bracinho dado? Pelo menos não beijou na boca".

Por isso que eu digo: a maldade tá no zóio de quem vê. Nego fica tão preocupado em julgar o amiguinho, que vê coisa onde não tem.

Vamo tudo entrar num acordo e jogar no lixo essa humanidade, porque não tá prestando. É muito otimismo acreditar que o mundo acaba em dezembro, né não?

We can only hope.