quarta-feira, 30 de maio de 2012

das coisas que só acontecem com migo (kkk), mas provavelmente não.


(matano co zóio)

Eu lembro a primeira vez que adquiri um guarda-chuva de bolinhas. To.do.mun.do falou mal, disse que era feio, brega e coisa de vovó. Uns 3 meses depois, todos perguntavam onde eu comprei.

Depois foi a mesma coisa com os cardigans de coraçãozinho e as calças boca de sino. Sabe? Aquela coisa que alguém tem que ver no outro primeiro porque não tem coragem de fazer sozinho? Sofro muito por estar nei aí pra sociedade quando eu quero alguma coisa.

De modo algum estou me chamando de trendsetter, pelamor, não vamo viajar na maioneggs.

Mas o caso é que eu tenho um problema, que meu BFF chama de gordura. Tipo, que gordo é como se tivesse gravidade própria, sabe? Aí onde eu tô ozotro quer ir, o que eu quero todo mundo quer.

Cê vê. No maternal tinha Bárbara, que sempre gostou de rosa e resolveu que o giz vermelho era mais legal depois que eu disse que era mais legal. Na primeira série ninguém queria casar com André Luiz porque ele era japonesinho, mas eu casei (COF) e aí André Luiz conseguiu outras 9 esposas.

Aí na terceira série eu gostava do Cacá. Tinha conhecido o minicraque na segunda série e caído no amor depois de ler alguma historinha mongol que ele escreveu no caderno.

Cacá era lindo só que não: tinha um metro e vinte de altura, numa época em que as meninas já tão batendo um metro e meio. Tinha um zóinho minúsculo que acordado parece dormindo. Tinha uma cabeçorra daquelas que dá dó da mãe, se o parto foi normal. Sério, não dava pra entender como Cacá parava em pé. Aí ele tinha aquele cabelo denso, sabe? Quando a mãe dele não tinha 8 horas disponíveis pra mandar aparar aquela moita, a cabeça do menino ficava ainda maior. Todo mundo tinha medo da cabeça do Cacá, até eu entender que era o tamanho necessário pra caber o cérebro imenso dele. Aí todas queria o Cacá.

Hoje eu acho que alguém deveria ter me ajudado, porque a criança se apaixonar pelo cérebro e aceitar um cabeção aos 8 anos é uma coisa que não tá certa. Podia ter poupado a lifetime of sofrimento. Meninos com cabeção com cérebro grande são uns grande boboca, just sayin’.

Cacá, provavelmente consciente de sua incapacidade física de atrair mulheres, deve ter achado muito incrível aquele movimento de amor na sua direção. Passou a escrever historinhas mais mirabolantes e longas e a fazer concursos pras meninë concorrer a um parágrafo na história (!). Até tia Lívia ficou muito encantada, aposto que teria pedido o menino em casamento se ele tivesse altura pra andar na montanha russa do playcenter.

Mas quem deu bola para Carlos Eduardo mesmo foi a nossa personal Maria Joaquina. A pessoa com longos e sedosos cabelos loiros, acessórios cor de rosa complementando o uniforme azul e tiaras da pakalolo. Cacá deve ter percebido que aquilo era o equivalente a um jogador de futebol pegando uma mulher fruta e disse-me adeus. Maria Joaquina era minha BFF na época. RISOS.

Eu nem sofri. Não só por saber que coitado do Carlos Eduardo não ia agüentar Maria Joaquina por uma semana, mas porque eu gostava mesmo era do Rafael. Gente, não dá pra explicar os olho azul do Rafael. Acontece que Rafael ficou de recuperação em matemática e eu muito morri de medo de ter que sustentar um marido (risos) no futuro e achei que não era uma boa ideia prosseguir no romance. Sério, onde tava minha ajuda psiquiátrica infantil?

O engraçado é que minha família é amiga da família do Rafael até hoje. E ele virou comunista desses de shopping e tem uma barba do tamanho da do papai Noel, não teria dado certo mesmo.

Mas o que eu aprendi foi: mantenha seus interesses em segredo. Enquanto a vida do Cacá foi lusho, mulher e notas 10, Rafael só casou com uns 28 anos. Aposto que a mulher é feminista. Credo. Não deve ter UMA gilete naquela casa.

*****

Aí outro dia eu descobri o Creysso. Poxa, o Creysso tava lá no caminho de todo mundo, mas ninguém tinha reparado. Tinha gente freqüentando o lugar pelo dobro do tempo em que eu ia lá e nunca tinha olhado pro lado.

Até que numa noite de chuva, daquelas em que a única opção é esperar passar, eu fiquei com Creysso nas minhas vista, que era pra distrair um pouquinho.

Parou uma, parou duas, parou três.

- quiqui cê tá olhando aí?

Gente, eu precisei apontar. Ninguém ia achar o Creysso ali na multidão sem ajuda. Mas depois que eu mostrei, vishe. Era um tal de nega descobrir que tava amando que ó.

Eu sempre fui vítima de zóio furado e sempre acho que se as pessoas envolvidas preferiram isso a mim, melhor mesmo, dou um tiro os dois da vida e vou ser feliz.

Mas, veja bem: Creysso era casado. E meio brutinho. Minhas vibe com ele era só ficar olhando mesmo. Ninguém perguntou, eu nunca disse, ué. E como ele é professor de lutinha, era aí mesmo que ia parar. Pra mim, né? As outras foram tudo lá ficar amiguinha das outras meninas da lutinha. Depois todas começaram a fazer as aulas do Creysso. E todo mundo me contando a linda amizade que nasceu e me mostrando todas as 34987534 fotos que tiraram juntos na câmera digital e a cor favorita do infeliz e a desenvoltura do rapaz ao dançar não sei onde e zzzZZzzZzZ couldn’t care less.

Aí o namorado *militar* de uma das fura zóio alegre começou a se irritar com a atenção que Creysso vinha ganhando. Perguntou assim, como quem não quer nada, o nome inteiro dele. A fia, muito esperta, passou a ficha. O namorado-com-acesso-privilegiado baixou a ficha de tão belo bruta montes e olha, vou nem enrolar pra dizer: assassino.

HAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAH

(Não tem graça, mas tem, desculpa.)

Agora as fia ficam lá com medinho de falar alguma coisa de atravessado pro bofe e, como mágica, o amor de uma por uma foi acabando.

Enquanto isso, eu fico tranqüila com a companhia de Xubior, o gatchinho bombado e sem cérebro, só pra mim.

Preciso nem falar que foi só eu começar a freqüentar a cadjmia e as nega tudo já tão chegando mais cedo pra roubar minha bicicleta com vista privilegiada pros pesinho de braço, né?

O que elas não sabem é que, enquanto tá todo mundo lá tentando achar meu novo objeto de interesse, eu tô mesmo é assistindo malhação.

(Malz aê, sociedade.)