quarta-feira, 3 de novembro de 2010

nau sol facio


Hoje de manhã eu escrevi uma frase no twitter da qual só eu ri, porque só eu sabia que era piada.

“Tive que pesar a mão no antialérgico, de modo que tudo que eu disser hoje é automaticamente classificado como café com leite.”

Apesar de essa minha alergia ser uma grande piada do cosmo com a minha pessoa nos últimos 15 anos, nem era disso que eu tava falando. E também não estava exatamente fazendo graça da alegria que é adquirir uma tremedeira equivalente a mal de parkinson antes que o antialérgico faça efeito. Ou seja, me transformo numa vara verde entupida, que não ouve, não respira, e só enxerga nos raros momentos em que consegue manter o olho aberto. Isso nem é engraçado, na verdade.

Divertido é pensar na quantidade de gente que realmente acha que pode usar as adversidades da vida como muleta pra criar condescendência e ficar livre de implicações. O problema é que o mundo tem essa vibe pró-coitadinho. Aí dá certo.

Mas eu nem vou falar sobre isso, porque minha vida tá cheia de gente que curte um humorzinho negro, uma heresia, um lance politicamente incorreto, mas não agüenta argumentação embasada, sabe? COITADINHOS.

(porque às vezes as muletas não são metafóricas)

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Uns dias atrás, me peguei filosofando com uma caixa de sabão em pó na mão. Sobre o tempo.

(bitches love doing laundry)

Pois eu tenho um sistema: guardo o sabão todo num potinho e deixo uma caixa fechada de reserva. Acaba o do pote, eu abasteço com a caixa, compro uma caixa nova e assim vai. Pois eu abri a caixa nova e tive um surto porque, OHMELDELS, esta semana não vou conseguir ir ao supermercado comprar uma nova então não vai dar tempo.

Não vai dar tempo de QUÊ, cara pálida?

Não faço a mínima.

Nem eu que faça a lavadeira e comece a cobrar, não há meio de eu gastar a caixa toda antes de passar no supermercado novamente. Mas aí, até ter essa linha risonha e límpida de raciocínio, eu já tava no meio do caminho pra cartela de calmante, né?

Mentira. Se eu tomasse tanto calmante quanto eu digo que tomo, ou eu seria CALMA ou já teria morrido de overdose. É tudo no maior método de respiração (quando eu consigo respirar, obviamente).

Mas vou te falar que essa coisa de tempo kd piora muito nesta época do ano. Vem a Simone berrando nas nossazorelha, perguntando o que eu fiz e outubro nem tinha acabado ainda. É muita falta de respeito.

Aí os dias de frio are over, vêm esses polens do inferno atrapalhar minha vida, o calor, as pizzas com azeitona, os feriados e até o telefone toca. Sabe, eu perco a motivação. Até porque eu não curto essa coisa de natal e ano novo (Serião, nem é numas de revolts com a sociedade and everything. São dias meio mocorongos mesmo, gente acreditando em amor ao próximo, recomeço, regime, tecpix e iogurteira top therm, não tenho estrutura).

A gente até podia combinar de só falar de natal depois do dia 15 de dezembro, qq6achäo?

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Eu lembro que tinha uma coisa muito importante pra dizer, mas tinha que vir depois dessa enrolação toda aí. Só que, né? DORGAS NA MENTE e eu não faço ideia do que era. Fico bem contente de dizer que estou escrevendo faz uns 20 minutos e não lembro de ter dormido no processo. Já é uma vitória. Tirei umas fotos bem no clima lucy in the sky no processo, inclusive. Toda trabalhada na arte, escrevendo e fotografando, multitask on drugs.

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Fui lá copiar minha própria frase no twitter e li com maldade minha própria bio e me espantei que ninguém tenha feito a piada antes.

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Pois olha, amanhã é quinta, dia oficial de levar olé do fusca, tô aqui tentando escolher onde é que eu vou passar nervoso desta vez. Queria ir no shopping, queria ir no parque, queria até ir no supermercado comprar sabão em pó, mas tô numa dúvida... Se continuar nessa farofa, é capaz de vir pra casa lavar roupa. Aí meu sabão vai diminuir e eu vou querer comprar mais e não vai dar tempo, porque já é novembro, o ano termina e começa outra vez e. Ok.

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Vou contar um segredo (not): toda vez que nada faz sentido (all the time?), é porque eu queria dizer algo que não posso ou porque tô correndo antes que a ventania de um texto que eu não quero escrever me alcance. Lá vou eu escrever e não mandar, não publicar, não falar sobre o assunto. Porque isso aqui já deu.

Beijo, tomem um limão por dia e tenham uma boa vida.