terça-feira, 19 de abril de 2011

dos paradoxos do meu cérebro idiota


Semana passada eu levei uma cutucada no facebook. Super normal, você diria, uma vez que eu já fui a louca do poke e hoje em dia até nego que me conheceu ontem já sai me cutucando. Mas a cutucada em questã não foi produto do poke. Foi daquelas que a gente dá sutilmente com uma palavrinha no mural aqui, um linkzinho compartilhado ali, uma apertadinha no botão curtir acolá. Sacoé? Levei uma cutucada dessas.

Mas foi tão irritante, TÃO irritante, que eu descontrolei. Hiperventilei, tomei calmante, orei pra Jesus e escrevi um post (ou email, ainda tava decidindo) no qual a palavra *odeio* aparece somente e só sessenta e nove vezes (heh).

Aí usei a regra dos cinco minutos e não publiquei.

Sei lá se essa regra é inventada, mas é aquela que diz que se você quiser fazer alguma coisa num momentinho de fúria, guentaí cinco minutinhos e pensa de novo. Se ainda quiser, guentaí mais um dia e pensa de novo. Se ainda quiser, vai e faz (e problema seu). Se não quiser, deu tempo de salvar a Inês.

Agora tô calma.

*****

Em evento totalmente não relacionado, estava eu lá transcendentalizando, fazendo aquela forcinha pra não dormir, quando a tia disse “agora se transporte pra um momento muito feliz e reviva tudo aquilo”.

Normalmente, nessa hora ela manda a gente se transformar num animal específico (não ri não ri não ri não ri), manda a gente seguir um roteiro específico (não ri não ri não ri) e eu normalmente já dormi antes da minha própria águia levantar vôo e sair batendo as asa pelas arverez que somo nozes.

Mas nesse dia ela disse pra ir pra um momento da feliz da minha vida e ficar uns 15 minutos por lá.

PRA ONDE MEU CÉREBRO BOCÓ ME LEVA?

Apesar da infinidade de opções, apesar de eu normalmente dormir nesse momento, ele me leva praquela sala de estar estúpida. Pra uma tarde de sábado estúpida, em que fazia um sol estúpido, deixando tudo um calor estúpido. O dia anterior tinha sido de frio e chuva, mas o sábado tava praticamente sem nuvens e quente, muito quente. E eu odeio (olha lámmm, Silvio!) sábados de sol aluguei um caminhão pra levar galera pra comer feijão.

Então meu cérebro me levou praquela sala (que eu não posso descrever sob o risco de alguém identificar), praquele sofá, onde eu estava de joelhos, olhando pela janela (que também não vou poder descrever), enquanto um sol escaldante derretia meus olhos e meu rosto e eu soltava bolhinhas de sabão.

- vou ter que dizer pros vizinhos que minha sobrinha de 3 anos veio me visitar, se alguém reclamar das bolhinhas entrando pelas janelas alheias.

E aí, num movimento inesperado, ele se ajoelha do meu lado, pega o frasco da minha mão e não só faz bolhinhas de sabão. Faz uma bolhona de sabão e fumaça. Que voa em trajetória de colisão com a janela dozotro. Que eu espero sinceramente que estivesse fechada. Mas mesmo que não estivesse, nós dois saímos correndo do sofá, jogamos o frasquinho de sabão longe e ficamos sentados às gargalhadas, com a promessa que da próxima vez faremos isso num parque.

Não vai ter próxima vez, não vai ter parque, não vai ter mais bolhinhas de sabão (com ou sem fumaça).

Mas meu cérebro estúpido resolveu que aquele sábado de calor e reprise de filme velho em canal ruim de TV, depois de almoçar omelete (eu já disse que odeio *rá* omelete?) e soltar bolhinhas de sabão na janela... é um bom lugar pra eu me enfiar por 15 minutos pra imitar felicidade.

E eu odeio.