Tenho passado meus dias revezando entre estudar, tentar respirar e não obtendo sucesso, sofrer, sentir dor e cozinhar. Como provavelmente nada da minha rotina incrível interessa à população brasileira e não estou me obrigando a escrever, nem sei o que aconteceu de relevante na minha semana (mentira, sei sim, mas não posso estar contando kkk).
Então, por que não dividir com vocês 01 receita?
Vejem bem. Eu não sei cozinhar assim direito, sabe? Então não trabalhamos com medidas exatas. Mesmo quando estou tentando seguir uma receita, certinho, como manda o livro da vovó... Ainda assim sai de qualquer jeito. Atribuo a isso o fato de eu não ser capaz de fazer doces, porque o equilíbrio delicado da receita com açúcar não pode ser desbalanceado pela arte do NINGUÉM MANDA EM MIM, nem a receita.
Bom, dito isso, o burgue de bóbra segue a linha "maizomenos esse tanto" de ingredientes.
Pra começar, cada vez que eu vou comprar abóbora, eu pego uma ~no olho~. Às vezes eu compro já em cubinhos (hahaha, os revolucionário de feice chora), às vezes eu compro uma rodelona ainda com casca, tudo depende da disponibilidade no mercado. Miga, se der pra comprar descascado, compra. Ninguém merece soltar abóbora da casca.
Abóbora, no caso a moranga ou cabotiá. Pra ser bem sincera, eu curto mais a textura do burgue de cabotiá, mas eu vou na que estiver mais fácil.
Aí eu refogo a abóbora num monte de cebola, com muitos temperinhos, porque tem que ser suficiente pra temperar a mistura toda. Quanta abóbora? Uns 500g, maizomenos. Em quanta cebola te fizer feliz, eu geralmente uso uma grande, no mínimo. Sal, sazón, pimenta e só.
Quando estiver macia, eu pego aquele mixer, sabe? E bato a abóbora na panela mesmo, pra virar purê.
Nesse purê, eu coloco aveia. Da última vez, coloquei quase todo o pacote, vamos dizer que um pouco mais que a metade. Meia xícara de gergelim, um ovo e aí vem um ~segredinho~, que não é necessário, mas dá um tchans: sabe aquela mistura pavorosa pra purê de batata, que vem pronta? Que faz um purê terrível? Pois ela é ótima pra fazer massas. Então eu vou jogando aquilo na massa até ela ficar bem firminha. Aí deixa descansar um pouco, porque a abóbora solta uma aguinha. Aí é só completar com farinha comum ou a farinha da sua preferência e TCHARAMMMM.
Eu curto 01 podrão intenso, então eu uso aquela farinha especial de empanar. Pra empanar, não pra dar a liga, claro.
AND, eu tenho forma de fazer burgue, o que facilita tudo. Mas dá pra fazer uma bolinha e cortar com um pote redondo do diâmetro da sua preferência. Coloco a farinha de empanar no prato e por cima da "bola" de massa, aperto o hambúrguer e é só.
Pego a frigideira mais plana que tiver, coloco óleo só pra cobrir o fundo e frito em fogo baixo, que é pra deixar firme até o meinho. Deixo ele quieto lá até dourar e só aí eu viro. Se ficar virando, o negócio desmancha, né, mores. Quando dourar os dois ladinhos, só tirar da frigideira. Da última vez, isso rendeu uns 12 hambúrgueres. Ousseje: 3 horas esquentando a barriga na frente do fogão.
De vez em quando eu congelo, mas eu nunca descongelei AHHAHAHAA. Eu sempre faço uma receita nova, pois meio burralda.
Aí é só pegar o pão de burg, tacar uma maionese e completar com o que quiser.
Desta vez eu fiz um molho de tomate caseiro. Usei 4 tomates comuns (porque não tinha do italiano), refoguei em uma cebola grande, só com sal e aquela pitadinha esperta de açúcar pra tirar a acidez. Deixei refogar até não poder mais e amassei com amassador de purê, pra manter os pedacinhos, mas ficar meio pastoso.
Daria pra ser cogumelo paris fresco refogado com shoyu ou cebola caramelizada (uma certa obsessão por cebola). Tudo fica bom.
Esse aí tem o pão, maionese, molho de tomate, alface americana, o burgue, muçarela (porque não tinha prato nem minas) e muitas pimentas, azeite e salzinho pra temperar a alface. Cobre com o outro pãozinho e TÁ PRONTO O BURGUE.
Sendo apenas vegetariano, dá pra tacar um zóião maravilhoso. Sendo vegano, tira a maionese e tira o queijo e substitui pelas várias opções disponíveis.
E é isso. Esse burgue é só amor. Eu chego a gostar mais que daquele de grão de bico. E ele fica saboroso porque vai pouca farinha e muitas aveias.
Eu recomendo.
NHAM.