sexta-feira, 12 de setembro de 2014

prendas domésticas com vaneça negão



Olar, amigues donos de casa, tudo bô?

Aparentemente muita gente ficou em dúvida sobre as maravilhas de não passar roupa, de modos que me pediram até video. Massss, como eu não tenho assim uma pessoa disposta a me filmar tacando roupa no varal AND eu geralmente faço isso de pijama e coque hipster - uma coisa que jamais deveria deixar os limites da própria casa ou aparecer em público - então eu vou tentar explicar por escrito. Seeee não funcionar, a gente tenta passar de fase, certo? 

(Nunca pensei que um dia na minha vida eu tivesse em condição de dar dicas do lar hahaha).

ALINHAIS, antes de prosseguir, deixa eu falar uma coisinha:

O post sobre independência, afazeres domésticos e coisa e tal não era uma cagação de regra, porque vocês pra mim é problema seus. Era apenas um relato de como eu sou e de como não me conformo quando cada um não consegue cuidar de si. Eu sei que tem gente que não gosta de cozinhar, da mesma forma que eu odeio lavar louça. Isso quer dizer que vou viver de descartáveis? Não. Isso quer dizer que vou fazer com má vontade? Sim. Mas quer dizer que em caso de haver pratos sujos, uma bucha e um pote de detergente, eu sei como fazer essas coisas magicamente se tornarem louça limpa no armário, compreende? O que eu não entendo é gente que olha um arroz, um pote de alho, uma panela e pensa "meu deus, é física quântica? será se eu peço uma pizza?". Só isso. Não querer cozinhar por opção, acho lindo, apoio muito. Não saber como liga o fogão e como transforma farinha em bolo numa tarde de chuva torrencial em que ir na padaria não é uma opção, eu não compreendo.

MASSSSSSSS, como não dependo de vocês para me alimentar, me vestir e manter minha casa limpa, cada um com sua vida.

Moving on: 

capítulo de hoje - jogando fora o ferro de passar roupa, economizando energia elétrica, se tornando sustentável (e revertendo a renda em presente pra mim, que mudei suas vida).

Na minha vasta experiência, você precisa de um varal que não deforme. Eu, que moro em casa com quintal, prefiro aqueles varais de plástico de chão, de armar, sabem qual? Primeiro porque dá pra guardar em qualquer vão, depois porque dá pra colocar a roupa no sol, tirar do sol, correr da chuva, enfiar na sala, proteger de intempéries em geral. Quem mora em apartamento geralmente tem daqueles que ficam no teto, né? Do mesmo tipo. Acho esse ideal. Não funciona em varal de cordinha mole, em varal de metal deformado (e varal de metal SUJA ROUPA, acho deselegante), em varal de quintal comum. Por quê? O da cordinha faz um U quando você coloca a roupa e ela enruga. O de metal marca e suja. E aqueles de quintal geralmente tão sujeitos ao vento e você precisaria de prendedor. O sucesso dessa prática depende de NÃO USAR prendedor de roupa.

Então assim, camiseta normal, blusa fechada, essas partes de cima básicas, você sacode quando tira da máquina e ajeita na costura, pendura pelo meio, não coloca prendedor. As blusas mais porcaria e que entortam, ajeita pelo ombro e deixa a costura desparelhada mesmo, pendura pelo meio, igualzinho. A dobra do meio da blusa do método de penduramento vai sumir quando tudo estiver pronto, SIACALME. Blusas de zíper e botão têm que ficar fechadas. Mas se elas forem de tecido molinho ou algodão (que marca), você fecha no cabide e coloca o cabide no varal. Camisas também vão no cabide, abotoadas, com a gola bem ajeitadinha. Se tiver sol, deixa no sol por uns 20 minutos, é magia. Casacos seguem a mesma regra: tudo no cabide, tudo abotoado, no sol, se possível (não sei se as madame sabem, mas sol esteriliza a roupa DE GRAÇA), com golas, gorros e punhos arrumadinhos ainda molhados, pra secar retinho. 

Importante: não deixa a roupa no sol o dia inteiro, especialmente se você morar em lugar quente. Uma horinha é suficiente. Secou, tira do sol. Senão, além de a roupa ficar toda dura, perde o cheirinho maravilhoso dos podruto. Se não tiver onde secar no sol, só deixar mais espaço entre as roupas e perto da janela pra ventilar bem e tudo dá certo.

Pra dobrar, aí você vai ter que aprender que tipo de dobra que te faz feliz, né? Mas quem passa roupa geralmente já sabe isso. Assim, você vai tirar a roupa do varal UMA.POR.UMA. Antes de reclamar, pense no tempo economizado debruçado na tábua de passar e entoe um mantra de agradecimento. Então você pega uma blusa e dobra com os vincos todos que dobraria depois de passada. Aí você pega a próxima e faz a mesma coisa e vai empilhando, do tecido mais grosso pro mais fino, das blusas maiores pra menores. O peso da pilha já vai marcar o vinco e pode tudo ir direto pra gaveta. Camisas e casacos você já guarda no cabide mesmo (eu tenho um pra cada peça de roupa e meu armário é minúsculo, você também pode). No caso de catástrofe em golas e punhos, ou aquele algodão super amassável, você tem duas alternativas que eu vou dar ali mais pra frente.

Calças eu penduro pela cintura, se forem de tecido que marca. Porque ali é mais grosso e desmarca mais fácil no quentinho das banha abdominal quando usa. Jeans, que não marca (ou desmarca rápido), eu penduro já do jeito que eu dobraria. De qualquer que seja o tecido skinny vai aberta pelas costuras e flares vão pelo vinco entre as costuras. Deu pra entender? Você encosta costura com costura e a dobra fica na coxa. Quando você for dobrar, não desmancha esse vinco e pronto. Funciona pra qualquer tecido também. E não se esqueça: uma ruguinha ou outra vai sumir nos primeiros cinco minutos de uso, don't go crazy que gente que tem mais o que fazer não tá reparando uma ruga na roupa dos outros.

Sobrou um amassadinho? Não tá contente com o resultado porque você é maníaco, não pegou prática ainda ou tem uma entrevista de emprego na Omo? A tia te dá duas dicas de ouro:

A primeira é o pobríssimo: deixa junto no banheiro enquanto toma banho. Isso no caso de você ter um banho programado pra antes de se vestir, né? Nem sempre acontece. Mas faz mesmo milagrinho instantâneo.

A outra é: jogue seu ferro fora e compre um steamer. Cê já viu em que condições as roupas chegam nas lojas? Cê já viu algum trabalhador do ramo de xópem com ferro na mão? MAS STEAMER CÊ JÁ VIU QUE EU SEI. Não precisa ser um gigante, o meu é menor que uma chaleira. Um tantinho de água, 2 minutos pra ferver (nem isso), 5 minutos pra você estar com a dignidade suficiente pra encarar os desafios da vida moderna. E vou falar uma coisa: eu tenho a quantidade exata de 01 camisa possuída que não desamassa nem pendurada pelo cabide, nem no sol, nem no banho. Mas é duas passadinha de steamer e tá linda, tá maravilhosa, tá são paulo fashion week. O resto, meu armário não vê nem a cor de eletrodomésticos na hora de ficar lisinho.

Pode vir todo mundo tirar a prova cos próprios olhos se não acreditar.

Se você é do tipo que passa langerrí e lençóis, eu não quero saber. Porque aí eu vou ficar aqui pensando que tenho que dividir o mundo com gente que gasta energia inutilmente enquanto eu tomo banho correndo, pra economizar água pros filhos de vocês, já que eu mesma não vou ter nenhum, apago todas as luzes do universo, separo lixo, ando de bicicleta e reduzo minha pegada no meio ambiente E NÃO É PRA VOCÊS GASTAR O QUE EU ECONOMIZO PASSANDO CALÇOLA. E lençol, gente. Vamos refletir a necessidade de passar lençol. (Favor não vir nos comentários justificar que você passa lençol, obrigada. Se entenda com a sua consciência.)

Fica aí então a dica número um pro indivíduo moderno feat. inteligente. Nos próximos episódios: como perder o medo da panela de pressão, como limpar vidros sem sofrimento e o produto magia pra tacar no fogão e parar de reclamar quando alguém faz fritura ou molho.