quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

the power of love

(este não é um post triste)

o mais ridículo foi essa ibagem pular
na minha cara quando eu cliquei na aba do
 tumblr por engano, em vez de clicar no flickr


Gente, de vez em quando vocês se assustam com o poder que uma pessoa exerce sobre você?

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Sinto a necessidade de explicar: não é como se você fosse tomada por um feitiço do réuri póter ou possuída pelo alexandre-d'a-viagem (donde deriva o adjetivo "alexandrado") nem nada disso, é aquele típico comportamento de imitar o que o objeto do amor faz, porque, sei lá, cê admira tanto a pessoa que quer que ela te admire de volta sendo igual a ela e etc.

Eu sei que bato na tecla dos meus amores platônicos aqui com tanta frequência que todo mundo já até perdeu a conta, mas são os mesmos cinco indivíduos sendo representados por uma ou outra característica, de modos que parece que eu tenho toda uma lista de homens interessantes e ó, só de refazer as contas aqui, já reparei que tem um que eu nem lembro mais que existe.

Pra ser bem sincera, daqueles que eu sei que nunca vai acontecer nada, tomei tanta distância que eu simplesmente nunca mais vi. Tem um que mora na mesma cidade, frequenta os mesmos lugares e nunca.mais.encontrei. É o poder do pensamento construtivo, né? Se não vai me levar a lugar nenhum, se não posso ter, se começa a fazer mal, melhor cortar.


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Mas tem um indivíduo que sempre me faz rir quando aparecem filósofos de internet compartilhando aquele vídeo do "você nunca amou". Amei sim, cara. Eu tentei muito me enfiar na vida de uma pessoa, tentei adaptar minha personalidade aqui, ali, virar uma pessoa melhor, de acordo com a filosofia alheia. Até que um dia eu entendi que não tinha o que eu fizesse pra SER essa pessoa (que eu nem sei se ele queria, sejemo franco), e que não tinha como eu fazer esse indivíduo feliz, então eu fui recuando meu time lentamente. Um dia eu entendi que tinha alguém que veio pronta de fábrica com tudo que eu estava querendo inventar e acho que percebi antes dele que ele estava amando. Peguei meus bonequinho tudo e tirei o time completamente do campo. Se isso não é amor, não sei mais o que é.

Apesar de que sempre me intriga um pouco esse limbo em que a gente fica quando uma pessoa querida (ou amada) encontra outra e tudo parece forçado e desrespeitoso, até que a única solução eficiente é sair de cena mesmo. 

O triste é saber que você não é assim tão indispensável pra felicidade do outro, que tem alguém ali num patamar bem mais alto que o seu, que vem primeiro e que provavelmente ficará pra sempre - ao contrário de você.

Triste também é sair de uma situação de amizade intensa (porque pra mim é assim que nasce o amor) pra uma situação de completa indiferença. E, nesse caso específico, uma montanha russa disso, já que a coisa se arrasta há anos e a cada namorada nova é um tombo no abismo de um tempo que vinha sendo um voo alto.

E eu fico lá esperando o dia em que eu vou poder voltar a ter um pedacinho da pessoa. Talvez não seja amor, seja idiotice, não descarto a possibilidade. Mas, veja bem, eu não espero migalhas de atenção ou sinais de que finalmente o amor dele será meu. Eu espero é pelas bobagens que fazem com que essa pessoa povoe meus pensamentos amorosos por essa quantidade de tempo que já parece infinita.

De vez em quando eu esqueço, porque eu não sou assim tão bocó. Não é como se eu ficasse aqui fazendo simpatias e sonhando com o amor que nunca vem. Aliás, se tem uma coisa que eu não suporto na ficção é a capacidade de as pessoas, especialmente mulheres, mendigarem amor de quem não sente nada por elas. De tramarem contra as amadas de seus amados, pra que eles caiam como patetas em seus braços. Pelamor, né? Eu quero alguém que me olhe como uma coxinha com catupiry recém frita na hora do almoço.

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Mas aí tem essa pessoa que não tem nada a ver comigo, por quem eu não consigo me desapaixonar. Me apaixono também diariamente pelo menino que vi na rua, pelo vendedor de camiseta que ficou tão interessado em mim que até agora não consigo entender (não entendo também porque não dei meu facebook pra ele, por exemplo), me apaixono pelo sueco que vem pro Brasil de 6 em 6 meses e pelo cara da academia que além de maaagro é mais feio que bater na mãe e me apaixono pelo cara que tem 34 anos, mas parece que tem 45 só porque ele tem um sotaque bonitinho. E me apaixono por personagens de ficção e por cantores e por gente que era jovem 8 décadas atrás (juro) e por gente que era jovem 20 anos atrás e por gente que é tão jovem que é quase ilegal (mentira). E me mantenho apaixonada pelo moço com quem eu teria 37 brigas por fim de semana, quando ele quisesse pular de paraquedas e eu quisesse fazer maratona de seriado no netflix.

E tem dias que eu acordo questionando coisas que nem me incomodam e me punindo por coisas que não me afetam, porque eu sei o que ele pensa a respeito. É como se alguns dias ele virasse a voz da minha consciência. E tem dias que eu planejo coisas que são muito legais mesmo, mas que eu nem pensaria em fazer se ele não tivesse despertado em mim o interesse, mas eu faço com pessoas que não são ele, porque ele não está disponível.

Dias em que ele fala comigo por cinco minutos, sobre a coisa mais boba do universo - mas que sempre me faz rir - e aí eu penso que se eu amolho é porque a gente consegue rir junto de bobagens que são realmente muito bobas e eu passo o dia com cara de pateta cada vez que eu penso nisso e me dou conta que não tem o que eu faça, não tem o que ele faça, não tem incompatibilidade no mundo que seja capaz de apagar esse menino do meu coração.

Fuén.