terça-feira, 2 de dezembro de 2014

eleanor, park e a maldição dos finais insatisfatórios

Já vou avisando as madame que esse post vai ter spoiler, muito spoiler, spoiler até da última página do livro, então não quero mimimi.

Então eu vou fazer uma das coisas que eu mas odeio no mundo, mas que sempre faço quando o spoiler vai comer solto, vou botar um ~leia mais~ aqui embaixo.

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Foi só depois de adulta (velha) que eu comecei a ter coragem de deixar livros no meio, filmes sem terminar, essas coisas. Mais recentemente eu parei de convidar as pessoas pra irem ao cinema comigo ou pra assistirem coisas que eu alugo na locadora (literalmente, não tô nem falando de downloads) e passei a DAR livros. Dar. eu nunca nem emprestei livros na vida, imagina dar, gente. Outro dia passei num café e dei uns 4 livros lá, porque as capas eram bonitinhas e combinariam com o ambiente, porque as histórias, mddc, uma pior que outra. 

Porque eu sou muito chata com finais. Se o negócio começa bem, tem um ótimo meio mas um fim ruim ou blé, eu acho que a coisa toda não valeu meu tempo despendido. 

Aí eu vi quinhentas mil blogueiras recomendando eleanor & park (eu mereço por ainda acreditar em blogueiras em 2014), amigos, sites, livrarias, capa bonita, etc, comprei. E tava lendo e achando tudo ótimo até que acabou.

Cê vê: eu entendo que algumas coisas são só contexto pra gente entender o personagem. Por exemplo, a família disfuncional da Eleanor. A gente vai tendo flashes do que aconteceu, mas ninguém nunca explica direito. Ok, não é física quântica e o principal você entende sozinho, mas, na minha opinião, se você vai tão fundo no contexto, você não pode abandonar o contexto largado quando a história acaba. Que fim levaram os irmãos? A mãe? Se separou do abusador? Tem onde morar? O que comer? Isso é importante, porque se a família não fosse importante pra menina, ela não teria voltado pra casa e tentado proteger os irmãos pelo maior tempo possível. 

Como a família perdeu tanto dinheiro? Por que Eleanor era gorda se praticamente passa fome com sua família miserável e todo mundo na família era magro? Qual é o problema que o pai do Park tem com ele, se é que tem algum? Fora a síndrome da mocinha insatisfeita: se o cara agrada é ruim, se ele larga é ruim, se ele ajuda é ruim, se beija é ruim, se olha é ruim, amiga, QQ C QUÉ?

As pessoas que pareciam que faziam bulen na escola com o livro e não faziam, esconderam mesmo as roupas dela? Se as pessoas eram capazes de ajudar quando a menina estava com problemas na família, eram realmente capazes de tacar as roupas dela num vaso sanitário sujo? Se eram ruins a esse ponto, por que foram ajudar no fim do livro?

Essas coisas todas são jogadas em cima da gente e NENHUMA delas é resolvida. 

ME DÁ UMA LUZ.

Tem gente reclamando do final em si, de não saber o que raios essa CHATA escreveu no cartão postal e eu muito acho que ela escreveu um eu te amo bem imbecil, que se fosse pra mim eu picava em um milhão de pedacinhos e responderia AMA É O TEU FIOFÓÓÓ, mas isso foi a única parte que salvou o livro: a minha interpretação de que essa pentelha finalmente tirou o menino da agonia.

Mas torço mesmo pra que ela tenha escrito "tô com fome".

Eu entendo o resultado de um lar disfuncional, o medo do apego e da decepção, a posição defensiva em tudo na vida. Mas depois de um tempo de convivência, você entende que o cara só queria seu bem, mobilizou a família inteira pra te dar um ambiente de paz, fazia tudo o que você queria, do jeito que você preferia, pelamordedels, custa um pouco de reciprocidade? O infeliz enfrenta a família e pega o carro do pai pra viajar sei lá quantos quilômetros (se não sei geografia do Brasil, não vai ser dos Estados Unidos que eu vou saber) pra te salvar e você leva UM.BENDITO.ANO. pra se comunicar?

Ai, cara, sabe? Vai cagar. Eu não tenho paciência com dark and twisted, porque eu acho que tudo tem limite, mesmo quando você é adolescente vítima de abuso. (Eu sei como soa isso "em voz alta", mas as pessoas estão.tentando.ajudar.).

No fim das contas, eu achei um livro muitíssimo chato, que parecia que seria legal no começo e não foi. Só me dava nervoso de pensar que fim levaria o cachorro (juro, eu tava preocupada mais com o cachorro do que com qualquer outro personagem), que fim levariam aquelas crianças menores, que fim levaria essa gente desnutrida. Por que ninguém chamou o conselho tutelar? Por que ninguém ligou pra polícia? Por que o tradutor escrevia Godwill como se fosse uma loja baixa renda e não aqueles brechós da boa vontade?

Jamais saberemos.

O problema é que com o começo promissor que o livro teve, eu me empolguei e fui lá comprar Fangirl. Agora sou obrigada a ler, porque passar o livro pra frente sem nem abrir, é um ponto em que não cheguei ainda. E pelo nome bonitinho da moça (rainbow, cara, sempre quis chamar rainbow brite), a capa simpática e a sinopse, eu estou disposta a dar mais essa chancezinha. Oremos.

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Outro dia eu vi Lucy. Eu não suporto Scarlett whatevs, mas fiz um esforço pra não odiar tudo logo de cara. E tava indo tudo até que bem, até a hora em que ela senta na cadeira no final HAHAHAHAHAHHA. Aí eu comecei a rir e fiquei rindo até o filme acabar, porque idiotice tem limite, não tem, gente? Que sorte triste eu tenho tido com entretenimento ultimamente.

Uma pequena lista de tudo que odiei nos últimos meses, porque a ideia parecia boa, a execução foi mais ou menos e o fim era um lixo:

- o livro Louca Pelo Garoto
- o filme Homem Duplicado (pfv, quero morrer com esse filme HORRÍVEL)
- o livro O Livro do Amanhã
- o livro A Lua de Mel (até tu, Sophie Kinsella)
- a última temporada de Drop Dead Diva
- o filme Em Transe


Esta lista certamente seria bem maior se minhas memórias estivessem funcionando e eu não estivesse com a maior dor de cabeça da história, mas fica aí a dica do que NÃO consumir. Depois não digam que eu não avisei.