Ok,
moving on.
Eu
não sei se a medicina classifica isso como alguma coisa maligna, mas o caso é
que eu preciso de um pouco de ordem na minha vida. Não é exatamã uma coisa
enlouquecida (nem pergunte pra minha família), mas eu preciso de planos,
programação, NORTE. Certo, norte é um pouco de exagero, considerando que não
sei nem pra que lado é o meu quarto quando estou dentro da minha casa, mas deu
pra entender.
De
modos que minha vida normalmente é igual à programação do Discovery Home and
Health: dias temáticos. E quinta, há anos, é o dia da beleza. Certo, beleza é
um pouco de exagero, considerando que minhas fuça assimétrica assusta pessoas
na rua, mas deu pra entender.
E
aí praticamã toda quinta-feira eu vou ao salão. Não uma coisa mongol de ficar
quatro horas lá, cada quinta é uma coisa e assim vamo ficando imaginariamente
linda constantemente.
Teve
uns tempos em que os pessoal resolveu se ver toda semana no exato mesmo xópem
onde está meu salão favorito (Cê jura que eu sempre tenho que usar o mesmo
profissional pro mesmo silviço e que se ele não tiver hora eu nem saio de casa?
Cê jura que o cabeleireiro se mudou pra um salão que fica a 20km do meu lar e
mesmo assim eu viajo só pra cortar com ele? Cê jura?), mas na sexta. Eu até
tentava economizar os dias e ir ao salão na sexta, antes dos amigue, às vezes
até ia. Mas ó... preferia ir na quinta.
Os
amigue se foi, minha irmã passou a trabalhar lá (no shops, não no salão) e eu
coordenava os horário tudo pra poder passear com ela, ó que incrível. Na
quinta.
Acontece
que eu tô num período de transição (literal) na minha vida e não é toda quinta
que eu vou ao salão. Mas é isso ou ficar em casa fazendo faxina e encaixotando
coisas.
Deu
pra entender o quadro, né?
*****
Tem
o dia-da-aula-de-ioga. Que muito me alegrava e tal, mas eu vou perdendo a
paciência com as coisas na vida e tenho que gastar muitas energias pra
perseverar. Comecei a fazer outras coisas na cadjmia, pra dar uma animada (viu
como eu tô diboua com mudança?), uma diversificada. Pois aí foram lá e trocaram
a instrutora e eu quis colocar fogo naquela academia dos infernos.
Porque
assim: o gênio da engenharia projetou uma sala que não é quadrada, não é
retangular, não é oval. É uma aberração geométrica, toda torta. Precisei de uns
2 meses pra aceitar aquele ambiente torto na minha vida, mas achei um lugar
onde eu pudesse estender meu tapetinho e ser feliz. Mas, como somente Sheldon
Cooper me entenderia, tinhaque ser
naquele lugar.
Aí,
quando trocaram a profe, uma véia desocupada, que poderia ir em qualquer aula,
das 7 da madrugada até as 4 da tarde, ia às 18, é claro, que é quando os jovens
trabalhadores que fazem o Brasil andar podem ficar saudáveis. VÉIA ESTÚPIDA.
Quiqui
a véia fazia? Esperava que eu me instalasse, esticasse o tapetinho, largasse a
bolsa e empurrava tudo e colocava as coisas dela no lugar. Sensacional. A véia
nem esticar o braço conseguia, tava fazendo o que lá? Até o dia que minha
paciência acabou e eu taquei as coisas da véia longe, TÁ COM DÓ LEVA PRA SUA
CASA. A véia não voltou, grazadeus, destrocaram a professora e tudo voltou à
normalidade.
Aí
passamos meses em 4 ou 5 alunos, todo mundo no seu lugarzinho de sempre, a
gente podia até se atrasar que nossa vaguinha na sala estaria intacta. Amor em
forma de aula.
Só
que um dia chegou uma aluna nova e no meu primeiro ““““atraso”””” (porque eu tô
lá na cadj umas duas horas antes dessa aula irritante começar, só tô fazendo
outras aulas), a fia foi lá e pegou meu lugar.
Entrei
na sala, vi meu lugar ocupado, respirei e pensei “bão, aviso que tenho
compromisso e fui só falar oi, nem a pau que eu faço essa aula em outro lugar”.
Foi só essa frase finalizar na minha cabeça e a profe chamou a fia pra sentar
num outro pedaço, ali mais pertinho dela. A fia foi. Perguntou se tinha alguma
razão.
-
tem sim, a Vanessa tava ali pronta pra desmaiar só de ver alguém sentado no
lugar dela.
Digamos
que tomei consciência da gravidade da situação ali naquele momento. Houve
boatos de que na semana em que eu faltei por motivo de doença, ninguém teve
coragem de encostar o fiofó lá.
Mas
não reclamo, não gosto de sentar em outro lugar, anyway.
*****
WHY,
oh, God WHY essa pessoa está contando tudo isso?
Porque
ontem era quinta-feira e eu não fui ao salão NEM estava empacotando caixas. Meu
saco está realmente cheio da rotinha da cadjmia, da sala torta, de véias, de
gente falando de partes da anatomia pelas quais não me interesso e de
meditação. De modos que eu resolvi ir à academia em plena quinta feira, tentar
uma coisa nova.
Avisei
a família inteira (porque nego aqui surta se não souber sua localização exata
no espaço-tempo), mas ninguém deu muita bola.
Meu
irmão me ligou lá pelas 17h.
-
Ô, cê não vai no salão hoje, né? Tô te esperando pro lanche.
-
Mas fio, eu tô indo pra academia!
-
VANESSA, HOJE É QUINTA.
Tipo,
pânico na voz, sabe? Eu disse que sabia que dia era e que tinha avisado que ia
tentar uma coisa nova. Erbãozinho ficou desconcertado.
Aí
minha mãe ligou 17:10h.
-
Cê vai passar na minha casa hoje?
-
Vou, umas oitoemeia.
-
Por que não agora?
-
Porque eu tô indo pra academia.
-
VANESSA, HOJE É QUINTA!
Pavor,
medo, nervoso. HAHAHAHA babãe, eu avisei que ia, blábláblá, meldelsdocéu eu não
acreditei que era verdade, a gente se vê depois, ok.
Aí
eu fui pra academia, né? Felizmente não encontrei ninguém conhecido, nenhuma surpresa.
Fiz quarenta e dez aulas emagrecedoras e saí de lá completamente destruída umas
oitohora.
Fui
pra casa de babã, adonde encontrei minha irmã.
-
Cabei de fazer uma aula que cê ia amá.
-
Aula de quê?
-
De sh’bam, na cadjmia.
-
Academia? Mas, VANESSA, HOJE É QUINTA.
GENTE,
SÉRIO.
Pelo
visto agora eu vou ter que parar de contar tijolinho por aí, senão nego vai me
enfiar no pinel na primeira oportunidade. Se eu sumir vocês já sabem.
E
agora, toda quinta, fica avisado: estarei gastando as banha na academia.