Me dei conta que eu acho que flor (dada, em buquê) tá sempre ligada à coisa ruim.
- alguém morreu.
Vai ver nem morreeeeu, mas tá doente. Sei lá, flor tem muito cara de “melhora, faz favor”. Pode ser coisa de criança podre, nunca se sabe. Ganhei muita flor no hospital.
- alguém está com preguiça.
Tipos, o cara gasta sei lá quanto num buquê de rosa alaranjada, manda entregar pra mulher no trabalho e nem vai buscar a infeliz? Que vai ter que se enfiar num interbairros com a bolsa, a sacolinha da calla magazine em que ela enfia várias tralha AND o buquê? Qual era a grande ocasião que merecia flores, mas não merecia uma carona? Sei não.
- alguém quer mais do que pode ter.
Sempre que eu vejo um cara carregando um buquê, eu imediatamente penso em “pepe le peu”. Um animal que inferniza penélope, que não pode vê-lo nem pintado de ouro. E o que ele faz? Se enfia no meio dum monte de rosa vermelha (haja breguice) e aparece na frente dela. Prevejo sorriso amarelo e uma noite em claro pensando “má que que eu vou fazer com esse mané?”.
Num gosto de ganhar flor não.
A não ser tulipas. Gente, é tão difícil? Num tem tulipa, compra um trident de menta. Porque precisa muito poder de cedussaum pra dar tulipas, hein? Tamo aqui na espera.
E ó, não quero ser assim rude, mas quanto maior o buquê, maior a babaquice. Fica aí a dica valiosa de economia, porque flor não é barato e não tá fácio pra ninguém.
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Que eu sou desmiolada, ninguém tem dúvida. Mas gente, a vida por si só, enquanto tempo gasto inutilmente no universo, já que a gente tem que preencher as lacunas entre um momento válido e outro, é um saco. De modo que eu tenho que me divertir de alguma forma.
No banheiro, por exemplo.
Cê vê. Você aí, doente mental, já fez uma imagem totalmente errada na sua cabeça. Não vou negar que isso me divirta um pouco também. Mas eu tô falando de diversão mais complexa do que isso.
Tipos no trabalho. É um banheiro grande, com duas casinhas. Peraí, vou ali no paint fazer um desenho e já volto.
Pronto.
Aí assim. Se eu entro no banheiro e tem alguém saindo da casinha, a pessoa (sei lá, umas 8 mulheres usam o banheiro) faz mó teatro de higiene pessoal. É lavagem de mão digna de entrada em centro cirúrgico, álcool, papelzinho pra pegar no puxador da porta. Um portador de toc severo ficaria orgulhoso.
Mas se acontece de eu entrar na casinha enquanto alguém já usa a do lado e a pessoa sai antes de mim, de modo que ela não viu quem era... hahaha aí é hora do show de horror.
Tem as desprendidas, que nem disfarçam: lavar mão what’s the point//, simplesmente seguem a vida e vão embora. Acho lindo.
Tem as anti-ecológicas, que abrem a torneira, mas são tão tapadas que não percebem que a gente ouve se o fluxo de água não é interrompido pela passagem das mãos por ali (sim, eu sou doente a esse ponto). Acho indigno. Poxa, não vai usar, não gasta.
Tem as mongolóids-água-cura, que abrem a torneira e dá pra ouvir quando a mão simplesmente passa ali por baixo. Não rola nem uma esfregadinha. De modo que a animal, além do gasto inútil de água, ainda vai usar 9 folhas de papel pra secar a mão. Acho que vai pro inferno sem escala.
E o tipo que não tem é o que pega o sabonete. Porque a saboneteira faz um *cloc* quando aperta e, nunca na história deste país, eu ouvi um *cloc* acontecer.
Depois nego espalha H1N1 na velocidade da luz, vive intoxicado, infeccionado e estragado e não entende como pode ser tão azarado. CÊ JURA?
E fico eu lá, rindo de forma abobada, porque né? SOL DOENTE e você que é feio e sempre sei quem é a fulana porquinha pelo passo. Desculpa aí, minha filha, jamais comerei na sua casa. Aliás, não vem querer me cumprimentar me encostando que eu sei o que você não fez no banheiro passado.
Disk é bem assim, né: você é o que você faz quando ninguém te vê fazendo, já diria Dinho Black Gold.
Bando de porca.
Minha vida não é mole.