Todo mundo lembra a sensação de estar na quinta série, né?
Você começa a socializar sem giz de cera e com caneta esferográfica, surgem as continhas de dividir por dois algarismos, ninguém mais te acha fofinho e e se você não for uma pessoa legal, descobre que não tem graça nenhuma.
Aí vem aquela vontade incrível de impressionar, desde o crush do condomínio até a professora de geografia, de competir com o amiguinho nas brincadeiras da rua e com seu irmão pela atenção da sua mãe.
Foda a quinta série, né?
Pena que o cerumano nunca. sai. dela.
Cê vai virando adulto e vai se dando conta que a vida é uma eterna quinta série, dentro e fora da sala de aula.
Que pesadelo.
HISTÓRIA I
O ano era 2008. Uma sequência de desventuras culminou em um ponto da minha vida em que minha capacidade de socialização chegou a zero e eu não saía mais de casa, não tinha mais amigos, nada. Em Curitiba, I mean, minha vida social estava em São Paulo, onde eu não estava. Quando algum amiguinho paulistano vinha, era 01 alegria (e uma raridade), de modos que eu movia montanhas pra verlhos. Pois numa dessas vezes, a pessoa me falou que estaria onde judas perdeu as bota e eu levei quase duas horas atravessando a cidade pra chegar lá... e levar um bolo.
O desencontro não foi de todo perdido, porque estava acontecendo um evento no lugar. Em tempos de twitter, cê escrevia que tava largado em algum lugar da cidade e logo aparecia alguém no mesmo lugar pra socializar. Acabei conhecendo algumas pessoas, que faziam parte de um grupo, do qual me convidaram pra participar.
OUSSEJE
Cheguei por último, num grupo que já tinha um monte de gente.
Por alguma razão que jamais saberei qual era, o grupo era composto de uns 40 meninos e 3 meninas. Mas as meninas costumavam ter mais o que fazer e acabava que quase sempre eu tava lá toda sexta-feira sozinha com um bando de nerd do sexo masculino.
Na década passada, a gente era 120% menos feminista enquanto sociedade, né? Então tinha toda uma apreensão quando mais de uma menina aparecia no encontrinho da galera. Mas isso acabou passando até que bem rapidamente, e eu fiz amizade com as menina tudo. Qué dizê, na minha cabeça, eu tinha feito.
Uma delas era a tiradora oficial de foto do grupo e foi muito lentamente que eu me dei conta que eu nunca estava em nenhuma foto, mesmo estando com as pessoas o tempo todo.
No começo, eu achei que era minha própria ~culpa~, porque eu odeio foto, odeio sair em foto, odeio saber que existe foto (minha, né?), então eu tinha impressão que inconscientemente eu saía do quadro.
Até que um dia aconteceu um evento feminista e, bom, se houvesse ainda a página e o flickr do evento (eu procurei, não tem), seria sensacional pra ilustrar o post. Primeiro que todas as meninas tiraram a clássica fotinho com a lousa, sabe? Tem sua lá, migo leitor? Minha também não tinha. Aí tem a foto do grupo, né? Pois eu sou aquele tipo de bocó que fica num cantinho ou num fundinho, de modos que tinham várias fotos com o topo da minha cabeça ou o cantinho do meu braço (identificável pelas roupas super discretas que eu costumo usar). SÓ QUE teve algum momento que alguém olhou o visor da câmera e notou que eu e minha brusinha de coraçõezinhos não estávamos em nenhuma das fotos e sugeriu que eu ficasse bem no meio, no colo de algumas pessoas. Bom, aí tinha essa única foto em que eu aparecia, numa resolução que era impossível de aumentar.
Daí pra frente eu passei a tentar ficar no meio de todas as fotos posadas. Mas SEMPRE a foto aparecia cortada com o pessoal da esquerda, depois o pessoal da direita, depois a galera que tava embaixo, o pessoal mais alto. Quando ela provavelmente cansou do photoshop, ela passou a ~dirigir~ as fotos e era sempre muito engraçado, porque ela levava meia hora trocando as pessoas de posição, até que eu ficasse no canto, pra facilitar o crop. Entre mim e minha panela era sempre motivo de piada, né? Tem uma lendária foto da copa de 2010 em que meu cotovelinho é estrela de umas 20 fotos diferentes. Numa delas, a gente lembra claramente de a menina me mudar de posição umas 30 vezes, com a desculpa que uma luz estava refletindo no meu rosto. Obviamente meu rosto não está em nenhuma foto daquele evento.
E de nenhum outro, como vocês podem concluir.
Um dia eu comprei uma camerinha compacta simpática e levei numa festa em que essa fia supostamente não estaria, já que não foi convidada. Mas twitter, a desgraça do início dos anos 10, era tipo um localizador que ninguém conseguia manter a boquinha calada e atraía os desnecessauros involuntariamente. Eu tava com a minha camerinha lá, tirando fotos bucólicas do local, chega a fia. Quer mexer na minha camerinha. Eu digo não. Eu saio de perto dos meus pertences por alguns minutos pra afofar um gato (do reino animal mesmo, que eu sou dessas). Volto pra mesa e QUEM É QUE TÁ COM A MINHA CÂMERA NA MÃO? Isso memo. Fui lá e catei de volta, fui bem simpática falando com voz meio trevosa pra não mexer nas minhas coisa, etc. Acendi o visor e fui olhar as fotos que a fia tava tirando e........................................
tinha foto de todo mundo MENOS MINHA hahahahahhaahhahahahah.
Mas kids graça.
Um dia eu fui lá perguntar pra cerumana qual era o problema, né? Porque assim, a gente não é obrigado a ir com a cara de todas as pessoas do mundo, nossos amigos às vezes têm dificuldade de fazer amizades e se relacionam com gente idiota, a gente não pode controlar isso. Mas educação é uma coisa tão fácil de usar, sabe? A fia nunca tinha sido educada comigo e ela mexer na minha câmera sem autorização foi a gota d'água. Fui lá oferecer meus mais sincerofoda-se pedido de desculpa caso eu tivesse vanessado e feito alguma coisa imbecil sem notar, tentar oferecer uma trégua, um voto de paz. A menina olhou no meu olho e disse que não tinha problema nenhum comigo, que eu tava delirando que ela me cortava de fotos, que eu me dava importância demais.
ok
Fiz a única coisa possível, que foi cortar a pessoa do meu círculo. Cêis qué ir num lugar onde ela esteja? Pois faça bom proveito. Cêis qué ir num lugar onde eu esteja? Não pode trazer ou convidar. Isso valia pra qualquer pessoas, até familiares da indivídua. Porque veja se tamo na idade de passar por essas idiotice, né? TAMO NOM.
HISTÓRIA II
Bom, o ano agora é 2017, olha quanto tempo se passou! Estamos todos mais velhos e um tanto mudados, paramos de fazer amizades pelo twitter e passamos a conviver com pessoas de interesses semelhantes. Avançamos na educação acadêmica e passamos a conviver com gentes pesquisando as mais diversas coisas importantes, que moraram em vários países, falam várias línguas, gente que gosta do Bandeira e do Bauhaus, de Van Gogh e dos Mutantes, do Caetano e de Rimbaud e tal. Ainda assim, às vezes acontece de a gente chegar por último num grupo que já existia.
OUSSEJE
Cheguei novamente a um grupo de pessoas que já existia fazia um tempão.
Não sei se pras pessoas normais, extrovertidas, sem problemas psiquiátricos é fácil esse movimento. Eu lembro do primeiro dia em que entrei no ambiente que esse povo todo estava. Se as pessoas estavam me julgando ou se era só eu (que estava me julgando), jamais saberei. O importante é que, como em todo grupo, a gente se dá bem com umas pessoas, ignora outras, faz algumas amizades mais próximas, outras que transcendem o ambiente e passam pra vida,arranja uns crush errado, intrigas, amor ao próximo, etc. Normal.
O timehop me lembrou dia desses que fez um ano que eu fui oficialmente ~aceita~ no grupo, fazia uns tantos meses a mais que eu já estava convivendo com as pessoas, fiquei contente de notar que do primeiro dia que deu medo até hoje, eu inclusive fiz amigos pra minha vida. VITÓRIA.
Só que nom.
Porque tem ~a criatura~. "Ah, vamo fazer um grupo de emails pra gente falar do assunto x e mandar arquivos?" "VAMO!" "Quem faz o grupo?" "Ah, ~a criatura~ podia fazer". "VIVA!"
Três dias depois eu vejo que nada acontece feijoada, pergunto pra alguém se vai rolar mesmo o grupo de emails.
- ué, mas já tem!
- tem não.
- tem sim.
- tem não.
- tem sim.
HISTÓRIA III
Em todos os grupos de que a gente faz parte no mundo, sempre tem aquela uma pessoa com quem a gente tem coragem de falar tudo o que vem no cérebro, né? No meu caso isso é ótimo, porque eu não tenho filtro. Então significa que eu posso FALAR.
E eu tava falando.
E num era poco.
E tinha de vez em quando outros nomes envolvidos na conversa, porque a vida tem dessas coisas, a gente convive com pessoas e de vez em quando elas fazem coisas e a gente precisa falar dessas coisas.
E eu falei as coisas.
A gente tava conversando num lugar afastado, eu tava de boa. O assunto não era secreto nem nada, a porta tava aberta, eu tava falando alto. Eu ouvi passos no corredor e ignorei, porque o que eu dizia não tinha nada demais.
SÓ
QUE
Tem o babaca, né? Sempre tem um babaca no grupinho. Num certo momento, a conversa foi interrompida pelo babaca, logo após eu chamarlho de babaca, sem nem imaginar que o babaca pudesse estar por perto. Eu não me preocupei, pois não me preocupa a opinião de gente babaca. Depois que ele saiu, minha conversa com o outro cerumano prosseguiu por mais um tempo. Quando acabou, eu fui falar com outra pessoa, a que foi mencionada no diálogo anterior e não era o babaca.
Mas não deu tempo de falar oi.
O cerumano veio 120% na defensiva, se justificando do mais absoluto nada, eu ouvindo e pensando MAS O Q....
AH.
O babaca, além de babaca, é o que? Isso mesmo fofoqueiro. Cê veja que num levou meia hora pra ele ficar ATRÁS DA PORTA ESCUTANDO A CONVERSA DOS OUTROS e fazer a Popis.
Eu não sabia se ria, se chorava, se tentava consertar, se deixava a vida me levar. Só sei que quando o babaca apareceu na minha frente, eu tive que controlar todos os meus impulsos de chamar de fofoqueiro no ritmo de GALOPEIRA, vou ser sincera. Já aviso que não vai durar muito tempo o auto controle.
*****
E é mais ou menos nessa vibe adulta que minha vida tem acontecido recentemente. IGOALZINHO a quinta série, só que com muito mais álgebra pra estudar. Não estou vendo nenhuma vantagem.
Tava lembrando aqui da pessoa que comentou que com o fim do mestrado esperava que os posts sobre boys ficassem mais constantes, fico pensando na decepção.
Até porque minha vida amorosa tá bastante no clima do ensino fundamental também, né? Porque quando o boy que cê tá tentando impressionar com a sua inteligência (cada um usa as arma que tem) abre seu facebook na sua frente e pede pra mostrar as amiga bonita, é porque a gente beira os 40, mas nunca deixa de verdade os 8, né nom?
Você começa a socializar sem giz de cera e com caneta esferográfica, surgem as continhas de dividir por dois algarismos, ninguém mais te acha fofinho e e se você não for uma pessoa legal, descobre que não tem graça nenhuma.
Aí vem aquela vontade incrível de impressionar, desde o crush do condomínio até a professora de geografia, de competir com o amiguinho nas brincadeiras da rua e com seu irmão pela atenção da sua mãe.
Foda a quinta série, né?
Pena que o cerumano nunca. sai. dela.
Cê vai virando adulto e vai se dando conta que a vida é uma eterna quinta série, dentro e fora da sala de aula.
Que pesadelo.
HISTÓRIA I
O ano era 2008. Uma sequência de desventuras culminou em um ponto da minha vida em que minha capacidade de socialização chegou a zero e eu não saía mais de casa, não tinha mais amigos, nada. Em Curitiba, I mean, minha vida social estava em São Paulo, onde eu não estava. Quando algum amiguinho paulistano vinha, era 01 alegria (e uma raridade), de modos que eu movia montanhas pra verlhos. Pois numa dessas vezes, a pessoa me falou que estaria onde judas perdeu as bota e eu levei quase duas horas atravessando a cidade pra chegar lá... e levar um bolo.
O desencontro não foi de todo perdido, porque estava acontecendo um evento no lugar. Em tempos de twitter, cê escrevia que tava largado em algum lugar da cidade e logo aparecia alguém no mesmo lugar pra socializar. Acabei conhecendo algumas pessoas, que faziam parte de um grupo, do qual me convidaram pra participar.
OUSSEJE
Cheguei por último, num grupo que já tinha um monte de gente.
Por alguma razão que jamais saberei qual era, o grupo era composto de uns 40 meninos e 3 meninas. Mas as meninas costumavam ter mais o que fazer e acabava que quase sempre eu tava lá toda sexta-feira sozinha com um bando de nerd do sexo masculino.
Na década passada, a gente era 120% menos feminista enquanto sociedade, né? Então tinha toda uma apreensão quando mais de uma menina aparecia no encontrinho da galera. Mas isso acabou passando até que bem rapidamente, e eu fiz amizade com as menina tudo. Qué dizê, na minha cabeça, eu tinha feito.
Uma delas era a tiradora oficial de foto do grupo e foi muito lentamente que eu me dei conta que eu nunca estava em nenhuma foto, mesmo estando com as pessoas o tempo todo.
No começo, eu achei que era minha própria ~culpa~, porque eu odeio foto, odeio sair em foto, odeio saber que existe foto (minha, né?), então eu tinha impressão que inconscientemente eu saía do quadro.
Até que um dia aconteceu um evento feminista e, bom, se houvesse ainda a página e o flickr do evento (eu procurei, não tem), seria sensacional pra ilustrar o post. Primeiro que todas as meninas tiraram a clássica fotinho com a lousa, sabe? Tem sua lá, migo leitor? Minha também não tinha. Aí tem a foto do grupo, né? Pois eu sou aquele tipo de bocó que fica num cantinho ou num fundinho, de modos que tinham várias fotos com o topo da minha cabeça ou o cantinho do meu braço (identificável pelas roupas super discretas que eu costumo usar). SÓ QUE teve algum momento que alguém olhou o visor da câmera e notou que eu e minha brusinha de coraçõezinhos não estávamos em nenhuma das fotos e sugeriu que eu ficasse bem no meio, no colo de algumas pessoas. Bom, aí tinha essa única foto em que eu aparecia, numa resolução que era impossível de aumentar.
Daí pra frente eu passei a tentar ficar no meio de todas as fotos posadas. Mas SEMPRE a foto aparecia cortada com o pessoal da esquerda, depois o pessoal da direita, depois a galera que tava embaixo, o pessoal mais alto. Quando ela provavelmente cansou do photoshop, ela passou a ~dirigir~ as fotos e era sempre muito engraçado, porque ela levava meia hora trocando as pessoas de posição, até que eu ficasse no canto, pra facilitar o crop. Entre mim e minha panela era sempre motivo de piada, né? Tem uma lendária foto da copa de 2010 em que meu cotovelinho é estrela de umas 20 fotos diferentes. Numa delas, a gente lembra claramente de a menina me mudar de posição umas 30 vezes, com a desculpa que uma luz estava refletindo no meu rosto. Obviamente meu rosto não está em nenhuma foto daquele evento.
E de nenhum outro, como vocês podem concluir.
Um dia eu comprei uma camerinha compacta simpática e levei numa festa em que essa fia supostamente não estaria, já que não foi convidada. Mas twitter, a desgraça do início dos anos 10, era tipo um localizador que ninguém conseguia manter a boquinha calada e atraía os desnecessauros involuntariamente. Eu tava com a minha camerinha lá, tirando fotos bucólicas do local, chega a fia. Quer mexer na minha camerinha. Eu digo não. Eu saio de perto dos meus pertences por alguns minutos pra afofar um gato (do reino animal mesmo, que eu sou dessas). Volto pra mesa e QUEM É QUE TÁ COM A MINHA CÂMERA NA MÃO? Isso memo. Fui lá e catei de volta, fui bem simpática falando com voz meio trevosa pra não mexer nas minhas coisa, etc. Acendi o visor e fui olhar as fotos que a fia tava tirando e........................................
tinha foto de todo mundo MENOS MINHA hahahahahhaahhahahahah.
Mas kids graça.
Um dia eu fui lá perguntar pra cerumana qual era o problema, né? Porque assim, a gente não é obrigado a ir com a cara de todas as pessoas do mundo, nossos amigos às vezes têm dificuldade de fazer amizades e se relacionam com gente idiota, a gente não pode controlar isso. Mas educação é uma coisa tão fácil de usar, sabe? A fia nunca tinha sido educada comigo e ela mexer na minha câmera sem autorização foi a gota d'água. Fui lá oferecer meus mais sincero
ok
Fiz a única coisa possível, que foi cortar a pessoa do meu círculo. Cêis qué ir num lugar onde ela esteja? Pois faça bom proveito. Cêis qué ir num lugar onde eu esteja? Não pode trazer ou convidar. Isso valia pra qualquer pessoas, até familiares da indivídua. Porque veja se tamo na idade de passar por essas idiotice, né? TAMO NOM.
HISTÓRIA II
Bom, o ano agora é 2017, olha quanto tempo se passou! Estamos todos mais velhos e um tanto mudados, paramos de fazer amizades pelo twitter e passamos a conviver com pessoas de interesses semelhantes. Avançamos na educação acadêmica e passamos a conviver com gentes pesquisando as mais diversas coisas importantes, que moraram em vários países, falam várias línguas, gente que gosta do Bandeira e do Bauhaus, de Van Gogh e dos Mutantes, do Caetano e de Rimbaud e tal. Ainda assim, às vezes acontece de a gente chegar por último num grupo que já existia.
OUSSEJE
Cheguei novamente a um grupo de pessoas que já existia fazia um tempão.
Não sei se pras pessoas normais, extrovertidas, sem problemas psiquiátricos é fácil esse movimento. Eu lembro do primeiro dia em que entrei no ambiente que esse povo todo estava. Se as pessoas estavam me julgando ou se era só eu (que estava me julgando), jamais saberei. O importante é que, como em todo grupo, a gente se dá bem com umas pessoas, ignora outras, faz algumas amizades mais próximas, outras que transcendem o ambiente e passam pra vida,
O timehop me lembrou dia desses que fez um ano que eu fui oficialmente ~aceita~ no grupo, fazia uns tantos meses a mais que eu já estava convivendo com as pessoas, fiquei contente de notar que do primeiro dia que deu medo até hoje, eu inclusive fiz amigos pra minha vida. VITÓRIA.
Só que nom.
Porque tem ~a criatura~. "Ah, vamo fazer um grupo de emails pra gente falar do assunto x e mandar arquivos?" "VAMO!" "Quem faz o grupo?" "Ah, ~a criatura~ podia fazer". "VIVA!"
Três dias depois eu vejo que nada acontece feijoada, pergunto pra alguém se vai rolar mesmo o grupo de emails.
- ué, mas já tem!
- tem não.
- tem sim.
- tem não.
- tem sim.
- tem não.
- tem sim.
- tem sim.
- tem não.
- tem sim.
- tem sim.
A pessoa abre o gmail e me mostra que TEM SIM. Cê recebeu convite, leitor? NENHEU. Pedi pra me encaminharem os arquivinho tudo e segui, porque, né? Eu não tenho mais idade pra isso. Aí veio a ideia de um dropbox (kids graça dropbox de grupo, meldels). De novo, uns dias depois eu falo o famoso UÉ. As pessoas me dizem que já tem dropbox sim. DE NOVO EU NÃO FUI CONVIDADA.
Mas, gente, o que a pessoa ganha com isso, eu me pergunto?
Esses dias rolou uma hostilidade TÃO GRANDE para com a minha pessoa, que tudo que eu consegui foi uma crise de riso, porque eu ia fazer uma pergunta inocente, a ~criatura~ ficou com tanto pavor que eu estivesse tentando socializar que me deu um fora antes de eu terminar. Nem consegui evitar, eu só ri mesmo e tô rindo até agora, pensando no que leva a pessoa a ter esse tipo de comportamento absolutamente sem noção A ESSA ALTURA DA VIDA.
MIMIMI NÃO GOSTO DE VOCÊ NÃO TE CONVIDO PRO MEU DROPBOX
HAHAHAHA qq iço
HISTÓRIA III
Em todos os grupos de que a gente faz parte no mundo, sempre tem aquela uma pessoa com quem a gente tem coragem de falar tudo o que vem no cérebro, né? No meu caso isso é ótimo, porque eu não tenho filtro. Então significa que eu posso FALAR.
E eu tava falando.
E num era poco.
E tinha de vez em quando outros nomes envolvidos na conversa, porque a vida tem dessas coisas, a gente convive com pessoas e de vez em quando elas fazem coisas e a gente precisa falar dessas coisas.
E eu falei as coisas.
A gente tava conversando num lugar afastado, eu tava de boa. O assunto não era secreto nem nada, a porta tava aberta, eu tava falando alto. Eu ouvi passos no corredor e ignorei, porque o que eu dizia não tinha nada demais.
SÓ
QUE
Tem o babaca, né? Sempre tem um babaca no grupinho. Num certo momento, a conversa foi interrompida pelo babaca, logo após eu chamarlho de babaca, sem nem imaginar que o babaca pudesse estar por perto. Eu não me preocupei, pois não me preocupa a opinião de gente babaca. Depois que ele saiu, minha conversa com o outro cerumano prosseguiu por mais um tempo. Quando acabou, eu fui falar com outra pessoa, a que foi mencionada no diálogo anterior e não era o babaca.
Mas não deu tempo de falar oi.
O cerumano veio 120% na defensiva, se justificando do mais absoluto nada, eu ouvindo e pensando MAS O Q....
AH.
O babaca, além de babaca, é o que? Isso mesmo fofoqueiro. Cê veja que num levou meia hora pra ele ficar ATRÁS DA PORTA ESCUTANDO A CONVERSA DOS OUTROS e fazer a Popis.
VOU CONTAR TUDO PRA SUA MÃE, QUICO!!!1111111111
Eu não sabia se ria, se chorava, se tentava consertar, se deixava a vida me levar. Só sei que quando o babaca apareceu na minha frente, eu tive que controlar todos os meus impulsos de chamar de fofoqueiro no ritmo de GALOPEIRA, vou ser sincera. Já aviso que não vai durar muito tempo o auto controle.
*****
E é mais ou menos nessa vibe adulta que minha vida tem acontecido recentemente. IGOALZINHO a quinta série, só que com muito mais álgebra pra estudar. Não estou vendo nenhuma vantagem.
Tava lembrando aqui da pessoa que comentou que com o fim do mestrado esperava que os posts sobre boys ficassem mais constantes, fico pensando na decepção.
Até porque minha vida amorosa tá bastante no clima do ensino fundamental também, né? Porque quando o boy que cê tá tentando impressionar com a sua inteligência (cada um usa as arma que tem) abre seu facebook na sua frente e pede pra mostrar as amiga bonita, é porque a gente beira os 40, mas nunca deixa de verdade os 8, né nom?