A história a seguir se baseia em fatos será contada em forma de tópicos e não em forma cronológica porque eu sinceramente já não consigo mais fazer a linha do tempo da torrente de desespero e também acho que ninguém conseguiria acompanhar. Vou dizer apenas que os fatos relatados a seguir (law and order) aconteceram entre o começo de dezembro do ano passado e ontem. Ainda não sei como sobrevivi [/drama], mas aqui estamos nós, não é mesmo, minha gente?
Então assim. Minha mãe tinha uma viagem de duzentos milhões de dias pela Europa, meu pai não ia aparecer em casa por umas 4 semanas, meu irmão tava de mudança pra Irlanda e dezembro seria o mês da faxina e do netflix, na minha imaginação. Porque reflita: uma casa de 5 pessoas reduzida a duas, sendo uma delas a minha irmã, era praticamente HOME ALONE na época correta. Tava rindo de mim mesma fazendo armadilhas pros bandidos do natal e tudo. ~Lei do~ engano.
Antes de todo mundo vazar rolou aquele momento recomendação que muito me enerva. Rega minhas planta. Não zoneia meu quarto. Liga meus fusca (esse é importante). Tranca porta (como se não fosse eu o São Pedro residente desta casa). Lava a roupa, Cinderela, faz a sopa, Cinderela, etc. Quer viajar, viaja, mas não torra? Brigada.
Aí assim. Cêis sabe, né? Eu não acredito em astrologia, signo, sasbobrinha aí, mas acho muito divertido culpar o oculto das coisas pelas quais não quero me responsabilizar. Mas eu acredito muito nessas chatice de ciclo e vibes das pessoas e acho que é por isso que tudo fica uma merda no natal, por exemplo, porque a maioria das pessoas à nossa volta tá só pensando em calor e férias e compras e fim. Como eu já disse antes, eu faço isso no meu aniversário, de modos que o natal é só um feriado longo em que eu posso dormir e ver tv por mais tempo que o normal em silêncio, gosto muito.
Mas faz um tempinho que eu venho notado que o começo de dezembro é sempre muito pesado na minha vida. Teve anos que eu tirei férias nessa época, pra ver se conseguia me desenvolver com mais graça, mas não é possível, é uma época horrorosa, tudo dá errado. Aí me perguntei se não rola um inferno astral concepcional na minha vida, já que no aniversário mesmo não acontece. As pessoas se chocaram no feici quando falei isso, mas gente, se sua mãe nunca te fez o favor de te contar em que condições cê foi feito, é só contar 9 meses pra trás e pronto? No meu caso, por exemplo, o vale existencial aconteceria nos dias que antecedem o dia 17 de dezembro (confirmado pela instância superior), o que é muito inconveniente pra quem já odeia essa época por outras razões. Ou vai ver é tudo uma coisa só.
E eu só pensei nessa teoria inteligentíssima e trabalhada na lógica este ano, porque dia 17 de dezembro eu estava dentro de um carro, presa no trânsito, na chuva, num dia quente, chorando mais que a super Vicky, rains of castamere tocando no carro, provando que a vida pode ser realmente um grande cocô mole enquanto todos os vidros embaçavam (eu fico ainda mais quente quando choro) e tinha que ligar o ar quente pra desembaçar. O retrato do fundo do poço em toda sua glória.
Então numa bela quinta feira pedi despensa do trabalho e fui levar minha mãe e meu irmão pro aeroporto e fiz uma coisa que nunca faço (de verdade, não é ironia): passei no McDonald's pra pegar o "almoso", fui pra casa, abracei meu cachorro e minha gata e pensei "fééééérias". Mesmo tendo que voltar a trabalhar de tarde, mesmo tendo que ir numa loja de material de construção pra comprar espuma expansiva (nem pergunte) com urgência, academia, supermercado, louça e etc, tudo ainda na mesma quinta. Mas eu tava feliz. A perspectiva era duas semanas de desespero trabalho-academia-mercado-faxina, pra depois 20 dias de recesso tv-comida-tv-dormir-tv-perna pra cima-dormir-tv e um restinho de férias familiares até o meio de janeiro. Eu tinha uma esperança, eu tinha um sonho.
Não deu nem 48 e FUÉN na minhas fantasia.
O cartório
Tô eu bem tranquila juntando zona pela casa no sábado de manhã, quando me perguntam se eu vou no cartório levar o documento.
Vou sim, claro, QUE DOCUMENTO? QUE CARTÓRIO? QUEI SÃO VOSES?
Assim, tem uma casa na minha família que foi comprada no nome de três pessoas (da mesma família) e que resolveu-se vender pra outras três pessoas da mesma família. Sério, é isso mesmo. Mas uma das pessoas vendendo também era uma das pessoas comprando, que era pra ficar bem fácil. E das 5 pessoas envolvidas na transação, 4 são casadas, 2 em processo de divórcio. Fora que apenas uma estava disponível pra assinatura, de modos que as outras SETE precisaram de procurador, envolvendo, ao todo, mil quatrocentas e noventa e três pessoas no processo de compra e venda. Foram 10 meses de vai e volta de documentos, porque quando um mandava a certidão de casamento, a de nascimento do outro tinha vencido. Um mandava o comprovante de renda, a cópia da identidade do outro não valia mais nada. Sério, não sei explicar a tragédia grega que foi conseguir que todos os documentos estivessem juntos e válidos. Aí tinha essas taxinhas básicas de cartório que pagava-vencia-pagava-vencia-pagava... e aparentemente a última estava a um mês de expirar, de modos que era urgente que se levasse a pilha de documentos (antes que algum vencesse) naquela semana. E com todo mundo fora da cidade, no fiofó de quem que ficou a responsabilidade? Isso mesmo. No meu. Só que era sábado, tinha que levar na segunda e eu não avisei no trabalho, ousseje: não podia. Aí foi aquele rebu, Vanessa não faz nada nunca, não coopera, etc, donde desencadeou uma crise nos nelvo que não passou até agora.
Quem levou o documento me deixou um protocolo que eu amei, pois envolvia ligar para o cartório alguns dias depois pra confirmar que tava tudo certo e a data pra buscar. Por que outra pessoa não podia ligar? Essa é a única pergunta que eu faço, sabe? Mas eu liguei e, qual não foi minha alegria ao ouvir que tinha pendência e precisava buscar o documento IMEDIATAMENTE. Larguei tudo que eu tava fazendo (trabalho, óbvio) e atravessei a cidade de ônibus (não sei ir de carro), peguei o documento e descobri que o documento que tava faltando eraaaaa....... DO BANCO! Tá de parabains a pessoa que ganha exclusivamente pra isso e esquece de botar um documento importante na lista. Liguei pro meu pai, pra que ele ligasse pro intermediário, pra que ele resolvesse isso com o banco, porque aí já não sou obrigada.
O intermediário falou que eu tava com sorte, porque ele estaria passando a 10km de onde eu estaria, em horário comercial, e eu poderia buscar com ele o documento faltante. MAS SÓ PORQUE CÊ QUER, MERMÃO. Ele ligava pro meu pai, meu pai pra mim, eu pro meu pai, meu pai pra ele e ninguém chegava num acordo. Segui com a minha vida sem tranquilidade nenhuma, até que um dia resolvi almoçar em casa por pura obra do acaso e tive um ~desarranjo~ digestivo inesperado, que fez com que eu me atrasasse pra voltar pro trabalho. Tava eu lá tacando água na cara, toca a campainha. Olhei pela janela e o tio parado na porta da minha casa, sem avisar, sem telefonar, sem combinar. Entregou o documento e falou "pronto, pode ir pro cartório". Tio, tamo no meio do horário comercial e eu.tenho.que.trabalhar. "mas aí tem aquela taxinha de MILEOITOCENTOS reais de novo, né?". Voltei pro trabalho, larguei o carro no estacionamento, tive um princípio de ataque de pânico e olhei em volta. Apenas uma pessoa no meu andar. Passou 10 minutos e eu olhei em volta de novo, ninguém. Mais 10 minutos e eu me dei conta que ninguém trabalha nessa merda mesmo, deixei um aviso na minha mesa e fui pro cartório.
Bom, isso aconteceu umas 4 vezes, no fim das contas. Na última, dia 17 de dezembro, a moça falou: fica pronto dia 7 de janeiro. O que significa que só em 2015, o que significa que a parte da galera vendendo a casa só receberia o dinheiro neste ano. Eu liguei pro meu pai e falei "avisa que o primeiro que ligar infernizando que precisava do dinheiro vai levar uma voadora, porque podia ter ficado aqui de office-guél levando documento e faltando no trabalho, se quisesse agilidade no processo". Semana passada teve um chiliquento que eu mandei pro raio que o parta e minha mãe ficou tranquilizando. QUE.SE.LASQUE.
No fim, dia 7 de janeiro tava eu OITO HORAS DA MADRUGADA no centro da cidade (normalmente essa hora tô acordando), pegando o bendito documento e entregando em prazo hábil pra que ninguém tivesse que desembolsar mais com ITBI. Alguém agradeceu?
Isso mesmo, não. De 4 de dezembro a 7 de janeiro em função dessa divertidíssima atividade, na hora que me ligassem. Cê reflita.
A casa
Eu subestimei a zona da minha casa. Entre livros, revistas, folhas impressas e etc, tem mais papel do que oxigênio nos muros do meu solar. E tava tudo espalhado por centenas de metros quadrados, envolvendo casa principal e casa da churrasqueira, um sem fim de bagunça e traça. Eu começava a ajeitar em casa e tinha que levar pra churrasqueira (que acumula funções de lavanderia, depósito, despensa, biblioteca, cozinha e eventualmente um quarto - eu juro). Aí tava bagunça nas estantes da churrasqueira e eu começava a arrumar lá e tinha coisa de dentro de casa e eu levava pra casa e não tinha espaço e eu levava pra churrasqueira e... Perdi as contas de quantas noites, depois do trabalho e academia, eu fiquei sentada no chão organizando pilhas e mais pilhas de revista, folder, papel, prova, livro, lixo. Aí abria armários e zona. Roupa suja, roupa limpa, móvel fora do lugar, exames, panelas, eletrodomésticos. Era assustador.
Pra guardar as coisas, precisava desocupar lugares e pra isso tinha que limpar lugares, pra isso tinha que desocupar lugares, parecia que eu tava presa numa célula do excel com referência circular. Fazia semanas que eu não prestava atenção na churrasqueira e na quantidade de louça localizada na pia, não sabia quantos pacotes de macarrão estavam abertos pela metade, quais eletrodomésticos estavam funcionando (e existindo, em si, porque na minha casa tem cada coisa que a gente nem lembra que existe e pra que serve). Pois limpei balcões e armários, organizei potes e utensílios, lavei e guardei louças, destinei coisas pra novas funções, limpei gavetas, mesas e armários, joguei fora comidas fora da validade, lavei toda a roupa, todos os lençóis, toalhas e panos de prato, passei desinfetante no chão, deixei o lugar LINDO na medida do possível.
Da churrasqueira (que não ficou limpa antes do natal), fui pro quintal interno, onde cortei gramas e pragas, incluindo flores que deram cria com a chuva e mataram o canteiro de cebolinha, de tomate e de alecrim. Lembrem-se de que sou SEVERAMENTE alérgica a esse tipo de coisa, especialmente grama e flores não nobres (essas tipo dente de leão que se alastram igual praga) e reflitam na alegria que era ficar entre essas coisas durante horas, rezando pra que chovesse e eu pudesse me curar dos arranhões, machucados e dificuldades respiratórias em geral. Organizei o gramado como pude, reguei flores, cuidei de vasos que voaram com o vento, guarda-sóis que se despedaçaram em tempestades, ferramentas e toda a sorte de tralha que minha mãe curte ter outdoor.
Ainda tinha o infinito quintal da frente e a frente da casa e a árvore dos galhos infinitos. Milhões de espaços de grama pra aparar, folhas pra juntar e um total de OITO sacos de 100 litros em lixo da natureza. Mais uma mão sem movimentos durante 8 horas por intoxicação de plantas e 38 escoriações causadas por seiva ou pólen. Foi maravilhoso cuidar da vida verde da minha casa.
Com tudo isso em relativa ordem, parti para o interior da casa. Aquela faxina na cozinha, limpeza intensa do fogão (rola um amor por aquele fogão que impede que ele fique imundo, tá sempre praticamente limpo, mas taquei um mister músculo nervoso lá que era pra ficar com cara de novo), da geladeira... Aliás, talvez eu devesse contar que minha casa tem o número básico de QUATRO geladeiras, porque uma é só pra isso, outra é só praquilo e mimimimimi, de modos que a essa altura eu tava limpando a quarta geladeira - tópico ao qual voltaremos na seção: energia elétrica.
Eu sou a louca do organizador e das prateleiras, minha casa tem mais de um bilhão deles, de todo tipo. Pois eu fui e comprai mais um monte, organizei organizadores (aloca), separei podrutos, cataloguei coisas, melhorei a lógica dos ~enfeites~, lavei, limpei, desinfetei, guardei, separei, destinei, etc etc etc. Lembro com carinho do dia 2 de janeiro, o último dia do recesso, que terminei de guardar a última coisa fora do lugar. Passei o dia 3 inteiro vendo filmes ruins do meu marido Ioan no netflix, saindo da horizontal apenas pra comer e tomar dorflex, já que não movia mais a articulação do quadril (é estragada e foi sobrecarregada, coitadinha). Tive exatamente um fim de semana de descanso, Ó QUE GLÓRIA? Pra quem tava sonhando com 20 dias, até que não foi uma perda considerável ¬¬
A energia elétrica
Já contei aqui que moro atrás de uma subestação de energia elétrica e que encheram minha rua de super postes, né? E que rola uma sequência desagradável de cortes de energia programados de NOVE HORAS DIÁRIAS, e os filho de combustão espontânea não têm amor no coração, programam essa merda em qualquer dia da semana, pode ser segunda, pode ser quinta, pode ser sábado. Eu espero que tenham uma morte horrível, apenas. Acendi uma vela (got it) quando dezembro chegou, pensando que ninguém teria coragem de programar desligamento pra época que o povo tá entupindo o freezer de tender, ervilha e peru, acreditando que minhas perspectivas de morar na frente da TV não seriam prejudicadas (hahahahaha, ai se eu soubesse que energia na tomada seria o menor dos meus problemas).
Pois o que eles fizeram, então? Isso mesmo, corte de energia sem aviso prévio. Cê tá lá lavando a louça e ouvindo clube FM (toda cidade tem uma rádio HORRÍVEL chamada clube ou só as que eu morei?), de repente Zoinoinoinnnnnnn ACABA TUDO. Saio eu correndo pra desligar disjuntor da casa principal, faz a maratona e desliga da churrasqueira, volta e religa só o das lâmpadas, acende uma luz que não seja muito grandes coisa (caso ela exploda quando a energia volta - true story) e fica fazendo atividades amish enquanto espera.
Aí rolou um capote da energia, fiz todo o procedimento padrão, duas horas depois a energia voltou, aique alegria. Verifiquei todas as coisas sensíveis à catástrofe: a tv da mamai, os aparelhos da tv a cabo, a geladeira principal, cujo painel já não responde bem a comandos simples POR CAUSA de tanta falta de energia, a máquina de lavar (meu objeto favorito na casa) e o freezer. Tava tudo vivo e passando bem, com exceção do painel da geladeira, tudo normal.
Passou uma meia dúzia de dia, faltou energia de novo, mesmo esquema, tudo vivo, menos a minha sanidade mental. Porque você reflita que tinha dias que eu tinha que ir ao cartório, limpar a casa e zuoooinnn, acabava a energia. Era tudo junto, facilitando minha vida.
Até o dia que acabou a energia num sábado de manhã, ali pelas 8h. Eu estava esgotada, mas acordei porque meu ventilador desligou. Pulei da cama como se tivesse sido catapultada e cumpri com graça o desligamento de disjuntor em distância, deixando apenas a luz do corredor em posição de acesa, pra saber quando voltasse. Voltei pra cama e tentei me auto hipnotizar pra dormir como se não houvesse calor e, quando tava quase funcionando, comecei a ouvir uma gritaria. Isso é até bem normal dado que sou vizinha de um hospício (risos) e as mulher tudo que moram lá se odeiam entre si, mas a gritaria não parava nunca. Elas são as loucas da chave. Uma sai sem chave e as outras trancam a casa toda e todas insistem em sair sem chave e trancar a casa. E ninguém abre pra quem tá pra fora, SEI LÁ, são todas loucas. Nesse dia foi a mãe que ficou pra fora apenas com o controle do portão, presa pra fora quando a energia acabou. Lá em casa rola uma regra: TEM QUE LEVAR CHAVE. Vai sair de carro, que ótimo, leva a chave junto, caso se dê uma tragédia. A chave do portão principal e do portão interno. Ninguém fica preso, obviamente. Mas isso não acontece na casa vizinha onde, inclusive, trancam as portas internas. Tia, se alguém já passou seus dois portões, sua cerca elétrica e chegou na sua porta, que diferença faz, né? Sério, essas mulher me tiram do sério.
Pois ficou a mãe berrando o nome de uma por uma das filhas no portão, acordando o bairro inteiro. Do mesmo modo que eu fui pra janela, foi todo mundo. Todo mundo perguntando se ela queria sentar nos seus sofás enquanto esperava. A tia desesperada porque precisava pegar uma coisa dentro de casa e berraaaaava. Aí ficou silêncio e eu fui dormir de novo. Não deu 10 minutos e um barulho assustador me acordou novamente, pra encontrar a tia pendurada no meu muro, escalando pela MINHA CASA. Tia do céu, vai dar ideia pra bandido???????????? Sai daíííííí. Aí veio uma vizinha e deu pra ela uma escada de metal, que ela apoiou na minha parede, subiu e parou em cima do muro, de cavalinho nas cercas elétricas, minha e dela. Segurou nos contatos e gritou pra quem tava embaixo "imagina se volta a energia agora?" e riiiiiiu. Eu tava imaginando justamente isso e borrando minha calça, porque além de véia, a tia tem problema cardíaco. Magina ela sendo arremessada dentro do meu quintal por obra de um choque? Eu tendo que ir ressuscitar e chamar ambulância? PQP.
Aí a mulher empoleirada no muro faz o que qualquer pessoa sensata faria: pega a escada de 5 metros e levanta, passa por cima da própria cabeça (desviando de árvores e superpostes no processo), passa pro lado da casa dela, pula pro outro lado da cerca elétrica e desce pra casa dela pela escada. Passa a escada pelo vão do portão pra amiguinha e segue a vida. A dona da escada me olhando descabelada e de queixo caído, pede calma e vai embora. Eu fico ali apenas tentando pensar como foi que os caminhos da minha vida me levaram até aquele momento e sofro em silêncio. Três horas depois, minha irmã acorda e reclama que a máquina de lavar não tá funcionando (cê jura), a fia não reparou a falta completa de energia elétrica. Assim que voltou a energia, eu tenho um procedimento padrão de esperar meia hora antes de religar tudo, porque né? Da última vez a lâmpada da cozinha explodiu - e se você nunca viu essas lâmpadas de cozinha (sabe qual é?) explodidas, você não quer ver, vai por mim - e fez o maior estrago na região. Então eu estava um pouco relutante quando ela não quis esperar pra ligar a máquina de lavar (o que levaria o freezer, a outra geladeira e coisas pras quais não ligo a ligarem também), mas pensei QUICIDANE. É lógico que a energia caiu mais outras 5 vezes no espaço de duas horas e eu falei que tava na conta dela o que quer que queimasse, mas tudo sobreviveu.
No último sábado de folga familiar, tava eu almoçando e assistindo estrelas, porque a tv da cozinha só tem rede globo, quando algum pedante qualquer começou a explicar o segredo pra cozinhar uma coisa qualquer e a frase foi "o segredo pra isso ficar bom é..." ZUONNININNIN, cabô a energia. Segui os procedimentos de sempre, terminei de almoçar e fiquei lá bem contente lendo um livro na luz natural. Alguém notou que voltou a energia e começou o siricutico de aimeldels me devolve o netflix e eu falando que era cedo pra religar tudo, mas num mando nos outros, ligaram. Avisei que pra ligar tinha que verificar coisa por coisa e permaneci lendo meu livrinho. Sabia que tinha desligado meus filtros de linha (no meu quarto eu sou mais inteligente, tenho duplo sistema de segurança, filtro de linha desligado em caso de meda), então boa sorte aí vocês.
Dia seguinte eu tava guardando compras do supermercado na casa grande e ouvi uma conversinha na churrasqueira que consistia da finíssima frase "eu não vou ficar aqui, tá cheirando peido". (deve ser a primeira vez na vida que escrevo essa palavra horrenda) Pensei comigo mesma: limpei essa churrasqueira com o mais puro desinfetante que de tão forte manchou minha mão de azul por 3 dias. NÃO TÁ CHEIRANDO PEIDO NÃO. Fui lá e tava cheirando tempero, sei lá. Perguntei pros outros presentes o que fariam a respeito e "eu vou ficar longe daqui desse cheiro" e fim. Eu, que não sou dessas, comecei a cheirar cada canto daquele território, falando comigo mesma, como sempre. E eu ia dizendo "tá cheirando... tempero... tipo rolinho primavera... tá cheirando... BRÓCOLIS". E foi nesse momento que me dei conta de que tava cheirando brócolis sim e só podia vir de um lugar: do freezer. Abri a porta e MEU DEUS DO CÉU, nunca agradeci tanto na vida por ter uma família vegetariana, porque tava uma catástrofe de batata e vegetais dentro daquele lugar. Sério, foram dois sacos de 100 litros em batata, ervilha, brócolis e meia dúzia de sorvetes. Estragou tudo. Parabéns aí pra companhia de energia e pros felizes que ligaram o disjuntor na hora errada.
Os fuscas
Ai, como eu adoro esse capítulo. Alguém aí lembra do fusca com encosto, com o qual eu me relacionava uns 3 ou 4 anos atrás? Pois esse fusca foi reformado e remanejado depois que o fusca de número 3 foi roubado num episódio muito triste das nossas vidas. Então ficou o fusca do encosto com mamai, um fusca cheio dos friquefrique com meu irmão e os dois lá no "mimimi, tem que ligar dia sim, dia não senão a bateria acaba" e eu pensando aqui que não tinha mais o que fazer da vida além de passar dois meses ligando e desligando fuscas sem parar. Mas vamo lá, né? Até aí eu achava que passaria meus dias vendo tv e comendo, não chegaria a comprometer. Só que colocando na pilha das mil e uma coisas, sério, tava puxado. A garagem coberta fica na frente da cozinha e rolava uma poluição sem precedentes cada vez que eu ligava 5 minutos cada um. Botei um no quintal aberto pra amenizar a situeixon e era dia sim dia não 5 minuto afogada em gasolina. Até o dia que, é claro, o fusca número um não ligou.
Girava a chave e fazia tec. Pisava no acelerador e tec. Tentava qualquer coisa e tec tec tec. Entrei em pânico, me perguntando o que foi que eu fiz de errado, porque não era possível de um dia pro outro não dar nem sinal de vida. Tec. Não ligava mais e fim. Aceitei o destino horrível e fui pro fusca com encosto. Girava a chave e nhoin. Pisava no acelerador e nhoin nhoin. Tentava qualquer coisa e nhoin nhoin nhoin. Cheguei a achar que algum encosto de graves proporções tinha atingido meu lar, porque num dia tava tudo funcionando e no outro nada.
Claro que eles seguiram funcionando durante umas três semanas e deram pau perto do natal, de modos que eu não sabia quem chamar, não tinha nada aberto, não tinha solução satisfatória. Sentei e chorei por uns 4 dias e depois mais 20 vezes em ocasiões separadas. Ajuda apareceu e tentamos chupeta na bateria, tranco, benzedeira, galho de arruda e nada e larguei lá. Até o dia que papai apareceu e eu sinceramente não consigo mais contar essa história, mas um deles estava zerado na gasolina e outro tem um fio frouxo no motor de arranque que se soltou. Assim que meu pai conferiu esses detalhes e colocou gasolina em um e prendeu o fio do outro (que chegou a ter a bateria desencaixada e recarregada num auto elétrico no meio do caminho), tudo funcionou. Até aí, me nível de calma já tava no negativo.
Resumi DEMAIS a parte dos fuscas, porque foi uma das que mais me deu trabalho e esgotou minhas energias, não posso mais falar dela pelo bem da minha sanidade mental e da minha pressão.
O hospital
Não vou dar detalhes sobre esse evento, porque minha família lê este blog (e pessoas que eu não conheço também), de modos que vou evitar a fadiga da falação mal intencionada. Mas eu tive uma dor de garganta, que é a pior coisa que pode me acontecer, eu tenho 8 horas pra procurar um hospital nesses casos (sério), e foi o que eu fiz. Só que tive que voltar apenas 4 vezes, porque ninguém descobria o que eu tinha e justamente as conjecturas que tavam de matar. Se eu dissesse os nomes de todas as doenças que testaram, vocês entrariam em choque. Só descartaram mononucleose porque eu já tive isso antes, mas o resto foi bem descendo a ladeira mesmo. Teve uma hora que eu acho que a recepcionista chegou a pensar que eu era hipocondríaca. Parei de ir no hospital no dia que tentaram me prender pra internar. Falei que melhorei subitamente e fui embora. Ainda levou 18 dias pra dor de garganta passar e jamais saberemos o que foi. Não sei quantos remédios tomei e como meu organismo suportou, mas tamos aí.
O banco
Essa parte curto muito porque NÃO TÁ RESOLVIDA AINDA até o fechamento desta edição :)
Como eu disse lá nas faxina, teve uma sexta feira que a casa tava limpa. Na semana seguinte os fuscas estavam vivos, não tivemos mais quedas de energia, tudo parecia correr bem. No meio da semana peguei o documento final no cartório, fiz compras de coisas importantes pra casa, ajeitei a vida e fiquei com um fim de semana completamente livre, já que o resto da família tinha mais o que fazer. Sexta à tarde descobri que sairia mais cedo do trabalho e pensei "meu deus, que vida maravilhosa, vou adiantar umas coisas do sábado de manhã pra chegar em casa hoje e dormir até tarde". Só que no meio do caminho fui interrompida por um motivo de força maior que não posso descrever pra não chatear ninguém, mas saí do curso dos meus planos por mais ou menos duas horas. Terminei o que tinha que fazer e resolvi me presentear com um pote de sorvete de tablito, pra iniciar o fim de semana do sossego quando... meu cartão foi cancelado sem aviso. Sexta, cinco da tarde, quando você tem 10 reais na carteira e mil coisas pra pagar até segunda às 10, quando o bendito banco abre, SEUS CARTÕES SÃO CANCELADOS NA FILA DO MERCADO.
Gente, não sei nem explicar. Eu comecei a gritar. Eu estapeei uma palmeira. Peloamordeldels, era meu fim de semana de sossego, eu finalmente sairia pra almoçar depois de 40 dias cozinhando. Eu iria no salão. Eu iria no cinema. Eu tinha uma listinha de coisas pra comprar na loja de produtos de beleza pra me paparicar, repintar o azul do meu cabelo. Tinha uma blusa que eu estava esperando ter tempo de entrar na loja e provar. Tinha um milhão de coisas e fuén. Completamente zerada de dinheiro.
Eu sabia que o pior estava por vir, porque não era a primeira vez que isso acontecia. Normalmente são 15 dias até desbloquearem o cartão e vai o fim de semana inteiro pra desbloquearem a conta na internet. E como a pessoa vive 15 dias sem cartão? Com saques autorizados apenas na agência da conta, que é longe de tudo e que só funciona em horário comercial? Quantos dias eu ainda teria que faltar no trabalho pra resolver problemas?
Sabe?
Eu dirigi pra casa só dels sabe em que condições, gritando dentro do carro o caminho todo (6 quadras) e me perguntando que tipo de castigo era aquele no primeiro momento livre que eu teria em meses. Eu não lembro de muita coisa nesse dia, além de sentar no chão da minha casa e chorar por 4 horas seguidas, porque tudo que eu pensava fazer pra me distrair precisava de dinheiros que eu não tinha. E não tinha como arrumar por mais de dois dias. Só saí dali porque precisava buscar meu pai na rodoviária e fiquei no chão o resto dos dias.
Segunda feira eu fui até minha agência só pra ser informada de que tava lascada mesmo, pegar um dinheiro pra sobreviver por 4 ou 5 dias, já que era no centro da cidade e eu tava de ônibus e melhor ser pobre com dinheiros conceituais no banco que pobre porque me assaltaram e fui sofrer no conforto do meu lar, porque não dava pra comprar comida, não dava pra me divertir, não dava pra fazer nada.
Assim que foi possível, abri uma conta em outro banco, mas é uma conta cheia de limitações por razões que eu não quero mais explicar, me deixa, de modos que eu fico um pouco nervosa quando vou usarlha. Também explodi meu cartão de crédito (e eu tenho que explicar que se eu gasto mais que 200 reais nele, eu já classifico como falência, especialmente porque eu queria comprar um negócio caro em mil prestações e desanimei bem linda com essa pobreza toda acontecendo) e tô aí vivendo com um cartão improvisado, de uma conta que tenho que repor toda hora, enquanto meus dinheiros tão presos num banco porcaria, porque sou obrigada e também não vou explicar as razões. Já perdi as contas de quantas vezes fui na agência corrigir alguma bobagem que atrasa a reemissão do meu cartão novo que, além de tudo, vira com a maravilhosa bandeira elo. O que quer que seja essa merda. Devo ficar rica novamente, já que ninguém aceita essa porcaria e não terei como gastar meus dinheiros ainda assim.
Faz quase 3 meses que não vejo meus amigos porque tenho vergonha de ficar contando moedas pra fazer qualquer coisa. Mas quem precisa socializar?
O mestrado
A chave de cocô do período foi o bendito do mestrado.
Eu estava fazendo matérias isoladas como aluna especial, que era pra ter certeza se queria isso pra minha vida. A resposta é não, mas eu tenho dificuldades em deixar as coisas depois que eu começo e o mestrado não só me garante mais dinheiro de salários (tipo em porcentagem, uma porcentagem bonita e gordinha), mas garante a possibilidade de aplicação num doutorado internacional. A vantagem do doutorado é sair do país com meu salário regular E bolsa, então estudar é um preço baixo a pagar pra viver na Suécia, na Holanda ou em Gales, os países que eu tenho interesse e propostas.
Então eu fiz uma matéria e fui muito bem sucedida. Rolou um desespero um dia em que erraram meu nome e publicaram uma nota baixa, eu quase larguei tudo essa vida acadêmica. Mas foi só um erro e tava tudo bem com o meu boletim e eu pude seguir em frente. Fiz um artigo que foi muito amado e idolatrado pelo candidato a orientador e aí o jogo virou (kiridinha). Eu tinha passado um tempo tentando uma vaga em disciplina isolada (sem muito afinco, porque não tava decidida) e levando não. Aí eu passei a ser perseguida por professores, pedindo pelo amor dedels pra que eu entrasse regularmente no programa. Coisa que eu ainda não sabia se queria.
Quando as inscrições abriram? No começo de dezembro, justamente quando consegui entregar meu artigo, 4 dias antes de começar a odisseia de dezembro. Eu falei pro professor-coordenador-orientador que precisava do mês de dezembro pra pensar sobre o que faria em 2015, porque minha vida já é muito atarefada e eu tinha que projetar se seria capaz de dar conta de tudo. Aí veio a avalanche de cocô e eu ESQUECI que tinha que me inscrever nesse negócio. Passou dezembro, chegou janeiro, janeiro foi passando também e eu tinha mais o que fazer, como vocês podem ver. E todo santo dia, sem pular um, ele vinha me perguntar quando eu faria minha inscrição. Quando o banco cancelou meu cartão foi a gota d'água, porque eu não tinha mais como pagar uma GRU exclusiva do banco do brasil SE NÃO TINHA DE ONDE TIRAR DINHEIROS. E o desespero foi me consumindo, porque não gosto de parecer desinteressada, mas minha santa rita do passa quatro, eu tava consumida pelo desespero e por prazos, cê não me pressione, tio.
Quando minha mãe voltou pra pelo menos retomar as responsabilidades que eram dela (e me ajudar com as minhas), eu consegui respirar um pouco e juntar meus documentos e vamos aqui também evitar a novela dos milhões de históricos errados, porque TODOS os meus históricos estavam errados. Alguns minutos atrás eu tava aqui separando documentos no trabalho e percebi que tinha um dos meus entre eles, porque na hora de corrigir tudo, corrigiram PRA ERRADO a minha data de aniversário e tamos aqui na luta pra ter documentos corretos.
De qualquer forma, como sou funcionária feat. os professores conhecem meu passado [meaning: fiz minha última especialização aqui e os documentos são internos], minha inscrição foi aceita no penúltimo dia e tava indo tudo bem, porque eu acreditei nos meus olhinhos que leram que as provas (ainda tinha esse pesadelo) eram dia 2/3 e na verdade eram dias 2 E 3. De fevereiro. Coisa que eu descobri isso mesmo DIA PRIMEIRO DE FEVEREIRO.
Agora cê pensa comigo, querido leitor. As pessoas me infernizando pra me inscrever nesse negócio, ao me verem afogada em problemas não poderiam ter dito "ó, se você não vai ter tempo de estudar, nem se inscrever?". Sei lá, eu achei que seria uma cortesia bonita. Ninguém falou nada. Se eu não tava tendo tempo de PINTAR A UNHA, cê acha que eu parei pra ler um edital de processo seletivo? Eu não fazia a mínima ideia que a prova era menos de uma semana depois de acabadas as inscrições, eu jurava que tinha um mês pra estudar, mas eu tinha 0 dias, porque, obviamente, segunda era dia de trabalhar.
Lá fui eu chorar no chão de casa.
Eu sou inteligente. Um pouco, mas sou. Tivesse estudado, teria uma prova digna. Cálculo, probabilidade, estatística. Eu estudei isso pela última vez em 1998. Não tem cérebro que retenha essas informações por tanto tempo sem uso. Tinha ainda umas provas nadavê, de criatividade (???), mas o que doía meu coração era pensar que a coisa mais fácil do mundo, que é cálculo, eu teria uma nota horrível por falta de tempo.
Chorei até desidratar.
Acordei na segunda e abri o navegador e botei uma aba pra cada tópico e fui relembrando loucamente matrizes, sistemas de matrizes, derivadas, integrais, limites, etc etc etc. Eu nem escutava quando falavam comigo, de tão concentrada. Fui pra casa almoçar com o livro colado na cara, voltei e fiquei na minha mesa até 20 minutos antes da prova, pra onde fui derrotada. Cheguei a considerar levantar e ir embora, mas fiquei, fiz e aceitei a sorte triste de ter que acreditar no feeling pra resolver duas provas, uma de cálculo e outra teórica.
Saí da prova meio atordoada e vi que tinha sol no céu ainda, de modos que levei menos de uma hora pra fazer as duas e não entendi nada. Acreditei que era a ignorância, né? Quando a gente não sabe o que tá fazendo, faz mais rápido.
Dia seguinte teria mais cálculo e a prova de criatividade (hahaha), então trabalhei de manhã e passei a tarde em casa estudando até o limite de funcionamento dos meus olhos. Quando cansou, cansou. Tomei um sorvete e fiquei encarando a parede da sala por uma meia hora antes de sair pra prova.
Sentei na cadeira e quase chorei quando chegou a hora. Precisei de muita força interior pra não rasgar aquilo tudo e jogar pra cima. A professora aplicadora (que também acumula função de amiga da minha mãe e minha colega de trabalho) falou que não adiantava tentar entregar antes de uma hora corrida, então fui calmamente ler a prova de cálculo e me dei conta que sabia resolver 80% dela. E foi o que eu fiz. Acabei essa parte e fui lá gastar meu enroleixon na prova de criatividade e, quando vi, era 9 da noite. Três horas em cima daquelas provas e eu estava faminta e com sono. Entreguei nas mãos da professora e também de deus e fui pra casa comer pizza de milho.
Dois dias depois saiu o resultado e, eu não sei como, fui aprovada.
Passei algumas horas acreditando que foi favor, mas lembrei que as provas foram corrigidas por gente que não vai com a minha cara, além de estarem todas sem nome, só com um número pra conferência de quem era o dono. Depois achei que tinha passado por cota, já que funcionário tem vaga garantida. Aí descobri que a vaga é garantida pra 10% da turma (no caso, 3 pessoas) SE e somente SE a nota for mínima pra entrada no programa. Olhei o nome dos outros funcionários e ninguém mais passou além de mim, ou seja, a cota estava com sobra de 2/3. Fiquei um bom tempo aqui tentando achar uma razão que me provasse que não foi mérito meu e descobri que inclusive pulei uma fase quando fui aceita pelo orientador, o que é tipo um milagre. Um terço das pessoas ainda passam por mais uma fase, que é achar um orientador que os aceite. Se não caí nessa repescagem, é porque minha nota foi mais alta que as dessas pessoas E de todas as outras que queriam o mesmo orientador que eu. Fazendo com que sobre mérito próprio pra explicar como eu consegui.
Ainda estou incrédula e me perguntando se tomei a decisão certa, mas meu cérebro precisa de um descanso e estou tentando prover.
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Algumas dessas coisas ainda estão refletindo até hoje e me dando trabalho, ainda não vi meus amigos (tem presente de natal alheio na minha casa ainda), eu ainda tenho ataques de stress ocasionais, tipo sexta, que esqueci de passar dinheiro da conta inacessível pra conta acessível porém zerada e passei mais um fim de semana na miséria. Mas se eu não me matei ou não morri de causas naturais nesse período, que além de tudo aumentaram minhas séries de musculação na academia e vivo 100% do tempo com dores musculares, articulares e existenciais, é porque eu devo ser muito mais forte do que pareço.
Não que eu goste, porque eu preferia ter a vida de uma herdeira de cabelo bom e nascida num país frio, mas se é isso que eu tenho, então que eu seja o Rambo pra aguentar.
+_+