(Alovose que chegou aqui pelo """"""sucesso""""" desse post: desista de ler se você não entende humor por analfabetismo voluntário. Um beigo no corassaum.)
Gente,
já pode embrulhar o mundo e tacar na lixeira que não tem mais jeito não.
Aqui
no meu campus tem um menino deficiente visual. A gente pode chamar de cego? É
ofensa? Eu não sei mais. Como diz meu BFF, and I quote, “Kátia Portadora de Baixa Visão ou Visão Subnormal [ela não faria sucesso
com este nome em dois mil e politicamente correto]”.
Eu
já namorei um moço cego, sabe? É uma coisa bem simples, ao contrário do que a
sociedade pensa. Conviver com uma pessoa que não enxerga, I mean. Aliás, como
todos os meus amigos já ouviram e já quiseram me bater por
isso eu sempre digo: melhor que ele não via que eu era feia. Mas
divago.
Então,
tem esse menino cego aqui. Acho que todo mundo já viu esse menino. Não porque
uma pessoa com necessidades especiais chame a atenção por si só, mas é que o
menino tem um quilômetro de cabelos lisos, sedosos e brilhantes e uma vibe
roqueirinho que é meio difícil não notar. Tinha também a bengala branca, super
ok, mas hoje em dia ele tem o labrador guia mais fofo da galáxia e meique não
tem quem não note um menino de cabelos esvoaçantes e um cachorro maravilhoso
guiando seus passos por aí.
Eu,
enquanto pessoa mongol e dog lover, morro de dó involuntário do cachorro, vivo
lendo o blog do menino pra saber da parte em que ele tem vida normal de
cão RISOS, senão fico nervosa. Mas acho ótimo que ele possa ter essa ajuda
na vida.
OK,
AINDA TÔ DIVAGANDO (devagar).
Acontece
que tem dias em que o menino vem sem o cão. Acontece que o menino tem os amigos
mais legais do universo, porque sempre tem um deles guiando, naquela vibe braço
dado. Agora visualiza a cena: dois meninos inteiros vestidos de preto, cabelón, camisetas
das bandas de rock mais barulhentas que todos já ouviu, de braços dados,
andando pelas ruas, indo ao restaurante, ajudando escolher comida, resolver a vida em geral. Acho lindo.
Sério.
Aí,
ontionti eu tava no ponto de ônibus, sendo rica só que ao contrário, quando
chegou uma outra habitante do campus com sua mamãe. As duas mantinham conversas
bocós, mas né? 98% da humanidade é issaê. Num certo momento, passa o menino que
não vê de braço dado com o menino que vê, bem normal, bem coisa de todo dia.
Quiqui
a véia faz, você me pergunta?
Sai
BRADANDO sobre o desrespeito com a família brasileira. Sério.
Não
sei o que é mais mongol. Não sei se é em pleno ano de 2012 a pessoa achar
necessário expressar opinião homofóbica ou não notar que não era uma posição
romântica, mas sim, de guia.
"PRECISA andar de bracinho dado? Pelo menos não beijou na boca".
Por
isso que eu digo: a maldade tá no zóio de quem vê. Nego fica tão preocupado em
julgar o amiguinho, que vê coisa onde não tem.
Vamo
tudo entrar num acordo e jogar no lixo essa humanidade, porque não tá
prestando. É muito otimismo acreditar que o mundo acaba em dezembro, né não?
We can only hope.