sexta-feira, 13 de junho de 2014

mãe, tô doente, não quero ir pra escola

esta ibagem representa a sensação maravilhosa de voltar 
pra escola e parecer que estou, na verdade, 
em uma nave extraterrestre


Gente, xô contar uma coisa pra vocês:

Eu, que já não tinha sarna suficiente pra me coçar, voltei a estudar.

Sim, eu me odeio. Mas ainda quero ser rica, pra me odiar na Europa, por exemplo. Só que eu não vou contarlhos o que eu estou estudando, não por enquanto. Cêis podem aí pensar que é cursinho de ingrêis, culinária, corte e costura, outra graduação, supletivo, português para analfabetos funcionais, mecânica, física for dummies, doutorado na Suécia. Você decide.

E eu não quero falar por motivos de: estou apenas testando. Eu não sei dizer se a) vou ter força de vontade pra concluir a missão (milarga) e b) se o objeto de estudo vai me aceitar enquanto apreciadora da arte de estudar q

(Nesse momento materializa-se o prôfe na minha frente e eu acho que vem a ser um sinal. Sério.)

O importante é explicar que é disso a culpa de eu estar menos presente nas ~redes sociais~. Porque, obviamente, eu já estou enlouquecendo.

Passei a última semana lendo loucamente tudo que era artigo ou estudo de caso minimamente relacionado com a matéria, porque aparentemente as pessoas concluíram em 4 horas de convívio que eu vinha a ser muito inteligente (q) e estão esperando demais da minha pessoa.

Aliás, estudar, pra mim, é um problema. Porque envolve convívio social ~íntimo~ e intenso com pessoas que raramente compartilham da minha visão de mundo, de modos que jamais seriam meus amigos no mundo real.

Aí tem aquele momento fatídico, que nenhum professor conseguiu superar ainda, apesar de estarmos em 2014, que todo mundo tem que se apresentar. QUAL É A NECESSIDADE DISSO? E eu tento, com muito afinco, ser a pessoa que diz "oi, eu sou a Vanessa, eu sou formada nisso, meus interesses são esses e é isso aí", mas nunca.acontece.

Eu fui lá me apresentar e de repente já tava fazendo um stand up comedy involuntário, tava todo mundo rindo loucamente, decorando meu nome e minha cara e aquelas duas meninas que se levam a sério demais já estavam me olhando com cara de bunda e provavelmente mentalizando coisas feias a meu respeito apenas porque eu não tenho auto controle. Aí o prôfe mandou fazer duplas e todos - menos as duas xaropes - queriam fazer dupla comigo. Uma.hora.de.aula.

Pra vocês terem uma ideia do meu ~magnetismo~, na primeira aula eu cheguei meia hora antes de todo mundo (sou dessas), larguei minha mochilinha de coraçõezinhos num lugar onde eu SEMPRE sento, saí da sala e fiquei admirando a belíssima paisagem do lugar (de forma não irônica, é bonito mesmo). Quando todo mundo chegou, eu entrei e as pessoas estavam como em qualquer primeiro dia de aula: espalhadas.

Na segunda aula eu já não fui a primeira a chegar, porque nesse dia eu resolvi almoçar (ai, que rebelde) e as duas pessoas que chegaram antes de mim estavam nas mesas próximas de onde eu estive na aula anterior. Cheguei, sentei e comecei a resolver um problema pelo celular e não prestei atenção nas pessoas chegando depois de mim. Quando levantei a cabeça, TODAS as pessoas da sala estavam concentradas à minha volta. Sério, sem sacanagem. Eu quase tirei uma foto.

Na hora do intervalo eu sempre dou uma enroladinha pra sair da sala, pra evitar socialização (milarga). Duas pessoas da sala, aquelas super participativas, que fazem parecer que sabem de tudo, ficaram enrolando também. Fui vencida pelo cansaço, levantei e fui saindo, niqui vêm os dois me cumprimentar com apertos de mão (saaaaaaaaaai) e puxar assunto. Um deles, inclusive, pedindo desculpa por discordar de mim em alguma discussão tão relevante que até agora eu não consigo lembrar. E eu disse pra ele "magina, tem problema não, na verdade eu não lembro e você deveria estar errado kkkk" e etc. 

O prôfe, com quem eu já mantinha relações sociais antesmente de começar esse negócio, veio me dizer que eu preciso socializar e eu disse que não quero a não ser que seja com o belíssimo filho que ele tem à disposição do universo risos, mas me deu mais umas semaninhas pra permanecer na minha poça de pedância. 

Até porque as duas menininhas do olhar atravessado não tão ajudando na minha vontade de entrar no grupo. Assim como a sala toda no geral, olhando em shock quando eu entro na sala com jeans de bolinhas ou estampinhas, suéteres irônicos, tênis que brilham, mais acessórios que uma árvore de natal, enfim, o Agostinho Carrara nosso de todo dia, com o qual o resto da sociedade se acostumou.

O problema é que agora eu tenho que produzir um artigo saído completamente do éter. E, gente, sejemo franco, eu tô há 9 anos e meio fora da escola, quais as chances de isso dar certo? Ainda mais com as pessoas enfiando nas próprias cabeças que eu me trato de uma pessoa inteligente e com muitos neurônios disponíveis pra criar loucamente? Eu já estou com três seriados atrasados dos seis que eu acompanho nessa época do ano. Eu já empaquei na leitura de Game of Thrones e dos outros dois livros que eu leio ao mesmo tempo. Já repeti roupa 3 vezes na semana (não sem antes lavarlhas, obviamente) porque minha criatividade foi drenada por essas pessoas que vivem de bolsa e capes e qualis e MEU OVO EM CHAMAS. 

De modos que eu prevejo um semestre nebuloso na minha vida e já peço que midesgupem pela diminuição de posts, de respostas no ask, de bobagens no feicy e etc.

Aí vem algum espírito de porco me dizer que pelo menos vem a ser uma ótima oportunidade de conhecer pessoas (as if) ou até mesmo pelo amor dedels, arrumar um marido.

COMO SE ALGUÉM ALGUM DIA tivesse encontrado uma pessoa bonita, legal, engraçada e inteligente (não confundir com QI alto) no mundo acadêmico após os 30 anos (ou antes).

Fiquem ligadinhos nas SENAS dos próximos capítulos, pra saber se eu aguentei o tranco, se eu desenvolvi meu intelecto, se eu mantive a sanidade, se eu consegui namorar o filho do professor, se eu arrumei um marido, se eu postei belíssimas fotos no instagram, se eu garanti minha vaguinha na universidade de Lund.

Mentalizem paz cintilante na minha direção e obg.