quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

leave my ocd alone

porta retrato como tem que ficar: de cara pra baixo


Como é difícil a vida da pessoa que adoraria viver em ambiente esterilizado. Lembro que eu desenvolvi amor por aquele programa extreme makeover home edition depois do dia em que construíram uma casa com filtro de ar. Eu queria um desses.

A pessoa alérgica sofre, gente.

Bom, o caso é que meu ambiente de trabalho é insalubre pra minha pessoa. Tipos que a cidade onde eu moro é insalubre, mas meu ambiente de trabalho é a insalubrelândia. Acho que só tem mais pólen dentro dos parques da cidade, e olha lá. E aqui é tão grande e tão verde que to-do-san-to-di-a tem alguém cortando a grama. Hoje de manhã achei que ia ter um choque anafilático e não tia ter chapolin nenhum capaz de me defender.

O caso é que eu tento minimizar os danos com soro, comprimidos, álcool e o que mais eu puder, pra pelo menos a minha mesa ser um refúgio.

O problema é que nos longos anos que eu trabalho aqui, eu travo uma luta sem fim com as faxineiras. Aposto que tem uma foto minha no teste de seleção dessas criaturas e o objetivo delas é o extermínio. Acho que já sei até quem é o dono da empresa pra qual elas trabalham, hein?

A rotatividade dessas cerumanas é alta. Não lembro de nenhuma que tenha durado mais que um ano, de modo que já passei por tudo que é tipo de nelvoso.

Porque assim. Inventaram um sistema aê em que elas chegam uma hora antes do galero do administrativo e almoçam uma hora mais cedo também. Isso dá a elas DUAS HORAS desencontradas, pra que elas possam justamente limpar nossas lindas salas e banheiros sem atrapalhar o bom andamento do trabalho. Quiqui elas fazem? Se enfiam em algum lugar até o povo começar a chegar e limpam tudo com a gente dentro. É aquele nevoeiro de pó na minha sala que me faz contar até um milhão de trás pra frente pra não matar uma serviçal. Comprar meu remédio de asma com preço exorbitante ela não vai, né?

Aí a fofa vem querer limpar a minha mesa no momento em que eu chego nela. NÃO VAI, SANTA. Cada funcionária nova eu tenho que avisar: se eu for vista chegando, vaza. Eu tenho meu próprio kit álcool-perfex (porque elas não sabem limpar nada, anyway), sai daí que eu limpo. E a tia atual, destemida, parece que fica atrás da porta me esperando chegar. Corre pra minha mesa junto comigo, sai tacando tudo pelos ares e eu tentando usar minha técnica sobrenatural de desmaiamento de humanos, que ainda não está aperfeiçoada. Ai dela, na hora que funcionar.

Já teve piores, né? Teve a que não só me esperava chegar, mas reclamava da quantidade de bonequinhos na minha mesa. E, mesmo eu MANDANDO não limpar, ela limpava. E deixava cair tudo no chão. Ela matou algum personagem meu da Marvel (apaguei da memória a experiência traumática) e eu disse que se pegasse ela perto da minha mesa de novo, ela ia engolir a vassoura do avesso. Nunca mais nenhum bonequinho meu foi quebrado.

Teve também aquela que não compreendia o conceito de ordem. Ela até limpava minha mesa antes de eu chegar (preciso dizer que eu aviso pra todas elas que não é pra mexer na minha mesa e elas limpam mesmo assim?), mas tirava tudo do lugar. Olha, é raro o dia em que um processo dorme na minha mesa, raro mesmo. Mas o dia em que isso acontece, tudo fica aqui com uma ordem. A querida revirava tudo, era um caos. Até meu mouse ela IN-SIS-TI-A em colocar do lado direito e pqp, larga meu mouse? Tive que pregar o pobrezinho na mesa com durex. Só sobrava meio centímetro de fio pra eu poder mover.

Teve a tia que explodiu meu transformador do ventilador e olha, essa foi difícil de não abrir as idéia com o próprio transformador derretido. Nega me pega um transformadorzinho de ventilador pra ligar a enceradeira. Abriu até um buraco no chão. O causo é que meu ventilador (material de escritório sem o qual eu não vivo) é 220V, porque aqui a gente só tem coisa capenga. E ela me condenou a uma vida de vento fraco, com ele forever ligado na tomada 110V. Levou uns 3 anos até me darem um transformador novo, que será o protagonista da história final. Fiquem ligadinhos.

Pois então tem a tia que limpa hoje em dia. Que mexe na minha mesa quando eu tô aqui, que tira tudo dar ordem, que muda meu mouse de lugar, que derruba produto de limpeza no meu teclado, que desconecta TODOS OS MEUS FIOS e eu fico achando que meu computador morreu, que levanta meu porta-retrato do odinho toda vez que eu abaixo pra não ver as fuça de quem tá lá e muda minha lixeira de lugar. Essa tia me estressa.

Outro dia eu tava de férias e ela abriu minha cortina (mano, nem vou comentar como nego desafia a morte mexendo na minha cortina) e teve as manha de embolar o metalzinho do trilho em todos os fios que encontrou. Levei meia hora pra conseguir mover as coisas no dia em que eu voltei. Devia ter fotografado.

Aí que ontem eu cheguei pra trabalhar e, antes de qualquer coisa, liguei o ventilador. Meia hora depois eu comecei a ouvir barulhinhos de explosão. Qué dizê, barulhinho é cortesia dos meus ouvido podre. E culpa deles também a incapacidade de localizar de onde o som vinha. Mas meus olho é bom e eu vi. Fagulhas alcançando um metro de altura, vindas do transformador, em direção à cortina. Cara, sério, não dá pra descrever o ÓDEOOOOOOOOO no meu coração.

Dei um chute pra desligar o ventilador e outros 4 pra desligar a tomada. Soltei tudo que foi fio e imagine minha surpresa quando eu percebi que a tia conseguiu a incrível façanha de ligar a tomada do transformador de cavalinho na corrente de metal da cortina. Deu pra entender? O pininho que entra no transformador é macho e duplo (igual qualquer tomada, dã) e no meio deles tava a corrente da cortina.

Peguei o transformador com o maior cuidado, achando que tava uns mil graus Celsius (mas nem tava) e achei lá o metalzinho fundido na borracha. E não dava pra usar assim, né? Fiz lá um procedimento cirúrgico envolvendo extrator de grampo, clipes e chiclete (quase um macgyver ou chuck norris) e arranquei a correntinha dali. Analisei a situação dos pinos derretidos e escolhi o que ficou em pior estado pra ficar na tomada fixa do transformador, liguei tudo na tomada orando pra Jesus, liguei o botão do ventilador e saí correndo.

Tá aí, funcionando.

O inconveniente é ter que pregar o fio todo no chão, pra ela não mexer mais. A cortina tá pregada desde dezembro, saí de férias mais duas vezes e ninguém mexeu. O transformador vai ter o mesmo destino triste. Vamos ver qual vai ser a nova forma de ela tentar me matar nos próximos capítulos.

Agora, eu te pergunto:

Quiqui essa tia tava fuçando ali?

Fica a dúvida.

Eu ainda não tenho certeza de como o post a seguir vai sair, então eu acho que é importante escrever um pré texto – e não se trata de um subterfúgio - que eu vou postar depois do anterior, pra aí ficar na ordem certa pra quem lê. Sabe? Questão de arrumação, eu acho.

Primeira coisa: o post a seguir não foi escrito hoje. Não sei nem se dá pra especificar um quando pra ele, porque é daqueles que ficam um milhão de anos incompletos e cada dia ganha um parágrafo. Que começam com um propósito, perdem o sentido no meio, ganham outro e assim vai. É, basicamente, uma colcha de retalho mal feita. Mas né? O blog é meu, a vida é minha, eu posto o que eu quiser. *ui*

Segunda coisa: se você é como eu e odeia spoiler, sugiro dar uma volta. Porque esse post nasceu numa semana de mimimi, em que eu derreti meu cérebro lendo Querido John, Charlie St. Cloud, Cartas Para Julieta e coisas nessa linha e nunca se sabe quando vai surgir uma referência. De repente, agora que eu já falei em qual conjunto de obra eu estava pensando, até acabe nem fazendo spoooooiler nenhum. Só umas alusõezinhas imperceptíveis.

Terceira coisa: pra ler esse post (e praticamente qualquer outro deste blog), a pessoa tem que conhecer o significado da palavra IRONIA, tem que saber que não dá pra concluir nada sobre alguém só lendo um texto sem entonação de voz e expressão facial e que internet não é serious business.

Quarta coisa: um beijo.

I’m a creep, i’m an underachieveeeeer


- O problema desta família é que ninguém sabe perder.

Meu irmão disse essa frase num almoço desses de domingo, em que a família em questã estava toda em volta da mesa, fazendo graça sobre alguém muito contrariado por perder alguma bobagem.

E foi aí que todo mundo viu que era verdade. Ô familinha disgramenta, viu?

Não preciso nem explicar que não é naquela vibe orkutiana “odeio falsidade”, porque quem é que não odeia falsidade perder, não é mesmo? Mas é que minha família tá há umas 4 gerações (que eu tenha visto e possa confirmar) sem ensinar pros descendentes que perder faz parte. A gente simplesmente não sabe como lidar.

Nesta família, o cerumano não para enquanto não ganhar.

E eu acho que eu me dei mais mal que qualquer outro familiar, por causa da minha... teimosia obstinação.

É meio difícil viver quando você tem que conseguir por em prática absolutamente toda idéia que passa pela sua cabeça. É meio difícil viver quando você tem que ganhar absolutamente todas as batalhas. É meio difícil viver se seu mundo cai cada vez que um detalhezinho foge do seu controle.

É difícil.

*****

Teve um final de semana aí que eu desliguei tudo. Sabe? Minha mãe deve ter achado que eu estava doente, porque eu não mantive contato com meus tão amados amiguinhos, não fiz nada. Fiquei umas 400 horas refletindo minha vida, meu universo e tudo mais. Até porque o tempo passa mais devagar dentro da minha cabeça e é sempre uma chance a mais pra eu me derrotar com tanta auto-tortura.

O caso é que eu vejo todo mundo evoluindo e eu ficando sempre no mesmo lugar.

Uns 10 anos atrás, minhas amigas (até a mais esculhambada delas) começaram a se casar. Mas foi uma atrás da outra. Até aquela que parecia que ia morrer abandonada tratou de arranjar um desavisado to put a ring on it e, no fim de uns 14 meses, 8 mulheres estavam casadas. Nunca me senti tão deslocada NA VIDA quanto num dos últimos desses casamentos. As pessoas lá falando sobre curso de culinária e eu, que já cozinhava fazia mais de 10 anos, não conseguia me inserir na conversa de forma nenhuma. Dá pra entender? Eu não tinha marido, eu não tinha dificuldades cozinheirísticas, eu não pesava 900kg (sacanaji, eu sei, mas que culpa eu tenho?), eu não queria essa vida pra mim, ué.

Me abandonaram.

O planeta terra deu uma porrada de voltas em torno de si mesmo e do sol, a vida foi continuando, eu ainda não queria essa vida pra mim, ainda não tenho marido, ainda sei cozinhar melhor que as 8 juntas (nega não sabe em que sentido cortar um bife, até eu que nunca PEGUEI num bife sei fazer isso), todas têm medo de panela de pressão, tão tudo aí cheia de filho e... bom, minha vida tá igual.

Maizomenos, né? Porque eu agora tenho amigos legais, que não me excluem porque eu não tenho marido, filhos, casa própria. Chega a ser engraçado quando tá todo mundo junto, um trilhão de casais e eu garrada na almofada. Ou num copo de coca. Mas me deixa, milarga, miama, mirrespeita.

*****

Semana passada, saí com duas das minhas amigas mais próximas e não tive como evitar fazer piada do momento em que uma planejava o casamento, a outra planejava o primeiro filho e o máximo que eu planejo é qual esmalte eu vou passar quando voltar na manicure. Fico pensando se eu sou assim tão vazia mesmo ou se é só a sociedade opressora que me faz sentir um lixo porque eu não tenho planos de construir uma família ou ter uma casa com cerca branca.

E, gente, cêis têm que parar de achar que eu sou CONTRA essa ideia, porque não é verdade. Eu só não tenho isso como objetivo de vida. Nada demais.

*****

Mas mesmo que a gente saia do campo sócio-sentimental. Eu tava lá me correspondendo com o support group #1, quando me dei conta de que tem um evoluindo no trabalho, mudando de cidade, sendo feliz por perceber que sobreviveu à saída da casa da mamãe e pode rir na cara da sociedade. Outro que garrou o destino da vida amorosa nas mão, parou de se contentar com o mais ou menos e, de repente, muda até de país. E o último, que teve coragem de trabalhar com o que gosta, pode combinar com a vida boêmia de que tanto aprecia, vê um futuro de glória, poder e riqueza pela frente e fez as pazes com o passado.

E eu? O que eu fiz?

Nada.

Não vou mudar de cidade, de país, de bairro. Não vou sair da casa da minha mãe, não vou mudar de trabalho (pelo qual não dá exatamente pra ter amor, sejemo franco), não tenho *censurei*, não gosto de vida boêmia, não vejo glória, poder e riqueza no horizonte e eu só tenho é rido na cara do meu passado, com os babaca que me tratavam mal se lascando na minha frente um por um. Que vidinha mais besta.

*****

Aí a impressão que dá é que todo mundo resume meus problemas ao fato de que OMG eu tenho 30 anos e estou sozinha. Nossa, hein, foi bem aí falhei na vida, o resto tá diboua.

Ah, vá.

Mas vamo ficar com esse raciocínio, porque é mais fácil.

Eu costumava achar que eu fico assim sozinha porque eu sou muito especial. Vamo falá a verdade: eu sou a pessoa mais inteligente que eu conheço. É verdade, desculpa. Tá certo que eu enfio essa inteligência toda no fiofó e não faço uso dela com muita freqüência, o que me torna a pessoa mais imbecil do mundo, na verdade, mas os neurônio tão tudo aí, só esperando uma oportunidade. E eu sou linda, né? Mas não sou esforçada, de modo que eu sou feia, se você parar pra olhar, mas a genética tá toda aí, esperando só eu parar de ter preguiça. E eu sou independente pra burro, nem opinião eu peço, mas eu moro na casa dos meus pais, de modo que eu sempre tenho que avisar quando vou chegar mais tarde em casa, mas eu posso ir morar sozinha na hora que eu quiser.

Vamo resumir: eu sou linda, inteligente, engraçada, divertida, leal, altruísta, independente e rica. Não é pra qualquer um. Aí eu fico vendo filmes com personagens que são só 10% do espetáculo que eu sou e todo mundo chamando a pessoa de jóia rara e não deixando escapar e eu muito concluo que se eu fosse tudo isso aí mesmo, ia ter disputa por mim a tapa, na porta da minha casa. Né?

Não ocorre.

E aí eu acho que, na verdade, eu fico sozinha justamente porque eu não tenho medo de ficar só.

Só enquanto desprovido de companhia momentânea (ou em longos períodos de tempo), i mean.

Já cansei de falar o quanto eu aprecio a minha própria companhia. Inúmeras vezes eu digo pra todas as pessoas do universo que eu tenho um compromisso e vou pra uma cabaninha no meio do mato ficar comigo mesma. Depois eu me levo pra tomar um lanche, ver um filme, comprar umas roupas, dar uma volta de carro à noite. E depois eu e mim mesma vamos de mãos dadas pra casa, ficar no sofá assistindo televisão até dormir. E a gente adora.

É claro que eu aprecio a companhia alheia, que tem um colo (um só mesmo, literalmente) onde é divertido assistir filmes ruins dublados e na record, mas eu fico bem sozinha.

E aí eu fico com medo de acordar um dia com 58 anos e perceber que eu deixei alguma coisa muito legal passar, só porque eu fiquei com medo de estragar esse relacionamento tão bonito que eu tenho comigo.

Porque sempre chega um dia em que eu não tô disponível pra passear comigo mesma (poxa, até eu fico insuportavelmente chata de vez em quando) e todo o resto do universo tem mais o que fazer. Com seu parzinho ou com seu monte de desparelhados. E eu acabo sempre ficando de fora.

Eu não sei o que eu quero.

Tenho medo de morrer e ninguém ir ao velório. Hahaha.

Meu epitáfio só vai precisar de duas palavras: forever alone.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

nada como pensar muito para complicar a vida


Eu me ofendo com os meus pensamentos. Mas, veja bem, não é que eu pense coisas horríveis e acabe ficando envergonhada, nada disso. Eu crio diálogos com outras pessoas, jurando que eles são o mais próximos da verdade possível e me ofendo com os outros, sozinha. Tudo dentro da minha cabeça.

É incrível.

No começo da semana eu li duas frases muito inocentes – aos olhos de qualquer outro - de um cerumano que eu conheço e passei os quatro dias as 4 horas seguintes me deprimindo profundamente com a conversa entre nós que se passou na minha cabeça. A pessoa nem tem idéia (qué dizê, eu super acho que tem, porque me pareceu uma publicação com muito propósito, mas eu sou paranóica e... FOCO.), mas eu tô de mal dela por tempo indeterminado. Porque a conversa pode ter acontecido só dentro da minha cabeça, mas não muda o fato de que aquelas duas frases foram escritas no vento da internetz e nada foi dito a respeito. Eu posso concluir o que eu quiser.

Aí eu fiz o que qualquer pessoa normal faria: tentei derreter meu cérebro.

Onde eu tava meique só tinha a disponibilidade abstrativa do facebook, de modo que joguei quatrocentas e trinta e dez partidas de zuma, bejeweled e até minha fazenda do farmville eu arrumei. Quando eu percebi que luzes coloridas piscavam até mesmo quando eu fechava os olhos, achei que era hora de parar. Fui praticar uma atividade mais meditativa (oi?) e me peguei pensando uma frase exatamã igual à que pensei 10 anos atrás.

Eu já falei miliuma vezes sobre essa vibe de ciclos, de contar o tempo, de comparar coisas e períodos de tempo. Mas gente, se em 10 anos eu ainda tô vivendo o mesmo drama e fazendo as mesmas bobagens, onde é que eu vou parar?

Aí tava lá, toda trabalhada no vanessão da depressão e me lembrei que 10 anos atrás tava pensando a mesma coisa, mas 1 ano atrás também. VEJA SÓ VOCÊ. E um mês atrás? MESMA COISA.

Ou eu realmente não tenho foco na vida ou eu sou muito incompetente.

Ou os dois.

*****

Aí eu empaquei escrevendo isso, porque cara, se nem eu entendo esses posts depois de uns 3 meses que tão escritos, me pergunto se ALGUÉM entende alguma coisa quando lê. Aí veio um post no tumblr em que alguém diz “I plan out what I would say, what the other person would say (...)” e eu me dei conta de que não estou só.

Só me pergunto onde essa gente mora, porque deve ser bem mais fácil quando você convive com quem entende do problema. Outro dia foi mó discussão na minha casa quando eu continuei no mundo real uma conversa que tava só na minha cabeça e ninguém conseguia compreender do que é que eu tava falando.

Também acontece muito de eu simplesmente ignorar o repasse necessário de informações pra outros indivíduos. Algumas vezes eu passo tantas vezes a conversa na minha cabeça que acabo registrando que tá tudo ok, moving on e né? Só vou perceber 3 meses depois. Não é de propósito, me amem, me compreendam.

*****

Aí eu tava lendo uma superinteressante que falava da necessidade de amizade (eu sempre acabo me deparando com esse tipo de texto no meio desse tipo de post) e concluí que tô fazendo tudo errado na minha vida. Lá diz que quem tem amigos adoece menos e eu devo ter lido a bula (dos amigo) tudo errado, porque não tá fazendo efeito.

Mas o importante é que na revista uma coisa levou à outra e eu acabei fazendo um teste do tipo “o que seus sonhos dizem sobre você”. E se o cerumano lê o que eu escrevo há algum tempo, sabe que é um assunto recorrente e delicado pra minha pessoa pesadelística.

Aí o teste vai e diz que eu sou um habitante do mundo da lua e eu super vou copiar aqui linha por linha do que ele me disse:

“Os limites entre o sonho e a realidade para você são tão tênues que às vezes você confunde lembranças e sonhos com fatos que realmente aconteceram. É criativo, imaginativo e tem dificuldade em prestar atenção em uma coisa por muito tempo. Às vezes você se comporta como uma criança, por ter o passado ainda muito presente em sua memória. Você tem sonhos mais emocionais e mais fortes que as outras pessoas e, provavelmente, também tem mais pesadelos.”

Donde eu só posso comentar: CÊ JURA? Sei nem porque eu faço testes, nenhum me diz nada de novo. Sou uma profunda auto-conhecedora-de-mim-mesma enquanto pessoa humana egoísta do meu ser. O bom é que esses testes super têm valor científico, de modo que vou começar a me justificar com esse resultado.

*****

Outro teste que eu fiz foi um de par ideal, muito necessário na vida do indivíduo moderno. E ó, o resultado disse que eu só combino com UM TIPO de pessoa e eu adoraria que você aí fizesse o teste (todos faz) e me contasse o resultado. Pra eu saber se é melhor partir pra outra, sabe? Vai que a gente fica insistindo no tipo errado de pessoa, não é mesmo, minha gente?


Ciência pura.


*****


Falando em ciência, outro dia eu tava olhando o meu próprio twitter, numas de “por que não apago essa &%$@# de uma vez?” e fui rolando a página até o infinito (da minha paciência) e cheguei num tuíte do meio do ano passado em que eu dizia que queria registrar uma pequena atividade da minha bola de cristal. Obviamente eu mandei um email pra alguém pra contar do que se tratava. Porque eu sou uma vidente muito da inteligente. Muito fácil depois que passou, dizer “foi issaê que eu previ”. Mas eu tinha que ter uma prova de que eu tinha previsto mesmo.


Achei engraçado encontrar esse tuíte porque minha previsão super se concretizou (e tá aí se concretizando no momento em que você lê esta porcaria, sendo ele qual for).

Vou te falar: a coisa que eu mais detesto a meu respeito é estar sempre certa.


*****


Aí não apaguei o twitter por puro self-apego mesmo e fiz mais: fui no favstar. Sério, eu preciso de ajuda.


No favstar encontrei um tuíte de minha própria autoria, que dizia:

“quero true love escorrendo dozolho alheio, quero gente me olhando como uma coxinha de frango com catupiry recém saída do forno às11:45h”

@ssaneva about 1 year ago

O engraçado foi lembrar do nascimento dessa frase. Eu estava no quarto onde eu mais tive pesadelo neste mundo (meu quartchinho de criança, em são paulo), a dois dias de fazer duas grandes bobagens e a um mês de fazer uma MEGA bobagem. Todas elas no contexto do tuíte, obviamente. Escrevi essa bobagem e saí pra almoçar no Viena do Shopping Morumbi, na melhor companhia do mundo (a minha) e deveria ter entendido o sinal cósmico.


Só lhes digo que hoje eu não escreveria essa bobagem nem a pau.


Porque assim, de amor dozotro eu tô cheia (me processa). Sério, não agüento mais amor alheio, não agüento mais ser a coxinha de um estômago faminto.


O que eu quero agora é reciprocidade.


E eu ia explicar, mas não vou não.


Tenham todos uma boa vida :)


(Acho que obtive sucesso no derretimento cerebral, hein?)