sexta-feira, 31 de agosto de 2012

bem feito, quem mandô?




Eu sou da opinião que o aniversário da pessoa é o dia mais importante do mundo, de modos que ela tem o mais próximo possível do passe livre que pode chegar. O que não é uma decisão muito sábia, porque aí todo mundo se aproveita da minha alma boa nesse dia.

[Tudo bem que, na verdade, isso é uma forma de dar a dica pro semelhante de como eu quero ser tratada no MEU aniversário, mas ninguém nunca compreende. Tudo bem, são pouco mais de 30 anos, eu ainda chego lá.]

Por exemplo.

QUEI NUNCA teve um amigo do pagode, do axé, sem ser particularmente entusiasmado por esses... gêneros musicais? Aí seu amigo de bom gosto resolve fazer as festividades comemorativas num bar onde tem até um mezanino pras dançarinas do Faustão ensinarem a coreografia e você vai, né? Porque em aniversário não se questiona o amiguinho. Se você AMA, você VAI.

(E se dá mal.)

Pois foi num momentcheenho de aniversário que eu fui parar numa balada. Desde 2000 eu num ia na balada, meus amô. Que erro. QUE ERRO.

Primeiro que o lugar se disfarçava de bar. Porque eu olhei antes nas internete, né? Pra ver o que vestir, o que esperar, se jantava antes ou ia pra ~comer~. Mas, na verdade, era uma baladjeenha com mesas, sabe como? E eu vou ao bar de calça jeans e só uso salto quando quero fazer sofrer os homens de menos de um metro e oitenta e eu tava num bom dia, de modos que fui de sapatilha, que brilhava, mas era apenas ¯\_()_/¯ uma sapatilha.

Eu não poderia estar mais errada no dresscode.

Que vinha a ser saia curta e cabelo longo, pra meninas. Braço grande e manga pequena pros meninos. Meu cabelo é curto e minhas pernas estavam escondidas pelo mais denso jeans TNG e parecia que eu era anã até todo mundo ficar bêbada e tirar os saltos.

Aí eu pensei. Vai ficar aquela cara de gordinha discreta. HAHAHAHAHA, como eu estava enganada. Porque tinha várias gordinhas de auto estima funcionando normalmente, dentro do dresscode do local, conseguindo olhares nas suas direções muito normalmente. Eu é que não sei mais proceder na sociedade noturna. E pensar que já houve um tempo em que eu dançava com saias de um palmo sobre caixas de som naquela mesma vizinhança. A que ponto cheguei.

Como não pode faltar, mesmo você sendo gorda (ok, pro local eu tava até bem magra kkk), tendo cabelo de menos e roupa demais, sempre tem aquele bocó tão sem esperança na humanidade, que escolhe vocêÊÊêêê como alvo da noite.
Ai, que dó.

Fora que o fio tinha o que? Um metro e dez de altura? Quase que fui avisando antes de ele começar. Mas eu sempre parto do princípio que a pessoa só tá lá passando o tempo, né possível que está interessada em mim, não vou levar um fora não requisitado só pra salvar a dignidade alheia. Deixa eles.

Aí nego vem “ah, vamo se animar, levanta dessa cadeira, vamo dançar”.

- fio, tô mais na idade não, tô com sono.
- por que toda menina de uns 22 anos sempre diz que tá velha?
- não sei, não lembro mais como é ter 22.
- quantos anos cê tem, ué?

Triin..... ta... e... um... e... on... ze... me... ses...

Como eu ODEEEEEIO quem me obriga a dizer isso em voz alta. Vou começar a responder vinte e onze. Vinte e doze, mês que vem.

E é capaz dos mongol não pegar a ideia.

Depois desse momento de romance, o rapazinho jovem e anão desistiu e eu fiquei sentada ali no cantinho na mesa, esperando minha comida chegar, pra eu comer e ir embora. Olhei no relógio e num tinha nem chegado o dia seguinte ainda, ó que derrota.

De modos que comecei a filosofar.

Acho que finalmente estou velha, minha gente. Eu jurava que jamais cresceria e deixaria de aproveitar a alegria que é comer um pacote de passatempo ou cheetos requeijão. Eu jurava que jamais deixaria de assistir desenho na TV (tamo aqui com o DVD do El Dorado recém buscado na locadora, pra não ficar sem provas). Eu jurava que jamais desistiria de ligar o som nas alturas e dançar pela casa, ainda que doessem os joelhos.

Mas essa função social de balada, mini saias, maxi cabelos, mini cérebros, maxi braços, mini moços, maxi babacas não vai dar mais pra mim.

Por isso que nossas avós insistiam tanto que a gente deveria se casar antes dos 20. Nessa levada, arranja marido onde? No curso de culinária? Na lavanderia? Igual americano, no supermercado? Ainda bem que eu não tô procurando um desses, senão precisaria de ajuda psiquiátrica pra me desenvolver com graça nesses poucos anos úteis que me restam.

AHHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHA

Dezessete de setembro tá aí, façavor de ir comprando meu presente de vinte e doze anos. Brigada.

(milarga)


domingo, 26 de agosto de 2012

50 shades of burro quando foge


pfv 

Cê vê esse mundo. Enquanto tem soccer mom escrevendo bsdm soft porn (q), tem eu e minha fama de piriguete aí com a vida ~amorosa~ tão sensacional que o relato abaixo é o mais próximo de nsfw que minha vida chega.

Por exemplo, Mister Esquistossomose, que perdeu a barriga d’água e terei que renomear. Mister Efeito Sanfona call me, maybe?

Tava eu lá quieta na minha vida, almoçando minhas 3 folhas de alface e um aipo, porque era dia de academia e eu tinha que reforçar a alimentação, quando uma senhorinha de quem eu gosto muito (de verdade, não é ironia), sentou comigo pra dividir a mesa. Levou junto uma terceira pessoa que não tem exatamã muita importância na história.

Conversa vai, conversa vem, eu digo que estou entediada, que nem pros meus amigos eu tô tendo muito saco, a senhorinha vira pro terceiro elemento e pergunta, DO NADA: tá sabendo do Esquistossomozinho? – Ela só se refere a ele no diminutivo. – Faz tempo que eu não vejo.

Tenho aqui pra mim que mesmo ela sabendo que ele vem a ser *noivo*, queria fazer a santa Antônia e juntar as nossas pessoas.

Quando o terceiro elemento diz que Esquistossomozinho está no conforto de seu lar, ela me pergunta se faz tempo que não vejolho.

Faz, tia. Faz.

“Menina, cê nem sabe. Emagreceu, tá com uma barriguinha murcha, tá uma graça.”

É MEMO, É?

Niquiqui ela acaba de fazer esse relato, quei, amados leitor, QUEI adentra o recinto? O papa. Kkkk, ele mêss, Mr. E.

Devo ter ficado em fifty shades of Pink, porque ele estava de fato muito bem afeiçoado com tantas panças a menos. Acenei um oi e corri pela minha vida, porque ó, não tá fácio.

*****

Mr. E. num sossega o fiofó nas catacumbas onde se esconde e faz o quê? Vai visitar minha pessoa no próprio dia seguinte do ocorrido. Tô eu lá na santa paz da minha vida, quando ele aparece berrando meu nome e acabando com a regularidade dos meus movimentos de sístole e diástole.

Finjo que num tô nem aí e sigo a vida, ele tentando arrumar assunto. Num dô bola porque não sou dessas (cof), até que ele realmente consegue minha atenção, falando dum bafão muito tenso que está em progresso no nosso meio social.

Percebo que sou mongol, mas aí já é tarde, estamos a 30 centímetros de distância, minhas mãos apoiadas num murinho. Eu de cá e ele de lá. Bafão vai, bafão vem, ele tem que ir. Aceno um tchauzinho à distância, mas ele olha no meu zóio e segura minha mão. Por uns bons 30 segundos.

Não é nada, não é nada, uns 500 anos atrás, meu pai estaria exigindo casamento.

/porn




sexta-feira, 24 de agosto de 2012

e se?

Pras galere do post passado, eu só posso dizer: já leram a carta da Julieta, do filme "cartas para Julieta"?

Então.

"'E' e 'Se' são duas palavras tão inofensivas quanto qualquer palavra, mas coloque-as juntas lado a lado, e elas tem o poder de assombra-lá pelo resto da sua vida. 'E se'... E se? E se? 

Não sei como sua história acabou. Mas sei o que você sentia na época era amor verdadeiro então nunca é tarde demais. Se era verdadeiro então, porque não o seria agora? Voce só precisa ter coragem para seguir seu coração. Não sei como é sentir amor como o de Julieta, um amor pelo qual abandonar entes queridos, um amor pelo qual cruzar oceanos. Mas gosto de pensar que, se um dia sentisse, eu teria coragem de agarra-lo. E Claire se voce não o fez, espero que um dia faça.

Com todo meu amor. 

Julieta"

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

a case of bad timing



título alternativo: senta, que lá vem história

Parte I

Eu sei que canso as pessoas com a história de que não tenho coração. Mas é importante. Toda hora eu vejo um coração ser quebrado, um olhinho desiludido, uma pessoa estragada for life e não quero ser responsável por isso. Quando vejo um amiguinho tentando me juntar com outro amiguinho, sempre me apavoro, porque na hora que eu enjoo, as consequências são desastrosas. Sou ótima friend with benefits, sou péssima for going steady [/vó].

Mas se tem um tipo de amor em que eu acredito, esse é o platônico.

Não precisa ser tão platônico assim, tipo Junior, cuja voz nem sei qual é ou tipo Chris Evans, que jamais saberá que eu existo. Geralmente eu friendzono alguém com tanta força, que quando eu mudo de ideia, é irreversível.

Eu tive dois amor na vida. Um sobre o qual eu sou proibida de falar, pelas ordens superiores de babã, que sempre vem comentar me dando bronca se eu quebro a regra.

E outro, para efeitos de privacidade, por se tratar de nome *famoso*, será chamado doravante de Fidel Castro.

Um parêntese: Fidel não tem esse “““““nome””””” por ser velho, pançudo e barbudo. LONGE DISSO, deurmelivre. É por razões que a razão de vocês desconhecerá. Vos digo: Fidel era lindo, magro, alto e de cara lisinha 12 anos atrás, Fidel permanece lindo, alto, magro e de cara lisinha neste exato momento.

Parte II

Eu sempre fui meio tapada, sabe? Mas quando o assunto é relacionamento *amoroso*, eu fico douze miu vezes mais tapada ainda.

Se eu acho que nego tá caído de amor por mim, eu levo um mega fora não requisitado (“Você e eu? Nunca vai acontecer, beibe.” Quem nunca?). Quando eu acho que nego é meu amigo de fé, irmão camarada, vem uma declaração de amor benloca, quando todos na festa resolvem fazer silêncio, inclusivemente seu namorado e uma pessoa aleatória na platéia que já declarou amor por você uns tempos antes.

Eu sou a rainha de deixar os aleatórios entendendo errado e os amor da vida na friendzone. Kill me, kill me now.

Quando eu conheci Fidel, eu tinha acabado de terminar um relacionamento não amoroso doente, com um cara possessivo. Pra acabar ca vida dele, eu tava pegando um, pegando geral, pegano até omosequiçual (quei nunca) e tava lá amando o cerumano não identificado que não nasceu pra mim. Dei nem bola pro Fidel, porque, entre outras coisas, nego era lindo, magro, alto, rico e cheio de mulher em volta. Num tinha razão lógica pra olhar pra minha pessoa. (Eu conseguia ser mais feia com 20kg a menos, eu era mágica.)

Acontece que numa festa, Fidel achou sensacional o fato de que eu não estava interessada em álcool. Ou cigarro. Ou dorgas. Ou comida (tudo tinha carne, ew). Fidel me achou enigmática e diferente e meu cabelo não tinha chapinha e eu não tinha celular, muito exótica.

Aí vem o fio e me diz que precisa de ajuda em uma matéria aleatória na faculdade (virge, nos idos de 2000) e que sempre quis pedir ajuda, mas tinha vergonha e agora a gente era amigo e bláblábláblá, vamo estudar todo dia no fim da tarde.

Gente, quem que seduz na biblioteca? Eu não sabia que Fidel tava me amando, ué. Nem quando ele insistia pra que a gente fosse tomar um lanche no McDonald’s, mas tinha que ser de braço dado, porque a rua era perigosa e mocinhas indefesas tinham que ser sempre protegidas por um cavalheiro. Como eu podia adivinhar que Fidel estava me amando, quando pedia milhões de batatas fritas extras, só porque eu praticamente só me alimentava de batatas? Quando eu relacionaria o fato de na casa de Fidel sempre ter minha sobremesa favorita, feita pela própria mamãe dele, quando eu ia lá com os sentimentos que Fidel nutria por mim? Quem perceberia um gesto amoroso ao receber uma ligação no meio da tarde perguntando “quer chocolate?” e responder “quero um de cada” e dali 20 minutos Fidel estar na portaria do seu trabalho, com um pacote contendo 23 variedades de barrinhas? Muito difícil.

Até que Fidel inventou de estudar aos sábados. E eu, essa pessoa esperta e inteligente, não conseguia me tocar que o celular dele tocava bilhões de vezes, enquanto ele dizia “claro que não vou sair, vou ficar aqui estudando com você”. E tudo que eu fazia? Estudar.

Fidel me buscava em casa, me buscava no clube, me buscava no raioqueoparta e depois me levava de volta, no sábado, e eu achando que ele queria estudar.

Um dia, Fidel cansou de estudar lá pelas 10 da noite. Me chamou pra dar uma volta de carro. Alguém me ligou e avisou que estaria na pizzaria whatevs. Falei pro Fidel me deixar lá (??????) e ele me deu um OU TE MATO. Eu não entendi porque alguém ficaria tão bravo por uma simples carona à pizzaria. Antes de eu descer do carro, Fidel ainda tentou, desesperado. “É isso que você quer, Vanessa? Tem certeza? Se você descer desse carro, não tem volta.”

Não entendi nada, dei um beijinho na bochecha e desci do carro.

OITO.ANOS.DEPOIS. (mais conhecido como quatro anos atrás) eu me dei conta do que tinha acontecido naquele momento, ao passar por um estabelecimento na rua, ver Fidel lá dentro e sentir uma pontada no coração.

Parte III

Eu tenho um cabelo fino que é um horror. E, segundo profissionais da área, muito suscetível a intempéries: ou seja, chove e ele vai pros pés, dos anjos, lá no alto do céu.

Acontece que nesse dia em cueshtã, ele estava mais feio do que nunca.

Meu cabelo precisa secar sem vento, sem secador, sem nada. Eu tenho que ficar imóvel por 4 horas, enquanto ele assenta na cabeça. Depois eu tenho que dormir em cima dele, pra dar aquela amassadinha e acordar apresentável no dia seguinte, de modos que 3 passadas de chapinha fazem parecer que eu sei me pentear.

Nesse dia eu resolvi ir pra academia, mesmo sabendo que teria compromisso depois. E resolvi tomar banho lá. E não levei secador, nem elástico pra prender, nem pente. Saí do banho, entrei no carro, abri os vidros e deixei a gadelha secar ao vento. HHAHAHAHAHAHAHAHHAHA parabéns, fiquei tipo a medusa.

Acontece que também eu levei uma roupa medonha, porque ah, é rápido, quem vai me ver? Pra quê me arrumar? Maquilage, então, passou longe. Sério, tava a visão do pavor, o esquadrão da moda me levaria presa sem julgamento. E foi assim que eu fui pro meu compromisso estúpido, nas adjacências da rua mais bonita que tem nesta cidade.


Parte IV

Tem uma rua muito linda nesta cidade.
Eu conheci a rua linda quando o menino lindo inventou que era legal passear ali de braços dados, porque as senhorinhas e criancinhas passeando com seus cachorros eram muito perigosos.

O menino gostava muito dessa rua, porque era onde seu avô tinha um estabelecimento comercial muito famoso na cidade e ele cresceu andando por ali. O que ferra muito minha vida, porque sempre que eu passo pela rua linda e pelo estabelecimento que não vem mais a ser da família e pelo estabelecimento que vem a ser do menino, eu penso “ai que burra, putaqueopario”.

E eu passo nessa rua com muita frequência, porque fica no caminho de tudo que eu gosto. Sempre ando do outro lado da rua, ou de manhã, porque é quando não tem chance de passar pelo amado Fidel. Os anos não foram bonzinhos comigo e eu não quero que as pessoas da faculdade descubram o quanto eu embaranguei, muito menos as lindas. Muito menos quando meus cabelos estão do avesso e eu estou vestida de mendiga.

Mas semana passada eu tive que passar por lá no fim da tarde. E enquanto eu atravessava a rua, eu ouvi o som da risada de propaganda de salada que Fidel dava do outro lado da rua (mano, era numa esquina, eram quatro esquinas, tem esquina pra cacete nessa história).

Eu em uma, Fidel na outra, um posto de gasolina na outra e uma esquina que não está na história.

Ouvi Fidel e paralisei.

“Não vou lá nem a pau.”

Mas aí eu vou me arrepender e passar o resto da vida pensando aimeldelsaimeldelsaimeldels, como eu pude perder essa oportunidade, deve fazer uns 10 anos que não falo com ele e mimimimimi.

“Vou lá agora acabar com a palhaçada.”

Mas aí ele não vai lembrar quem sou eu e vai ser o maior mico da história e eu vou ter que me matar em seguida sem nem ter escrito uma carta de despedida.

Enquanto isso, eu não percebia que minhas pernas estavam cravadas no chão, sem possibilidade de me mover. Eu.não.conseguia.sair.do.lugar.

Fidel atravessou a rua até o posto e eu pensei “atravessa também! Vai casualmente comprar uma água no posto, ó que romântico. FAZ ALGUMA COISA!!!”. Mas a perna não mexia. Fidel atravessou a rua de volta e eu lá, plantada. Fidel adentrou o recinto de seu estabelecimento comercial e eu lá, plantada. Tive um ataque histérico dentro de uma lojinha aleatória, de onde eu olhava Fidel ***discretamente*** e quase achei que estavam cogitando me chamar uma ambulância. Me conformei (só que não) com o fato de que tinha perdido o timing, mas tava hiperventilando tanto que tive que, de fato, comprar uma água. No posto.

Passei pela esquina que não estava na história, entrei no posto, comprei a água e esbravejei contra o universo. Quando fui atravessar a rua de volta, o farol de pedestre fechou. Desafiei o cosmos:

- se essa porcaria de vida faz algum sentido, quando eu passar na porta, Fidel vai sair de lá de dentro.

QUERIDO LEITOR. Eu passei na porta e... Fidel SAIU de lá de dentro. Começou até a tocar musinha de comédia romântica na minha cabeça.

Mas ele saiu de costas pra mim e em menos de 3 segundos, pessoas se aglomeraram pra falar com ele. Abaixei a cabeça em sinal de derrota, quando, a 10 centímetros da colisão, Fidel se virou pra mim e POF, colidimos.

(Eu poderia escrever um livro ruim tipo Nicholas Sparks com a minha vida, vôticontá.)

Fidel obviamente lembrou da vaca que deu um fora nele por ser burra demais, mas foi educado mesmo assim. Me abraçou, me deu uma beijoca, falou de amenidades, convidou pra tomar um café. Outra hora. Não pediu meu telefone haahhahahahahahhaa. Ok, eu estava HORRÍVEL, mas né? Eu tinha esperanças.

Mas eu não sou inconveniente. Não quer, não quer, beijo, tchau, passo aí qualquer hora pra colocar o papo em dia (só que nem pensar).

Continuei pela rua amaldiçoando o meu eu estúpido do passado, que poderia ter um marido lindo hoje em dia, ou não, meu cabelo, minha cara, minhas banha, a vida.

Parte V

Uma semana se passou e eu estava ali tomando café cos amigue, porque a vida não para. Conversa vai, conversa vem, eu conto da catástrofe sobre Fidel e que vai levar outra vida pra eu superar de novo e de quem foi a ideia estapafúrdia de escolher um café a quatro quadras da casa dele e OH WAIT OMG OLHA ALI NA JANELA!!!oneone11

Fidel passou lindo e fitness, correndo pela janelinha do café, fazendo um jogging dos rico na noite curitibana.

Cê fica sossegado 10 anos da sua vida sem ter notícia de um cerumano e em uma semana ele consegue arruinar dois dias perfeitamente tranquilos sem nem se dar conta disso.

Estou aqui no aguardo do próximo encontro casual e do fim de livro romântico, sem que ninguém tenha que morrer ou casar ou ter doença terminal ou whatever. Porque nos livros homens lindos sempre ficam com a moça baranga (taí Bridget Jones que não me deixa mentir) e eu não vejo uma razão pra não acontecer comigo.

Parte VI

Aí eu fico uma hora inteira escrevendo bobagens que ninguém vai ler, saio pra pegar um copinho de água e fico pensando.

E SE Fidel tivesse pedido meu telefone? Tem aquela comoçãozinha de começo de relacionamento, mais ainda por ser uma coisa de milhões de anos de expectativa. Aí tem aquele mês em que todo mundo se esforça e deixa alguma coisas de lado. Depois vem o mês em que um entra na rotina do outro. E tem os amigos dele e os meus amigos. E minhas idas a museus com exposições estúpidas e cafés no centro e o amor dele pela praia (credo) e pelas baladas que tiram fotos suas e colocam em sites, porque seu nome faz as pessoas irem até a balada supracitada. E o trabalho dele em horas estúpidas e o meu cheio de burocracia e vamos casar? Vamos ter filhos? Vamos viajar pra onde nas próximas férias? Vamos pra floripa no feriado? AI MEU DEUS FAZ PARAR.

Eu me dou conta de que não nasci pra esse negózdi crescer-reproduzir-morrer, acho muito ótimo que eu não vá estragar Fidel Castro com as minhas maluquices e vou dormir bem tranquila, enquanto a TV passa esquadrão da moda.

Meu cérebro tá estragado e não tem volta.

Fim.

(E nos episódios anteriores, achei o relato superior sobre Fidel (na época, com outro nome fictício, aqui)

terça-feira, 14 de agosto de 2012

fazeno meu castelo cos parnelepelípedo que vocês me atira



As olimpíadas acabaram e eu ganhei o ouro na eliminação de peso com barreira.

Cê vê como tudo na vida é uma cueshtã de perspectiva: um ano atrás eu achava esse peso uma porcaria, este ano tô achando sensacional. Tá certo que alguma magia aconteceu na minha pança e nas minhas bochechas, enquanto meu derriê continua intacto, de modos que eu estou realmente muito mais gatinha na versão 2012.

Mas hoje eu fui ali numa lujinha adquirir uma camiseta pra usar na minha próxima viagem e eu pedi G, mas a mulher disse que só tinha P. Fiz cara de triste e ela “cê tá loca, fia? Cê usa M no máximo” e rolaram duas lágrimas de limão siciliano dos meus olhos. TÔ MAGRA, GENTE. É m de magra. (Só que não.)

Comprei a M e ficou grande. RÁ.

Aí fui testar em outra loja, comprei lindas brusa de caveira, M também, tô muito magra na minha imaginação, cêis não tão entendendo. Aí fui na padaria e comprei um donets e um mufer (juro que tava escrito assim na vitrine) e não comi, fiquei só olhando. Mentira, eu cheirei. Mas se tem gente que cheira paracetamol pra parar a dor de cabeça mais rápido, quiqui tem, né?

Ok.

*****


De acordo com meu médico maligno, só estou assim linda (só que ao contrário) por motivo de exercícios físicos, que não estão deixando as pele caída tipo a barriga do Adam Sandler em click.

Devo admitir que no começo só Junior salvava a ida à cadjmia. Mas aí Junior ficou noivo de aliança dourada (haja breguice, senhor) e fui informada de que aquela menininha de uns 9 anos era filha dele. Ele tem 29. Ela é a filha MAIS NOVA. Ele tem um filho de sei lá, uns 15. E já tá na décima quarta esposa. Gente, desanimei. Teria que gastar tanto tempo desinfetando Junior... Fora que tem essa coisa de madrasta. Eu sou tão ruim que meu destino seria trágico, não tô querendo. Tive que passar a ignorar o rapaz.

Como proceder, então?

Descobri que existe um mundo de alegria na academia. Enquanto eu escrevo esta frase, meu joelho discorda. Aliás, levantei pra ir ali buscar um copo de água e todo meu eu discordou, através desse meu andar de Quasímodo, depois de um dia de aulas de Power aeróbica e super local. Como diz Apolônio, essas atividades com Power no nome não podem ser saudáveis.

Mas é sério. Existe um mundo sem mantras e salas escuras e sonecas meditação e oummmmmmm. EXISTE. Um mundo lindo com pop merdão, reboladinhas estúpidas, carão e ausência de véias, porque não há quadril que resista ao requebrejo. Sério. Só dá eu na cadjmia, de segunda à sexta, de manhã, de tarde e de noite (o trabalho eu enfiei no fiofó, brigada por perguntar).

Me pergunto quanto tempo eu perdi sem atravessar a ponte que leva pra esse mundo bonito, onde estavam as caneleiras, os pesinhos coloridos e as músicas com batida de balada.

O negócio é que agora eu já tô acreditando que o verão 2013 vai dar até praia kkk.

E quando esse momento chegar, eu vou lá sambar na cara do fiduma ronquifuça tudo que vieram me chamar de gordinha safada e preguiçosa.

So gorda, mas posso emagrecer, e vocês que é feio e velho?

Alguém por favor me diga que isso é só o poder das endorfinas no meu sistema nelvoso e que um dia eu vou voltar ao normal de pessoa que acha academia um porre porque é inteligente demais pra isso? Alguém por favor me confirma que meus neurônios permanecerão intactos no processo de embelezamento físico? Porque eu já fui bonita, já fui gênio, mas nunca as duas coisas ao mesmo tempo e tô com medo.

Brigada e tenhão todos uma boa vida.


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

psychiatric help – the doctor is in




Não sei o que é mais animado em ser uma pessoa com condições de saúde peculiares. Tem sempre os médicos estúpidos, que te chamam de hipocondríaca por pura preguiça de ir além de um exame de sangue e meia dúzia de perguntas padrão. Tenho vontade de carregar um cartãozinho, dizendo que seria super maneiro se fosse hipocondria, muito mais legal quando todos os problemas estão tudo num lugar só (o célebro) do que espalhados por todo esse corpinho mesopotâmico que eu carrego por aí.

Se médico -  que tem anos de faculdade pra aprender a compreender as mazelas do cerumano -  é assim, como podemos esperar sanidade mental dos amiguinhos, não é?

Melhores momentos:

- Amiga, sua imunidade é tão baixa, né? Que dó.

Então. Não.

Meu sistema imunológico é hiperativo. É SUPER poderoso. Minha imunidade é insanamente alta. Sérião, desculpa.
Sabe quando cê tosse? Espirra? Coça um olho? É o equivalente no meu corpo a duas semanas de crise alérgica. O que seu corpinho ignora, o meu transforma numa guerra. É bem simples, tem nada de baixo na minha imunidade, eu tenho sobrando, cê qué?
Aliás, se tem um povo pra quem eu queria dar imunidade, é o povo das 3 gripes por ano hahahahha. Que dó.

- Amiga, como cê tem gripe, né? É uma atrás da outra.

Pois é. Não.

O cerumano não pega tanta gripe, meus amô. Gripe é aquele troço que te impede de comer, respirar, levantar, pensar, viver. É aquele troço que faz você ficar na cama porque não tem alternativa, cada passo dói no seu âmago e você fica enjoado e cansado e destruído. Se você levantou da sua caminha, tomou um benegrip e foi pro trabalho, você está resfriado. Durou 3 dias? Resfriado. Voltou depois de uma semana? Resfriado. Nego MORRE de gripe, sacoé? VOCÊ.NÃO.ESTÁ.GRIPADO.

Nem eu.

Aliás, eu pego uma gripe a cada, sei lá, dois anos? Sou muito saudável, cê nem imagina.

- Amiga, cê já ouviu falar do tratamento x?

E em x, insira QUALQUER insanidade, porque olha, nego tem uma imaginação que vou te contar.

Esta semana está campeã. Só falta alguém vir me dizer que plantar bananeira super cura alergite. Outro dia veio uma sugerir auto hemoterapia e ó, a única coisa que eu pensei em fazer foi ligar pra vigilância sanitária e denunciar todo mundo.

“Entra no youtube e vê o vídeo do médico whatevs, ele cura câncer com água, ó, é impressionante, vê o que ele tem pra alergia”. HAHAHAHAHAHHA. Se eu ganhasse um real pra cada conselho desses, comprava a fábrica do allegra e parava de empobrecer na farmácia.




*****

Mais maneiro que as dicas milagrosas pra curar a minha pessoa, é a vibe “cê é tão estragada que entende de qualquer doença, faz uma consulta comigo aqui”.

Vdd.

Outro dia uma fia me veio com o exame de sangue, pra eu dar uma ~olhadinha~. Fora a gênia que INVENTOU um acontecimento que eu me recuso a narrar aqui pra fazer uma pergunta estapafúrdia, para a qual, obviamente, ela achou que eu teria a reposta.


Mas a maior magya foi a querida que veio com uma conversinha moooole sobre uma bobagem aleatória e, quando eu perdi a paciência e perguntei se tava doida, respondeu que era só um teste pra ver se eu ia dizer o mesmo que o médico dela disse (!). (Eu *acertei* a resposta ¬¬)


Sério, o próximo passo é fazer uma faculdade de medicina. Ou me internar de uma vez no pinel e me apresentar como Dráuzio Varella.


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E o povo que somatiza? A peçoua tá lá tendo uma vida ótima. Aí eu falo com voz de traveco, dou uma tosse e três espirros e pelamordedeus, o cerumano tá imediatamente alérgico e/ou """""""gripado""""""".


Mr. Esquistossomose não me fala nem oi mais, porque pegou gripe minha (quando eu estava DE FATO gripada) no ano de milequinhentos e agora me vê alérgica, sai bebendo álcool gel. Diz que eu joguei a vida dele no vento e que ele viu a luz e foi adicionado pela morte no foicebook, apesar do sobrenome hit combo itália+polônia, aposto que o fio é mexicano porque HAJA DRAMA. O inverno chega e nem pra pegar a mesada em chocolate ele aparece mais.


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Amgs, sério: PAREM DE TENTAR ME CURAR, PFV. E parem de ser birutas também, se não for pedir muito. AH, muito importante: PELAMOR de qualquer coisa aqui que lhes seja muito cara, parem de me perguntar se eu melhorei. Vou sempre, SEMPRE, forevis and always toujours responder que: NÃO.


Brigada, beijo, bom fim de semana pra todo mundo.